Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

O jantar estava posto à mesa e ao olhar toda aquela cena, sentia seu coração se comprimir um pouco mais dentro do peito. Não por algum sentimento de euforia ou ansiedade, mas por se sentir cabisbaixo, chateado e, principalmente, desanimado.
Não era a primeira vez que ele tentava fazer algo do tipo para sua amada e era esquecido por conta de todo o trabalho dela no hospital. Era verdade que todas as vezes ele tentava compreender, tentava entender o trabalho árduo de , mas aquela havia sido o ápice.
O fato de que toda vez que marcavam algo de importante para comemorar, sempre dava alguma desculpa ou simplesmente chegava tão cansada a ponto de somente sorrir para ele e ir descansar, era impossível que o rapaz não se sentisse ignorado.
E ela sempre dizia o mesmo. Isso é por nós dois, é um emprego que não posso perder, você sabe que precisamos dessa hora extra...
Ele sabia que amava o que fazia, era uma enfermeira excelente, não tinha dúvidas, mas todo seu esforço em seu trabalho estava lhe custando um relacionamento de anos. Era o que ele estava começando a pensar.
Talvez pudesse ter um pouco de consideração... — disse para si mesmo.
havia preparado um jantar memorável, tinha até se arriscado a fazer o famoso risoto de frutos do mar que ela tanto gostava e, ainda assim, tinha se arrumado pela espera de .
E toda essa esperava era marcada pelo relógio da sala. Exatamente uma hora e quarenta minutos de atraso.
O rapaz levou uma das mãos nas têmporas e balançou a cabeça em forma negativa. Ele não conseguia aguentar aquilo por muito tempo, sabia bem. Amava com todas as suas forças, sempre a apoiou e esteve do seu lado, assim como ela fazia sempre que podia, mas sentia que não era mais a mesma coisa que antes. Não era como se pudesse contar com ela agora para alguma coisa. Não a culpava, claro. A mulher estava correndo atrás de seus sonhos, mas... Mas e ele? Ele ainda era seu namorado, certo? Viviam juntos por anos, sempre compartilharam sua rotina e sentimentos, principalmente os mais profundos que incomodavam.
Mas por que ele sentia que agora ele não era a mesma prioridade para ela?
Olhou uma última vez para a porta da sala e respirou fundo, se dando por vencido. Com isso, juntou os talheres e os pratos, junto às duas taças vazias em cima da mesa e os guardou no armário novamente.
Bagunçou seus cabelos, olhando o jantar pronto em cima daquela mesa antes arrumada e resolveu o guardar também. Naquele momento, ele sentia que seu peito ia explodir e nunca havia se sentido tão decepcionado como daquela forma.
Ele não queria desistir de tudo aquilo. Não podia. Como havia dito, ele a amava tanto que nunca passou em sua cabeça deixar .
Mas ele estava feliz?
Desligou a luz da sala de estar e observou as gotículas da chuva que caíam pela janela do quarto assim que o adentrou, deixando todo o cômodo escuro, não fosse pela pouca luz da rua que o iluminava.
E, com isso, a única coisa que conseguiu fazer antes de se deitar para dormir foi pensar que talvez nem fosse chegar naquela noite e que, mesmo que não quisesse, teria que tomar uma decisão.

