Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Não sabia exatamente há quanto tempo estava encarando a porta daquela casa. Em um reflexo, pude perceber que o sol não estava mais lá, a luz agora vinha dos postes na rua, o que me permitia ainda encarar aquela casa.
A casa onde ela estava.
Os carros passavam pela rua, as pessoas caminhavam tranquilas pelas calçadas... As crianças corriam e brincavam na praça um pouco mais a frente. Uma vizinhança calma e com pessoas que se cumprimentavam pelo nome.
Uma senhora saiu da casa e eu me acomodei melhor no banco, pensando se esse era o momento que alguém viria perguntar o que um estranho estava fazendo ali por tantas horas. Seu olhar passou rapidamente pelo carro, mas a senhora logo seguiu seu caminho.
Continuei encarando a porta, como se a coragem para ir até lá fosse cair do céu em algum momento. Minhas pernas já estavam dormentes e minhas costas estavam doloridas por ficar sentado dentro do carro. Eu apenas... Eu não conseguia ir embora, não agora que ela estava tão perto.
Respirei fundo, ainda com esperança de que, a qualquer momento, eu pudesse vê-la. Eu tinha medo demais e vergonha de tudo o que tinha acontecido para que eu tivesse coragem para falar com ela, mas eu precisava olhá-la, saber que ela estava bem.
Um toque fraco no vidro do carro me fez despertar dos meus devaneios e parar de encarar a casa. Olhei para o lado, com medo que algum policial estivesse ali, mas não. Era a senhora que saiu da casa. Suspirei, abaixando o vidro para falar com a avó da .
- Vamos, ela só vai chegar em algumas horas. Você deve estar com fome, meu filho. – Arregalei meus olhos, assustado com suas palavras. – Não me faça repetir. – A senhora disse e saiu, me deixando atônito e ainda parado no banco do carro. Olhei para a direção da casa, pensando seriamente em sair correndo dali. Quando notei a senhora parada no meio do caminho, me dei por vencido e saí do veículo. Minhas pernas falharam e eu me apoiei no carro. Estiquei meu corpo, precisando de alguns segundos até que conseguisse andar.
A senhora entrou na casa e deixou a porta aberta para que eu entrasse. Hesitante, segui atrás dela, fechando a porta atrás de mim. Fiquei parado na entrada, admirando a decoração simples e aconchegante. Um quadro com uma enorme foto da família estava exposto logo na entrada e meus olhos não falharam em procurar a pessoa que eu mais desejava ver.
Meus olhos percorreram cada canto ao meu redor, minha mente me fazendo acreditar que ela apareceria a qualquer momento e me expulsaria dali aos gritos. Abaixei minha cabeça e encarei meus pés, acreditando ter cometido mais um erro ao ter entrado ali.
- Eu estou aqui na cozinha, meu filho, ou vai ficar parado na entrada? – A senhora chamou da cozinha, em um tom brincalhão. Segui o som da sua voz e logo a encontrei terminando de arrumar uma mesa com um lanche. – Sente-se, você deve estar morrendo de fome.
Eu não estava. Pelo menos não até ela me fazer parar para pensar no assunto. E eu precisava muito ir ao banheiro. Olhei para a adorável senhora a minha frente, que logo entendeu meu desespero e me indicou uma porta ao final do corredor. Assim que voltei, a avó da já estava sentada, encarando o nada a sua frente. Me sentei a sua frente, chamando sua atenção.
- Eu sou Adelaide, mas pode me chamar de Adê. – Ela disse, com um sorriso simpático nos lábios.
- Eu sou...
- . Eu sei. – Desviei meu olhar, encarando minhas mãos sobre o meu colo. - Poucos minutos depois que estacionou aqui em frente, um vizinho me ligou para avisar. Bastou um telefonema pra confirmar quem era você. – Suspirei, voltando a encarar a senhora.
- Me desculpe. – Eu disse, em um tom baixo.
- Está tudo bem. Você pretendia vir aqui em algum momento? – Ela perguntou, me pegando de surpresa.
