Finalizada em: 20/04/2021

Capítulo Único

Dean e Sam aguardavam em frente ao laboratório, quando um Dodge Charger 1970 encostou, Dean ficou encarando o carro por bastante tempo, era de muito bom gosto. Encarou mais ainda quando a dona do carro desceu, vestida em um terninho preto, com óculos escuros, tinha uma pasta em sua mão esquerda, na direita um celular, tinha cabelos longos e escuros e usava um salto baixo. Sam o cutucou, talvez porque ele estivesse encarando muito. A mulher levantou o olhar até eles, e caminhou em direção aos dois.
— Bom dia, senhores. — Disse, com um sorriso.
— Bom dia! — Sam respondeu, Dean apenas acenou com a cabeça.
— Estão esperando o legista? — Perguntou ela, exalando simpatia.
— Sim, nós somos do FBI e… — Ela interrompeu Sam.
— Do FBI? — Ela retirou os óculos, Dean cerrou os olhos. — De qual unidade? Posso falar com seu superior? — Sam apenas entregou um cartão e os distintivos para a mulher, que começou a discar no celular.
— Agente Wilson, quem é? — Disse a voz do outro lado da linha.
— Bobby? — A mulher reconheceu a voz do homem, fazendo com que Dean e Sam se espantassem, e ficassem nervosos. — Eu ‘tô aqui com os Agentes Carlson e Davis… — Ela leu os distintivos. — Pode me confirmar se são os irmãos Winchester? — A última pergunta deixou os dois intrigados.
— Sim, parece que se encontraram. — Bobby respondeu.
— Pois é, grande coincidência. — Ela sorriu forçado. — Nos falamos depois. — Ela desligou e encarou os dois.
— Olha, eu não sei como nos conhece, mas… — Dean interrompeu Sam.
— É isso, … — Ele estalou os dedos. — . — Dean sorriu. — Era nossa vizinha em Lawrence.
— Então, você se lembra? — A mulher tirou o cabelo do rosto e riu. — Já faz um tempo.
— Faz mesmo, ainda mora lá? — Perguntou Dean.
— Me mudei pouco depois de vocês, algumas coisas aconteceram. — Ela abaixou a cabeça.
— Entendo, e entrou para o FBI? — A garota riu da pergunta, Sam estava concentrado em um ponto fixo aleatório.
— Acho que estamos fazendo a mesma coisa aqui, não sou do FBI também. — Dean ficou surpreso com a resposta.
, não foi sua primeira namorada? — Sam perguntou e Dean o empurrou, fazendo rir.
— Sim, você se lembra, Sammy? Era tão pequeno. — Ela o encarou com um olhar tão gentil, que fez Sam sorrir.
— Sim, eu me lembro. — Respondeu o mais novo.
— Ele não gosta que o chame de Sammy. — Disse Dean, sem entender o porquê dele estar sorrindo.
— Ah, desculpe! — Ela se encolheu, passando a mão de leve no braço, um homem saiu de dentro do laboratório.
— Vocês são do FBI, certo? — Perguntou o homem, eles responderam mostrando seus distintivos. — Por que o FBI mandou tantos agentes?
— Acredito que foi um erro de comunicação, mas como já estamos aqui, resolvemos prosseguir juntos. — Respondeu , o homem assentiu.
— Podem me acompanhar, então. — Os três entraram no local, Sam e Dean estavam confusos e mantinha sua plenitude. Ao analisarem o corpo, foi encontrado uma cicatriz um pouco abaixo da barriga da mulher, como se fosse uma cirurgia recente.
— Você abriu essa cirurgia? — Perguntou a mulher ao legista.
— Estava esperando por vocês. — Ele pegou o bisturi e cortou os pontos, ao abrir, tinha algo parecido com um saquinho.
— Deixe-me ver isso. — Ela colocou uma luva e pegou o saquinho.
— Saquinho de bruxa. — Sussurrou Dean em seu ouvido, ela assentiu.
— Vou ficar com isso. — Colocou em um saco de coleta de provas.
— Isso não é a parte mais estranha. — Disse o legista, mostrando que a mulher tinha um pentagrama cortado em seu braço. — Talvez ela participasse de algum tipo de seita, e foi assassinada por um dos membros.
— Qual foi a causa da morte? — Perguntou Sam, enquanto a mulher dava uma boa olhada no corpo.
— Asfixia, talvez a pessoa tenha tentado um ritual, e não deu muito certo, óbvio, e teve que sujar as mãos. — Respondeu o legista.
— Agente Carlson, pode pegar as anotações? Eu já vi o suficiente. — Disse , Sam assentiu. — Obrigada pela ajuda, doutor. — Disse, antes de sair do local, seguida por Sam e Dean.
— Você parece que sabe o que está acontecendo. — Disse Sam.
— Sim. — Ela entregou a pasta na mão de Sam. — Esses são alguns casos anteriores de mulheres que morreram no parto e um saquinho foi encontrado na mesma região, existem outras mulheres que morreram de causas naturais, suicídio, e todas com o mesmo saquinho de bruxa. — Ela pegou a pasta de volta, após Sam ler.
— E o que isso quer dizer? — Perguntou Dean.
— Que alguma bruxa tem realizado pedidos. — Disse Sam.
— Mais especificamente, alguma bruxa tem ajudado mulheres a engravidar, e tem mais, todas têm algo em comum. — Ela apontou para um nome. — Todas estavam tentando engravidar com essa médica.
— Dra. Anne Louise. — Sam leu em voz alta.
— Eu só estava esperando a confirmação desse corpo, esses casos anteriores me trouxeram para essa cidade, e eu já tenho um plano. — Ela entregou um panfleto na mão de Dean.
— Há quanto tempo você está nesta cidade? — Perguntou Sam.
— Faz uns dias, enfim, com vocês aqui fica mais fácil. — Ela sorriu. — Um de vocês vai ter que fingir ser meu marido, e nós estamos tentando engravidar, por isso, vamos procurar a médica. — Sugeriu ela.
— Eu vou. — Disse Dean, antes que Sam pudesse dizer algo, apenas assentiu, enquanto Sam cerrou os olhos para Dean. Cada um foi para o seu carro, seguindo em direção ao consultório.
— O que foi isso? — Perguntou Sam.
— Não foi nada, só estou colaborando com o plano. — Dean deu de ombros.
— Ou quer sentir como é ser marido dela por um tempo? — Dean encarou o irmão mais novo após a pergunta.
— Claro que não, acho que as pessoas acreditariam mais se eu dissesse que sou marido dela, do que você. — Ele ligou o carro, seguindo a mulher.
— Sei. — Disse Sam.

