11. California Feeling

Fanfic finalizada

Capítulo único

— O que acha?

Ele piscou várias vezes e tentou manter a sua expressão enigmática, no entanto, não sabia se estava sendo bem-sucedido. Se encontravam naquela reunião há algumas horas e Ian havia sim perdido algumas partes dela enquanto pensava em Mikaela e o que aconteceu entre os dois pela manhã.

A sua chefe o olhava, parada em pé próxima a TV na qual passava a apresentação, ele deu uma olhada para o monitor tentando distinguir o porquê daquela pergunta e qual seria a melhor resposta para ela.

— O que eu acho? — pigarreou — Acho... incrível.

Ian olhou para os seus colegas, os observando e vendo que a maioria se encontrava feliz pela sua resposta, que merda ele havia feito? Mordeu o lábio inferior de leve e viu um sorriso brotar nos lábios da sua chefe.

Então estava tudo bem, né?

— Então está decidido. McCarter irá para Juneau, no Alaska!

Seus olhos que estavam no papel posto a sua frente, no começo da reunião, foram diretamente para a mulher no instante em que ouviu Juneau. No Alaska.

Alaska.

— O que, como?

Risadas foram ouvidas e sua chefe também riu, o rapaz riu fraco, mas de um jeito forçado só para não parecer estranho no meio das pessoas. O coração batia forte e não entendia o que havia acabado de acontecer.

— Você vai continuar a nossa pesquisa sobre a mudança climática em Juneau , vai morar lá. Está decidido, Ian. Você é a pessoa perfeita pra isso.

Espera, morar lá?

Ian era formado em Meteorologia, com especialização e mestrado na área de mudanças climáticas. Desde pequeno amava essa área, fazer cálculos e entender como funcionava a natureza.

Recebeu cumprimentos dos seus colegas de trabalho enquanto pensava no que estava acontecendo e principalmente no que havia feito. Ele se mudaria? Para muito longe? O que falaria para Mikaela? A levaria consigo?

Merda! Era a única palavra que passava pela cabeça de Ian naquele momento.

— Não está arrependido, está McCarter?

A voz da sua chefe ecoou em seus ouvidos enquanto pegava um copo de água de cima da mesa depois de todos saírem da sala, suas mãos tremiam e as sensações presentes em seu corpo eram as mais diversas, tentou disfarçar, negou com a cabeça e bebeu vários goles do líquido não querendo que ela percebesse.

O silêncio entre os dois começou a ficar levemente constrangedor.

Deixou o copo sobre a mesa e a olhou, limpando seus lábios com o dorso da mão.

— O que eu preciso fazer? — seu tom de voz saiu rouco.

— Amanhã vou ver certinho e te aviso. — O sorriso nos lábios dela fazia com que ele se sentisse ainda pior.

Os dias que se seguiram para Ian foram cheios de acontecimentos, arrumou a mala, decidiu o que queria levar do seu apartamento para um local tão longe, avisou seus pais e passou a outra parte dos seus dias pensando em como falaria com Mikaela a respeito de tudo. Mas não seria tão logo, tendo em vista que ela estava viajando e preferia falar pessoalmente.

Seu peito doía ao pensar que teriam que se separar, será que ela não poderia ir junto? Largar o emprego e tentar a vida em um local onde a vida é completamente diferente da Califórnia?

— Sabe, o pior é que eu estou feliz com isso. — Ian pegou o copo de cerveja e bebeu um gole da bebida gelada, deixando que o líquido descesse pela sua garganta.

Olhou para o seu melhor amigo sentado à sua frente, em um restaurante qualquer no centro de Los Angeles, próximo a sua casa. Viu de longe o garçom se aproximar com os pratos e colocar na frente de ambos e sorriu em agradecimento.

— Você tem que estar feliz com isso. É um dos seus maiores sonhos. Você vai morar em um local distante, mas vai fazer algo de diferencial. Foi sempre o que você quis, desde criança. — O ruivo falou no momento em que pegou o hambúrguer com as mãos, dando uma mordida generosa.

Ian riu e concordou com a cabeça. Nesse mundo, ninguém o conhecia melhor do que Joseph. Eles se conheceram no jardim de infância quando brigaram por um carrinho amarelo e essa amizade só cresceu ao longo dos anos.