- Acho... Acho que não. – Disse, com a voz áspera.
- Toma, beba um pouco de suco. – Adê disse, colocando o copo na minha frente. Tomei um longo gole, já sentindo minha garganta melhor.
- Obrigado. – Desviei meu olhar novamente, encarando a porta da cozinha, como se a qualquer momento pudesse aparecer por ali.
- Ela vai demorar mais um pouquinho pra chegar. – Ela disse, me fazendo olhar para ela novamente. Um sorriso não deixava seus lábios, o que me perturbava um pouco. Será que ela sabia o que tinha acontecido?
- Eu... Eu acho melhor eu não estar aqui quando ela chegar. – Forcei as palavras a saírem da minha boca, mas meu coração recusava fortemente essa decisão. Adê apenas sorriu, ainda me encarando. Ela colocou um pedaço de bolo no meu prato e encheu meu copo com suco novamente.
- Você está tentando me convencer ou a si mesmo? – Sua pergunta foi de maneira suave, mas ainda causou um impacto em mim. Suspirei, comendo mais um pouco do bolo. – fala muito sobre você. – Fechei meus olhos com força, largando o garfo sobre a mesa, meu estômago embrulhando repentinamente. Adê colocou uma de suas mãos sobre a minha, que ainda estava sobre a mesa. – Se, mesmo que inconscientemente, veio em busca de perdão, você precisa se perdoar primeiro.
Dito isso, o silêncio preencheu o lugar. Eu terminei de comer e estava perdido demais em uma briga interna sobre ir embora ou não. Quando me dei conta, a porta já tinha sido batida. Uma voz alegre preencheu a casa, chamando pela a avó.
- Na cozinha. – Adê disse. Eu não conseguia me mexer. Seis meses sem ao menos ouvir sua voz e, agora, poucos segundos nos separavam.
- Oi, vó! Como foi... – Mesmo sem olhá-la, eu conseguia sentir sua surpresa ao me notar ali. Eu ainda não conseguia me virar, ainda encarava o prato sobre a mesa.
- Por que você não sobe e toma um banho, minha querida? Eu vou preparar algo pra você comer. – Adê falou para . Depois do que pareceu uma eternidade, meu corpo voltou a responder e eu consegui me afastar da mesa e me levantar. Meu coração batia acelerado, minha respiração estava falha, eu estava tremendo e tudo pareceu piorar quando a olhei. Ela estava tão linda quanto eu me lembrava.
Nossos olhares se encontraram e parecia tão hipnotizada e afetada quanto eu. Sua avó entrou em meu campo de visão e a levou dali. O vazio e a escuridão voltaram com força para dentro de mim, trazendo toda a dor e as lembranças ruins, me levando para lugares que eu apenas queria fugir.
Assim que Adê voltou para a cozinha, minhas pernas logo me tiraram dali, me levando rapidamente até a porta da casa. O medo dominava cada poro do meu ser e me mandava ir embora, para deixar em paz, que a vida dela seria muito melhor sem mim.
Com minha mão já na maçaneta, a senhora segurou em meu braço, gentilmente. Mesmo que relutante, me virei para encará-la. Seu olhar estava tranquilo, mas firme ao mesmo tempo.
- Você não acha que está na hora de esclarecer tudo, meu filho? – Eu encarei Adê a minha frente. Eu sabia que meu olhar completamente perdido e desesperado estava fazendo com que a senhora se compadecesse.
- Eu não sei, eu realmente não sei. – Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha e limpei rapidamente, não querendo ceder ao choro. Adê se aproximou de mim e me abraçou.
- Você já sabe, só precisa aceitar a decisão que seu coração já tomou há um bom tempo. Você não dirigiu por horas até chegar aqui em vão. Vocês merecem essa conversa.
- Eu estou com medo. Ela chegou tão feliz e, assim que me viu, eu senti toda a tristeza surgir ao seu redor. – Falei, cabisbaixo.
