Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

I love to look into your big brown eyes
(Ah, eu adoro olhar dentro dos seus grandes olhos castanhos)
They talk to me and seem to hypnotize
(Eles falam comigo e parecem hipnotizar)
You say the things movido dares to day
(Eles dizem coisas que ninguém ousa dizer)
and I’m not about to left you fly away
(Eu não vou deixar você partir)


Os olhos do rapaz não conseguiam focar em outra coisa a não ser a entrada da universidade que, naquele horário, já não estava tão vazia como antes. tinha uma das mãos no bolso da calça jeans, à espera pela garota que não saía de sua cabeça desde sempre, e mesmo que adorasse olhá-la em todo momento que tivesse oportunidade, no fundo, se sentia frustrado por não conseguir, mesmo sabendo o quão infantil aquilo poderia soar, se declarar. O fato de conhecer desde que era pequeno lhe deixava um pouco mais ansioso por se lembrar de seus sentimentos e de como ficava extasiado pelos grandes olhos castanhos da garota quando se redirecionavam em sua direção, deixando um sorriso esperto transparecer em seguida.
E aquela ali era a sua perdição.
O rapaz sentia seu coração palpitar um pouco mais rápido e ansioso por vê-la se aproximar vagarosamente com sua amiga ao lado, andando de forma tão despreocupada e serena, demonstrando ser exatamente o tipo de pessoa que seria extremamente impossível de não ser amada. Sabia, com toda certeza, que aquele olhar e o sorriso que estampava seus lábios eram impossíveis de serem ignorados, até mesmo o jeito gracioso com que ela o chamava, ou quando apenas sorria em sua direção, mesmo com os trejeitos selvagens que ele realmente não sabia compreender como combinavam tanto com aquele sorriso doce que ela tinha.
Aquilo o fez se questionar o porquê de não ter se declarado ainda como tanto queria, de não dizer que a queria a todo o momento e a todo o instante, que queria que ela fosse sua. O fez se questionar ainda mais por que que com ela era daquela forma, já que não fazia cerimônia em dizer algo quando e como queria, nem mesmo tinha paciência para esse tipo de coisa, mas com
Com ele sentia que voltava a ser criança, um adolescente com o tão conhecido frio na barriga quando via seu primeiro amor passar por perto.
Se sentia tão tolo por estar daquela forma, mas sabia que o efeito que ela tinha sobre ele era surreal demais para que fosse explicado de alguma forma. Então a única explicação plausível que havia conseguido refletir era de que, por mais ridículo que poderia ser, era a pessoa certa.
E toda vez que batia seus olhos no rosto delicado da garota, ele não podia ter mais certeza daquilo.
, ‘tá fazendo o que aqui fora ainda? A aula já vai começar — disse, ao se aproximar do rapaz. Naquele momento, seu corpo permanecia recostado à parede da universidade, como se não tivesse pressa alguma em entrar. O rapaz abaixou seu olhar em direção ao dela e deixou um sorriso contido transparecer. — Você não vai entrar?
— Eu vou, eu só… — “Só estava esperando por você” era o que queria dizer. soltou um pigarro e pressionou os lábios. — Só queria um pouco de ar fresco antes de entrar, mas já que você chegou… vamos?
A garota deixou a cabeça cair para o lado lentamente e franziu o cenho com a atitude do rapaz, mas logo fechou os olhos brevemente, assentindo. O esperou para que pudessem seguir para dentro do lugar, engatando em uma conversa agradável. Não era como se nenhum dos assuntos que ela fazia surgir os incomodassem, pelo contrário, só fazia com que ele se sentisse muito mais confortável ao lado da garota e, sempre que podia, redirecionava seu olhar minimamente em direção a ela, podendo ver um pouco do sorriso que tanto gostava crescer nos lábios de . Aquilo só fazia seu coração esquentar um pouco mais, como sempre acontecia quando ela estava por perto.

