09. When You Look Me In The Eyes

Finalizada em: 06/05/2020

Capítulo Único

tinha o sorriso mais iluminado do universo nos lábios. , por mais que sempre tivesse se desdobrado nos mais variados elogios do universo, finalmente entendia o que as letras das músicas queriam dizer quando falavam sobre como apenas um sorriso poderia iluminar uma cidade inteira. Naquele exato momento, era como se estivessem em uma viagem longa de carro, rumo a um destino parcialmente planejado - mas ainda incrivelmente incerto -, mas capazes de olhar o caminho já atravessado pelos retrovisores. Se a vida que dividiram um com o outro até ali fosse transcrita em uma longa estrada, poderiam assumir que tinham conquistado quilômetros o suficiente para atravessar todo um continente. Se pudessem biblicamente andar sobre a água, esperavam almejar distâncias maiores que cruzariam os oceanos.
Ela tinha quase certeza de que não tinha ouvido nem sete palavras de todo o discurso que o pastor acabara de pronunciar. Estava mais preocupada em sentir a textura minimamente áspera das mãos do noivo contra as suas, em decorar cada nuance e variação dos tons de castanho de suas íris brilhantes e, principalmente, tentar controlar a sua ansiedade o suficiente para não desmaiar em frente ao altar. Não precisavam daquele drama em um dia tão especial. Teria de agradecer seu instrutor de teatro que, desde a adolescência, havia lhe ensinado todas as suas técnicas de respiração de uma forma exemplar e a impedira de se desfazer em todos os palcos e gravações ao longo dos anos. E, hoje, impedia indiretamente que ela pudesse perder qualquer segundo de seu casamento indo de encontro ao chão. Pretendia guardar essa possibilidade para o fim da festa, quando já tivesse bebido mais espumante e coquetéis do que seria, um dia, capaz de contabilizar.
, por sua vez, não poderia dizer que estava muito melhor. Se seus dedos não estivessem presos e entrelaçados aos dela, provavelmente toda a sua família, ocupando o primeiro banco, seria capaz de ver as suas mãos tremendo sem sinais de parar. Conseguia sentir perfeitamente a mais recente materialização de seu nervosismo: uma gota fina de suor que começava a se formar em seu pescoço, escorrendo por dentro do colarinho da camisa e se tornando incrivelmente presente e incômoda em todo o seu trajeto descendente. Talvez pudesse culpar seu ouvido musical por isso, mas podia jurar que estava ouvindo seu coração batendo alto demais.
— Bom, se ambos estiverem prontos, eu gostaria de pedir que seguíssemos com os votos - o pastor pediu, trazendo-os de volta à realidade.
O sorriso torto e cúmplice que trocaram demonstrava bem como se entendiam sem precisar de muito. E, naquele momento, estavam os dois um tanto chocados pelo ponto ao qual a cerimônia havia se dirigido sem que eles se dessem conta de pelo menos metade do que havia sido dito ou feito. Estavam muito presos naquele microuniverso que construíram para si mesmos. Uma bolha grossa, que os envolvia, dissociando-os do resto do mundo. Mas já era hora de um pequeno estouro.
— Eu posso começar - se pronunciou, puxando um papel cuidadosamente dobrado do bolso interno do paletó. Não pretendia ler, mas precisava dele para se sentir mais seguro.
