Finalizada em: 14/02/2021

Capítulo Único

Los Angeles, EUA. Sexta feira, 30 de Agosto de 2011, 10:48 da noite.
- Não, , eu não entendo, me explica novamente. - saía pela porta principal do prédio atrás da garota que estava um pouco a sua frente.
- Eu já expliquei, eu vou embora, você que está se esforçando para não entender. - a garota parou e virou na direção dele.
- Simples assim? Para você é simples assim? Sei que não temos um namoro ou algo do tipo, mas porra, eu esperava mais de você. - ele passava a mão nos cabelos, confuso, tentando entender tudo.
- Eu já tinha uma vida planejada, antes disso tudo, antes disso - disse apontando para si mesma, depois para o homem parado em sua frente - Esses dois meses foram ótimos, mas eu tenho que ir. - ela terminou de falar e se virou novamente para ir embora.
- Sim, foram ótimos, acho que esse é o motivo que eu não estou 100% conformado. - ela olhava por cima do seu ombro e sabia que ele estava olhando para baixo enquanto falava, porque estava começando a adquirir uma expressão triste - Mas como já disse, eu esperava mais de você.
- E talvez essa tenha sido seu erro, .
Foi a última coisa que disse, antes de sair andando, ela sabia que não estava fazendo o que seu coração queria, mas naquele momento resolveu ser racional, não conseguiria olhar para trás porque sabia que ia encontrar um homem chorando, um homem que gostava bastante e isso com toda a certeza faria ela mudar de opinião sobre agir com a razão.

Chicago, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 8:40 da manhã.
estava tentando arrumar a bagunça que estava a sua mais nova casa, nunca pensou que o divórcio fosse trazer tanta mudança para a sua vida, mas aqui estava ela nos auges do seus 29 anos, em uma nova cidade, em um novo emprego e uma nova vida para colocar em ordem. Depois de ficar um bom tempo pensando, resolveu começar pelo armário, abriu as duas portas e se deparou com uma caixa enorme na última das 7 prateleiras que tinha, se esticou para pegar a mesma, ainda na ponta do pé só conseguia pegar em um pedaço da caixa, resolveu tentar balançar ela para ver se ficava mais fácil de alcançar, ela não tinha reparado que em cima da enorme caixa tinha uma menor e com o balanço, essa caiu na cabeça dela.
Ela estava no chão agora, com a caixa ao lado e a mão na cabeça decidindo se soltava gemidos de dor ou ria do próprio desastre. Não se lembrava de ter guardado e imaginava o que aquela caixa poderia conter, não tinha nenhum tipo de identificação como as outras ali. Rasgou o pouco durex que se encontrava nela, abrindo as duas abas que continha, uma para cada lado, a primeira coisa que se deparou foi com uma foto dela, alguns ou bons anos atrás, no fundo da foto se encontrava alguma avenida de LA, onde ela cresceu, soltou um risinho e continuou olhando as outras fotos que continham ali, ela foi tirando algumas e colocando no chão ao seu lado, avistou um papel um pouco desgastado, pegou em mãos e sorriu ao reconhecer o ingresso de um show ali.