***


tinha seus olhos vagando por todo o lugar enquanto conseguia ouvir de forma evidente as conversas das pessoas ao redor, as risadas nasaladas e altas, o barulho do sino de entrada tocando, indicando mais um cliente do lugar, e seu casal de amigos conversando, na mesma mesa em que ele permanecia sentado.
O seu semblante era calmo, quase tranquilo, não fosse pelo cenho franzido como de praxe costumava estampar, mas naquela noite em especial, por um motivo bem específico, já que a única coisa que ele conseguia pensar naquele instante era em como continuava deslumbrante, mesmo com o avental do Café 105, enquanto caminhava de um lado para o outro com os pedidos ordenados em mãos.
Os cabelos presos ao rabo de cavalo, o sorriso adorável no canto dos lábios, o faziam se questionar onde foi que havia merecido, algum dia, a companhia da garota que lhe chamava atenção em todas as vezes que passava por ele, já que ele era o completo oposto daquela mulher. sempre fora mais reservado, mais quieto e introvertido, o que realmente demonstrava ser o contrário, já que sabia ter uma conversa fácil, completamente amigável e comunicativa.
Continuou com o olhar sobre o dela, enquanto à sua frente e conversavam de forma animada enquanto erguiam uma batata frita em direção à boca um do outro volta e meia, quase se esquecendo de que ainda estava ali. Claro que ele não ligava para aquilo, em outros tempos, com toda certeza reviraria seus olhos com todo aquele gesto ridículo que duas pessoas apaixonadas demonstravam, mas nos últimos meses e naquele momento ele até arriscaria dizer que era engraçadinho observar os dois daquela forma, deixando bem nítido o jeito que estavam apaixonados.
Ele poderia estar maluco ou até doente, mas queria que algum dia fosse ele e daquela forma, tão apaixonados quanto e , mas será que com toda a incerteza que estava sentido poderia fazer aquilo acontecer? Os pensamentos sobre se declarar de vez para a mulher rondavam sua cabeça nas últimas noites de forma tão evidente, tão clara que queria mais do que tudo fazer aquilo acontecer de vez.
Então, achou que talvez pudesse realmente fazer acontecer, por isso suas mãos suavam a todo o momento, o que o fazia se praguejar constantemente.
— Ei, . Olha aqui. — estendeu uma das mãos em direção ao seu rosto, estalando os dedos. — Não fique tão nervoso, é óbvio que vai dar tudo certo.
— Por quê? Você está sabendo de alguma coisa? — perguntou de forma calma, levando um dos braços ao encosto do sofá, tentando demonstrar toda a calma que ele sabia que não estava tendo naquele momento.
— Não é isso, cara. Já vi você remexer esses dedos milhares de vezes. — deu de ombros, tirando sarro do amigo. — E está muito mais que estampado na sua testa o que quer fazer.
revirou os olhos, tentando ignorar todos os comentários que estavam sendo feitos pelos dois naquele momento. Não era como se realmente não estivesse sabendo ou até mesmo sentindo o que se passava em seu coração, mas não queria que seus amigos ficassem o lembrando daquilo. Ele não precisava.
— Você pode até tentar passar todo esse ar de machão com essa jaqueta de couro e a carinha de emburrado, mas nós dois aqui sabemos — apontou para ela e o namorado — que você é um bobinho apaixonado!
Dito isso, ergueu o corpo rapidamente para frente, estendendo as mãos em direção ao rosto do rapaz, apertando suas bochechas levemente, o que só arrancou uma risada nasalada de , a fazendo rir também.
— Aish! Dá para falar baixo, por favor? Obrigado — bufou, olhando rapidamente para o balcão em que estava, tentando ver se ela havia visto aquela cena. — Não é nada disso que vocês estão pensando.
— Ah, não? — o amigo perguntou, soltando um suspiro enquanto levava uma das mãos em direção ao queixo, de forma pensativa. — E o que era tudo aquilo no carro? Um saco de dormir, uma garrafa de vinho, um…
— Eu já falei para falar baixo — rosnou para o amigo, semicerrando os olhos enquanto o olhava. — Vocês são um pé no saco, nem sei por que os acompanho.
— Para ver , ué. Não está óbvio?
fez uma careta, conseguindo alcançar seu objetivo ao ver as bochechas de ficarem em um tom mais avermelhado do que já estavam e deixou um sorriso sapeca escapar de seus lábios ao vê-lo bufar, desviando seu olhar.
— Parem, vocês dois.
tentou cortar o assunto, deixando uma risadinha leve escapar ao ver toda a implicância dos dois. Claro que estava mais do que óbvio o que estava pensando nos últimos meses, o que queria fazer naquela noite e a única coisa que ela conseguia achar era adorável a forma como ele estava tentando fazer tudo da melhor forma para , sua amiga.
