Última atualização: 12/07/2021

Capítulo Único

Blue is all I've ever really known
Playing records that I couldn't own
Walking fast into the ticket line
Walking slow to save a lonely night

O cabelo escuro de estava preso em duas tranças laterais estilo boxeadora. A ex-barista vestia sua calça preta, uma blusa de manga longa branca e, em seus pés, usava sua bota mais confortável. Era mais uma noite de trabalho e a mulher estava cansada. Havia sido demitida por ter batido em um cliente que tentara colocar a mão dentro de seu decote. O sexto copo de whisky no balcão já estava quase vazio, quando ela percebeu a presença de alguém.
— Luigi. — ela disse.
— Preciso de você, . — ele disse, sério. — É questão de vida ou morte.
— Ótimo. — ela resmungou. — Qual princesa ou príncipe iremos salvar essa noite?
— Você está bêbada? — ele perguntou, irritado. — Não tenho tempo para isso. está em perigo.
Em questão de segundos, todo álcool que tinha em seu corpo pareceu sumir. A mulher empertigou-se e finalmente encarou seu melhor amigo. Ele estava sério, então percebeu que aquela não era mais uma de suas brincadeiras.
— Ótimo, o álcool passou. — ele estendeu a mão para ela e ela rapidamente aceitou. — Precisamos chegar na fronteira da cidade.
— Você pode, por favor, me dizer o que está acontecendo?
foi buscar uma carga importante e a máfia de Chicago decidiu atacar. — ele contou. — Nosso infiltrado nos contou agora de noite.
— Ele nunca busca carga. — disse. — Por que ele foi dessa vez?
— É uma carga das grandes. — ele comentou. — Me ofereci para ir, mas ele, hm… precisava manter a cabeça ocupada.
— Merda, Luigi. — ela resmungou. — E me deixa adivinhar… Vocês conseguem falar com ele ou com qualquer um que está lá.
— Exato. — ele disse ao atravessar a porta do bar. — Eu não confio em ninguém além de você para salvar a vida dele, .
engoliu em seco. Sabia que daria a vida por num piscar de olhos sem que pedissem. Tinha noção que se Luigi estava lá era porque o assunto era sério e eles não estavam lidando com uma situação mais tranquila.
Apesar de ter saído da máfia há quase um ano, ainda fazia o mesmo tratamento intensivo que estava acostumada a fazer enquanto era membro. No entanto, não tinha armas além de suas facas e Luigi parecia saber disso, uma vez que o banco traseiro de seu carro estava lotado de armas e munições. A mulher tremeu só de pensar em algo acontecer com naquela noite. Mas ela não deixaria, nem que seu coração tivesse que parar de bater por isso.

I'm sweeping up at 9 a.M
Unable to pay my rent
Across the bar, beneath the mess
Of alcohol and cigarettes
There's ten more hours of life I missed
But I don't even need them back because I found you