uniu as mãos agora livres em frente ao corpo, tocando o tecido fino que compunha a saia branca em camadas. Já sentia uma ardência começando a se instalar nos olhos. Por Deus, ele mal havia aberto a boca e ela já estava prestes a se decompor.
, escrever algo que pudesse ilustrar minimamente o que eu sinto por você foi a tarefa mais difícil de toda a minha vida. E eu cresci com três irmãos, então você deve imaginar o tipo de coisa pela qual eu já passei - ele começou, arrancando risadas dos convidados, especialmente dos próprios pais e irmãos. — Eu poderia dizer que não encontrei adjetivos o suficiente no dicionário para descrever o que nós temos. Seria verdade. E eu nem preciso realmente abrir um dicionário para saber disso. Algumas coisas na vida simplesmente não foram feitas para serem descritas, mas sentidas. Nesse sentido, posso te garantir que eu senti muito.
E a ardência aumentava. não sabia se deixar de piscar ajudaria ou atrapalharia. Se piscasse, as lágrimas provavelmente escorreriam de uma vez. Se não o fizesse, acabaria mais vermelha do que já estaria de qualquer forma. Então, piscou. A sensação úmida escorrendo aceleradamente pela bochecha foi instantânea.
— Quando eu peguei esse papel e uma caneta para tentar escrever algo, foi como se um turbilhão de lembranças tomasse minha mente. , eu me lembro perfeitamente de como a primeira coisa que você disse para mim em todo esse tempo em que nos conhecemos foi sobre como meu cabelo estava horrível.
— É verdade - ela disse, rindo um pouco entre as lágrimas.
— Eu dei uma risadinha como se não me importasse e fui imediatamente ao banheiro, tentar casualmente dar um jeito de colocar as coisas aqui em cima no lugar. Bom, como eu disse, eu obviamente não me importava.
O homem deu uma risada leve, interrompendo o discurso por alguns segundos a fim de respirar fundo antes de prosseguir.
— No fim daquela noite, eu deixei a festa sabendo que eu tinha desenvolvido rápido demais uma queda por você mais profunda que o Grand Canyon e que deveria trocar a marca de shampoo que estava usando.
“Mas eu não queria ser o maluco que recebe uma crítica capilar e chama a garota para sair, como se fosse algum tipo de maníaco. Então, eu basicamente mexi uns pauzinhos, entrei em contato com absolutamente todos os amigos que nós tínhamos em comum e dei um jeito de estar por perto em basicamente qualquer ocasião, para te conhecer melhor.”
— Soa mais maníaco e persecutório que a sua primeira opção - o caçula interrompeu, recebendo um beliscão da mãe. sorriu, meneando a cabeça.
— Provavelmente. Mas acabou dando certo, não é? E, incrivelmente, foi ela quem me chamou para sair primeiro. Depois de alguns meses em um relacionamento não oficial de exclusividade silenciosa e alguns beijos trocados, foi ela também que me pediu em namoro, demonstrando claramente quem é a pessoa determinada e objetiva da relação.
O sorriso de se alargou, mesmo com os lábios tremendo um pouco com toda a descarga elétrica que as emoções causavam naquele momento. Ela tinha cada imagem daquele dia gravada perfeitamente em sua memória, como em um daqueles álbuns de fotografias familiares antigas, que sua mãe abre e diz “Ah, eu me lembro bem desse dia” e ainda consegue se lembrar da história completa. Era exatamente dessa forma que ela se sentia, com um filme muito vívido passando em sua mente.