sentia seu coração acelerar dentro do peito, o famoso frio na boca do estômago aparecer vez ou outra e o nervosismo se tornando evidente a cada minuto que se passava. Ele tentava engatar até mesmo em uma conversa com os amigos como se aquilo fosse fazer o tempo passar mais rápido, jogava algumas batatas na boca, batucava os dedos na mesa de madeira e sempre que tinha oportunidade, seguia seu olhar em direção ao relógio redondo na parede acima da bancada principal.
Ele não sabia descrever ao certo toda aquela mistura de sentimentos que o invadiam todas as vezes que batia seus olhos no rosto de e piorava quando ela sorria daquela forma completamente encantadora. Não sabia quantas vezes tinha se perguntado se o que sentia era real, se não era loucura de sua cabeça, mas achou loucura maior pensar naquilo. Não tinha como não ser autêntico.
Respirou fundo, e já tinha perdido as contas de quantas vezes havia feito aquilo, e com isso, ergueu o olhar, sentindo a respiração parar por um instante ao ver caminhar em direção à mesa em que estava, desta sem o avental e com os cabelos ondulados soltos e caídos sobre seus ombros.
Droga… Por que tinha que ser tão linda?
— Vocês realmente me esperaram até o final do expediente? — Arqueou as sobrancelhas, olhando para cada um que ali estava. Quando parou seus olhos em , sorriu um pouco mais. — E você também.
— Eu disse que viria — respondeu emburrado e deixando um bico quase imperceptível crescer nos lábios. Ela deixou uma risadinha escapar, enquanto puxava um assunto qualquer.
O rapaz deixou seu olhar cair um pouco mais sobre o rosto dela, o nariz delicado da mesma forma que suas bochechas e os lábios desenhados e avermelhados pelo pouco frio que fazia naquela noite. Como alguém poderia ser tão encantadora apenas por ser ela mesma? A verdade era que o rapaz nunca pensou que se apaixonaria por alguém justo como , não que aquilo fosse ruim, mas era o completo oposto da mulher, não era como se fizesse sentido, mas…
E quem disse que era para fazer?
Quase deixou uma risada fraca escapar com seus pensamentos, mas pôde sentir uma cutucada em seu braço, o fazendo piscar algumas vezes, voltando a prestar atenção no que diziam.
— Eu vou levar para casa. Já está na hora. — olhou no relógio de pulso, erguendo o olhar e assim deu uma piscadela rápida para , como se o fizesse perceber que aquele poderia ser o momento exato para sair com . rolou os olhos discretamente. — Você leva ?
— Claro.
Assentiu, pressionando os lábios e antes que pudesse se levantar, deixou o olhar cair depressa sobre a garota, podendo ver que as maçãs de seu rosto haviam ficado um pouco mais rosadas, quase como se estivesse um pouco envergonhada.
Que adorável — pensou consigo mesmo, antes de sair da lanchonete acompanhado do restante dos amigos. Deixou que se despedisse da amiga, demorando um pouco mais ao perceber que a havia puxado um pouco para longe e começou a se sentir mais nervoso do que antes por saber que a hora estava chegando, que logo iria dizer tudo o que sentia.
Quando os dois entraram na caminhonete, um silêncio confortável se instalou, e depois de ligar a ignição, saindo do estacionamento, a olhou brevemente, podendo ver remexer a cabeça lentamente pela música baixinha que tocava pelo rádio.
— a chamou, fazendo com que ela virasse o rosto em direção a ele, deixando um sorriso leve nos lábios. — Eu queria te levar a um lugar antes de ir para casa. O que você me diz?
— Claro! Podemos, sim.
Respondeu sem pensar muito e aquilo só fez com que se sentisse um pouco esperançoso com todo seu planejamento. Os dedos batucavam impacientes no volante na medida que ia se aproximando do lugar que queria, um dos morros de Seul, o que dava a melhor e mais bonita vista para a cidade. Ele sabia que adorava aquele lugar sempre que iam ali, adorava poder observar as luzes de cada lugar e as estrelas que brilhavam no céu escuro lhe dando a paisagem que era, não só para ela, mas para também, inexplicável.
— Não acredito que você me trouxe ao monte, disse, colocando uma das mãos no vidro do carro na medida que ele foi estacionando e, ao virar para olhar o rapaz, ele pôde perceber o olhar brilhante que ela tinha.
— Você gostou?
— Que pergunta é essa? É óbvio que eu gostei! — Deixou uma risadinha escapar, saindo do veículo junto a ele. Ela seguiu em direção à frente do carro, deixando o corpo recostar ali, podendo ver o céu de forma clara, completamente estonteante. — Caramba, olha só essa vista!