Enquanto Luigi dirigia pelas estradas do oeste, organizava as armas na parte de trás. A maioria das armas estava sem munição e ela teve o trabalho de organizar todas elas. Separou as que Luigi costumava usar e pegou três para si.
— Faz tempo que você não atira? — ele perguntou, olhando-a pelo retrovisor.
— Um pouco.
— Ótimo, porque tem um carro nos seguindo. — ele disse, tenso. — Vou abrir o teto e você vai ter que se livrar deles.
— Ótimo. Eu estou cheia de raiva para descontar.
Assim que abriu o compartimento, colocou parte do corpo para fora e mirou no homem que estava no banco do carona. Sem hesitar, apertou o gatilho e a arma, que estava com silenciador, disparou. Apesar de ter sido vista, agiu rapidamente. O para-brisa se partiu e o motorista oscilou levemente na estrada. Os estilhaços acertaram os dois, apesar de um já estar ferido.
Um homem que parecia estar na parte traseira do carro apareceu na janela e disparou um tiro em sua direção. rapidamente se abaixou e Luigi tentou tirar o carro da direção do tiro, mas foi inevitável.
— Filho da puta, meu carro! — Luigi ralhou.
— Obrigada por se preocupar comigo, querido. — soltou a frase num tom cheio de sarcasmo.
— Volte a atirar. E dessa vez atire no maldito que atirou no meu carro.
voltou para sua antiga posição e mirou no homem que atirava no carro. Antes que ela conseguisse atingi-lo, ele conseguiu machucá-la com um tiro de raspão, o que a deixou extremamente puta. Sem hesitar, mirou na cabeça do atirador e se deliciou com a cena de ele caindo pela estrada. Sentindo seu braço latejar, a mulher atirou no motorista, que rapidamente perdeu o controle do carro e bateu no poste.
— Merda! — ela resmungou ao ver que seu braço sangrava.
— Você está gravemente ferida? — ele perguntou. — Já estamos chegando.
— Não. — foi tudo que ela disse. Estava concentrada em achar algo que pudesse estancar seu machucado. — Me desculpe, Luigi.
— O quê? O que você vai fazer? — o Consigliere da Camorra perguntou, irritado. Antes que ela respondesse, viu rasgar uma de suas camisas favoritas. — Merda, . Tem três camisas aí.
— Não me importa. — ela disse. — Preciso estancar isso aqui para conseguir atirar.
Com resmungos de Luigi, ajeitou o pedaço de pano ao redor do braço e a adrenalina a impedia de sentir dor. Assim que Di Biasi estacionou o carro, conseguiu ver parado fora de um carro. Seu coração acelerou só na hipótese de vê-lo machucado.
— Vamos embora, Luigi. — ela terminou de prender as armas em seus coldres. — Temos alguns homens para matar.
— Você é minha pessoa favorita no mundo, saiba disso, . — ele riu. — Mate-os sem pena.
— Nunca tive. — ela deu de ombros.
O movimento dos dois foi sorrateiro e não chamou atenção nem do irmão de Luigi. rapidamente avistou dois atiradores em dois cantos diferentes e Luigi escolheu um para matar. fez o mesmo. Um homem musculoso vinha por trás de e mirou no meio de suas costas. Com o corpo caindo, deu um pulo e assim que avistou a morena, seu coração acelerou.
— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou.
— Cale boca e atire quando necessário. — ela ordenou e puxou para fora dali.
Apesar de não ter feito esforço nenhum, estava sem fôlego. Estar perto de era a pior distração de todas, ainda mais quando ele não podia tocá-la. Os dois entraram no galpão onde estavam as drogas que a Camorra havia comprado e a mulher se espantou.

I found you
I can't believe I get to know you
Woah, I can't believe I get to show you
I had no one 'til I found you
'Til I found you