— Você vai falar quando com a Mikaela? — Joseph indagou após limpar os lábios.

O outro soltou um suspiro exacerbado e ficou encarando o amigo por longos segundos.

— Ela disse que voltaria de viagem amanhã, então provavelmente amanhã.

Sentia o olhar do amigo em si e ficou por um tempo brincando com as fritas em seu prato.

— E se ela não quiser ir comigo? — Ian estava preocupado.

— Você vai sozinho. Ian! Você não vai deixar de realizar seu sonho por conta de mulher, o relacionamento de vocês, se for forte o bastante vai resistir e vocês dois darão um jeito.

Pensou nas palavras do amigo. Ele tinha razão.

— Nunca que ela vai querer deixar Los Angeles pelo Alaska.

— Quem tem que querer fazer isso é você, não ela. — Joseph apontou para ele.

Ele sempre estava certo. Sempre.

— Tenho um ódio disso, sabia? Você sempre está certo.

— Eu sei. — Um sorriso maroto brotou nos lábios dele, logo voltou a comer.

Riu daquilo e negou com a cabeça, mordeu o próprio lábio inferior e ficou pensando em como seria a conversa com a namorada no dia seguinte, torceu para que fosse a melhor, e pudessem continuar juntos, mesmo a distância.

As horas não passaram tão rápidas assim, Ian assinou uns documentos na empresa e recebeu a passagem de ida para Juneau, era incrível aquele papel em suas mãos, como mudaria toda a sua vida nas próximas semanas, todavia ele se sentia ansioso e animado. Muito animado.

Ao colocar os pés em casa no dia seguinte próximo a hora do almoço, deixou as chaves onde sempre deixava e respirou fundo, deu uma olhada rápida pelo ambiente e sentiu a tristeza predominar em seu corpo, quando ele voltaria? Se lembrou do dia da mudança, em como Mikaela estava radiante e com uma intoxicação alimentar que fez com que ela vomitasse em quase todos os cômodos da residência.

Riu daquilo, a lembrança era nítida, negou com a cabeça a tempo de ouvir um barulho na porta, eram chaves, Ian se virou e sorriu, sentindo seu coração bater forte. Logo que a viu, se sentiu plenamente feliz, completo, como senão precisasse de mais nada pra ser feliz.

— Quis te fazer uma surpresa. — A mulher de cabelos enrolados e longos deu um dos sorrisos mais lindos que ele já vira na vida, Ian imediatamente se aproximou, unindo seus lábios.

Não resistiu, a beijou intensamente e de um jeito demorado, levou as suas mãos ao quadril de Mikaela, a trazendo pra mais próxima de si e sentiu o gosto dos seus lábios, ela havia acabado de tomar café, não se importava com isso. Queria se lembrar dela, queria levar esses momentos, caso ela não fosse.

— Oi. — Mikaela sorriu ao se afastar para que pudesse respirar, acariciou Ian no rosto e notou suas sardas. — Eu também estava com saudades.

— Tenho algo pra te contar. — Sussurrou ele, ainda com seus lábios próximos.

Notou o olhar da namorada mudar, ela fitou seus olhos, depois tentou decifrar as suas expressões, mas sem resultado. Então, Ian pegou nas mãos dela, a acariciou delicadamente.

— Recebi uma proposta de trabalho. É pra trabalhar na mesma empresa, só que em outro lugar. Vou ganhar mais e terei vários benefícios. É da minha área, eu estaria fazendo algo que amo e sempre sonhei.

Mikaela ficou em silêncio, sentindo os batimentos cardíacos aumentarem conforme ele ia falando, sabia que a proposta de trabalho não seria para ficar em Los Angeles e sabia que o que ele falaria depois mudaria a vida de ambos.

— Eu fico feliz, meu amor. Você merece tanto. — Ela tocou o rosto dele, de forma carinhosa e sorriu. — Onde seria?

Não esperou que ele respondesse, passou os braços ao redor do pescoço do namorado e o abraçou, escondeu o rosto em seu pescoço e sentiu o cheirinho dele. Nesse instante, fechou os olhos e era como se estivesse em casa e nada de ruim pudesse lhe acontecer. Ficou nas pontas dos pés, tendo em vista que Ian era bem mais alto do que ela.