Stayin' up all night in the sleepin' bag
(Nós ficamos acordados no meu saco de dormir)
You got a heart-beatin' rhythm from the subterrain
(Você tem o ritmo de uma batida de coração do subterrâneo)
I really love you little girl, I don't need to explain
(Eu realmente te amo, garota, eu não preciso explicar)
I love you 'cause your deuces are wild, girl
(Eu te amo porque seus modos são selvagens, garota)
Like a double shot of lovin' so fine
(Como uma dose dupla de amor é tão bom)


— Não é incrível? Eu tenho certeza de que quase ninguém sabe desse lugar e é uma pena, já qu… — deixou a voz sumir aos pouquinhos e olhou para o lado, só então notando que não estava ali e um pequeno barulho vinha da parte de trás do carro. Ela franziu o cenho, virando o corpo. — ? ‘Tá fazendo o que aí?
— Vem cá — disse um pouco mais alto, batendo a porta de trás do veículo e esperou que a garota caminhasse em direção a ele, podendo ver os olhos dela se arregalando gradativamente ao ver o que a esperava. O rapaz tinha uma garrafa de vinho em uma das mãos, enquanto a outra estava dentro de um dos bolsos da calça jeans escura. Ele tentava conter um sorriso idiota que se formaria facilmente no canto dos lábios e desviou o olhar rapidamente, para espantar sua vergonha. Aquela noite em Seul estava gelada, mas o nervosismo do rapaz o fazia achar o contrário daquele clima.
— O que é isso? ? — perguntou, sentindo seu corpo esquentar. Observou a carroceria da caminhonete forrada com um edredom grosso, uma manta dobrada e alguns travesseiros pequenos espalhados por ali. Parecia um cantinho extremamente confortável e não conseguiu conter o sorriso que surgia em seu rosto.
— Eu pensei que, talvez, pudesse ser uma boa ideia conversarmos um pouco... — disse, ainda sério e de forma direta, trocando a garrafa de vidro de mãos, como se aquilo o fizesse se acalmar. ainda tentava conter um sorriso bobo nos lábios com toda aquela cena e os pressionou com o olhar do rapaz voltando para si. Não conseguia acreditar que ele realmente estava fazendo aquilo. — E passamos um tempo… juntos.
Disse a última palavra um pouco mais baixo, caminhando lentamente em direção a ela, podendo ver claramente o quão deslumbrada com aquele pequeno gesto ela estava. Para , aquilo era algo tão pequeno e mínimo a se fazer, mas a expressão no rosto de evidenciava o contrário.
— Você é incrível, . Isso tudo é incrível. Eu nunca iria imaginar que você iria fazer algo assim. — Segurou suas próprias mãos, voltando a olhá-lo. O rapaz engoliu em seco, deixando seu olhar pousar sobre o dela, como se não precisasse dizer nada naquele momento, apenas observá-la o máximo que pudesse. tinha um brilho no olhar que ele não conseguiria explicar nem se quisesse e ela pensava exatamente da mesma forma, não sabendo expressar o que era tudo aquilo que sentia no momento.
não conseguia parar de olhá-la, não conseguia nem mesmo dizer uma palavra porque sua vontade maior era de segurar o rosto da garota que estava à sua frente e beijá-la como se não houvesse amanhã.
— Obrigada por isso. De verdade — disse um pouco mais baixo, recebendo um aceno negativo em resposta antes que pudessem subir em cima da carroceria e, assim, se ajeitar devidamente. Tudo naquela noite parecia estar colaborando, não era só o vento fraco, nem mesmo o céu estrelado, mas todo o misto de sentimentos que eles sentiam por estarem ali, juntos, apenas apreciando a presença um do outro.
conversava de forma leve, os olhos agora pousados nas estrelas que cintilavam pelo céu escuro e na medida que ia se remexendo em algumas explicações, sentia o corpo ceder um pouco mais em direção a . O rapaz também conversava como ela, sem perceber o que acontecia, mas a verdade era que ele preferia mil vezes apenas ouvir a melodiosa voz da garota ecoando por seu ouvido.
Aquilo estava sendo melhor do que havia planejado, mas foi quando o silêncio pairou pelos dois, os fazendo ouvir alguns insetos ao redor e o barulho da cidade um pouco ao longe, que suspirou, respirou fundo algumas vezes e engoliu em seco antes de dizer o que tanto queria.