— Esse restaurante é simplesmente incrível - comentou, puxando as caixas relativamente engorduradas de dentro da cesta que haviam levado até o parque. O lugar ficava mais vazio durante à noite e infinitamente mais bonito. Além disso, ele simplesmente amava como a brisa aumentava, fazendo as folhas cantarem ao balançar em seus próprios galhos, mas ainda sem causar frio algum. Era apenas uma daquelas coisas pequenas da vida que tinham sua beleza particular e acabavam representando muito mais do que aparentavam a princípio. Bastava apenas um pouco de atenção e um olhar mais cuidadoso para perceber.
— Qualquer coisa fica automaticamente muito mais gostosa depois de ser frita em óleo e estar pronta para causar uma aterosclerose de níveis sistêmicos - ela comentou, colocando um petisco inteiro na boca. — Mas eles realmente se superam em fazer ser a melhor coisa do universo.
— Um brinde a isso - ele puxou as duas taças de plástico colorido, agora repletas de vinho. Por algum motivo, achava o som de plástico batendo um tanto peculiar e engraçado. Talvez pudesse colocar no acorde de uma música um dia, se estivesse se sentindo inventivo o suficiente. E caso tivesse a certeza de que a gravadora não o demitiria por ser louco e acabaria encaminhando-o para uma clínica de tratamento psiquiátrico.
— Como foi a sua reunião com o diretor da gravadora?
— Ah, melhor do que eu esperava. Depois de todo mundo ter insinuado que o som que nós fazíamos não tinha nada a ver com os sucessos que tocavam na rádio atualmente, eu basicamente já tinha admitido derrota. Mas ele pegou esse fato e inverteu o olhar, sabe? Em vez de dizer que nossa música não se alinhava com as mais populares e, por isso, não seria rentável, ele avaliou como uma oportunidade de ocupar um nicho que está vazio no mercado.
fez uma careta de surpresa. Apesar de todo o seu otimismo, havia passado tanto tempo reclamando de como tudo daria errado que ela acabara assimilando aquela possibilidade como provável, mesmo que não propositalmente.
— Uau! Isso é completamente incrível! Eu estou tão orgulhosa - ela disse, levando a mão à sua bochecha em um afago tranquilo e gostoso.
— Você falou exatamente como a minha mãe.
— É, nós temos algumas coisas em comum. - Ela deu de ombros. — Você que deveria se preocupar com isso, Édipo.
O rapaz fez uma careta frente à insinuação um tanto constrangedora e problemática, arrancando uma gargalhada sincera da mulher. Era simplesmente incrível como conseguiam se divertir na companhia um do outro sem precisar de muita coisa.
— E o teste?
— Eu acho que fui bem - assumiu. — Mas é muito difícil estabelecer qualquer expectativa, sabe? O responsável só olha para você e fala ‘Obrigado, entraremos em contato’ com a voz mais monótona e vazia de expressão do universo.
— Nesse sentido, eu definitivamente prefiro a verdade nua e crua do pessoal da música. Se você manda mal, eles simplesmente dizem ‘Você é péssimo, por favor, suma’.
— É - ela concordou, rindo. — Nesse caso, eu também preferiria que arrancassem o band-aid de uma vez só.
Com mais alguns - ou vários - salgadinhos e bons goles de vinho, as risadas vinham cada vez mais soltas e despreocupadas, independentes de quaisquer testes ou contratos. Por aquela noite, o mundo tinha sido desconectado da tomada após um raio de dois metros; não existindo absolutamente nada além deles e de tudo aquilo que sentiam um pelo outro.
Quando finalmente deram o braço a torcer e decidiram que já era tarde, começaram a recolher todos os utensílios e também os resíduos produzidos, retornando-os à cesta de origem.
— Já foram todas as caixas ou esqueci algo?
— Faltou uma - respondeu, chamando a atenção do rapaz para a pequena e delicada caixa de veludo azul marinho que ela tinha em mãos.
deu uma risada nervosa, um pouco tonto com a situação - ou com o vinho. Provavelmente ambos.
, meu - ela começou. — Eu tenho um total de zero conhecimentos em primeiros socorros e como agir em casos de parada, então, antes que você morra do coração, eu preciso te dizer uma coisa. - Em uma pausa um tanto dramática, ela abriu a caixinha. — Isso não é uma aliança e eu não trouxe um contrato escondido na bolsa, pedindo para que você jure fidelidade completa ou arrancarei todos os seus bens perante a justiça.
Ele deu uma risada nervosa, ainda sem entender completamente o que estava acontecendo ali. O pequeno broche brilhava sob a luz da lua, refletindo todas as cordas delicadamente desenhadas em prata e preto. Uma pequena guitarra e, provavelmente, uma das mais legais que ele já havia visto. Daria uma ótima guitarra em tamanho real no palco.
— É claro que você não precisa usar se não quiser, mas eu pensei que você poderia colocar na roupa nos seus shows, para trazer sorte e levar um pedacinho de mim, para se lembrar de que eu sempre vou estar contigo, mesmo que do outro lado do mundo.
— É claro que eu vou usar. - E com certeza era o álcool, mas ele estava sentindo os olhos úmidos demais.
— E é por querer estar ao seu lado sempre que eu humildemente te pergunto: , aceita ser meu namorado oficialmente?
— Isso não está certo?
— O quê? - sentiu a garganta secar, questionando a si mesma se havia entendido tudo errado desde o primeiro dia e tinha tentado dar um passo maior que as próprias pernas, direto a um abismo sem fundo.
— Era eu que tinha que pedir você em namoro - ele reclamou.
respirou fundo, sentindo o completo pavor dos últimos minutos descer dos ombros.
— Bobeou, dançou - respondeu. — Agora, vê se deixa de ser um tonto conservador que eu estou esperando uma resposta.
sacudiu a cabeça, rindo daquela fala. Aquela era a mulher que ele conhecia e amava. Exatamente daquele jeitinho.
— É claro que eu aceito - respondeu. — Mas se você não me deixar fazer o pedido de casamento, nós teremos sérios problemas.