Los Angeles, EUA. Sábado, 25 de junho de 2011, 21:39 da noite.
Eu não acredito que ela me avisou agora que não vem mais”, pensava consigo mesma já parada em frente a um dos vários clubes que tinha em LA, tinha combinado com a amiga Amanda de ir a esse show e corrido atrás dos ingressos faziam meses e tinha recebido uma mensagem da mesma faziam 5 minutos, dizendo que não ia mais, pois tinha que ficar de babá do irmão mais novo. ficava andando de um lado para o outro pensando se deveria adentrar o clube, olhou para o ingresso na sua mão e se lembrou de como gostava da banda que iria tocar hoje, sorriu e seguiu em direção ao segurança, entregando sua carteira de motorista e o ingresso, o mesmo após conferir tudo lhe deu passagem.
O show estava programado para começar às 22h em ponto, admitia que o lugar estava mais cheio do que esperava, Heart's on Fire era uma banda de rock, que já tocava há alguns anos, mas começaram a adquirir fama uns dois anos atrás, acompanhava eles já fazia algum tempo.
Depois de já ter bebido algumas cerveja escutou os primeiros acordes de Put Fire on This começarem e os gritos de animação também, ela nem acreditava que finalmente estava prestes a vê-los ao vivo, foi se enfiando nos poucos espaços que tinham na multidão, ficando cada vez mais próxima, a adrenalina estava aumentando os poucos, e Meu Deus ela não podia acreditar em como eles conseguiam ser mais gatos pessoalmente. estava praticamente na primeira fila, gritava tanto que tinha certeza que ia ficar sem voz no dia seguinte, mas não se importava muito, já estava suada com os pulos que estava dando seguindo a música.
Geralmente em alguns shows a banda tinha o costume de fazer uma interação grande com o público chamando algumas pessoas no palco, sabia bem disso, mas achava que nunca ia acontecer com ela, achava pois naquele momento estava vendo a mão do vocalista Brian ser estendida em sua direção, ficou encarando seus olhos azuis maravilhada por alguns segundos e esticou sua mão para pegar a dele, foi ajudada pelas pessoas que estavam na pista também com um impulso para alcançar o palco, estava agora a poucos centímetros, do dono da voz que gostava tanto, confessava para si mesma que estava um pouco tímida agora, mas o visual ali de cima era incrível, olhar para todas aquelas pessoas animadas, as luzes, sentir a vibração que mesmo da plateia já era incrível, no palco era surreal, olhava para todos os integrantes que formavam a banda, observou a força que o baterista usava nas baquetas, os dedos do baixista e do guitarrista e as veias saltando no pescoço do vocalista ele fez um sinal para ela acompanhar os agora outros fãs que estavam em cima do palco e naquele momento ela decidiu deixar toda a timidez de lado e aproveitar o auge dos seus 21 anos. Pulava e jogava os cabelos conforme a música ia seguindo. Quando estava quase no final, ela decidiu fazer algo que sempre via nos filmes e queria testar na vida real. Todo mundo, inclusive os membros da banda, ficaram surpresos quando viram a garota se jogar na direção da galera, mas não estava se importando muito, sentiu algumas mãos nas partes do seu corpo e até pôde sentir que andou alguns centímetros pela galera, antes de sentir seu corpo se chocando com algo no chão, ouviu uma risada e se deparou com o homem embaixo dela, talvez isso de se jogar na galera só funcionasse em filme mesmo, riu ao pensar sobre isso, reparou no homem que tinha servido de amortecedor para sua queda e pensou mentalmente como ele era bonito.
- Ainda bem que você é leve - pronunciou uma voz abafada debaixo dela, soltando uma risada logo depois.
- Me desculpa por isso. - estava se levantando, sem graça.
- Não precisa pedir desculpas, eu gosto de pessoas que cometem loucuras às vezes. - ele tinha ficado de pé também.
- É muito bom ouvir isso, porque esse é exatamente o tipo de pessoa que eu sou. Ai - ela levou uma mão até o seu joelho.
- Eita, sua calça está rasgada, me deixa ver - ele se abaixou, ficando na altura do seu joelho, olhando o machucado recém formado.
- Então qual o meu diagnóstico, doutor? - Ela olhou para baixo, vendo as ações do homem.
- Sua aventura na multidão te deu um machucado novo, mas nada que um band-aid não resolva - ele ficou em pé novamente - Aliás, meu nome é .
Ele estendeu sua mão.
- Oi , eu sou a - estendeu a mão de volta - A agora com um joelho ensanguentado.
Os dois riram.

Chicago, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 8:54 da manhã.
Nossa, parecia que fazia uma década, na verdade quase fazia, riu do seu pensamento, ela não tinha voltado a essas memórias já fazia muito tempo, talvez por isso a caixa que acertou sua cabeça não tivesse identificação ou algo do tipo, ou talvez porque ela não gostaria de algo que a fizesse pensar sobre suas escolhas de vida tão visível assim. se recusou por tanto tempo a voltar a pensar nesse nome novamente, não que tivesse esquecido tudo assim tão fácil, não se casou obrigada ou nada, mas se pudesse escolher teria ficado naquela vida de Los Angeles, acho que é por isso que recusava a pensar em também, ele não era só um grande amor que ficou em sua vida em um curto período de tempo, ele também representava toda sua vida meio rebelde de ir a shows, curtir bandas e beber muito, coisas essas que nenhuma foi feita depois de decidir ir embora, acabou que um joelho sangrando foi a melhor coisa que ela poderia ter ganhado aquela noite.
Voltou sua atenção à caixa novamente e olhando mais atentamente as fotos ali, achou uma que continha ela e o homem que estava nos seus pensamentos nos últimos minutos, reconhecia que avenida atrás da foto era a mesma que tinha visto na sua foto sozinha mais cedo, era um ângulo diferente, mas podia reconhecer que era a mesma, os dois estavam com os rostos grudados, vestindo ambos camisetas pretas, mostrava a língua e fazia sinal de paz com a mão esquerda, ele tinha o braço direito ao redor do pescoço dela e parecia estar gargalhando na foto, mesmo fazendo tanto tempo ela se lembrava daquele dia como se fizessem apenas alguns minutos.