— a chamou, podendo ouvir um “Hm” em resposta. Demorou um tempo até que ele pudesse continuar, mas resolveu por tomar coragem, já que sabia que se demorasse muito, não o faria. — Eu queria te contar uma coisa, mas antes quero deixar claro que vou entender se não houver resposta.
— O que foi? Assim você me deixa preocupada. — Virou o rosto em direção a ele, erguendo o corpo um pouco mais. olhou para o céu uma última vez naquele instante e olhou em direção a ela, piscando algumas vezes. Ao ver a expressão curiosa da garota, sorriu minimamente.
— Você se lembra de quando éramos crianças e tudo o que eu fazia ou pensava em fazer era para te tirar do sério? — Aquela pergunta fez a garota soltar uma risada fraca e fechar os olhos brevemente ao se lembrar da infância. , ao ver a cena, se perguntou se poderia estar no céu com toda a graciosidade da garota. Ela assentiu. — Até mesmo quando você apareceu com seu primeiro namoradinho e fez questão de me apresentar, sabendo que aquilo me irritaria mais que o normal. Eu fiquei sem falar com você por alguns dias e você, mesmo assim, não entendeu o porquê daquilo. — Balançou a cabeça, fechando os olhos brevemente e os abriu, podendo avistar o rosto de próximo ao seu. — Você nunca entendeu muito bem e acho que até hoje não entende, mas eu quero dar um basta nisso. Quero deixar claro uma coisa para você, .
deixou o olhar cair dos olhos escuros da garota para seu nariz e, por último, seus lábios, tentando segurar a enorme vontade que crescia dentro de si de puxá-la para o beijo que tanto queria.
— Eu amo você, . Eu te amo desde que éramos pequenos. Eu entendi isso quando percebi que te ver com outra pessoa me deixava louco, inteiramente enciumado e apavorado de saber que poderia te perder. — Na medida que ia dizendo, deixava o rosto se aproximar lentamente do dela, podendo vê-la arfar com sua proximidade, mas ainda sem acreditar em toda a declaração. — Eu te amo por ser quem você é, por ser extremamente delicada e selvagem ao mesmo tempo, por nunca ter soltado minha mão e por nunca, nem mesmo por um segundo, desistir da minha amizade. Eu te amo, .
A garota tinha os olhos presos aos de , quase como se estivesse hipnotizada por sua fala e pelo jeito que ele falava. A verdade era que ela não sabia o que falar, não sabia o que responder. Não sabia porquê… porque era tudo o que ela queria dizer a ele, era tudo o que ela sentia por ele.
Não demorou para que o silêncio pudesse pairar por ele mais uma vez, já que, sem pensar muito, levou as mãos em direção ao rosto do rapaz, o puxando para perto e deixando que seus lábios seguissem em direção aos dele, iniciando um beijo calmo, os fazendo sentir o novo.
fechou os olhos com o toque da garota, podendo sentir que seu corpo começava a anestesiar aos poucos por senti-la tão próxima daquela forma, era quase como se ele estivesse dormindo, em um sonho tão bom que não queria acordar.
— Você demorou — ela murmurou entre o beijo, se afastando minimamente para olhá-lo. — Mas eu fico feliz por ter me dito isso, , porque eu também amo você, sempre amei.
— Você… sério? — Arqueou as sobrancelhas, perguntando desacreditado. — Desde quando?
pressionou os lábios, tentando conter uma risadinha que logo surgiria com sua pergunta e inclinou a cabeça levemente antes de respondê-lo.
— Desde que levei o Noah lá em casa para te fazer ciúme. E ele nem era meu namoradinho. — Levou uma das mãos à boca, como se tivesse dito algo proibido e começou a rir em seguida pela expressão que havia feito ao ouvi-la. O rapaz piscou algumas vezes, tentando processar o que ela havia dito, e quando de fato fez aquilo, abriu e fechou a boca, como se não soubesse o que responder.
— Eu não acredito, . — Semicerrou os olhos, erguendo o seu corpo para ficar um pouco mais acima dela. — Só por conta disso você vai ter que namorar comigo e, de preferência, seguir os próximos passos também. O que me diz?
Com isso, deixou seu corpo ficar por cima do dela, deixando um sorriso aberto escapar de seus lábios ao ver a expressão da garota. nunca tinha visto sorrir daquela forma e saber que era por ela a deixava inteiramente emocionada.
— Não precisa nem perguntar duas vezes.
E, com isso, se beijaram mais uma das tantas vezes naquela noite.