***
02:17 am.


abriu os olhos subitamente com o barulho do molho de chaves chacoalhando em algum lugar daquele apartamento. Ergueu sua cabeça, ainda com a visão um pouco turva pelo sono, e percebeu que agora a luz da sala estava acesa, porém sem nenhuma movimentação e algum som.
Resolveu por se sentar na cama, passando uma das mãos pelo rosto em uma tentativa de despertar e, logo após, passou as mãos pelos cabelos, jogando-os para trás. Enfiou os pés nas sandálias rapidamente e caminhou de forma devagar até o outro cômodo. Com isso, assim que passou pelo batente da porta, pôde observar sentada no enorme sofá, tirando seus sapatos sem sequer notar a presença do namorado.
Antes que pudesse percebê-lo, tirou uma das mechas que caíam em seu rosto e olhou para o lado, o avistando.
, querido. — Olhou-o sorrindo e levou uma de suas mãos ao peitoral. — Você me assustou.
— Desculpe. Não foi minha intenção. Chegou por agora?
Passou uma das mãos pelos cabelos escuros novamente e seguiu para seus olhos, esfregando-os como se fosse espantar seu sono.
Ao bocejar, seguiu até ela no sofá e se sentou.
— Sim. O hospital tem ficado cheio nessas últimas semanas e olha que até consegui sair mais cedo do que o esperado. Foi um dia e tanto. — A mulher se levantou ao terminar de falar e sem mesmo olhar para o namorado mais uma vez, seguiu até o quarto. a seguiu.
foi até o guarda-roupa que dividia com o rapaz, pegando sua muda de roupa e se virou, não esperando dar de cara com o namorado bem próximo a ela. se limitou a sorrir com ternura, mesmo vendo-a tão cansada, e se aproximou para lhe dar um pequeno selinho nos lábios.
A mulher, sem pensar duas vezes, afastou o rosto, desviando. Ela estava tão cansada, se sentia tão suja, não queria estar perto dele daquela forma.
— Você me dá cinco minutos? Não estou com um cheiro muito bom.
balançou a cabeça vagarosamente ao ver a mulher caminhar até o banheiro sem hesitar em olhar para trás e a viu bater à porta.
Depois desse pequeno momento, o rapaz caminhou até a cama e ali se deitou, pensando mais um pouco se realmente poderia continuar com aquilo. Ultimamente, toda vez em que ousava demonstrar algum afeto ou dar algum carinho à namorada, ela se esquivava para fazer outra coisa, ou somente descansar, como sempre informava precisar dormir.
estava quase pegando no sono novamente, quando viu a silhueta de passar pela cama e se deitar ao seu lado, de costas para si. Não entendeu de fato o que estava acontecendo, por mais que estivesse com tanto sono, havia a esperado acabar seu banho para ficar junto dela nem se fosse por alguns minutos.
simplesmente havia deitado e, logo depois, podia sentir a respiração pesada dela, notando que já havia pegado no sono.
Antes de lado, agora havia virado seu corpo para cima, suspirando. Não queria pensar naquilo, mas era inevitável. Talvez não quisesse mais estar ao lado dele tanto como ele queria.

So how come when I reach out my fingers,
It feels like more than distance between us?