Los Angeles, EUA. Sábado, 30 de julho de 2011, 18:16 da tarde.
- , daqui a pouco não vai nem sobrar espaço no seu celular com o tanto de foto que você está tirando.
- Você fala como se eu fosse achar um problema ter meu celular cheio de fotos suas. - Assim que terminou de falar olhou para ela sorrindo, chegou mais próximo e selou seus lábios nos dela em um beijo rápido.
Ela sorriu de volta logo após o beijo, mas seu sorriso logo sumiu pensando que logo não iria mais ter aquelas convivências, fazia um mês que tinha conhecido no pub no show de uma de suas bandas preferidas, desde então não tinham se separado mais, a verdade é que aquele mês parecia muito mais, ele era gentil, gostavam de fazer as mesmas coisas e não criticava as coisas que ela fazia, isso parecia meio idiota, mas para ela não ser criticada significava muito, um mês que eles tinham se conhecido e um mês para ela ir embora, ela tinha um emprego, um casamento e uma vida pronta já planejada para ela, ela sempre foi meio que desafiar essas coisas, mas estranhamente naquela situação estava cedendo, talvez por querer aprovação dos seus pais, essa que ela achava que não tinha, só pensava por que tinha que ter aparecido logo naquela hora, faltava pouco tempo para ela se mudar de cidade e viver a nova vida e não tinha nada que a fazia pensar sobre, mas ele, ele era como se fosse uma arma, a arma secreta que seu coração queria usar para impedir ela de fazer o que tinha que fazer.
- Hey, por que essa carinha linda está franzida assim? Pensando em algo? - Ele se aproximou e passou a mão no rosto da mulher em sua frente.
- Não, nada de errado, estava só te admirando. Vamos beber? - perguntou tentando mudar a situação.
- Claro, nem precisa perguntar novamente, mas antes vamos tirar só mais uma foto? - ele a puxou.
- Meu Deus, por favor você já tem fotos o suficiente. - Ela respondeu empurrando ele e rindo.
- Vem logo sua chata - estava rindo também, colocou o braço em volta dela, ela fez o sinal da paz e ele ainda estava rindo.

Chicago, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 1:56 da tarde
estava perdida nas memórias já fazia algum tempo. Se soubesse o final disso, nunca tinha ido embora naquela noite, com toda a certeza suas escolhas teriam sido diferentes, se o homem cujo a maioria das memórias daquela caixa pertenciam a ele era o amor da sua vida? Ela não sabia dizer a resposta, e na verdade não se importava, ela nunca acreditou muito nisso, gostava de viver o agora e os momentos com ele tinham sido ótimos, achar aquela caixa tinha causado o efeito de quase surto, não sabia se foi os acontecimentos do seu divórcio junto, mas resolveu pegar o avião com o horário mais próximo para Los Angeles, não com a esperança de encontrar ele, mas na esperança de encontrar seu antigo eu.
Começou a procurar em todas as caixas o seu notebook, mas se lembrou que estava na sua mochila que tinha deixado no sofá da sala quando chegou. Desceu as escadas correndo, achou sua mochila, abriu e começou a pesquisar passagens e hotéis. Achou um saindo em 4 horas, pensou na loucura que estava fazendo quando o botão de finalizar a compra apareceu na tela.