***


And the moral of the story, I can testify
(E a moral da história, eu posso explicar)
I get stoned on you girl, that's the best reason why
(Eu fiquei paralisado por você, garota, essa é a melhor explicação)


podia ouvir um barulho ao longe, quase como se nem fosse real, mas aos pouquinhos, na medida que acordava, podia ouvir o som ficar mais evidente pelo cômodo em que estava, e assim que se permitiu abrir os olhos vagarosamente, pôde avistar o teto branco de seu quarto de forma embaçada por ter acabado de acordar. Ele conseguia ouvir claramente a televisão ligada na sala, o cômodo ao lado e assim que se lembrou do que acontecia, da sua realidade, minimamente começou a sorrir um pouco mais, fazendo com que seus olhos fechassem mais uma vez ao se lembrar da sequência de sonhos, ou seria melhor dizer, lembranças que havia tido. Todas as recordações que faziam com que ele não sentisse arrependimento algum por tudo o que havia acontecido, pelo pedido naquela noite estrelada na caminhonete, pelo brilho que estampava o olhar de naqueles anos de namoro serem por sua causa, pelo noivado inesperado e pelo casamento.
E a única coisa que rondava sua mente naquele momento era que ele não podia pedir por mais e, ao ouvir a voz do outro lado, pôde ter certeza de que as coisas estavam até melhores do que poderiam estar.
Mamãe! Mamãe! O papai acordou!
A pequena dizia de forma agitada e mais alta do outro lado e o que pôde se ouvir em seguida foram pequenas batidas na porta do quarto, mesmo estando entreaberta e sendo empurrada com dificuldade pelas pequenas mãos de sua filha. Não demorou muito para que pudesse ver o rostinho redondo da pequena sorridente adentrando o quarto.
— Papai!
— Ô, meu amor, vem aqui. — Ele bateu no espaço vazio a seu lado, podendo ver a garotinha correr em sua direção. estendeu os braços para pegá-la e assim que o fez, pôde sentir os bracinhos enlaçando seu pescoço. — Você já está dando trabalho para a mamãe?
levou as mãozinhas aos olhos e sorriu, negando.
— Não, papai. É que eu queria passear com você, mas a mamãe disse que você ‘tava muuuito cansado. — Abriu os bracinhos, tentando demonstrar a intensidade. riu, deixando alguns beijos no rosto da filha. — Você não ‘tá cansado agora mais?
Ele balançou a cabeça em negação e a pequena soltou um gritinho em animação, deitando por cima de mais uma vez, de forma delicada, desta com a presença da mulher adentrando o quarto, observando a cena que ocorria. a observou por um tempo, contemplando a beleza que ela havia adquirido ainda mais com o tempo que havia passado e se deu conta de que mesmo com todas as mudanças ao decorrer dos anos, ela continuava sendo sua garota selvagem e adorável. Como sempre havia sido.
— Então quer dizer que a bagunça por aqui já começou? — olhou para os dois e se aproximou, se sentando ao lado de , que ergueu o corpo, se sentando junto dela, não antes de deixar um beijo demorado em seus lábios. Não muito diferente dos outros dias, deixou que seus olhos ficassem pousados sobre ela, como se nunca fosse se cansar daquele ato e a mulher voltou seu olhar em direção ao dele, franzindo o cenho, com um sorriso de canto.
— O que foi, amor?
— Sonhei com você essa noite. — Sorriu como ela e levou uma das mãos em direção ao rosto da mulher, o acariciando levemente. — Não faz ideia de como estou feliz por ser minha realidade também.
sentiu o coração aquecer com aquele pequeno comentário e pressionou os lábios, o vendo brincar com a pequena e se sentiu inteiramente completa ao olhá-lo tão satisfeito, tão feliz daquela forma, e ela não podia estar diferente.
virou o rosto do de para mais uma vez e deixou um sorriso radiante tomar conta de seu rosto, deixando mais um beijo delicado nos lábios de sua esposa.
— Eu te amo, garota — disse, semicerrando os olhos, podendo ver dizer o mesmo e soltar uma risadinha fraca após, não antes de observar os olhos brilhantes de em direção aos dois, como se estivesse vendo uma cena graciosa. — Agora… Vamos passear?
Com um gritinho animado, abraçou os pais, deixando que pequenos beijinhos fossem distribuídos em seus rostos.
E aquilo havia sido o suficiente para que sentisse que não precisava de mais nada, sabendo exatamente que se declarar naquela noite, debaixo das estrelas no monte Namsan, foi a melhor decisão que poderia ter tomado algum dia.

Like a double shot of lovin' so fine...
(Como uma dose dupla de amor é tão bom...)


FIM



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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