Capítulo Único
Lembro-me de um dia estarmos correndo para lá e para cá, o dia ensolarado, risadas soando altas enquanto minhas maria-chiquinhas batiam levemente em meu rosto ao continuar correndo.
Eu corria mais rápido que ele, tocando em seu ombro e deixando bem claro que agora, quem precisaria me alcançar e me pegar era ele.
estava com as bochechas coradas e alguns poucos fios do seu cabelo colavam na testa devido o suor, mas essa ceninha não seria suficiente para me fazer desistir de querer vê-lo correr até precisar pedir pausa antes de me alcançar.
— Você já cansou? - Gritei de longe, assim que o avistei descansar com as mãos no joelho para sustentar parte do peso do corpo. — Quer que eu chegue mais perto? Talvez você me alcance se eu diminuir metade da distância! - O provoquei, dando apenas dois passos para frente.
— Sério, , eu não aguento mais. Você só escolhe essa brincadeira porque é a única que consegue ganhar! - juntou um pouco suas sobrancelhas, demonstrando todo seu descontentamento.
— Tá bom, então brinque sozinho. Você só sabe reclamar, mesmo! - Virei de costas para ele, cruzando os braços e andando até onde havia um parquinho.
— Ah, , não fique de birra! Podemos escolher outra brincadeira. Trouxe minha bola de basquete.
— Você é mais alto que eu, é óbvio que vai ganhar! - Respondi sem me virar para ele.
— Quer brincar do que então?
— Nada.
— , eu não quis te chatear. Podemos jogar basquete sem contar os pontos. - Ele puxou um pouco mais de fôlego para que conseguisse ficar à minha frente.
— Não gosto quando fica me chamando de “” direto, parece a minha mãe quando grita comigo. - Ouvi um riso sair abafado por seu nariz e levantei meu olhar. — Não é engraçado.
— Eu sei que não. Me desculpe, .
You'll always be mine, sing it to the world
(Você sempre será o meu, cantá-la para o mundo)
Always be my boy, i'll always be your girl
(sempre será meu menino, eu sempre vou ser sua garota)
Nobody's business, ain't nobody's business
(Ninguém, não é da conta de ninguém)
Ain't nobody's business, but mine, and my baby
(Não é da conta de ninguém, mas minha, e meu bebê)
Mine, and my baby, but mine, and my baby
(Meu, e meu bebê, mas o meu, e meu bebê)
But mine, and my baby, oooh
(Mas meu, e meu bebê, oooh)
pegou minha mão e deu pequenos passos, como se perguntasse silenciosamente se estava tudo por ele ter agido de tal forma. E claro que estava, até porque logo brotou em meu rosto um sorriso pequeno que não demorou a crescer. No momento que percebeu, segurou minha mão com mais segurança e andamos calmamente até o vendedor de sorvetes que, por um milagre, não tinha fila.
— Oi! Vamos querer um sorvete de baunilha com chocolate, e outro de morango com maracujá, por favor. - Ele fez o pedido.
— Como vai pagar? - Perguntei baixo assim que o moço de meia-idade se virou para preparar os pedidos.
— Minha mãe me deu a mesada adiantada esse mês.
— Eu não tenho mesada. - Fiz um muxoxo com a boca, o qual não durou muito, pois desfilava com meus sabores preferidos de sorvete logo em minha frente. Tentei alcançar o sorvete em suas mãos, mas ele desviou.
— Qual a palavra mágica?
— Obrigada. - Revirei os olhos rapidamente.
— Ainda está brava comigo?
— Não. Não estava brava, na verdade. Só não vejo para quê jogar basquete sem saber quem vai ganhar!
— Nem tudo precisa de competição, ! - Vi o menino prender a respiração e apenas o encarei, sem demonstrar muita coisa. — . Querida . - Se corrigiu, me entregando o sorvete e pegando o seu em seguida. — De onde inventou que morango fica gostoso com maracujá? É estranho!
— O seu sorvete é sem graça! - Dei de ombros. — O de morango é bem docinho e o de maracujá é um pouco azedo, então combinado fica bom!
— Posso provar?
Não respondi, porém estiquei o braço em sua direção e ele deslizou levemente sua colher pelas bolas de sorvete, talvez temendo pegar demais, já sabendo o quão apaixonada por doce eu sou.
é um amigo maravilhoso apesar da minha implicância com ele. Nunca deixou de se envolver nas brigas que eu causava com os meninos maiores por quererem roubar até enquanto pulávamos corda.
Nossas mães desviavam o olhar apenas para checar Cassie, irmã gêmea de , bem mais reservada que nós e que preferia jogos de tabuleiro.
Gostava da maneira que me dava atenção e levava em consideração tudo o que eu falava, sempre pontuando o que ele achava também e foi essa parceria que nos levou até o ensino médio juntos.
— Acho que não vou ao baile.
— Mas por quê? Achei que iria com uma das líderes de torcida. Elas estão fazendo fila para serem escolhidas por você!
— Ah, , não vejo uma finalidade nisso. Sair de casa, gastando dinheiro para ver pessoas que vemos todos os dias só com roupas melhores.
— A Cassie vai?
— Não se preocupe, ela não vai falhar com a sua comissão organizacional.
— Fala sério, ! Não é sobre isso, mas porque seria o nosso primeiro baile, de nós três!
— Steve estava se gabando ontem nos vestiários, depois do jogo, sobre como seus pais estão orgulhosos dele ir ao baile com a Representante da Turma. - Jogou as palavras no ar com certo descaso.
— Bom, ele foi muito educado ao me convidar e não são todos do time que são assim.
— Não venha com o estereótipo dos Jocks.
— Céus! Por que está tão ranzinza hoje? - Perguntei retoricamente. — Acabei de falar que não são todos do time que são ridículos e claro que inclui você.
— Vai lá em casa hoje? - Ele mudou de assunto. — Aluguei "O Diário da Princesa".
— Vou levar o segundo filme, também! - Sorri abertamente. — O Chris Pine naquele filme é simplesmente um dos homens mais bonitos do universo. Facilmente!