***
Jantar de Gala — Advocacia
20h48 pm.


Os convidados se encontravam espalhados pelo salão, com os copos das variadas bebidas que ali eram servidas em mãos e conversavam abertamente entre si. tinha o seu na mão, mas observava somente uma única coisa. Uma única pessoa.
estava deslumbrante enquanto conversava com uma das convidadas, aquele vestido azul escuro só conseguia chamar ainda mais a atenção do rapaz e seu decote deixava quase que de quatro para ela.
Sentia que era uma hora inapropriada de pensar sobre aquilo, mas não conseguia negar a vontade e o tesão que sentia por sua namorada.
Depois do último ocorrido, aparentemente havia voltado a ser o que era com ele. Não cem por cento, mas não estava tão distante como antes. E aquilo havia aquecido o coração de um pouco mais, distanciando os pensamentos ruins que haviam passado por sua mente.
Passou uma das mãos nos cabelos e olhou ao redor, notando que ela ainda não havia percebido como ele estava fascinado.
— Tenho que lhe parabenizar, . Tudo está correndo muito bem por aqui. — avistou um dos chefes responsáveis pela empresa concorrente se aproximar lentamente. — Você sabe que espero lhe ver em breve visitando meu escritório. Será um prazer lhe receber.
— Ryan — o cumprimentou da forma mais formal possível. — Sabe que isso não irá acontecer, mas agradeço o elogio.
Deu um sorriso enviesado, pronto para sair do lugar, mas ao sentir as pequenas mãos segurando em seu braço, o rapaz olhou para o lado.
, querido. Seja mais educado. — apertou seu braço levemente, em tom brincalhão, olhando o homem à sua frente. — Prazer, . Namorada do .
— O prazer é todo meu. Linda garota, . — Puxou a mão da mulher, depositando um pequeno beijo ali. — Agora, se me dão licença, tenho alguns assuntos a tratar. Novamente, foi um prazer lhe conhecer, .
E assim se retirou. ficou por alguns segundos encarando o rapaz que havia se retirado, se perguntando o que diabos havia sido aquilo.
... — começou, voltando seu olhar para ela, porém, antes que pudesse continuar, ouviu a voz da namorada invadir seus ouvidos. Do jeito que só ela sabia fazer.
— Sabe, amor... Eu senti muito a sua falta, muito mesmo. — Olhou-o, fazendo com que percebesse que os olhos da mulher brilhavam de forma diferente, com aquele sorriso travesso no canto dos lábios. — Pensei que, talvez, poderíamos infringir algumas regras essa noite. O que acha?
parecia ter paralisado com a frase que ouviu, já que não conseguia esboçar nenhuma reação e nem mesmo sabia como responder àquele convite. mencionando algo do tipo era a perdição para o rapaz.
No instante seguinte, ainda a olhando, o rapaz ajeitou os fios teimosos de seu cabelo, soltando o melhor sorriso que poderia, pegando na mão dela. sentia seu coração explodir de excitação ao ver a euforia do namorado levando-a para o andar de cima e assim que subiram a enorme escada central, procuraram o escritório vazio que puderam avistar, o mais longe possível.
O cômodo escuro os fez estreitar os olhos, mas ao ouvir a risadinha maliciosa de próximo a si, a única coisa que conseguiu pensar foi em puxá-la para seu corpo, ao fechar a porta atrás de si. Os dedos da mulher percorreram o rosto e abdômen de , como se aquilo trouxesse todo o resquício da saudade que sentia e fazia com que os corações dos dois batessem muito mais acelerados.
O brilho do luar que adentrava a enorme janela do escritório fez com que percebesse como o queria e como ela tinha um dos mais belos sorrisos que ele já vira.
E como em um passe de mágica, a alça do vestido da mulher já estava caída sobre seus ombros, mostrando-os completamente nus. só conseguia beijá-la cada vez mais.
— Você não faz ideia de como senti falta disso — o rapaz disse, entre os beijos, soltando um suspiro de satisfação. alargou ainda mais seu sorriso, voltando a beijá-lo com desejo.
só conseguia pensar em como amava cada detalhe daquela mulher.
Com um pouco mais de vontade, segurou a cintura curvilínea de sua namorada, levando-a em direção à mesa mais próxima, sentando-a ali. deixou que suas pernas abraçassem o quadril de e isso fez com que o rapaz apertasse um pouco mais a cintura da mulher, descendo suas mãos para as coxas dela.
Escutou, mesmo que baixo, um gemido escapar pelos lábios da namorada, o excitando ainda mais. Aquilo só fez com que a vontade que sentia aumentasse.
Puxou-a para mais perto, prensando seus corpos, fazendo assim com que ficasse com o corpo de totalmente sob seu controle. A mulher parou por alguns segundos, o observando, e o puxou para baixo, fazendo com que uma expressão confusa inundasse o rosto de , logo o fazendo retomar a consciência do que ela pretendia.
O chão seria a cama dos dois e ali fariam o que estavam desejando pelo resto da noite.
Tudo corria perfeitamente bem, muito mais para , que sentia que aquela noite seria inesquecível, não fosse por algo interrompendo o casal.
Era o toque de um celular.
— Eu... Um segundo, certo? — Olhou-o sem graça, se ajeitando ao se levantar. — Alô? Sim? Eu não posso agora, eu... Eu estou ocupada, Joanne! Você sabe que... Tudo bem. Estarei aí em menos de meia hora. Ok, ok. Tchau.
— O que houve? — perguntou, já começando a sentir o desespero tomar conta de si. Ela não faria o que ele estava pensando, certo?
Certo?
ajeitou seu vestido, sem saber como falar para o namorado que iria embora naquele momento.
, eu preciso ir. Precisam de mim no hospital, uma das enfermeiras não pôde cobrir meu horário. Você sabe que eu não quero, é só que... Eu preciso — dizia rápido, sem olhá-lo. — Eu sinto muito.
— O quê? Sério, ? — perguntou, sentindo os lábios da mulher encostarem aos seus de forma rápida. — !
E antes que pudesse se levantar para ir atrás da mulher, ela já havia saído pela porta de forma quase como em um vulto. sentia seu coração comprimir e o sangue percorrer rapidamente por suas veias.
Ele não sabia o que pensar. Só conseguia entender que, mais uma vez, ela estava o deixando.