— Uau.
— O que você está fazendo aqui?
— O pessoal de Chicago armou uma emboscada. — ela lhe contou. — Para acabar com você.
— E o que você faz aqui? Ainda não entendi.
— Não sei se ficou claro, mas vim ajudar.
— Você não faz parte da máfia. — disse, sério.
— É? Então ótimo, posso ir embora. — assim que se afastou de , ele a puxou de volta e, pela força que o homem fizera, ela foi direto em seu peito.
— Fica calada. Tem gente aqui. — ele disse e ela bufou. Rapidamente, os dois estavam com as costas grudadas e foram caminhando pela extensão de corredores do local para identificar quem estava por lá.
Quando estavam prestes a decretar que a área estava limpa, dois homens os cercaram e eles tiveram que se separar.
seguiu pela direita e ouviu um tiro no outro corredor. Esperava, de todo coração, que fosse da arma de . O homem que a seguia atirava sem critério nenhum e, assim que percebeu que ele estava sem munição, atirou em seu braço direito. Quando viu que ele estava prestes a pegar a arma que deixara cair, pisou o mais forte que conseguiu em seu peito. foi para outro corredor ver se estava bem, mas foi surpreendida por um dos capangas rivais.
— Fique quieta. — ele disse e ela ficou nervosa. — Vamos procurar o Capo.
— Me solta. — ela tentou se soltar, mas ele posicionou uma grande faça em sua jugular.
— Ora, quem temos aqui? — o homem sorriu. — Di Biasi.
— Largue-a, Vicenzo. — ordenou. sabia que ele estava prestes a perder o controle, pois a veia em sua testa estava saliente. — Agora.
— Abaixe sua arma. — o homem ordenou. — E jogue todas as suas facas no chão.
— Você é idiota se acha que… — começou a falar, mas assim que viu cautelosamente se abaixar para colocar a arma no chão. — Levante agora, seu bastardo.
— Calada. — Vicenzo falou. Com a mão esquerda, arrastou uma de suas lâminas no braço machucado dela.
— Eu estou fazendo o que você quer. — disse, nervoso. — Não precisa machucá-la.
… — ela o chamou com a voz embargada. — Não faça isso.
, se acalme. — ele pediu a mulher.
— Parem de palhaçadas. — Vicenzo ordenou. — As facas no chão. Agora.
O desespero de ia crescendo conforme Di Biasi ia jogando suas facas no chão. Rezava para o Deus que ela nem acreditava para que ele tivesse um plano por trás daquilo, mas ele parecia não ter. Ele estava abrindo mão da vida dele pela dela.
— Você não vai morrer por mim hoje, Di Biasi. — ela disse baixo. Respirou fundo e concentrou toda sua força na cotovelada e no pisão do pé de Vicenzo.
Assim que o homem afrouxou o aperto com a faca no pescoço dela, tentou sair, mas o homem a segurou forte pelo ombro e a ex-Executora da Camorra soltou um grito de dor.
Antes que pudesse fazer alguma coisa, Vicenzo fincou a faca na barriga de , fazendo com que tudo parasse por um segundo. poderia morrer. Ela estava ali, brigando pela vida de .

Early mornin' in the market place
Freezing rain falling in my face
Heavy sky on the same old town
Heavy head, I'm slowly breaking down