— Passo para te buscar. - O rapaz beijou a minha bochecha como despedida e foi em direção ao seu armário, trocando os livros para a aula, já que o sinal acabara de soar.
Blair sentou ao meu lado para a aula de História e apesar de adorarmos a matéria, a data do baile estava cada vez mais perto e alguns preparativos precisavam de um retoque ou repaginada total, portanto, isso se tornava uma prioridade.
— Estou pensando em adicionar alguns ornamentos no meu vestido. - Blair comentou quase que aérea, como se não tivesse certeza sobre o que falava.
— Ornamentos?
— Sim. Alguns patches, correntes, pinturas até. Não quero correr o risco de ter alguém com o vestido igual ao meu. - Enrugou o nariz apenas de imaginar a possibilidade.
— Sua mãe já desistiu da ideia do chapéu e echarpe? - Ri maroto quando minha melhor amiga me serviu como parte da resposta uma carrancuda daquelas.
— Sério! De onde ela tirou isso? Essa ideia é tão anos 60.
— Ela não foi ao baile, então tem grandes expectativas quanto ao seu.
— Ouvi rumores que Steve vai ganhar um carro só para te levar ao baile! - Minha melhor amiga chegou mais próxima de mim apenas para que pudéssemos rir.
— Onde você ouviu isso? não me falou nada.
— não é muito de fofoca, né? - Comentou sem esperar por resposta. — Mas pelo menos assim você foge do clichê da limusine na noite do Baile!
— Senhorita Jones? - Ouvi o professor chamar minha atenção, assentindo automaticamente com a cabeça. — Chegou um correio elegante.
O Correio Elegante foi uma ideia que tivemos assim que a data do Baile foi estipulada, com o intuito de conquistar o seu par do baile antes mesmo que pudesse convidá-lo ou que optasse por manter o romantismo mesmo após o convite.
Ouvi a sala de aula soltar alguns assobios e pequenas comemorações ao me verem levantar para buscar o pequeno envelope que estava nas mãos do professor.
— "Não há nada que acelere mais o meu coração do que o brilho dos seus olhos quando se encontram com os meus. Obrigado por me permitir ser parte da sua história." - Recitei em alto e bom som as palavras escritas, já que os demais estudantes encaravam afoitos na esperança de que eu o fizesse.
Algumas meninas sorriram entre si, numa demonstração de como acharam fofo o bilhete. Olhei para Blair que, assim como eu, tinha um sorriso de orelha a orelha e retornei para onde estavam os meus materiais.
— Steve vai acabar te pedindo em casamento até o fim do baile! - B sussurrou assim que me sentei.
— Ele tem sido muito atencioso.
— Já tinha te mandado algum cartão antes?
— Não, esse é o primeiro.
— Me deixe ver! - Blair esticou a mão antes que eu tivesse tempo de responder. — Que letra horrível! Não sei como conseguiu entender o que estava escrito.
— Não exagere!
— Real. Você inventou, né'? Era melhor que ele tivesse digitado e imprimido. Jocks são horrorosos mesmo! Ele nem assinou!
— Não generalize, sabe muito bem que está no time.
— Argh! Ele já convidou a Vanessa? Porque hoje mesmo ela já veio balançar aqueles pompons terríveis na minha cara pra que eu falasse pra você dar um toque nele.
— Não sei nem se ele vai chamar. Ele não me parecia dos mais animados com o Baile nesta manhã.
— Mas você tá' organizando tudo! Ele tem que prestigiar!
— Vamos prestar atenção na aula. - Desconversei sem ter ideia de como responder o que ainda me enchia de incertezas.
I love I love I love you baby
(eu amo eu amo eu amo você, baby)
I love I love I love you baby
(eu amo eu amo eu amo você, baby)
Me and you, get it?
(Eu e você, entendeu?)
Ain't nobody's business
(Não é da conta de ninguém)
Said it, ain't nobody's business
(disse isso, não é de ninguém)
A casa estava quieta e aproveitei para adiantar as lições de casa e encaminhar alguns trabalhos que coincidirão com a semana do Baile.
Não era fácil a tarefa de considerar as sugestões e necessidades de todos. Mas é neste momento que percebemos o quão empático podemos ser e, assim, se é moldado um bom líder.
— Oi, querida! - Mamãe me cumprimentou, afastando os pensamentos que me desnortearam até não perceber sua presença. — Como foi na escola?
— Oi, mãe. Foi tudo bem, estou só adiantando algumas tarefas. - Me prontifiquei a ajudá-la com as sacolas do mercado enquanto respondia.
— Encontrei a Clarice no supermercado e ela me disse que você vai lá hoje. O que acha de fazermos aquele bolo de chocolate para você levar? - Suas sobrancelhas estavam arqueadas de uma maneira que deixava claro seu entusiasmo com a ideia.
— Não vou te atrapalhar?
— Você nunca atrapalha. - Beijou o topo da minha cabeça, afagando os fios de cabelos por alguns instantes.
— Eu acho uma ótima ideia! Você sabe como e Cassie amam o seu bolo!
— Clarice insiste que eu conte o segredo da minha receita, mas este só quem vai saber, será você. - A mais velha piscou de uma forma marota, tirando das sacolas alguns dos ingredientes que usaríamos, então logo guardei meus materiais e comecei a untar a forma.
Mamãe sempre foi muito presente, então confiava nela para contar dos meus sentimentos, até fofocas de quem arrumou briga nos corredores da escola.
Ela é minha mãe e minha parceira.
Durante todo o processo de bater massa, assar o bolo, rechear e decorar, mamãe e eu estávamos entre risadas e brincadeiras. Ver como ela se dedicava e amava cada segundo do simples passo a passo do bolo era o motivo pelo qual eu a amo tanto. Ela sempre está de corpo e alma em tudo que faz.