- , você não pode mudar o passado, ele já foi escrito. Mas suas atitudes hoje que irão determinar o seu futuro. A solidão é muito triste, e uma vida cheia de miséria e pena de si mesmo não é viver, mas apenas sobreviver. Não deixe que suas más escolhas te impeçam de viver esse amor tão bonito que eu sei que você ainda sente pela minha neta.
- E se eu me perder novamente? E se eu apenas trouxer ainda mais tristeza e sofrimento para a ? Como eu vou viver comigo mesmo sabendo que eu decepcionei quem eu mais amo de novo? – Desabafei, não aguentando mais todo o peso em meu coração.
- Meu querido, essas incertezas fazem parte da vida. E, acredite ou não, mas a também tem suas dúvidas e seus medos. Separados, vocês se sentem perdidos, mas é no outro que vocês se encontram, porque é assim que você deve se sentir quando ama alguém. Não sabote a si mesmo e perca a oportunidade de viver um amor que poucos tem a chance encontrar. – Adê finalizou, reacendendo uma pequena chama de esperança dentro de mim.
estava no topo da escada, ouvindo cada palavra dita pela sua avó, e as lágrimas já escorriam livremente pelo seu rosto. Adê pegou sua bolsa sobre a mesa e saiu, nos deixou sozinhos em casa.
Eu permaneci de pé em frente a porta e continuava no topo da escada. Nós nos encarávamos, sem saber como começar. Eu dei um passo em direção à escada, recuou. Assim que percebi, dei vários passos para trás, até encostar minhas costas na porta. Sua atitude apenas piorou meu nervosismo. Ela desceu um degrau, como se tivesse tomado consciência do que tinha feito. Apoiei meu peso na porta atrás de mim, sentindo que minhas pernas falhariam a qualquer momento.
- Me desculpe. – disse e desceu o restante dos degraus. Ela parou a minha frente, e eu podia notar sua dúvida do que fazer a seguir. levantou uma das suas mãos e a levou em direção ao meu rosto, mas parou no meio do caminho, indecisa.
- Não tenha medo de mim, por favor. – Eu disse, baixinho. Ainda relutante, tocou meu rosto e eu senti todo o meu corpo arder com contato. Eu ansiava por abraçá-la, envolvê-la em meus braços e nunca mais a deixar ir. Entretanto, me controlei, não querendo assustá-la. As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela fazia carinho no meu rosto. Sua mão foi descendo, passando para o meu braço até parar na minha mão. Ela entrelaçou nossos dedos e me puxou em direção a outro cômodo da casa. Eu não conseguia prestar atenção em nada ao meu redor, apenas nela. Ela era tudo o que me importava ali.
Ela se sentou em um sofá e me puxou com ela, nunca soltando minha mão. suspirou, me encarando. Seus olhos percorreram meu corpo, como se precisasse ter a certeza que eu estava bem.
- Você parece bem. – Ela disse, depois de uma demorada avaliação.
- Por fora, talvez. – Disse, ainda sendo afetado pelo contato entre nossas mãos.
- Você... – não conseguiu terminar.
- Sim, eu... Eu não uso mais nada. – Desviei meu olhar. soltou minha mão, tocando no meu rosto e me fazendo olhar para ela.
- O que você veio fazer aqui, ? – Ela perguntou suavemente. Eu respirei fundo, confuso. buscou minha mão novamente, a levando para cima do seu colo e a mantendo ali, apertada.
- Eu... Acho... Eu vim pedir perdão. – Disse, tentando organizar meus pensamentos e entender o batalhão se sentimentos dentro de mim.
- , você não...