! — foi a última coisa que ouviu antes de seus olhos fecharem.
O estrondo feito por Luigi chamou atenção do capanga da máfia de Chicago e tudo que o Capo da Camorra fez foi correr até o corpo da mulher que ele amava. Luigi atirou duas vezes em Vicenzo que cambaleou antes de cair, numa falha tentativa de se escorar no corredor. O Consigliere da Camorra correu assim que viu a blusa preta de seu irmão brilhar pela quantidade de sangue que jorrava. As coisas não iam ficar bem.
— Ei, ei. — chamou que, falhamente, tentou abrir os olhos. — Olha para mim, vai ficar tudo bem.
, leve-a para o hospital. — foi tudo que Luigi disse. O homem se aproximou de Vicenzo e antes que ele pudesse finalizar, ouviu a voz do irmão.
— Não o mate. — ele disse, sério. — Voltarei depois para cuidar dele.
A mão trêmula de estava perdida entre tanto sangue que saía da barriga de , mas ele firmemente levantou-se e a pegou no colo. Sem dizer uma palavra ao irmão, o Capo saiu do galpão e foi em direção a seu carro. Quando chegou, abaixou seu banco e colocou no lado do carona. não acreditava em Deus ou coisa parecida, mas pedia com todas as suas forças que qualquer coisa que existisse e regesse o universo a protegesse. Apesar de não contar a ninguém, era seu mundo. Era ela quem o desafiava para testar seus limites, era ela que acabava com toda calmaria que ele tinha, mas também era ela que lhe trazia paz.
Já na estrada, tudo que ele fazia era pisar cada vez mais forte no acelerador, como se, de alguma maneira, o carro pudesse correr mais rápido do que já corria. Di Biasi jamais se perdoaria se aquela mulher morresse naquela noite por ele. Seria a coisa mais burra que ela teria feito em toda sua vida. Uma tosse de lhe tirou de seus devaneios e ele olhou para sua esquerda.
. — lágrimas escorriam pelos cantos dos olhos de e aquilo lhe causou um desespero gigante.
— Não fale, por favor. — ele pediu. — Já estamos chegando. Você não vai morrer hoje, .
— E-eu amo você. — ela disse baixinho, quase que num sussurro.
— Eu amo você, . Você não pode me deixar. — ele beijou a mão dela que ele não deixou de segurar por um segundo. — Mas eu prometo dizer palavras mais bonitas quando você estiver melhor.
Um pequeno esboço de sorriso se formou no rosto da mulher e a ideia de vê-la pela última vez assim fez com que todo ódio que ele sentia saísse. Lágrimas surgiram nos olhos dele e ele se concentrava para colocar toda sua raiva no acelerador do carro.
Em vinte minutos, chegou ao hospital mais próximo. Sua blusa pingava sangue e rapidamente dois enfermeiros vieram ajudá-lo.
— O senhor está com muito sangue em suas roupas, tem certeza que não se machucou? — ele perguntou. Apesar de saber que aquelas feridas não vieram de acidentes comuns, eles jamais questionariam . Sabiam quem ele era.
— Tenho. Só cuidem dela, por favor. — ele implorou.
— O senhor pode me acompanhar para que possamos fazer a ficha da paciente?
— C-claro. — seguiu a recepcionista que falou com ele.
— Qual é o nome dela? — a menina lhe encarou.
. — ele engoliu em seco. — Di Biasi.
Quando a mulher percebera de quem se tratava, engoliu em seco. O rosto dele, além de estar com sangue, estava sendo consumido pelas lágrimas que insistiam em cair. Ver um dos homens mais temidos do Oeste chorar era quase um milagre.
— O que acha de trocar de roupa, senhor Di Biasi? Nós podemos lhe emprestar um pijama cirúrgico.
— É, eu acho melhor. — ele disse baixinho. Por um momento, pensou o que falaria se visse a sujeira que ele estava fazendo e riu. E aquela foi a risada mais triste que dera em sua vida.
seguiu a recepcionista até a sala e trocou de roupa e limpou seus braços. Quando teve a chance, viu que seu telefone estava lotado de ligações de Luigi e . Passada quase uma hora, sala de espera ainda estava vazia. Di Biasi ouviu passos no corredor e, ao olhar para a direita, viu seu irmão mais novo se aproximando.
— Como ela está? — ele perguntou e se sentou ao lado do irmão.
— Não sei. — ele respondeu num fio de voz. — Luigi, se ela morrer…
— Ela não vai morrer. — seu irmão o abraçou. — é a mulher mais forte que eu conheço.
— Ela não pode morrer… — ele falou baixinho e, pela primeira vez em sua vida, desabou. — Eu preciso dela, Luigi.
— Eu sinto muito que você tenha percebido isso quando quase a perdeu, irmão. — Luigi deu dois tapinhas nas costas de como se tentasse acalmá-lo.
— Eu sou um idiota de merda.
— Sim, mas ela te ama mesmo você sendo todo torto. Ela precisa que você aguente as pontas.
— Eu não sei se vou aguentar sem ela.
— Chega, . — Luigi aumentou seu tom. — não vai morrer.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo até que o médico aparecesse no corredor para informá-los sobre o estado dela. O homem olhou a prancheta antes de chamar. e Luigi o encaravam ansiosos.
— Só tem a gente aqui, quem mais você poderia chamar? — foi rude.
.
— Vocês são os parentes da senhorita Di Biasi? — ele perguntou, nervoso.
— Senhorita Di Biasi? — Luigi perguntou, confuso.
— Luigi, isso não é hora. Sim, doutor, nós somos. — se apressou em dizer.
— A senhorita Di Biasi está estável. — ele disse. — A facada não perfurou nenhum órgão, mas ela perdeu muito sangue e precisou de transfusão.
— Podemos vê-la? — Luigi perguntou.
— Sim, senhores. Mas ela está desacordada, demos um sedativo para ela. — o homem de óculos redondos lhes informou.
— Vá. — Luigi sorriu fraco para o irmão. — Eu vou voltar para boate e resolver as coisas de Vicenzo.
— Tudo bem, Luigi. Obrigado. — ele disse, nervoso. Luigi estava prestes a sair do local quando virou-se para seu irmão mais velho.
— Ah, ? — o olhar de seguiu a voz de Luigi. — Se você a magoar, eu esqueço todos os princípios que eu acredito e mato você. é uma irmã para mim.
— E-eu não vou. — o Capo disse, sério. — Obrigado por não desistir de mim.
— Eu jamais desistiria. — ele sorriu. — Afinal de contas, você é a única família que eu tenho.