Tomei banho e me troquei, colocando uma calça jeans do tipo wideleg, das mais soltinhas, uma camiseta raglan de mangas amarelas e um all star nos pés. Separei uma bolsa com alguns objetos pessoais, caso ocorresse de dormir por lá, no mesmo instante avistei pela janela do meu quarto, estacionar de frente para a garagem de casa e buzinar, levantando o olhar para me procurar na janela. Acenei para ele, que retribuiu e saiu do carro, muito provavelmente por ordem de mamãe que saiu para recebê-lo.
Precisei de mais alguns minutos até pegar o que precisava e, mesmo que baixinho, consegui ouvir a voz de ambos no andar de baixo jogando conversa fora, então automaticamente imaginei o sorriso no rosto de ambos, me contagiando em segundos.
Desci e vi que o bolo já estava na mesa de centro na sala, mamãe tinha a mão no ombro de da maneira como lhe demonstrava afeto e assim como imaginei há segundos atrás, sorrisos abertos.
— , ela não me falou que você vinha buscá-la, senão teria feito os cookies que você gosta pra comer depois do treino.
— Ela é esquecida assim mesmo, Dona Valerie, e, por favor, não queria lhe incomodar. O bolo já vai ser motivo de festa na família Cox! De verdade! É o meu bolo favorito! - sorriu cortês e se levantou do sofá, estendendo as mãos num gesto para que eu lhe passasse a minha mochila.
— Mãe, quer ir com a gente? A tia Clarice ia adorar!
— Ia mesmo! - O rapaz confirmou minha fala.
— Não, não queridos. Estou cansada, vou ficar devendo essa, tudo bem?
— Tudo bem, então qualquer coisa, me ligue, tá? - A mais velha concordou, me puxando para um abraço gostoso, como se eu estivesse me despedindo e indo para outro país.
— Tenham cuidado na estrada!
— Vou ficar de olho nela, Dona Valerie. - assegurou. — Sabemos que sou o mais responsável de nós dois. - Brincou.
— Não me chame de “Dona”, faz eu me sentir uma estranha, e olha que eu estava presente quando você teve seu primeiro dia de aula na primeira série.
— Nós nem éramos amigos ainda! - Gralhei.
— Mas Clarice eeu, sim. Inclusive, querido, mande um abraço para a sua irmã. - Ele assentiu e saímos pela porta da sala, rumando o veículo.
— Cox de caranga! Quem diria!
— Dias de glória, querida , dias de glória…
Ele colocou minha mochila no banco traseiro e ambos puxamos o cinto de segurança, acenando mais uma vez para mamãe que nos observava da porta e arrancamos.
A música que tocava no rádio era um hit que grudava na cabeça de qualquer um, fazendo com que ficássemos um dia inteiro cantarolando um dos versos. As janelas estavam abertas e um vento forte soprava nesse fim de tarde, assim, e eu tivemos a mesma ideia: cantar de plenos pulmões o refrão com parte do rosto para fora da janela, sentindo o vento e a sensação de liberdade.
As ruas estavam calmas por não estarmos no horário de pico ainda, portanto foi necessário apenas cerca de dez minutos até que estacionássemos na garagem dos Cox.
Clarice estava no telefone com alguma amiga e Cass estava lendo, portanto subimos direto para o segundo andar da casa.
colocou almofadas e travesseiros no chão, pegou cobertas e alguns snacks, dando play no primeiro filme de Anne Hathaway e Julie Andrews, O Diário da Princesa, deitando-se ao meu lado.
Ouvi sua risada baixa em alguns momentos do filme, assim como o ouvi bocejar e cochilar em outras partes. parecia inquieto e tudo me indicava que era por conta do Baile e sua vontade de não querer ir.
— ?
— Uhm? - Respondi automaticamente, prestando atenção ao filme, como na primeira vez que o assisti.
— Você já beijou o Steve?
— O quê?! - Me sentei de imediato, ficando de frente para ele que estava sentado da mesma forma. — Está falando sério?
— Sim, mas não precisa responder se não quiser.
— Não, eu não o beijei, mas ele mandou um Correio Elegante hoje e foi lindo! Quer ler?
— Não, valeu. - Pigarreou. — Já beijou alguém, ? - Ele perguntou um pouco mais baixo.
— Não estou pensando nisso agora.
— Você sabe que eu teria te dito, então obviamente sabe que não beijei ninguém. - Deu de ombros, mantendo o tom de voz baixo.
— Por que quer falar disso agora?
— Porque eu estava pensando que… Se você topasse, é claro, e quisesse, também, talvez nós dois. Eu e você. Poderíamos dar o nosso primeiro beijo um com o outro. Não hoje. É só uma ideia. - Ele gaguejou em alguns momentos, precisando puxar o ar para finalizar sua frase.
— Não estou pensando nisso agora. - Repeti a frase de antes, porém no mesmo tom baixo que ele.
Ele sorriu sem mostrar os dentes, retomando o filme e como estávamos antes. Não me senti acanhada e nem envergonhada de maneira alguma por tocar naquele assunto com , por confiar nele de olhos fechados para absolutamente tudo, contudo, não conseguia ter certeza de que ele não estava de certa forma, embaraçado.
O filme estava chegando ao final e um dos lanchinhos restantes eram as balas preferidas dele. Me estiquei para pegá-las e as abri, sabendo que o intuito dessa pequena ação, era dizer silenciosamente para ele, que estava tudo bem.
Encostei a cabeça em seu ombro, dividindo as balas uma hora para mim e outra hora para ele.
pôs a mão em meu ombro, acariciando por alguns segundos e em seguida dando uma espécie de abraço, e então encarei esse seu gesto como a sua própria maneira de dizer silenciosamente para mim que estava tudo bem.
Olhei para cima, sorrindo terna apenas para ter a plena certeza de que estávamos bem e no momento em que ele me olhou havia muito mais em seu olhar. Suas irises sempre foram muito intensas, a ponto de me causar arrepios, mas hoje, neste exato momento agradeci por estar deitada, ou seu olhar seria capaz de me enfraquecer as pernas.