Quando chegaram ao local, foram atendidos pela secretária, Sam ficou na sala de espera, enquanto Dean e entraram. A consulta foi normal, ela prescreveu alguns exames para a próxima consulta, tanto para ele, quanto para ela. Perguntou sobre anticoncepcionais, se ela tinha algo no útero ou ovário, não teve nada de estranho. Saíram do consultório sem nada, mas Sam tinha algo.
— A secretária disse que tem um jeito de você engravidar, que ela pode te ajudar. — Disse Sam.
— Então não é a médica, é a secretária. — Concluíram.

dirigiu até o local, sozinha, como combinado. Dean e Sam estariam preparando o feitiço para matar a bruxa, enquanto ela ia até lá. O problema, foi que a bruxa a reconheceu, de um outro caso, não era a primeira vez que se cruzavam, a secretária não era a bruxa, só trabalhava para ela. Ela só esperou atravessar a porta, e a aprisionou em um feitiço. Estava tudo pronto para começar a cirurgia, mas se soltou, e atirou balas de prata na mulher, fazendo com que Dean e Sam entrassem no local, enquanto e Dean lutavam contra a mulher, Sam concluiu o feitiço, causado assim, a morte da bruxa. Após se recuperarem e se livrarem do corpo, eles foram se despedir.
— Bom, nos vemos por aí. — Disse , esticando a mão para cumprimentá-los.
— Você vai embora assim, sem sequer explicar nada? — Perguntou Dean, ela apenas sorriu e entrou no carro, não era como se ela quisesse encontrar com eles ali. Ela ligou o carro sem dizer nada, apenas foi embora.