— Eu me senti um pouco patético naquele momento - o noivo assumiu. — Tinha passado dias pensando qual seria o melhor momento para aquilo e, de repente, ela já estava com tudo pronto. Mas essa é a minha e eu não me sinto nada envergonhado em admitir como ela sempre foi mais inteligente e esperta do que eu.
A mulher concordou, entre risos brincalhões.
— E esse é apenas mais um dos motivos pelos quais eu amo você com todo o meu ser. Eu sempre sonhei com a possibilidade de um dia encontrar a pessoa para quem eu escreveria absolutamente todas as músicas do universo. A mulher que faria com que todas as letras das canções de amor finalmente fizessem sentido. Bom, , você acabou sendo melhor que todos os meus sonhos e eu fico feliz em dizer que meu coração finalmente encontrou um lar. Eu te amo.
Todos aplaudiram, enquanto a mulher secava as lágrimas, ainda emotiva demais. Ele se aproximou, deixando um beijo demorado em sua testa.
— Acho que agora é a minha vez. - Ela riu da própria voz embargada. — Quer dizer, se eu conseguir falar qualquer coisa sem soluçar, não é?
E ela não era a única. Seus pais estavam abraçados, também demonstrando bem tudo o que sentiam ao colocar para fora da forma mais pura e líquida possível. Já estavam emocionados desde o instante em que a tinham visto pronta pela primeira vez, presa em um excesso de tecido branco e um véu talvez longo demais. Linda como a maior maravilha moderna do mundo.
, meu - começou, arrancando um sorriso dele. — Realmente, você sempre foi meio esquisito, mas acho que essa foi a coisa que mais me fez gostar de você desde o começo. Não posso dizer que eu era infeliz antes de ti, mas nós dois sabemos que eu não estava em uma das minhas fases mais simples. Quando eu comecei a voltar para casa com um sorriso bobo no rosto, parecendo uma adolescente recém-convidada para o baile por seu crush do colégio, minha mãe disse com todas as letras que eu havia encontrado a luz para me tirar de minha escuridão. Acho que eu nunca me esqueci disso porque, afinal, foi a melhor definição que encontrei para você em todos esses anos: minha luz.
“Você foi meu amigo, meu parceiro, meu cúmplice em ideias péssimas de coisas que nós não deveríamos ter feito, mas que um dia serão boas histórias. Não agora, nem tentem nos fazer contar. Eu acordo e durmo me agarrando a um amanhã no qual você está ao meu lado, desenhando um futuro nosso exatamente do jeito que sempre sonhamos. Em alguns anos, teremos nossa miniatura de gente e tudo o que eu mais quero é que ele tenha toda a sua bondade e alegria.”
— E a sua inteligência - ele completou, secando o próprio olho e arrancando dela um sorriso ainda mais largo.
— Pode ser. Nós não temos controle sobre isso. Mas uma coisa que eu sei e posso garantir é que essa criança vai ser intensamente amada, assim como hoje amamos um ao outro. Ela vai ser absolutamente obrigada a ver todos os filmes do Harry Potter e, se não gostar, continuará assistindo em looping até mudar de ideia. Ela também vai ouvir todas as nossas histórias, para aprender desde cedo que nós buscamos alguém que mova o mundo por nós e não quem se contente e acomode em ter alguém do lado, como se isso significasse pouca coisa. E é por isso que eles vão ser obrigados a me ouvir contando sempre a mesma história do nosso pedido de casamento e de como nós temos algum problema, pois todos os grandes momentos envolveram comida de alguma forma.