Ele nada disse, apenas deslizou o polegar por minha bochecha quando encaixou a mão ali, fazendo com que meu coração acelerasse. Fechei os olhos, aproveitando o carinho e sentindo seu perfume se intensificar quando mudou de posição, de maneira que seu rosto ficasse de frente com o meu, sem mover o carinho em meu rosto por nenhum milésimo.
Aproveitei da pouca distância para, com uma mão acariciar sua nuca e parte dos seus cabelos, e com a outra, tocar seu rosto da maneira que fazia comigo. Seus olhos fecharam no mesmo instante e o vi engolir em seco.
Quando os abriu novamente, seu olhar petrificou o meu.
E eu poderia jurar que o tempo havia parado.
diminuiu um pouco mais a distância de maneira sutil, parando mais uma vez e estudando os detalhes do meu rosto com atenção. Percebi que o fazia porque sentia as bochechas formigarem e desviava sempre que o via fazer algo semelhante.
A diferença era que neste momento eu não desviaria de maneira alguma.
— … Querida, . - Soprou as palavras em meus lábios.
— É claro que pode. - Respondi tendo plena certeza de que essas eram suas próximas palavras.
— Estou nervoso.
— Eu também.
sincronismo respiramos fundo e eu fechei os olhos, porque Jeremy Cox colava seus lábios nos meus para o nosso primeiro beijo.
Nosso primeiro beijo juntos.
Your love is perfection, please point me in the right direction
(O seu amor é a perfeição, por favor me aponte na direção certa)
I'mma give you all my affection
(Eu vou dar-lhe todo o meu carinho)
Every touch becomes infectious
(Cada toque torna-se contagiante)
Let's make out in this Lexus
(Vamos fazer no presente Lexus)
There's no other love just like this
(Não há outro amor como esta)
A life with you I want, then can we become love's persona
(Uma vida com você que eu quero, então podemos nos tornar persona amor)
Todos estavam de beca ao nosso redor, era até mesmo difícil de achar os nossos amigos no momento em que jogamos os capelos para o alto.
Estamos formados, felizes, orgulhosos e de malas prontas para a faculdade.
Aos poucos, os adolescentes foram se dissipando, assim e eu pudemos procurar por Blair que também nos procurava.
— Cara, finalmente estamos livres disso aqui! - Foi a primeira coisa que ela disse, encarando azeda o pequeno grupo dos “Matlétas” atrás de nós. — O que vamos fazer hoje?
— Bom, eu tenho planos... - me abraçou pela cintura, dando beijos repetidos em meu rosto, arrancando risinhos de mim, o que fez Blair aumentar a carranca.
— Como vocês ainda se amam tanto? Já faz mais de dois anos! E pensar que tudo isso começou com um Correio Elegante que a gente nem sabia que era de .
— Quanto mais rápido se acostumar, Blair, melhor, porque eu vou construir família com essa mulher.
— Vamos com calma… - Desfiz do seu abraço, enlaçando nossas mãos. — Você nem propôs ainda!
— Sinto como se pudesse te pedir em casamento hoje.
— Sinto que podemos casar hoje.
— Ai, ai, Steve e Vanessa formaram um casal depois de vocês darem um pé na bunda deles. - Blair comentou aérea.
— E eles estão vindo aí.
— Como vai, Mitch? - Steve cumprimentou Blair pelo sobrenome. — Jones, Cox. - E eu e , respectivamente.
— Oi, Steve! Como vai? Vi que seus pais comemoraram bastante.
— Estou bem. Sim, eles estão eufóricos! E você, como está? Viemos lhe parabenizar pelo discurso de oradora da turma, na verdade. - O atleta mais ágil do time fazia o possível para manter a postura ereta e polida.
— Sim, . Obrigada pelas palavras, representou muito bem nossos últimos momentos aqui. - Vanessa comentou quase tão automática quanto um robô.
— Obrigada, o intuito foi exatamente esse e eu adoraria conversar mais, mas a mãe de está nos chamando. - Vi Clarice ao fundo, sem saber se ela realmente procurava por nós, mas decidi acenar e ela correspondeu. Estava torcendo para me livrar daquele momento, claramente constrangedor, o mais rápido possível.
— Nem eu tinha visto minha mãe ali.
— Por favor, eu enxergo minha futura sogrinha de longe! - Sorri abertamente assim que dispersamos os outros dois.
You'll always be the one that I wanna come home to
(Você sempre será a única que eu quero vir para casa)
Boy let me love you and show you how special you are
(Boy deixe-me amá-lo e mostrar-lhe como você é especial)
I wanna be your baby, you'll always be my baby
(Eu quero ser seu bebê, você sempre será meu bebê)
Tell me what you want now
(Diga-me o que você quer agora)
Muito da nossa rotina mudou e nós mudamos por completo.
Semestres passavam um atrás do outro e nos mantínhamos firmes, às vezes, cambaleávamos, mas resistimos.
A vida adulta nos atingiu em cheio e não havia nada que me tirasse dos braços deste homem.
Este homem que me ama e me apoia.
E o resto?
Bem, o resto é em outra história.
Let's sing it to the world
(Vamos cantar isso para o mundo)
Baby give me time
(Bebê me dê tempo)
I'mma be your girl
(Eu vou ser sua garota)
I wanna make you mine
(Eu quero fazê-lo meu)
And it ain't nobody's business
(E não é da conta de ninguém)
It ain't nobody's business
(Não é da conta de ninguém)
Just mine, and my baby
(Só minha e do meu bebê)
Eu corria mais rápido que ele, tocando em seu ombro e deixando bem claro que agora, quem precisaria me alcançar e me pegar era ele.
estava com as bochechas coradas e alguns poucos fios do seu cabelo colavam na testa devido o suor, mas essa ceninha não seria suficiente para me fazer desistir de querer vê-lo correr até precisar pedir pausa antes de me alcançar.
— Você já cansou? - Gritei de longe, assim que o avistei descansar com as mãos no joelho para sustentar parte do peso do corpo. — Quer que eu chegue mais perto? Talvez você me alcance se eu diminuir metade da distância! - O provoquei, dando apenas dois passos para frente.