Aeroporto Internacional O'Hare,Chicago, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 3:01 da tarde.
Ela tinha corrido com as coisas para dar tempo de pegar o vôo, não estava levando uma mala ou nada do tipo, só tinha pego algumas coisas que tinha a esperança de deixar no hotel antes de se aventurar por LA novamente, o vôo tinha a duração de 4 horas e 27 minutos, começou todo o processo de fazer check in e aguardou a chamada final. Naquele ponto o sentimento de que tudo era loucura já tinha ido embora e ela estava totalmente animada, já tinha conferido a programação de alguns pubs e mesmo que estivesse cansada pela mudança mais cedo ou da correria para pegar o vôo, tinha certeza que queria curtir sua noite na sua cidade antiga.

Los Angeles, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 08:49 da noite.
Já tinha chegado ao seu destino, arrumado as coisas, tomado um banho e estava começando a se arrumar. Tinha optado pelo pub que ia ter o show de uma banda de rock, se fosse ser sincera, diria que não conhecia a banda mesmo, mas como já estava ali resolveu que ia para o ambiente que mais lembrasse a de 8 anos atrás.
Ajeitou seu cabelo e roupa, pegou a carteira e o celular que tinha colocado para carregar assim que havia chegado e seguiu para fora do quarto, foi até as escadas, sua ansiedade não estava permitindo a espera pelo elevador, desceu quatro lances e já estava na recepção. Passou pelos dois atendentes ali, acenou com a cabeça e seguiu para a porta principal já tirando seu telefone do bolso para chamar um táxi, conseguiu isso rapidamente e mais rápido ainda o táxi já estava na sua frente.