— Alaska. — Ele murmurou baixinho.

Foi a vez de ele grudar ainda mais nela, passou os braços pela cintura da mulher, unindo seus corpos e ficou daquele jeito longos segundos. Ele podia sentir o bater do coração dela junto ao seu.

— Eu sei que é muito longe e você tem um emprego importante aqui. — Ian se afastou para que pudesse olhá-la nos olhos.

— É realmente muito longe, mas...

O coração dele começou a bater forte, ela tinha um sorriso nos lábios.

— Quem sabe eu possa ver com o meu chefe? Meu trabalho ás vezes é a home office, eu posso ver isso até encontrar algo pra fazer lá. É uma cidade, não é? Tem trabalho. Eu sou programadora, preciso de um computador pra sobreviver.

O rapaz levou as duas mãos no rosto da mulher e sorriu, queria chorar, sentiu os olhos arderem, mas se controlou. Seu coração batia forte e aquilo era felicidade. Era o nível mais alto da felicidade.

— Casa comigo.

Mikaela riu, pois não era a primeira vez que Ian a pedia em casamento. A primeira vez aconteceu durante a pré-estreia de Vingadores – Ultimato, na qual ela pediu para que ele fizesse silêncio. Na segunda vez, durante um sexo dentro do banheiro, depois da ducha gelada depois de uma corrida intensa pelo parque e a terceira vez no meio de uma briga, que logo depois ela o mandou a merda.

— Nós já combinamos. De agora em diante, eu te peço em casamento. — ela piscou, e ele acabou soltando uma risada fraca.

Não estava acreditando que Mikaela poderia ir para o Alaska com ele, esse com certeza era um sonho do qual ele não gostaria de acordar. Os dias foram passando, e Ian recebeu a confirmação que Mikaela iria com ele, mas só depois de um mês, ela teria que terminar um trabalho e apresentá-lo pessoalmente aos donos do site que havia criado do zero.

O rapaz não se importou muito, um mês passaria voando, ele iria aos poucos se acostumando com o apartamento no qual morariam, com a temperatura baixa da cidade o tempo inteiro, bem diferente de LA e com a falta que ela faria todas as noites, mas depois de um mês ela estaria lá.

Aproveitaram todos os dias. Mal saiam da cama nos horários certos, sempre se atrasaram para algum compromisso e o último final de semana foi bem aproveitável fazendo sexo e vendo todos os filmes da Marvel.

— Eu odeio me despedir de você. — Ian aproximou seus lábios dos de Mikaela, os selando, mesmo ouvindo o seu voo sendo chamado pela última vez.

— Você vai perder essa merda. — brincou ela, com os seus lábios grudados nos dele.

— Vou ficar. — Resmungou.

— Vai embora. — falou de um jeito sério.

Riram com seus lábios grudados mais uma vez, ele a abraçou, escondendo seu rosto no pescoço da mulher e sentiu o seu cheiro pela última vez nas próximas semanas, iria contar os dias, prometeu a ela que se falariam por telefone todos os dias.

A viagem de avião até Juneau durou cerca de 6 horas, Ian se encontrava tão ansioso pra tudo que não conseguiu dormir, pegou um livro de um dos seus autores de ficção favorito Blake Crouch, que já havia lido, e abriu em um dos seus capítulos preferidos.

"— Seu pai me disse uma vez… nunca vou esquecer… que a pesquisa científica consome a vida de uma pessoa."

O meteorologista releu aquele trecho marcado em seu livro, seu coração batia forte ao pensar que isso era muito real, mas na vida dele, ele já havia passado por isso, de agora em diante, realizaria seu sonho e faria um bom trabalho.

Teve tempo de comer uma barra de cereal e um copo de suco, que estava horrível, a propósito, no fim da viagem. O avião aterrissou, e assim que ele pegou as malas na esteira, se virou e viu alguém com um cartaz com o seu nome, e sabia que era alguém da faculdade que o guiaria até o seu apartamento.