— Sério, , eu não aguento mais. Você só escolhe essa brincadeira porque é a única que consegue ganhar! - juntou um pouco suas sobrancelhas, demonstrando todo seu descontentamento.
— Tá bom, então brinque sozinho. Você só sabe reclamar, mesmo! - Virei de costas para ele, cruzando os braços e andando até onde havia um parquinho.
— Ah, , não fique de birra! Podemos escolher outra brincadeira. Trouxe minha bola de basquete.
— Você é mais alto que eu, é óbvio que vai ganhar! - Respondi sem me virar para ele.
— Quer brincar do que então?
— Nada.
— , eu não quis te chatear. Podemos jogar basquete sem contar os pontos. - Ele puxou um pouco mais de fôlego para que conseguisse ficar à minha frente.
— Não gosto quando fica me chamando de “” direto, parece a minha mãe quando grita comigo. - Ouvi um riso sair abafado por seu nariz e levantei meu olhar. — Não é engraçado.
— Eu sei que não. Me desculpe, .
(Você sempre será o meu, cantá-la para o mundo)
Always be my boy, i'll always be your girl
(sempre será meu menino, eu sempre vou ser sua garota)
Nobody's business, ain't nobody's business
(Ninguém, não é da conta de ninguém)
Ain't nobody's business, but mine, and my baby
(Não é da conta de ninguém, mas minha, e meu bebê)
Mine, and my baby, but mine, and my baby
(Meu, e meu bebê, mas o meu, e meu bebê)
But mine, and my baby, oooh
(Mas meu, e meu bebê, oooh)
pegou minha mão e deu pequenos passos, como se perguntasse silenciosamente se estava tudo por ele ter agido de tal forma. E claro que estava, até porque logo brotou em meu rosto um sorriso pequeno que não demorou a crescer. No momento que percebeu, segurou minha mão com mais segurança e andamos calmamente até o vendedor de sorvetes que, por um milagre, não tinha fila.
— Oi! Vamos querer um sorvete de baunilha com chocolate, e outro de morango com maracujá, por favor. - Ele fez o pedido.
— Como vai pagar? - Perguntei baixo assim que o moço de meia-idade se virou para preparar os pedidos.
— Minha mãe me deu a mesada adiantada esse mês.
— Eu não tenho mesada. - Fiz um muxoxo com a boca, o qual não durou muito, pois desfilava com meus sabores preferidos de sorvete logo em minha frente. Tentei alcançar o sorvete em suas mãos, mas ele desviou.
— Qual a palavra mágica?
— Obrigada. - Revirei os olhos rapidamente.
— Ainda está brava comigo?
— Não. Não estava brava, na verdade. Só não vejo para quê jogar basquete sem saber quem vai ganhar!
— Nem tudo precisa de competição, ! - Vi o menino prender a respiração e apenas o encarei, sem demonstrar muita coisa. — . Querida . - Se corrigiu, me entregando o sorvete e pegando o seu em seguida. — De onde inventou que morango fica gostoso com maracujá? É estranho!
— O seu sorvete é sem graça! - Dei de ombros. — O de morango é bem docinho e o de maracujá é um pouco azedo, então combinado fica bom!
— Posso provar?
Não respondi, porém estiquei o braço em sua direção e ele deslizou levemente sua colher pelas bolas de sorvete, talvez temendo pegar demais, já sabendo o quão apaixonada por doce eu sou.
é um amigo maravilhoso apesar da minha implicância com ele. Nunca deixou de se envolver nas brigas que eu causava com os meninos maiores por quererem roubar até enquanto pulávamos corda.
Nossas mães desviavam o olhar apenas para checar Cassie, irmã gêmea de , bem mais reservada que nós e que preferia jogos de tabuleiro.
Gostava da maneira que me dava atenção e levava em consideração tudo o que eu falava, sempre pontuando o que ele achava também e foi essa parceria que nos levou até o ensino médio juntos.
— Acho que não vou ao baile.
— Mas por quê? Achei que iria com uma das líderes de torcida. Elas estão fazendo fila para serem escolhidas por você!
— Ah, , não vejo uma finalidade nisso. Sair de casa, gastando dinheiro para ver pessoas que vemos todos os dias só com roupas melhores.
— A Cassie vai?
— Não se preocupe, ela não vai falhar com a sua comissão organizacional.
— Fala sério, ! Não é sobre isso, mas porque seria o nosso primeiro baile, de nós três!
— Steve estava se gabando ontem nos vestiários, depois do jogo, sobre como seus pais estão orgulhosos dele ir ao baile com a Representante da Turma. - Jogou as palavras no ar com certo descaso.
— Bom, ele foi muito educado ao me convidar e não são todos do time que são assim.
— Não venha com o estereótipo dos Jocks.
— Céus! Por que está tão ranzinza hoje? - Perguntei retoricamente. — Acabei de falar que não são todos do time que são ridículos e claro que inclui você.
— Vai lá em casa hoje? - Ele mudou de assunto. — Aluguei "O Diário da Princesa".
— Vou levar o segundo filme, também! - Sorri abertamente. — O Chris Pine naquele filme é simplesmente um dos homens mais bonitos do universo. Facilmente!
— Passo para te buscar. - O rapaz beijou a minha bochecha como despedida e foi em direção ao seu armário, trocando os livros para a aula, já que o sinal acabara de soar.
Blair sentou ao meu lado para a aula de História e apesar de adorarmos a matéria, a data do baile estava cada vez mais perto e alguns preparativos precisavam de um retoque ou repaginada total, portanto, isso se tornava uma prioridade.
— Estou pensando em adicionar alguns ornamentos no meu vestido. - Blair comentou quase que aérea, como se não tivesse certeza sobre o que falava.
— Ornamentos?
— Sim. Alguns patches, correntes, pinturas até. Não quero correr o risco de ter alguém com o vestido igual ao meu. - Enrugou o nariz apenas de imaginar a possibilidade.