— Esse foi um dos melhores lanches que eu comi em toda a minha vida - admitiu, tomando o último gole de sua cerveja. Não fazia ideia de como tinham ido parar naquela lanchonete ou do porquê de estarem aproveitando seu último dia em Las Vegas com hambúrguer e cerveja em um local aleatório. Tudo o que ela sabia era que não se arrependia nem um pouco da decisão estranha do namorado.
— Vamos dividir uma sobremesa? - perguntou, recebendo um olhar vazio que era incrivelmente capaz de demonstrar o mais profundo descontentamento do universo.
— Tenta a sorte. - Ela deu de ombros ao se levantar. — Mas se eu voltar do banheiro e tiver só uma sobremesa, você pode ter certeza de que vai ao aeroporto amanhã com só uma mão.
O rapaz riu alto enquanto a observava caminhar até o banheiro e sumir de seu campo visual. Chamou um garçom e pediu as duas sobremesas.
piscou com força, tentando fazer a sua visão voltar à sua forma normal. Era ridículo como poderia já estar com os olhos pesando depois de pouco álcool. Talvez pudesse culpar o fato de que estava bebendo demais e dormindo de menos nos últimos dias como todo. Mas, naquele momento, ao menos enxergava bem o assento do vaso. Cervejas para ela eram chamados imediatos ao banheiro.
Sanada a sua necessidade, foi até o espelho, tentando arrumar os longos cabelos que começavam a demonstrar o efeito do shampoo diferente que tivera de comprar às pressas por se esquecer de colocar o próprio na mala. Teve que aceitar a própria situação e torceu intensamente para poder afogar sua insatisfação em um pedaço de bolo com chocolate o suficiente para enjoá-la.
As notas de uma canção conhecida começaram a soar da jukebox da lanchonete assim que ela pisou para fora do banheiro. Sorriu sozinha, já sentindo uma pontinha de alegria frente ao prenúncio de uma música que ela adorava tanto.
— It’s a beautiful night, we’re looking for something dumb to do - uma mulher foi até ela cantando. — Hey, baby, I think I wanna marry you.
franziu o cenho, tentando entender porque aquela desconhecida estava tão perto de si. E cantando.
— Is it the look in your eyes or is it this dancing juice? - Um homem continuou, fazendo-a tomar outro susto. — Who cares baby? I think I wanna marry you.
A mulher estava cada vez mais assustada, rindo nervosamente, enquanto tentava, sem sucesso, retornar à mesa. Honestamente, sequer sabia direito mais onde estava sentada de fato. Conforme outras pessoas iam se levantando e dançando ao seu redor, só via a situação parecendo mais confusa e sua cabeça se perdendo ainda mais.
A música ia se sucedendo, com os versos variando entre fala sobre uma pequena capela e um coral de igreja e ela tinha começado a rir por não saber como reagir àquilo que definitivamente não entendia. Continuava andando quase no ritmo da música e conforme as outras pessoas iam fazendo com que ela se deslocasse em meio à coreografia. Finalmente, o espaço tinha sido aberto e, ainda um tanto confusa, viu, alhado no meio do salão com a aliança mais linda da história, o homem a quem ela tinha certeza absoluta de que poderia entregar o título de ‘amor de sua vida’ sem qualquer receio.
— Hey, baby, I think I wanna marry you - ele cantou docemente, arrancando um sorriso largo dela. — , você aceita se casar comigo?
Ela levou a mão ao rosto, sentindo os olhos marejados.
— Com toda a certeza - confirmou, arrancando aplausos e gritinhos de comemoração de todos os funcionários e clientes, enquanto os dois se beijavam.
— Eu avisei que esse pedido eu ia fazer primeiro - ele lembrou.
— Eu ainda não acredito que você basicamente fez um flashmob para mim - ela disse entre risadas, com os braços ainda presos ao redor do pescoço dele.
— Acho que eu andei assistindo a comédias românticas demais - ele respondeu e ela assentiu, sabendo exatamente a que filme ele se referia. Por sinal, era ela quem havia feito com que ele o visse. Não poderia esperar uma recompensa maior pelo seu refinado gosto por filmes clichês e pouco valorizados, mesmo que consumidos em massa.
Seu dedo parecia pesado da forma mais linda e certa do universo com o anel brilhando nele. Em todos os seus sonhos mais malucos, não havia imaginado um momento como aquele e nem se dado conta de tudo o que poderia sentir nele.
— Ah, e esse papo de conhecer uma capela perto daqui é sério - retomou o diálogo. — Afinal, nós estamos literalmente em Las Vegas. O que raios viemos fazer aqui se não formos unidos em uma capela vinte e quatro horas por um cosplay ruim do Elvis Presley usando as roupas do corpo sem nenhuma coerência?
riu alto, até perceber que ele não estava rindo com ela.
— Isso é sério?
— Com toda a certeza.
Ela fez uma careta, mas deveria admitir que a ideia lhe divertia absurdamente. E, com certeza, daria uma ótima história para contar a família depois, mesmo que suas mães fossem matá-los.