- Eu preciso, sim. Por favor, só... Me deixa falar. – Olhei em seus olhos e não consegui conter a lágrima que agora escorria pelo meu rosto. Pude notar seu olhar assustado, mas permaneceu em silêncio. – Tudo começou antes do jogo decisivo das eliminatórias da Liga Estudantil de Basquete. O treinador estava depositando todas as suas expectativas em mim e isso já era um peso e tanto. Assim que ele acabou de falar, lá no vestiário, meu pai veio pra falar comigo. Ele começou a falar das vitórias dele e a dizer que não importava o quanto eu me esforçasse, eu nunca conseguiria ser tão bom quanto ele. Você sabe como ele sempre foi obcecado com a ideia de eu seguir seus passos e conquistar a bolsa de estudos que ele nunca conseguiu, por conta de uma contusão. De alguma forma doentia dentro da cabeça dele, esse tipo de conversa era para servir como um incentivo. O que realmente foi, mas não para algo bom. – fazia carinho na minha mão, não desviando seu olhar de mim.
“Greg já havia me oferecido mais cedo, disse que tinha algo perfeito pra me deixar mais centrado no jogo. Eu tinha recusado, claro, nunca tinha realmente pensado em tentar algo assim para jogar melhor. Só que... Eu já tinha sido um idiota com você, eu estava nervoso com aquele jogo e me sentindo pressionado. Era como se tivessem colocado o mundo sobre as minhas costas e que eu não tivesse força o suficiente para aguentar. Então eu fui até Greg, que ficou bem feliz em me vender a droga. Vários jogos aconteceram naquela noite, mas o nosso jogo seria o último da noite.
Quando você veio até mim, pra me desejar um bom jogo, eu já estava sentindo toda a adrenalina percorrendo dentro de mim, eu mal conseguia entender o que você estava falando, e eu não me importava.”
- Você não tem que me contar isso... - fechou os olhos com força, absorvendo tudo o que eu estava contando. Era o mínimo que eu poderia fazer.
- Eu tenho. Depois do jogo, meu pai veio novamente até mim, incrédulo por eu ter ultrapassado seu recorde de pontos em um jogo e assumido seu lugar como maior pontuador. Naquele momento, o efeito da droga já estava bem mais fraco e eu me sentia tão perdido, que, pela primeira vez, as palavras dele não me afetaram. E foi ali que tudo realmente se perdeu.
“No dia seguinte, não haveria treino. O time estava liberado, como uma recompensa pela classificação. Nós dois saímos naquele dia e eu estava tão feliz por estar com você e por ter me perdoado que eu achei que ter usado aquela droga seria apenas um episódio, que não iria se repetir. E foi tudo muito bem, até dois dias antes do primeiro jogo. Toda aquela pressão, meu pai, o treinador, os colegas do time, a torcida... Até o diretor da escola veio falar comigo! Eu era a estrela do time e não poderia decepcionar toda a escola.”
- Por que você não falou comigo? – perguntou, bem baixinho.
- Eu sentia vergonha. Eu estava tentando ser alguém, ser tudo o que estavam exigindo de mim. Só que pra isso eu precisava te manter no escuro, interpretar um papel que não tinha como terminar bem. Então eu passei a usar mais frequentemente. Antes era apenas para os jogos, mas depois foi antes do treino, antes de dormir, fugia da aula pra ir ao banheiro e poder usar... Eu simplesmente perdi o controle. Eu via que você estava percebendo que algo estava errado, mas, pra mim, eu estava escondendo muito bem.
“Nossas brigas ficaram mais constantes. Eu gritava com você e quando o efeito da droga passava, eu me sentia tão mal, que eu precisava usar de novo pra conseguir ir até você e pedir perdão. Eu estava vendo nosso relacionamento desmoronar, mas era como se eu fosse apenas um expectador. Eu não conseguia ser forte o suficiente pra parar de usar, assim como tinha vergonha demais pra contar o que estava acontecendo e pedir ajuda. Você nunca desistiu de mim, até que...”
- Eu não...