— Sua mãe já desistiu da ideia do chapéu e echarpe? - Ri maroto quando minha melhor amiga me serviu como parte da resposta uma carrancuda daquelas.
— Sério! De onde ela tirou isso? Essa ideia é tão anos 60.
— Ela não foi ao baile, então tem grandes expectativas quanto ao seu.
— Ouvi rumores que Steve vai ganhar um carro só para te levar ao baile! - Minha melhor amiga chegou mais próxima de mim apenas para que pudéssemos rir.
— Onde você ouviu isso? não me falou nada.
— não é muito de fofoca, né? - Comentou sem esperar por resposta. — Mas pelo menos assim você foge do clichê da limusine na noite do Baile!
— Senhorita Jones? - Ouvi o professor chamar minha atenção, assentindo automaticamente com a cabeça. — Chegou um correio elegante.
O Correio Elegante foi uma ideia que tivemos assim que a data do Baile foi estipulada, com o intuito de conquistar o seu par do baile antes mesmo que pudesse convidá-lo ou que optasse por manter o romantismo mesmo após o convite.
Ouvi a sala de aula soltar alguns assobios e pequenas comemorações ao me verem levantar para buscar o pequeno envelope que estava nas mãos do professor.
— "Não há nada que acelere mais o meu coração do que o brilho dos seus olhos quando se encontram com os meus. Obrigado por me permitir ser parte da sua história." - Recitei em alto e bom som as palavras escritas, já que os demais estudantes encaravam afoitos na esperança de que eu o fizesse.
Algumas meninas sorriram entre si, numa demonstração de como acharam fofo o bilhete. Olhei para Blair que, assim como eu, tinha um sorriso de orelha a orelha e retornei para onde estavam os meus materiais.
— Steve vai acabar te pedindo em casamento até o fim do baile! - B sussurrou assim que me sentei.
— Ele tem sido muito atencioso.
— Já tinha te mandado algum cartão antes?
— Não, esse é o primeiro.
— Me deixe ver! - Blair esticou a mão antes que eu tivesse tempo de responder. — Que letra horrível! Não sei como conseguiu entender o que estava escrito.
— Não exagere!
— Real. Você inventou, né'? Era melhor que ele tivesse digitado e imprimido. Jocks são horrorosos mesmo! Ele nem assinou!
— Não generalize, sabe muito bem que está no time.
— Argh! Ele já convidou a Vanessa? Porque hoje mesmo ela já veio balançar aqueles pompons terríveis na minha cara pra que eu falasse pra você dar um toque nele.
— Não sei nem se ele vai chamar. Ele não me parecia dos mais animados com o Baile nesta manhã.
— Mas você tá' organizando tudo! Ele tem que prestigiar!
— Vamos prestar atenção na aula. - Desconversei sem ter ideia de como responder o que ainda me enchia de incertezas.
(eu amo eu amo eu amo você, baby)
I love I love I love you baby
(eu amo eu amo eu amo você, baby)
Me and you, get it?
(Eu e você, entendeu?)
Ain't nobody's business
(Não é da conta de ninguém)
Said it, ain't nobody's business
(disse isso, não é de ninguém)
A casa estava quieta e aproveitei para adiantar as lições de casa e encaminhar alguns trabalhos que coincidirão com a semana do Baile.
Não era fácil a tarefa de considerar as sugestões e necessidades de todos. Mas é neste momento que percebemos o quão empático podemos ser e, assim, se é moldado um bom líder.
— Oi, querida! - Mamãe me cumprimentou, afastando os pensamentos que me desnortearam até não perceber sua presença. — Como foi na escola?
— Oi, mãe. Foi tudo bem, estou só adiantando algumas tarefas. - Me prontifiquei a ajudá-la com as sacolas do mercado enquanto respondia.
— Encontrei a Clarice no supermercado e ela me disse que você vai lá hoje. O que acha de fazermos aquele bolo de chocolate para você levar? - Suas sobrancelhas estavam arqueadas de uma maneira que deixava claro seu entusiasmo com a ideia.
— Não vou te atrapalhar?
— Você nunca atrapalha. - Beijou o topo da minha cabeça, afagando os fios de cabelos por alguns instantes.
— Eu acho uma ótima ideia! Você sabe como e Cassie amam o seu bolo!
— Clarice insiste que eu conte o segredo da minha receita, mas este só quem vai saber, será você. - A mais velha piscou de uma forma marota, tirando das sacolas alguns dos ingredientes que usaríamos, então logo guardei meus materiais e comecei a untar a forma.
Mamãe sempre foi muito presente, então confiava nela para contar dos meus sentimentos, até fofocas de quem arrumou briga nos corredores da escola.
Ela é minha mãe e minha parceira.
Durante todo o processo de bater massa, assar o bolo, rechear e decorar, mamãe e eu estávamos entre risadas e brincadeiras. Ver como ela se dedicava e amava cada segundo do simples passo a passo do bolo era o motivo pelo qual eu a amo tanto. Ela sempre está de corpo e alma em tudo que faz.
Tomei banho e me troquei, colocando uma calça jeans do tipo wideleg, das mais soltinhas, uma camiseta raglan de mangas amarelas e um all star nos pés. Separei uma bolsa com alguns objetos pessoais, caso ocorresse de dormir por lá, no mesmo instante avistei pela janela do meu quarto, estacionar de frente para a garagem de casa e buzinar, levantando o olhar para me procurar na janela. Acenei para ele, que retribuiu e saiu do carro, muito provavelmente por ordem de mamãe que saiu para recebê-lo.
Precisei de mais alguns minutos até pegar o que precisava e, mesmo que baixinho, consegui ouvir a voz de ambos no andar de baixo jogando conversa fora, então automaticamente imaginei o sorriso no rosto de ambos, me contagiando em segundos.
Desci e vi que o bolo já estava na mesa de centro na sala, mamãe tinha a mão no ombro de da maneira como lhe demonstrava afeto e assim como imaginei há segundos atrás, sorrisos abertos.