— E que fique claro: elas não nos mataram, mas foi quase - ela comentou. — Quase nos mataram por casar longe de todo mundo e é por isso que estamos fazendo isso de forma tradicional aqui hoje, tendo conosco todos aqueles a quem amamos. Vocês vão ajudar a contar para os nossos filhos toda essa história louca.
, eu te amo com cada pedacinho de mim e sei que, independentemente do que nos aguardar no futuro, eu serei capaz de enfrentar absolutamente qualquer coisa enquanto tiver você ao meu lado. Você me faz forte e me transformou na melhor versão possível de mim mesma. E é quando você me olha nos olhos e diz que também me ama que eu sei que tudo, absolutamente tudo, sempre vai ficar bem.”
Ele estava chorando quando deu um beijo em sua bochecha, seguido do abraço mais apertado da história. Nada que ele conhecesse era mais puro e genuíno do que aquilo que mantinham entre eles. E, enquanto a tinha entre seus braços, não existia nada e nem ninguém que pudesse dizer a ele que aquilo não seria para sempre.


When you look me in the eyes
(Quando você me olha nos olhos)
I catch a glimpse of heaven
(Eu tenho um vislumbre do céu)
I find my paradise
(Eu encontro meu paraíso)
When you look me in the eyes
(Quando você me olha nos olhos)




FIM



Nota da autora: Claramente entrei na vibe dos ficstapes curtos e fofos. Resumindo: eu sou uma outra pessoa e não me reconheço mais. Mas espero que tenham gostado mesmo assim.
Para mais informações sobre minhas histórias e atualizações, entrem no grupo




Outras Fanfics:
01. Middle of the Night
02. Blow Me (One Last Kiss)
02. Stitches
03. I Did Something Bad
03. Take A Chance On Me
03. Without You
04. Someone New
04. Warning
05. You In Me
06. Consequences
06. If I Could Fly
06. Love Maze
07. Bossa
07. If Walls Could Talk
08. No Goodbyes
10. Is it Me
10. Simple Song
10. Trust
11. Robot
11. Nós
11. Under Pressure
12. Be Alright
12. Wild Hearts Can't Be Broken
13. Kiss The Girl
13. Part of Me
13. See Me Now
14. When You're Ready
15. Overboard
A Million Dreams
Daydream
Fly With Me
MV: Miracle
Not Over
Señorita
Wallflower


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