***


encarava o objeto em cima da mesa. Não sabia ao certo o que estava sentindo, não sabia ao certo o que pensar sobre aquilo. Ele havia planejado aquilo por longos meses, anteriormente sentia que era o certo a se fazer.
Mas e agora? Ainda era?
Ele deveria?
Continuou com os olhos centrados no objeto preto e de veludo e passou uma das mãos pelos lábios, continuando a pensar.
A mensagem que havia recebido tinha mexido com seus sentimentos de forma que não imaginava que iria mexer. Sentia seu peito comprimir, o coração apertar e os lábios ficarem trêmulos.
Ele não estava chateado por ser seu aniversário. Óbvio que não.
Ele estava chateado por achar que iria lembrar. Ou simplesmente iria aceitar seu convite para sair. Nem que fosse para qualquer lugar, mas a única resposta que recebeu não havia o agradado.

“Eu não sei se poderei lhe acompanhar hoje, querido. Sinto muito.”


Ele só tinha a chamado para jantar. Não era nada demais, certo? No jantar, faria o que estava planejando. E por mais que os dois não estivessem bem ultimamente, ele ainda sentia que poderia fazer mais. Que não iria desistir fácil assim.
Bom, era o que ele achava. E o que planejava com a aliança na sua frente.
O problema era que ele não podia fazer mais aquilo sozinho. Ele não podia continuar lutando se percebia que ela não queria seguir na mesma direção que ele. Já havia pensado várias vezes se ela ainda sentia o mesmo ou se ao menos pensava em ter um futuro com ele.
E todas as suas atitudes davam a entender que não.
Com os lábios trêmulos e o coração a se partir em mil pedaços, pensou pela última vez. Ele tomaria aquela decisão, por mais dolorosa que fosse.