— Senhor McCarter? — um jovem rapaz sorriu pra ele, e esticou uma das mãos, o cumprimentando. — Pode me chamar de Leonard, vou te acompanhar até o seu prédio. Vamos?

O cumprimentou alegremente e concordou com a cabeça, dessa forma, saíram do aeroporto enquanto Ian ouvia Leonard o indagar a respeito da viagem, da sua namorada e como era a cidade de Los Angeles. Foi ajudado com as bagagens e em pouco tempo o jovem dirigia.

Imediatamente os olhos do rapaz tomaram a cidade, as casas eram coloridas, as cores diversas. O clima parecia ameno, o céu azul tomava conta, mas ele notava que sentia apenas alguns raios de Sol, como se aquilo não esquentasse em nada. As montanhas rodeavam a cidade e o lago compunha o ambiente.

— Não sei o que te falaram, mas aqui em Juneau não temos prédios, apenas casas. Há casas maiores, mas a sua é suficiente pra você e sua esposa, vocês vão gostar. Me disseram que ela vem depois? — Leonard dirigia e se virou um pouco para olhá-lo.

— Você sabe muitas coisas. — Ian deu uma risada fraca.

— Precisei ficar minimamente informado a respeito da sua vida para não dar nenhuma bola fora. — brincou.

— Sem problemas em relação a casa, qualquer tamanho tá ótimo. A minha namorada vem daqui a um mês sim, ela teve um imprevisto no trabalho, ela é programadora, mas disso você já deve saber. — riu.

Ian foi deixado em sua residência, de paredes externas vermelhas, telhados brancos e portas pretas uns bons minutos depois, nos últimos dias havia lido tudo que podia a respeito da cidade, onde havia supermercado, farmácia, lugares bons pra comer e principalmente uma boa livraria.

A noite não demorou a chegar na capital do Alaska, sabia que era assim nessas regiões, mas quando olhou no relógio viu que eram quase 21h e pegou seu celular pra ligar para Mikaela, pois já estava morrendo de saudades dela.

Teve três dias para andar pelo seu bairro, pegar ônibus ou outros transportes e conhecer a cidade, achou um lugar que possuía um prato perfeito com peixe e verduras, uma livraria com alguns livros antigos que ele sempre procurou em Los Angeles e nunca encontrou e um supermercado que ficava aberto 24 horas por dia, seria a sua salvação.

Duas semanas depois de começar o seu trabalho foi mandado a campo, em uma região montanhosa e tomada pelo gelo que havia congelado, depois da neve cair durante toda a madrugada. A temperatura caiu ao negativo, e Ian estava com cinco sobreposições, só assim pra se esquentar.

Pegou os seus equipamentos na faculdade, e juntamente com Leonard, que era um dos estudantes de mestrado, saiu em direção ao local. Tiveram que subir a parte íngreme da montanha, mas ele não se importava, ao chegar no topo, mesmo com o ar rarefeito, tudo valia a pena.

A quantidade de gelo fazia com que seu pé, com uma bota própria para aquilo, afundasse um pouco no branco, montou o equipamento, o deixando pronto para que nas próximas semanas conseguisse monitorar a variação da temperatura naquele lugar.

— Você está aqui há quanto tempo, Leonard? — Ian o olhou enquanto fazia algumas anotações.

O mais novo se assustou, já que não conversaram muito durante a subida, e nas últimas semanas entendeu que Ian era mais na dele.

— Cheguei há um ano. Vou ficar até o fim do meu mestrado, na verdade, penso muito em ficar mais, entende? Aqui é muito bom pra nossa área.

— Você conseguiu se acostumar? Tranquilamente? — sentia que seu nariz estava ficando frio e fungou com isso.

— Tranquilamente? — o outro riu fraco e negou com a cabeça. — Não mesmo, mas com o passar do tempo isso se torna normal. E é muito bom estar fazendo algo importante, sabe? Eu amo ligar pra minha mãe e dizer que estou mudando o mundo. Ajudando pelo menos. — Deu de ombros.

Uma lembrança ligeira brotou na mente de Ian, e ele se lembrou de quando era pequeno, bem pequeno mesmo, entorno de 11 ou 12 anos e ele falava que queria ser cientista, queria entender o clima e mudar o mundo.