- Eu nunca vou me perdoar por ter te colocado em risco daquela maneira. Eu estava completamente sob o efeito da droga e, ainda assim, te obriguei a entrar no carro. Nós poderíamos ter morrido naquele acidente. – Eu já não conseguia controlar minhas lágrimas, as memórias sendo dolorosas demais. – Depois que batemos, tudo é meio que um borrão. Eu lembro de ter acordado no hospital e seus pais invadirem meu quarto, gritando comigo e jogando na minha cara que eu estava drogado. Minha mãe veio correndo assim que ouviu a gritaria e tentou acalmar todo mundo. Ela não deixou meu pai entrar no quarto e mal o vi até hoje, meses depois.
- Eu soube que eles se separaram, mas não foi...
- Minha culpa? Não sei, tem dias que eu acredito que não... Em outros, ninguém consegue me convencer do contrário. Mas minha mãe parece bem melhor agora, ela está trabalhando e estamos morando em uma casa menor, só nós dois.
- Isso é ótimo, . – disse, e eu podia sentir que ela estava realmente feliz por isso.
- Quando eu deixei o hospital, eu fui direto para a reabilitação. Eu fiquei bastante agressivo quando não me deixaram te ver. Ninguém me falava sobre você, nada. Eu não sabia se tinha se machucado, ou onde você estava. Todos dos dias eu ficava esperando que você fosse me visitar, até que eu um dia eu parei de esperar e percebi que o que eu fiz tinha ultrapassado todos os limites.
- Eu tentei, mas meus pais...
- Eu sei. Eu tive uma longa e séria conversa com eles depois que me recuperei.
- Espero que eles não tenham sido muito duros com você.
- Nada do que eles falaram foi pior do que eu mesmo digo para mim todos os dias. – se aproximou de mim.
- Você sabe que eu já te perdoei faz muito tempo. – Ela disse, bem próxima a mim.
- E é isso que eu não entendo! Eu fico lembrando de tudo o que aconteceu e não consigo entender como foi fácil pra você aceitar tudo isso! – sorriu, tocando meu rosto.
- Você já sabe, só não quer enxergar. – Ela disse, com o sorriso ainda nos lábios, e eu me levantei em um pulo, precisando de um pouco de espaço. Levei minhas mãos ao redor da minha cabeça, as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto.
- Eu estou uma bagunça, . Eu sempre achei que minha vida já estava traçada, mas agora está tudo fora do lugar. Eu não sei mais o que fazer, não sei mais o que eu quero... – A encarei, deixando que todas as barreiras entre nós caíssem. – Eu não posso vencer essa guerra dentro de mim, pelo menos não sozinho. Só você pode me salvar do homem que eu me tornei. – Voltei para o sofá e sentei novamente perto dela. – Eu não sei o que fazer além de... Eu tenho que pelo menos tentar te mostrar, te fazer entender que eu nunca parei de pensar em você, que eu nunca parei de amar você. – Peguei uma das mãos da e levei até meu coração. – Você era tudo o que me fazia levar o tratamento a sério, eu só consegui passar por aquilo tudo porque eu precisava estar bem pra ir atrás de você. Você está sentindo? Ele só fica assim perto de você, desde o primeiro dia que eu te vi. Por favor, não desista de mim. Eu estou aqui, confessando tudo, eu não tenho mais nada a esconder. Eu não quero mais interpretar aquele papel, não quero mais te deixar no escuro. Eu quero ser alguém que você queira estar junto, quero ser aquele que você pode confiar e contar em todos os momentos. Eu quero ser apenas alguém bom o bastante pra você.
se jogou em cima de mim, envolvendo seus braços no meu pescoço. Eu logo a abracei, matando um pouquinho da saudade imensa que eu sentia de tê-la junto a mim. Ela chorava e eu não conseguia acreditar que estávamos daquela maneira novamente.
Eu sabia que muitas coisas ainda tinham que ser resolvidas, que talvez nosso relacionamento não desse certo, que essa segunda chance não fosse mais que amizade. Só que isso não importava. A certeza que eu precisava era saber que estaria de volta na minha vida, que eu tivesse a oportunidade de lutar por ela e mostrar, novamente, o quanto eu a amo e o quanto ela é importante na minha vida.