***


Naquele mesmo dia, o apartamento estava silencioso, frio, vazio. Somente a luz do corredor estava acesa e permanecia sentado no sofá, passando as mãos pelos cabelos de forma nervosa, receosa. Ele não queria que tudo acabasse daquela forma. Não queria que estivesse agindo daquele jeito. Ela a amava tanto...
Mas não podia continuar naquela situação. Não quando sentia que estava sendo deixado de lado e que seu amor era maior que o dela por ele.
E isso doía. Doía demais.
Não entendia o porquê da situação estar acontecendo.
Observou a caixinha em suas mãos, olhando de forma tão nostálgica para ela. Por mais que os dois fossem acabar daquele jeito, queria deixá-la com . Mesmo sem a intenção de um casamento acontecer.
Ela era tudo para ele. E ele esperava que ela entendesse o que estava acontecendo.
De forma leve, tomou um pequeno susto ao ver a porta sendo aberta pela mulher, que entrava de forma cansada, carregando suas bolsas e o jaleco pendurado nos braços. Podia ser impressão dele, mas por mais que ela estivesse exausta, naquele momento, observou que havia um misto de satisfação em sua expressão.
respirou fundo, engolindo em seco e se levantou, pronto para lhe dizer tudo.
ergueu seu olhar, vendo o namorado de forma séria, a esperando. Será que tinha acontecido algo para ele estar assim?
Esperava que não, pois precisava lhe contar algo e tinha certeza de que ele iria gostar. Ela havia se esforçado tanto...
Amor... — ela começou. se permitiu sorrir minimamente e brincou de forma nervosa com a pequena caixinha no bolso de sua bermuda.
— disse, ainda parado no mesmo lugar. Observou que a até então namorada havia depositado suas coisas em cima da mesa e seguiu em sua direção. — Eu acho que precisamos conversar.
— Eu também.
— Bom... Então, pode começar — o rapaz disse, incentivando. balançou a cabeça de forma negativa.
— Não. Quero te ouvir primeiro.
Ele afirmou, balançando a cabeça para ela e respirou fundo, sentindo o coração explodir dentro do peito.
— Eu acho que você tem percebido como estamos um pouco distantes ultimamente. E que isso tem nos separado aos poucos, cada dia mais — começou e, no mesmo instante, pôde perceber a expressão de , que antes até estava animada, agora se desfazendo aos poucos. — Você foi tudo para mim, . Ainda é. Não faz ideia de como eu te amo. — Os olhos do rapaz começavam a marejar vagarosamente. não entendia. — Mas eu não posso. Eu não posso continuar dessa forma. Não podemos.
O quê? O que quer dizer, amor? O que é isso? — perguntou de forma exasperada. Com isso, se aproximou do rapaz.
— Nós não somos mais os mesmos. Mesmo morando no mesmo apartamento e dormindo juntos, eu não sinto que você queira estar comigo da mesma forma que eu quero estar com você. Eu-
— a mulher o interrompeu de forma brusca. O coração dela estava prestes a sair pela boca. — Me escuta. Por favor.
— Não posso, . Isso só vai doer ainda mais. Você não percebeu? — perguntou, ao sentir uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha. — Se você não quer estar comigo, por que não me diz de uma vez? Eu não posso continuar te amando assim.
— disse, mais uma vez. Ao tentar se aproximar, o rapaz virou o rosto, passando as mãos por ele rapidamente. — , amor... Olhe para mim.
passou as mãos pelo rosto do namorado, sentindo o coração apertar e, antes que pudesse controlar, já estava chorando junto a ele. Como ele poderia pensar uma coisa daquelas? Ela nunca ousou pensar não o amar mais. Nunca ousou ficar longe dele.
Ele só... Só não entendia.
— Amor, por favor... Não é nada disso que você está pensando. — Olhou-o nos olhos, sentindo seu coração se despedaçar só por vê-lo daquela forma. — Como pode pensar que eu não quero estar com você?
— Ao menos parece querer estar comigo ultimamente, . — Respirou fundo, com a expressão fraca. — Eu não consigo mais te tocar, te beijar, nem te abraçar. Eu sinto que mesmo estando na mesma cama que você, estamos a milhas de distância.
o olhou mais uma vez, ouvindo as palavras do amado. Ela sabia que tudo aquilo havia sido sua culpa, ela não devia ter andado daquele jeito, mas se ele ao menos soubesse que tinha um motivo...
— Você está disposto a me ouvir? Porque quero te explicar. Tudo — a mulher perguntou baixo, agora segurando suas próprias mãos. — Eu te amo, . Eu nunca quis que você interpretasse tudo dessa forma. Não foi minha intenção, eu te juro. — tinha os olhos marejados, o olhando. — Eu sei o quanto você tem feito por mim, o quanto você está aqui por mim e eu te amo tanto... Tanto. Eu sei que tenho andado tão ocupada, cansada, sem tempo para nós... Sem tempo para você. Eu sinto muito, muito mesmo. É só que... Eu queria recompensar todo seu amor e atenção de alguma forma. Queria te ver feliz — suspirou, sentindo o rosto imerso pelas lágrimas. — Mas parece que a forma em que pensei não foi a melhor e te fez pensar em muitas coisas ruins.
— Como assim? — perguntou confuso, ao ver a expressão magoada e triste da mulher à sua frente. já tinha a ponta do nariz vermelha de tanto que chorava. — Eu não consigo entender.