— Você não vai acreditar, mas eu era exatamente assim. — Ian riu.

Passaram um tempo naquele local, coletando mais alguns dados, conversando a respeito daquela região, e logo decidiram voltar, já que havia um tempo para que subissem e descessem, estavam sendo monitorados.

Ian sentia falta de Mikaela, todos os dias, todas as horas, não parava de pensar nela. Nos beijos dela, em suas caricias, no seu sorriso, em como ela fazia o sentir. Era muito difícil, estava sendo muito difícil, mas ele sabia que quando ela chegasse, tudo seria diferente. Os dias voltariam a ter cor pra ele.

Era uma noite em que a neve caia displicentemente lá fora, Ian notava o branco se formando ao redor da casa dele, pela janela, enquanto terminava de colocar grande quantidade de macarrão em seu prato. O cheiro estava ótimo, e ele faminto. Ouviu o tocar da campainha, fazendo uma careta se formar em seu rosto.

Ele era igual Bilbo Baggins, não gostava de receber visitas. Se aproximou da porta sentindo as suas meias tocarem o chão quentinho por conta do aquecimento, e assim que a abriu, um sorriso brotou em seus lábios.

Era Mikaela. Com uma mala de rodinhas ao lado dela e uma mochila nas costas. Ela usava uma jaqueta pesada, e se encontrava coberta pela neve.

— Vem cá. — Ian a chamou, a puxando por uma das mãos e assim a colocou pra dentro.

Fechou a porta, a trancando logo depois e não conseguiu parar de sorrir ao se aproximar da mulher e mordeu seu próprio lábio inferior sentindo seu coração na boca.

— Antes de você me beijar eu tenho uma surpresa.

— Achei que você só viesse semana que vem. — Ian ainda se encontrava petrificado com a presença dela.

Olhou em todos os detalhes do rosto da mulher, seu nariz pequeno, a pele morena levemente vermelha por conta do frio, os lábios tomados por um batom rosa claro e concordou com a fala dela, fechou os olhos momentaneamente e voltou a sua atenção as suas palavras.

— Maior do que você estar aqui antes da hora? — o rapaz questionou com um riso fraco, porém emocionado.

Observou Mikaela colocar uma das mãos dentro do bolso do agasalho, imaginou tudo, uma barra do seu chocolate favorito, um Funko do Frodo ou uma aliança. Um pedido de casamento. Seu coração errou as batidas e Mikaela riu.

— Fecha os olhos, amor. — a mulher pediu.

No mesmo instante Ian obedeceu, sem pensar duas vezes. Tentou controlar a ansiedade que apoderou do seu corpo e riu de si mesmo.

— Estica a mão.

A voz dela era tão doce, fez o que ela havia pedido e esperou. Segundos se passaram e nada, até que sentiu algo tocar a palma da sua mão, não era pesado e nenhuma das coisas que havia imaginado parecia ter a forma daquele objeto. Até que ele ouviu que poderia abrir os olhos, de início abriu um deles, olhou pra baixo e logo depois o outro.

Seu coração parou.

Uma emoção gigantesca tomou conta de si e as lágrimas escorreram no mesmo instante pelas suas bochechas, fitou o resultado em suas mãos, positivo. Eles seriam três em alguns meses.

Não se conteve, se jogou nela, passando seus braços ao redor dos ombros da mulher e uniu seus lábios em um beijo intenso e demorado, senti-la tão próxima de si era com certeza a melhor coisa do mundo, e ele sentia seu coração batendo rápido, porém a felicidade estava ali, bem diante dele. Sem pensar duas vezes, ao se separar, colocou as mãos na barriga de Mikaela.

— Nós viemos ficar com o papai. — Ela imitou uma voz fina, fazendo com que ele risse.

— Vamos chamá-la de Califórnia. Vocês estão aqui. É como se a Califórnia estivesse aqui. Você, eu te amo.

Mikaela gargalhou, tombando a cabeça pra trás, e aquele era um dos sons favoritos da vida de Ian e ele sorriu com ela, segurou a cintura da mulher, a mantendo grudada em si e pensou que nada os separaria, nunca mais.





Fim.



Nota da autora: Sem nota.

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