— , ela não me falou que você vinha buscá-la, senão teria feito os cookies que você gosta pra comer depois do treino.
— Ela é esquecida assim mesmo, Dona Valerie, e, por favor, não queria lhe incomodar. O bolo já vai ser motivo de festa na família Cox! De verdade! É o meu bolo favorito! - sorriu cortês e se levantou do sofá, estendendo as mãos num gesto para que eu lhe passasse a minha mochila.
— Mãe, quer ir com a gente? A tia Clarice ia adorar!
— Ia mesmo! - O rapaz confirmou minha fala.
— Não, não queridos. Estou cansada, vou ficar devendo essa, tudo bem?
— Tudo bem, então qualquer coisa, me ligue, tá? - A mais velha concordou, me puxando para um abraço gostoso, como se eu estivesse me despedindo e indo para outro país.
— Tenham cuidado na estrada!
— Vou ficar de olho nela, Dona Valerie. - assegurou. — Sabemos que sou o mais responsável de nós dois. - Brincou.
— Não me chame de “Dona”, faz eu me sentir uma estranha, e olha que eu estava presente quando você teve seu primeiro dia de aula na primeira série.
— Nós nem éramos amigos ainda! - Gralhei.
— Mas Clarice eeu, sim. Inclusive, querido, mande um abraço para a sua irmã. - Ele assentiu e saímos pela porta da sala, rumando o veículo.
— Cox de caranga! Quem diria!
— Dias de glória, querida , dias de glória…
Ele colocou minha mochila no banco traseiro e ambos puxamos o cinto de segurança, acenando mais uma vez para mamãe que nos observava da porta e arrancamos.
A música que tocava no rádio era um hit que grudava na cabeça de qualquer um, fazendo com que ficássemos um dia inteiro cantarolando um dos versos. As janelas estavam abertas e um vento forte soprava nesse fim de tarde, assim, e eu tivemos a mesma ideia: cantar de plenos pulmões o refrão com parte do rosto para fora da janela, sentindo o vento e a sensação de liberdade.
As ruas estavam calmas por não estarmos no horário de pico ainda, portanto foi necessário apenas cerca de dez minutos até que estacionássemos na garagem dos Cox.
Clarice estava no telefone com alguma amiga e Cass estava lendo, portanto subimos direto para o segundo andar da casa.
colocou almofadas e travesseiros no chão, pegou cobertas e alguns snacks, dando play no primeiro filme de Anne Hathaway e Julie Andrews, O Diário da Princesa, deitando-se ao meu lado.
Ouvi sua risada baixa em alguns momentos do filme, assim como o ouvi bocejar e cochilar em outras partes. parecia inquieto e tudo me indicava que era por conta do Baile e sua vontade de não querer ir.
— ?
— Uhm? - Respondi automaticamente, prestando atenção ao filme, como na primeira vez que o assisti.
— Você já beijou o Steve?
— O quê?! - Me sentei de imediato, ficando de frente para ele que estava sentado da mesma forma. — Está falando sério?
— Sim, mas não precisa responder se não quiser.
— Não, eu não o beijei, mas ele mandou um Correio Elegante hoje e foi lindo! Quer ler?
— Não, valeu. - Pigarreou. — Já beijou alguém, ? - Ele perguntou um pouco mais baixo.
— Não estou pensando nisso agora.
— Você sabe que eu teria te dito, então obviamente sabe que não beijei ninguém. - Deu de ombros, mantendo o tom de voz baixo.
— Por que quer falar disso agora?
— Porque eu estava pensando que… Se você topasse, é claro, e quisesse, também, talvez nós dois. Eu e você. Poderíamos dar o nosso primeiro beijo um com o outro. Não hoje. É só uma ideia. - Ele gaguejou em alguns momentos, precisando puxar o ar para finalizar sua frase.
— Não estou pensando nisso agora. - Repeti a frase de antes, porém no mesmo tom baixo que ele.
Ele sorriu sem mostrar os dentes, retomando o filme e como estávamos antes. Não me senti acanhada e nem envergonhada de maneira alguma por tocar naquele assunto com , por confiar nele de olhos fechados para absolutamente tudo, contudo, não conseguia ter certeza de que ele não estava de certa forma, embaraçado.
O filme estava chegando ao final e um dos lanchinhos restantes eram as balas preferidas dele. Me estiquei para pegá-las e as abri, sabendo que o intuito dessa pequena ação, era dizer silenciosamente para ele, que estava tudo bem.
Encostei a cabeça em seu ombro, dividindo as balas uma hora para mim e outra hora para ele.
pôs a mão em meu ombro, acariciando por alguns segundos e em seguida dando uma espécie de abraço, e então encarei esse seu gesto como a sua própria maneira de dizer silenciosamente para mim que estava tudo bem.
Olhei para cima, sorrindo terna apenas para ter a plena certeza de que estávamos bem e no momento em que ele me olhou havia muito mais em seu olhar. Suas irises sempre foram muito intensas, a ponto de me causar arrepios, mas hoje, neste exato momento agradeci por estar deitada, ou seu olhar seria capaz de me enfraquecer as pernas.
Ele nada disse, apenas deslizou o polegar por minha bochecha quando encaixou a mão ali, fazendo com que meu coração acelerasse. Fechei os olhos, aproveitando o carinho e sentindo seu perfume se intensificar quando mudou de posição, de maneira que seu rosto ficasse de frente com o meu, sem mover o carinho em meu rosto por nenhum milésimo.
Aproveitei da pouca distância para, com uma mão acariciar sua nuca e parte dos seus cabelos, e com a outra, tocar seu rosto da maneira que fazia comigo. Seus olhos fecharam no mesmo instante e o vi engolir em seco.
Quando os abriu novamente, seu olhar petrificou o meu.
E eu poderia jurar que o tempo havia parado.
diminuiu um pouco mais a distância de maneira sutil, parando mais uma vez e estudando os detalhes do meu rosto com atenção. Percebi que o fazia porque sentia as bochechas formigarem e desviava sempre que o via fazer algo semelhante.