When I found you
When I found you
There wasn't nothing left that wasn't alone
Sinking deeper, sinking like a stone
When I found you
When I found you
I needed you more than I'll ever know
Slippin' deeper, deeper

Quando disse aquilo, deixou com seus pensamentos e uma pequena falta de coragem fez com que ele hesitasse em entrar no quarto de . Quase quinze minutos depois, o Capo da Camorra suspirou fundo e entrou. Vê-la tão fragilizada era a pior visão que ele já teve e queria poder apagá-la.
Di Biasi fez questão de juntar sua mão à dela e acariciava a parte de cima. Apesar de odiar chorar, se sentia mais fraco do que qualquer coisa. Colocara dois seguranças no bar onde ela trabalhava, procurou cuidar dela mesmo de longe e, quando ela estava a menos de um metro de distância dele, a segurança dela foi posta em risco por ele. Não havia coisa que ele mais odiasse do que falhar com os seus. E ele havia falhado com ela.
— Desculpa, … — ele falou baixinho, deixando a lágrima escorrer. — Eu te machuquei de todas as maneiras que eu jurei que não faria. Fui um covarde, mas eu tenho medo. Todas as vezes que você disse que me amava eu queria dizer de volta, como eu queria. — sabia que ela não escutava tudo que ele dizia, mas precisava tirar aquilo de seu peito. — Tenho medo de te trazer oficialmente para esta vida e te perder. E eu já perdi muita gente, morro de medo de perder meu irmão e você. Eu amo você, . Não há mais ninguém que possa trazer tanto caos em minha vida que eu me sinta em paz.
Sem que ele esperasse, sentiu um leve aperto em sua mão. Aos poucos, os olhos meio opacos de encontraram os dele que brilhavam com as lágrimas que ele derramou. Um pequeno sorriso apareceu no rosto dela e ele devolveu.
— Eu precisei quase morrer para você dizer que me amava?
— Infelizmente sim, principessa. — o pouco de brilho que seu rosto esboçou demonstrou a alegria de ao ouvi-lo a chamando de principessa novamente. — Eu nunca mais vou fazer isso. Me desculpa. Eu amo você, .
— Eu pensei que fosse um sonho. — ela disse com a voz falha. — Mas você não vai perder a mim e a Luigi, . Nós somos duros na queda.
— Eu vejo isso. — ele sorriu e uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha. — Você é a coisa mais importante da minha vida, . E eu não vou te deixar ir embora desta vez.
— Eu nunca quis ir. — ela falou baixinho. — Eu amo você.
— Eu também amo você, . — ele disse baixinho. — Mas agora preciso que você durma para que seu corpo descanse e se cure rapidamente.
— Tudo bem. — ela respirou fundo e apertou a mão dele. — Você vai estar aqui quando eu acordar?
— Sim, principessa. Eu vou estar. — ele beijou a palma da mão de .