Após isso, Dean e Sam foram para um bar, numa cidade próxima dali.
— Ela estava certa em partir assim, eu fiz o mesmo. — Disse Dean, enquanto virava a garrafa na boca.
— Tudo isso é muito estranho, revê-la assim, esse tchau. — Sam mordeu o hambúrguer que estava na sua mão, Dean apenas assentiu. Um homem passou revoltado ao lado deles, acabou derrubando algo na mesa de Dean.
— Me desculpe. — Disse o homem, pegando o objeto, que parecia uma carteira aberta e vazia.
— O que está acontecendo ali? — Perguntou Sam.
— Uma vadia está pegando o dinheiro de todos ganhando na sinuca. — Disse o homem, antes de sair furioso.
— Não, Dean… — Sam tentou impedir o irmão que se levantou e foi até lá, mas falhou, então apenas o seguiu. A mulher estava de costas, com um body preto de renda, uma calça jeans justa e os cabelos soltos, passando giz na ponta do taco.
— Com licença, eu também quero apostar. — Disse Dean, colocando um dinheiro na mesa.
— Quer perder, no caso? — A mulher se virou, e era , para o choque de Dean.
— Não acredito… — Sussurrou ele, ela virou a garrafa de cerveja na boca, e colocou um dinheiro em cima da mesa de sinuca. Como o esperado, ela ganhou a aposta. — Desde quando você é tão boa na sinuca? — Perguntou Dean, Sam estava boquiaberto.
— Desde sempre. — Respondeu ela, rindo e comendo um pedaço do bacon que estava no seu prato.
— Nós somos mesmo almas gêmeas. — Disse ele, bem baixo, mas e Sam escutaram, Sam desencostou do balcão e se aproximou, para confirmar o que tinha escutado, colocou o cabelo atrás da orelha e encarou Dean.
— O que disse? — Perguntou ela.
— Que somos almas gêmeas. — Respondeu ele.
— Isso é um jogo ou o quê? — Ela arqueou uma sobrancelha.
— É somente amor. — Respondeu ele, ela largou o taco na mesa de sinuca e o puxou pelo colarinho.
— Como assim, Winchester? Tudo mudou! — Esbravejou ela.
— Mas isso não, é amor, e nem você e nem ninguém pode quebrá-lo. — Ela soltou o homem e bufou.
— Dean?! — Sam sussurrou.
— Eu tenho uma pergunta, você teve algum relacionamento que durou mais de três meses? — A mulher o fuzilou com os olhos.
— Que tipo de pergunta é essa?! É claro que tive! — Ela estava irritada.
— Teve? — Dean e Sam perguntaram, em coro, surpresos.
— Sim, mas ele morreu! — Ela bateu as mãos na mesa. — Assim como você morreria se continuássemos tendo contato, assim como minha mãe e minha irmã! — Os olhos da mulher se encheram de lágrimas. — Eu fiz de tudo, Dean, para fugir de você! Fugir desses sentimentos que me perseguem todo esse tempo, mas você vem e me diz isso. — Ela sentou no chão, passando a mão nos cabelos. — Eu não sei o que fazer mais.
— Por que você fez isso? — Ele se abaixou ao lado dela.
— Porque eu não quero que você morra como todas as pessoas que eu amei, eu me envolvi com outras pessoas e sim, nenhum dos meus relacionamentos durou mais de três meses, com exceção de um! Foi antes de tudo, eu estava na faculdade e quis tanto aquilo, eu realmente gostava dele, mas todos que eu amo morrem, por isso, eu detesto todo mundo. — Ela cerrou os punhos, Dean segurou sua mão.
— Todos que eu amo acabam morrendo também, . — Ele tinha um olhar tão gentil. — Isso é bem difícil, mas é tão simples e bom quando você sabe quem você realmente ama. — Ele apertou sua mão, que agora já estava aberta. — Eu não sei quanto tempo isso poderia durar, mas eu sinto como se você estivesse aqui para ficar, como se não tivéssemos nos encontrado por acaso.
— E se foi ele, Dean? — Já ela, tinha um olhar triste.
— Ele quem? — Perguntou Dean.
— O demônio que me deu aquela marca quando éramos crianças, quando estávamos tomando sorvete na praça. — Explicou, ele se lembrou daquele acontecimento e de como aquilo mudou as coisas entre eles.
— Eu não acho que isso seja obra dele, porque nos unir, nos faz termos mais força para, se ele vier, podermos derrotá-lo. — Dean sorriu e Sam assentiu, se ajoelhando ao lado dela.
— Não quero atrapalhar o momento, mas juntos, podemos acabar com qualquer demônio. — Ela acariciou o rosto de Sam, e sorriu para Dean, abraçando-o.
— Você promete? — Perguntou ela, olhando nos olhos do mais velho.
— Eu prometo.



FIM.




Nota da autora: Oii, gente, tudo bem? Espero que sim! Espero que tenham gostado, essa fic é praticamente a primeira que fic que mandei pro Ffobs, mas alterei algumas coisas para se encaixar na música, e terá continuação. <3 Vou deixar meu insta de autora vocês conferirem minhas outras fics e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!

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