Los Angeles, EUA. Quinta feira, 8 de agosto de 2019, 09:26 da noite.
Não tinha fila do lado de fora, talvez pelo fato de ser quinta-feira, entrou facilmente e seguiu para o bar pedindo para o bartender o que ele tinha de mais forte e seguiu assim pelos próximos minutos repetindo as doses daquilo. O som já tinha começado, a banda até que não era ruim, resolveu ir para a pista depois de pedir para o mesmo bartender que lhe serviu, colocar tudo na sua comanda, ela foi se envolvendo na multidão e sorria lembrando daquela noite que o ingresso na sua caixinha trouxe de volta a sua mente, quando já se deu conta estava na frente do palco, não sabia como tinha chegado ali tão rápido, talvez o álcool tivesse ajudado. Aquele ambiente mais escuro, as luzes… tudo isso parecia estar chamando , ela tentou subir no palco sozinha, não estava tendo muito sucesso, até que sentiu duas pessoas que estavam próximas a ajudarem, a banda não pareceu ter ficado assustada com a mais nova presença no palco, ela não tinha tentado agarrar ninguém, dançava loucamente sem pensar em muita coisa, queria curtir o momento, sentir como se estivesse anos atrás, aquela garota que tinha escolhas, conforme dançava se lembrava de todas as coisas e queria poder ter de volta algumas delas, começou a encarar a multidão e notou que o espaço estava mais cheio do que qualquer outro show que já tinha ido, começou a ficar hipnotizada por tudo aquilo, caminhando cada vez mais perto para a multidão animada e as luzes, até que um grande impacto foi ouvido e a dor começou, não acreditava que tinha caído no chão segundos depois de estar em um palco pela segunda vez, se fosse a dor insuportável de algo que estava sendo pior do que da última vez, com toda a certeza estaria rindo agora pelas similaridades que estavam acontecendo, demorou um pouco para as pessoas ao seu redor que estavam curtindo o show perceberem que ela realmente não estava bem, chamaram uma pessoa que trabalhava no local e essa chamou um táxi para ela ir até o hospital.
Ela estava com muita dor, mas concordou com o pessoal do pub em não chamar uma ambulância, tinha medo de não ser nada, o taxista chegou rápido e o caminho até o hospital foi mais rápido ainda. O pub tinha pagado pela corrida, então ela não precisava se preocupar, na porta do hospital dois enfermeiros auxiliaram ela e fizeram todos os procedimentos e exames necessários. Uma perna quebrada era isso que ela tinha ganhado e um gesso novo, já se encontrava deitada em um leito com a perna presa depois de ter passado por todo o processo e pelas lesões que o médico falou, mas ela não tinha entendido muito bem se fosse ser sincera, tinha alguém na cama ao lado, ela podia ver, mas a cortina que separava tampava totalmente quem era, então achou melhor deixar pra lá, agradeceu mentalmente pela enfermeira que tinha deixado os seus pertences ao seu lado, procurou seu celular, esse que conseguiu distrair ela por alguns minutos, até que o sinal de bateria começou a gritar na tela. Começou a procurar o carregador e se lembrou que havia deixado no hotel, afinal não planejava acabar a sua noite no hospital e impossibilitada
- Hey, tem alguém aí, do outro lado desse pano? - perguntou.
- Oi vizinha, tem sim, posso te ajudar com algo? Talvez emprestar um pouco de açúcar?
Ela riu da graça que a pessoa, ou o homem pela voz tinha dito, do outro lado.
- Açúcar talvez não, mas um carregador.
- Claro.
Ouviu barulho de coisas serem vasculhadas e imaginou que ele estava a procura do objeto que lhe tinha sido pedido, ouviu a cama ranger e ficou feliz por ele já talvez estar se disponibilizando em trazer até ela, já que a mesma não conseguia.
O barulho da cortina sendo puxada para o lado começou, revelando o homem à sua frente, ela ficou surpresa, afinal ele era realmente bonito.
- Aqui está - estendeu o carregador na direção dela.
- Muito obrigada, se não for pedir muito, você poderia coloc…- uma nova presença no ambiente havia interrompido sua fala.
- Oi, eu sou o médico de plantão agora, vim chec…
Ele tinha entrado de cabeça baixa, assim que olhou na direção da paciente feminina no local, assumiu uma expressão de espanto
- ?
- ?
Ela tinha dito quase num sussurro, não sabia se estava querendo perguntar aquilo para ele ou para ela mesma que tinha adquirido a mesma expressão que ele.
- Não acredito que é você, quanto tempo.
- 8 anos. - ele respondeu.
- Sim, você se tornou médico? - olhava para ele meio surpresa, observando seu jaleco.
- É tão chocante assim? - ele perguntou rindo um pouco - Sim, não foi só você que seguiu com a sua vida - abaixou a cabeça por conta da fala dele - Hey, relaxa, na época eu fiquei bem puto e chateado, mas agora eu meio que entendi seu lado, e pelo jeito você não mudou muito já que está aqui no hospital machucada.
Ambos riram, ele estava certo, o moço que estava na cama ao lado tinha voltado ao seu lugar, talvez porque percebeu o clima que tinha ali, ela não acreditava nas coincidências, principalmente nessa do .
- Se eu te falar que adquiri esse machucado em um show, você vai acreditar em mim? - começou a rir alto.
- Desculpa por não estar lá para te segurar dessa vez então.
- Hey , me desculpe pela forma como te tratei, ir embora daquele jeito… Enfim, não foi certo. - Ela soltou as palavras que estava e achava que precisavam ser ditas naquele momento.
- Como eu falei, comecei a te entender mais, hoje eu percebo que tinha mais a ver com você mesma, do que com a gente.
Aquela frase fez ela ficar pensativa, mas ele tinha razão.
- É, acho que você está certo, sempre que a gente se vê eu acabou machucada, mas a pior ferida foi a que eu deixei autoinfligida comigo mesma, talvez por isso eu tenha voltado para LA hoje tão impulsivamente.
Ela estava extremamente satisfeita de ter admitido isso para si mesma, eles ficaram conversando por mais uns minutos, contou que tinha se casado e se divorciado e ele disse que estava casado e com uma filha e ficou extremamente feliz por ele, ele teve que voltar ao trabalho rápido, e ela ficou sozinha pensando em tudo, percebeu que realmente tudo aquilo não tinha só a ver com , mas sim com quem ela deixou para trás. Não tinha mais 21 anos, mas tinha muito tempo ainda para descobrir essa , sem casamento, sem ninguém e estava muito animada para isso.




Fim.



Nota da autora: Oiii amorzinhos, tudo bem? O que falar dessa história? Eu acho esse álbum da Katy uma delícia de escutar, ele traz aquele sensação de adolescência, não acham? kkkk <3 Foi muito legal escrever sobre Self Inflicted, não conhecia muito a música, mas agora não sai da minha playlist, meu primeiro ficstape, por isso tem um gostinho e ansiedade especiais, espero que gostem <3


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One Chance
Clouds

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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