Adê estava certa, minhas atitudes no passado não podem definir quem eu sou. E agora eu sei que posso lutar contra isso, porque tenho um futuro bem em meus braços e eu vou lutar por ele.
se soltou do nosso abraço e me encarou, um sorriso surgindo em seus lábios.
- Nós vamos ficar bem. – Ela disse, com uma certeza que aquecia meu coração.
- Como você pode afirmar isso com tanta certeza? – Eu perguntei, não conseguindo me conter.
- Porque nos encontramos um no outro. Esses meses também não foram fáceis para mim, . Eu ficava a todo instante pensando em como você estava, mas eu não podia ir te ver. Eu tinha medo de encontrar uma pessoa completamente destruída pelas drogas e perder a memória da pessoa maravilhosa que você é. – Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, a porta da casa bateu. Adê entrou na sala onde e eu estávamos. Ela estava relutante até ver nossas mãos entrelaçadas e nossos corpos bem próximos um do outro.
- Parece que tudo se resolveu. – Ela disse, como se fosse algo óbvio demais. sorriu para a avó. – Eu senti falta desse sorriso, o de verdade. – Dito isso, a senhora virou as costas e saiu. – Está tarde, meu filho, vou preparar um quarto pra passar a noite, mesmo que tenha quase certeza que vocês ainda tem muito o que conversar. – Ela disse, ainda andando. e eu rimos, sabendo que a noite seria curta demais para que todos aqueles meses separados fossem colocados em dia.

***


- Você não me disse como descobriu onde eu estava. – falou, já bem mais tarde naquela noite. Ela estava com a cabeça apoiada em meu peito e eu fazia carinho em seus cabelos. Nós não paramos de falar desde que deitamos em sua cama, com o objetivo de nos atualizarmos sobre a vida um do outro.
- Seus pais. Sua mãe, na verdade.
- Achei que eles ainda estavam bravos demais com você.
- Ah, eles estavam.
- Então o que você fez pra que eles mudassem de ideia? – perguntou, curiosa.
- Nada. – Eu disse, sincero. – Fiquei muito surpreso quando sua mãe me deu o endereço. Ela saiu pra falar com alguém no telefone e logo depois me disse onde você estava. – levantou o rosto para me encarar. Em um estalo, ambos chegamos a mesma conclusão.
- Adê. – Falamos juntos.
Senti a respiração da se acalmar aos poucos. Eu ainda não conseguia dormir, minha cabeça estava cheia demais com tudo o que tinha acontecido. Eu, enfim, tinha novamente em meus braços e a única certeza que eu tinha no momento era que eu não a queria em nenhum outro lugar.
Ouvi a porta do quarto abrir e Adê colocou a cabeça para dentro. A olhei e ela sorriu, sendo pega no flagra. Antes que ela se virasse para ir embora, eu sussurrei um obrigado, mesmo que fosse pouco em vista de tudo o que ela fez por mim, pela ... Por nós.
- Apenas sejam felizes. – Ela disse e saiu, me deixando a certeza de que eu faria tudo ao meu alcance para cumprir o seu pedido. Ainda mais agora, que a felicidade estava bem nos meus braços.



Fim!



Nota da autora: Oi, gente linda! Tudo certinho? ^^
Essa fic teve algumas inspirações que preciso dar os devidos créditos. Aquela fala sobre se encontrar um no outro foi SPOILER tirada dessa quarta temporada de Arrow. Não vou entrar em detalhes, mas quando assistirem, aff, que cena maravilhosa! Estava muito no espírito e super achei que se encaixava!
Sobre o desenvolvimento da história do principal com drogas, eu tive uma inspiração em One Tree Hil (#rip #melhorsérie #volta).
Espero que tenham gostado da fic! Ficou curtinha, mas até que eu gostei. As coisas estão meio loucas na faculdade, então não tive como explorar minha ideia inicial!
Muito obrigada a todos que leram, vocês são demais! Espero não ter decepcionado!
Larys
xx


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