— O que você está fazendo? — ouviu a voz de assim que ele adentrou a cozinha.
— O jantar? — ela riu baixinho.
— Você tem que repousar, . — ele rosnou. — Eu não ligo se você já viu todas as séries do mundo e já viu a bunda do Justin Timberlake vinte vezes em Amizade Colorida! Precisa ficar de repouso.
— Amor… — ela sorriu ao vê-lo usando suas roupas casuais. Apesar de ser um homem importante da máfia, ele adorava usar suas roupas mais confortáveis em casa. Por isso, o homem usava uma calça de moletom preta e uma blusa branca. — Eu vou tirar os pontos amanhã.
— Isso não importa, você vai deitar agora. — ele se aproximou dela e a pegou pelos joelhos. — E vai descansar. Só vai sair daquela cama quando o médico autorizar.
, você está sendo drástico demais. — ela riu. — Hoje eu até fiz exercícios.
— Você fez o quê? — ele soltou um grito.
— Brincadeira. — ela esboçou um sorriso sapeca e ele quis matá-la pelo susto. subiu as escadas sem dificuldade alguma e soltava risinhos pelo comportamento superprotetor dele.
— Eu quase te perdi, mulher. Você não pode fazer isso comigo. — ele foi sincero. — Você é a coisa mais importante da minha vida, .
— Viu como não custava falar que me amava? — ela soltou uma risadinha e ele bufou.
— Você é uma criança. — Di Biasi resmungou.
— Você me trata como uma. — ela fez um biquinho adorável e ele riu. — Crianças não matam. Eu mato.
— Só se for de raiva. — ele riu.
— Ei, me respeita!
— Eu tive uma ideia, aliás. — ele falou baixinho. — Mas você só vai ter que me prometer uma coisa.
— O que é? — os olhinhos dela brilharam e ele encarou a mulher. — Eu topo! E prometo também.
— Então ótimo, vamos casar agora. — ele sorriu. — Padre, pode entrar!
— QUÊ? — ela deu um pulo.
— Sem movimentos bruscos, mulher. — ele a segurou. — Pelo amor de Deus. É brincadeira, eu vou esperar para te pedir em casamento ainda.
— Merda, seu bastardo! Que susto. Qual é a sua proposta?
— Eu proponho que você dê aulas de autodefesa para as mulheres da máfia. — ele disse baixo. Aquela sempre fora uma das vontades de , principalmente quando sabia da realidade de casamentos mais como contratos do que atos de amor. — Se você prometer que não vai ensiná-las a matar seus maridos.
— E se eu ensinar?
— Eu vou ficar preocupado, vai que você tenta me matar também?
— Não existe sem .
— Existiu por um bom tempo, infelizmente. — ele sorriu.
— Deixa eu melhorar… — ela abriu um sorrisinho. — Não existe sem .
é muito mais bonito que Alwyn. — ele foi sincero. — Mas Di Biasi… Esse sim combina mais com você.
— É? — ela riu. — Eu gosto muito mais de .
— Ora, não me tente. — ele a deitou delicadamente e se pôs por cima sem depositar seu peso.
O cabelo escuro de estava esparramado pelo lençol branco e seus olhos brilhavam tanto quanto a Lua lá fora. passou um tempo encarando o rosto da mulher, abismado como aqueles traços eram perfeitos. Muitos podiam não saber, mas aquela pequena mulher — mas não inofensiva — era sua vida.
puxou o rosto de Di Biasi para mais perto do seu e selou os lábios dos dois. Beijar era sempre como uma primeira experiência de beijo: ela sempre queria conhecê-lo mais e mais. Aquele era um dos momentos que mais a deixavam ansiosa. Era sempre como uma primeira vez, e ela estava disposta a viver todas as primeiras vezes que pudesse.
— Eu fiz apenas um juramento em toda minha vida. — ela disse baixinho e olhou para tatuagem da máfia em seu braço. — Mas aqui vai outro.
Os olhos atentos de lhe encaravam com toda admiração que um ser humano poderia sentir por outro. Ele a amava com todo seu coração. E aquilo sempre fora o suficiente para ela.
— Sim?
— Eu prometo te amar e cuidar de você pelo resto da minha vida. Prometo arriscar a minha segurança pela sua todas as vezes que forem possíveis e eu, , prometo tentar te fazer o homem mais feliz do mundo todos os dias.
— Você já me faz o homem mais feliz do mundo todos os dias. — o homem afastou dos olhos dela um pedaço de sua franja. — Esses foram os últimos melhores quinze dias da minha vida, . E eu quero que eles sejam assim para sempre. Com você.

I can't believe I get to know you
No, I can't believe I get to show you
I had no one 'til I found you
'Til I found you, oh
'Til I really found you




Fim!



Nota da autora: Oi, gente! Finalmente o casal se realizou. Um beijo. Se vocês quiserem, entrem no meu grupo do facebook: Fics da Tris | Facebook.

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