— Eu planejei tudo. Eu sabia que não aguentaria trabalhar direto assim, sem ao menos folgar direito, mas eu precisava. Eu precisava do extra, você consegue entender? Há alguns meses você me disse que queria que viajássemos para aproveitar mais algum tempo juntos, mas que se entristecia ao ver que não tinha tanta condição para isso agora e eu vi a oportunidade na frente dos meus olhos ao ver a vaga para hora extra no hospital. Eu não pude pensar duas vezes — fungou, passando uma das mãos pelo rosto. — Eu vi que você tinha ficado tão animado só de pensar na ideia e eu queria te fazer tão feliz que eu sequer pensei que isso me afastaria de você.
... — disse, quase em um sussurro, ao ser pego de surpresa daquele jeito. Ele realmente não imaginava. Não fazia ideia. Naquele instante, começava a se sentir um tolo por agir daquele jeito, logo com ela. — Por que você não me disse? Por que-
— Porque não achei que fosse conseguir comprar as passagens até o dia do seu aniversário. — sentiu outra lágrima escorrer por suas bochechas avermelhadas pelo choro e abaixou o olhar, se sentindo um pouco envergonhada. — Eu queria fazer uma surpresa. Me desculpa, me desculpa, amor... Eu não imaginava...
— Ei... Querida. Meu amor. sentiu seus lábios trêmulos mais uma vez, se aproximando e segurando o rosto de em suas mãos. — Quem deve se desculpar aqui sou eu. Agi no impulso de decidir sobre isso sem ao menos sentar para conversar com você. Eu ao menos perguntei se você se sentia bem. Fui egoísta, só pensei em mim.
— Não... Por favor, a culpa não é sua.
— É minha, sim, meu amor. Por favor, me desculpa. — Deu um pequeno beijo na bochecha da mulher, outro em seu nariz e, por fim, a olhou nos olhos, limpando seu rosto molhado pelas lágrimas. — Eu fui um tolo por pensar em te deixar. Fui estúpido, tão egoísta. Me perdoa, yaegiya. Eu só achei que você já não sentia o mesmo por mim por conta das últimas semanas... Do trabalho, da distância...
— Você é tão bobo. — Bateu de leve no braço do rapaz, ainda triste. — Eu nunca deixaria de te amar, . Você é o homem da minha vida.
Com isso, puxou o rosto do namorado para si, selando os lábios dele em um beijo intenso e profundo. O coração dos dois parecia que ia saltar do peito de tanta emoção e de como o alívio daquela reconciliação havia sido bom.
abriu os olhos de imediato e a afastou, lembrando de algo repentinamente. o olhou com o semblante confuso e observou cada movimento do namorado.
— Espere — disse, colocando umas das mãos no bolso. — Eu acho que esse é o momento perfeito para isso.
— O quê?
engoliu em seco, tentando entender o que ele estava fazendo.
— Eu te amo tanto, você deve fazer ideia — começou, fechando as mãos ao redor da caixinha preta. — Você é tudo, meu amor. Tudo o que sempre desejei, se não, melhor. Quero que me deixe te tocar, me deixe te beijar, me deixe ser seu. E seja minha, . Para sempre. Seja a futura , seja minha companheira, minha melhor amiga para o resto da vida.
já não se aguentava em chorar. O rosto vermelho e as mãos em cima dele não lhe deixavam responder. Ela não imaginava que aquilo aconteceria e nem mesmo que viria a cena de ajoelhado à sua frente, com a caixinha com a aliança em mãos.
— Eu sei que não é o melhor pedido, nem a melhor forma de fazer isso. Se ao menos quiser consid-
— Considerar? ! — A mulher se ajoelhou junto a ele, no meio da sala de estar do apartamento dos dois. Por mais que ele não achasse que não era o melhor pedido, para ela era perfeito. Era como eles dois. — Eu não preciso pensar duas vezes e espero que agora você tenha certeza de que sou sua mais do que nunca. — Fez um pequeno biquinho, depositando um pequeno beijo nos lábios do namorado. — É claro que eu aceito, meu amor. Mate esse desejo e me toque, não só agora, mas para sempre. — O beijou mais uma vez, desta intensificando-o.
Com um último selinho, a mulher se levantou com um sorriso enorme nos lábios e caminhou até sua bolsa, retirando de lá os dois pequenos pedaços de papel.
— E espero que você faça tudo isso na Califórnia também. O que me diz? — Balançou as duas passagens no ar e piscou para , que não conseguiu pensar em outra coisa a não ser correr em direção a , pegando-a no colo e correndo o mais rápido que conseguia para o quarto.
Os dois sabiam bem que nada os separariam. Nunca mais.

For your heart for me,
My California King...


FIM



Nota da autora: Olá, pessoal! Eu espero que vocês tenham gostado desse ficstape. Achei a coisa mais fofa e eu queria muito escrever um romance assim, com uma reconciliação de marcar! Não deixem de me falar o que vocês acharam, hein?
E eu queria dedicar essa fic à minha melhor amiga de todos os tempos, a Bianca Matias, e espero do fundo do meu coração que ela goste o tanto quanto eu gostei. Eu escrevi com todo amor do mundo e como sei que ela é apaixonada pelo J-Hope, não pude deixar de colocá-la com ele. Biseok para sempre! Hahahah. Espero muito que você goste, amiga, de verdade. E não brigue comigo, caso eu faça você chorar, foi sem querer hahhaah. Te amo. <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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