A diferença era que neste momento eu não desviaria de maneira alguma.
— … Querida, . - Soprou as palavras em meus lábios.
— É claro que pode. - Respondi tendo plena certeza de que essas eram suas próximas palavras.
— Estou nervoso.
— Eu também.
sincronismo respiramos fundo e eu fechei os olhos, porque Jeremy Cox colava seus lábios nos meus para o nosso primeiro beijo.
Nosso primeiro beijo juntos.
(O seu amor é a perfeição, por favor me aponte na direção certa)
I'mma give you all my affection
(Eu vou dar-lhe todo o meu carinho)
Every touch becomes infectious
(Cada toque torna-se contagiante)
Let's make out in this Lexus
(Vamos fazer no presente Lexus)
There's no other love just like this
(Não há outro amor como esta)
A life with you I want, then can we become love's persona
(Uma vida com você que eu quero, então podemos nos tornar persona amor)
Todos estavam de beca ao nosso redor, era até mesmo difícil de achar os nossos amigos no momento em que jogamos os capelos para o alto.
Estamos formados, felizes, orgulhosos e de malas prontas para a faculdade.
Aos poucos, os adolescentes foram se dissipando, assim e eu pudemos procurar por Blair que também nos procurava.
— Cara, finalmente estamos livres disso aqui! - Foi a primeira coisa que ela disse, encarando azeda o pequeno grupo dos “Matlétas” atrás de nós. — O que vamos fazer hoje?
— Bom, eu tenho planos... - me abraçou pela cintura, dando beijos repetidos em meu rosto, arrancando risinhos de mim, o que fez Blair aumentar a carranca.
— Como vocês ainda se amam tanto? Já faz mais de dois anos! E pensar que tudo isso começou com um Correio Elegante que a gente nem sabia que era de .
— Quanto mais rápido se acostumar, Blair, melhor, porque eu vou construir família com essa mulher.
— Vamos com calma… - Desfiz do seu abraço, enlaçando nossas mãos. — Você nem propôs ainda!
— Sinto como se pudesse te pedir em casamento hoje.
— Sinto que podemos casar hoje.
— Ai, ai, Steve e Vanessa formaram um casal depois de vocês darem um pé na bunda deles. - Blair comentou aérea.
— E eles estão vindo aí.
— Como vai, Mitch? - Steve cumprimentou Blair pelo sobrenome. — Jones, Cox. - E eu e , respectivamente.
— Oi, Steve! Como vai? Vi que seus pais comemoraram bastante.
— Estou bem. Sim, eles estão eufóricos! E você, como está? Viemos lhe parabenizar pelo discurso de oradora da turma, na verdade. - O atleta mais ágil do time fazia o possível para manter a postura ereta e polida.
— Sim, . Obrigada pelas palavras, representou muito bem nossos últimos momentos aqui. - Vanessa comentou quase tão automática quanto um robô.
— Obrigada, o intuito foi exatamente esse e eu adoraria conversar mais, mas a mãe de está nos chamando. - Vi Clarice ao fundo, sem saber se ela realmente procurava por nós, mas decidi acenar e ela correspondeu. Estava torcendo para me livrar daquele momento, claramente constrangedor, o mais rápido possível.
— Nem eu tinha visto minha mãe ali.
— Por favor, eu enxergo minha futura sogrinha de longe! - Sorri abertamente assim que dispersamos os outros dois.
(Você sempre será a única que eu quero vir para casa)
Boy let me love you and show you how special you are
(Boy deixe-me amá-lo e mostrar-lhe como você é especial)
I wanna be your baby, you'll always be my baby
(Eu quero ser seu bebê, você sempre será meu bebê)
Tell me what you want now
(Diga-me o que você quer agora)
Muito da nossa rotina mudou e nós mudamos por completo.
Semestres passavam um atrás do outro e nos mantínhamos firmes, às vezes, cambaleávamos, mas resistimos.
A vida adulta nos atingiu em cheio e não havia nada que me tirasse dos braços deste homem.
Este homem que me ama e me apoia.
E o resto?
Bem, o resto é em outra história.
(Vamos cantar isso para o mundo)
Baby give me time
(Bebê me dê tempo)
I'mma be your girl
(Eu vou ser sua garota)
I wanna make you mine
(Eu quero fazê-lo meu)
And it ain't nobody's business
(E não é da conta de ninguém)
It ain't nobody's business
(Não é da conta de ninguém)
Just mine, and my baby
(Só minha e do meu bebê)
FIM
Nota da autora: MEU DEUS, O QUE É ISSO?! UM JOGO COMIGO?!
Pra ser sincera, nem eu mesma acreditei que acabaria escrevendo quando tive essa ideia, realmente, não acreditei que levaria ela a sério!
Mas, veio aí! O spin-off (acho muito chique) da minha longfic chamada BOSSY. Enquanto escrevia esse ficstape, também bolava uma boa atualização para retomar BOSSY no site, porque sim, essa é uma realidade, portanto espero que ambas sejam lançadas juntas, senão muito próximas. Como sabem, BOSSY se passa num ambiente de trabalho onde a pp () é CEO de uma revista de moda conceituadíssima em NYC, portanto, aqui, decidi retratar como meus pombinhos favoritos se conheceram.
É isso, espero que gostem tanto quanto eu,
XOXO.
Outras Fanfics:
SE NÃO HOUVER, APAGUE
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Mas, veio aí! O spin-off (acho muito chique) da minha longfic chamada BOSSY. Enquanto escrevia esse ficstape, também bolava uma boa atualização para retomar BOSSY no site, porque sim, essa é uma realidade, portanto espero que ambas sejam lançadas juntas, senão muito próximas. Como sabem, BOSSY se passa num ambiente de trabalho onde a pp () é CEO de uma revista de moda conceituadíssima em NYC, portanto, aqui, decidi retratar como meus pombinhos favoritos se conheceram.
É isso, espero que gostem tanto quanto eu,
XOXO.
Outras Fanfics:
SE NÃO HOUVER, APAGUE
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.