Finalizada em: 08/05/2021

Capítulo Único

Junho, 2005:

O baile de formatura era a mais insuportável das formalidades para os introvertidos. Precisar fingir obedecer ao status quo durante algumas horas era ridículo, mas sua mãe tinha insistido muito para que ele cumprisse todas as “etapas” da vida de um adolescente normal.
O terno o incomodava, por isso, a gravata tinha sido afrouxada assim que ele saiu da vista dos pais. O cabelo cheio de gel foi bagunçado e voltou ao arrepiado de sempre no primeiro banheiro que avistou, quando adentrou a Yarmouth High School naquela noite de verão. Não gostou muito do que viu no espelho do banheiro, mas, se comparado ao mauricinho que saiu pela porta da casa dos Woods, aquele garoto que o encarava de volta estava bem mais próximo do que costumava ser.
Consertou os óculos no rosto e assumiu a expressão de tédio que o acompanharia pelo resto da noite. O som alto vindo do ginásio podia ser ouvido nos corredores desertos que percorreu até se deparar com brilho, muito brilho, gente descontrolada e Britney Spears.
Ir sozinho ao baile era considerado vergonhoso por aquele bando de animais irracionais com quem teve de conviver pelos últimos anos, o que levou alguns dedos a serem apontados para si, enquanto ele caminhava com as mãos nos bolsos da calça social até as arquibancadas. Escolheu um canto para ficar e limitou-se a observar o comportamento bestializado dos que o cercavam. Seria uma noite um tanto quanto longa. Pelo menos alguém tinha feito o favor de batizar o ponche.

As primeiras duas horas passaram rápido, se distraiu relembrando as tablaturas que vinha estudando nas últimas semanas, usando o antebraço esquerdo como apoio, tornando-o uma extensão do baixo Eastcoast que deixou em casa, apoiado na porta do armário.

O caminho para a terceira hora de baile foi dolorosamente arrastado, não tinha mais o que comer ou beber, estava ligeiramente afetado pela vodca clandestina do ponche. O melhor a se fazer era parar e esperar a oportunidade perfeita para fugir daquele inferno cintilante e barulhento.
— 2001. — Uma voz surgiu ao lado dele, pegando-o de sobressalto.
— O quê?
— Te assustei? Deu até um pulo. — Ela riu gostosamente. — Foi mal. Eu ‘tava falando da decoração. “2001, uma odisseia no espaço”, sabe? Se bem que não funcionou exatamente como planejado, esse monte de coisas prateadas faz parecer “a festa do papel-alumínio”.
O garoto direcionou o olhar para a pista de dança, onde casais se agarravam e dançavam desengonçadamente ao som de qualquer coisa que estivesse tocando.
— Estou falando com você, Woods. Vai fingir que não está me vendo? McGregor, sento atrás de você nas aulas de-
— Espanhol. — Ele completou.
— Isso! Então por que não me respondeu quando falei contigo?
Ele deu de ombros, retomando o silêncio. , então, levantou-se e prostrou-se de frente ao rapaz, encarando os olhos verdes por trás dos óculos. O olhar dela pesava.
— Você é aleatória assim sempre ou só quando colocam vodca no ponche? — Ele perguntou em tom cansado.
— Só quando rapazes sozinhos me ignoram. — Sorriu vitoriosa.
Ela lançou-se na arquibancada ao lado dele, cruzando as pernas. O vestido roxo foi rapidamente ajustado de modo a permitir que ela se sentasse confortavelmente.
— Eu estou sozinha também. — Comentou. — Você não perguntou nada, mas estou dizendo. Posso te fazer companhia? — O olhar de estranhamento que lançou para ela a fez hesitar. — Qual é, Woods? Vou ficar quieta aqui, não vou te chamar para dançar.
Paz. Serenidade. Sossego dentro do possível em meio àquela barulheira enjoada. Era tudo que queria e parecia ainda mais distante agora.
— Você gosta de Anthrax, né? — Ela quebrou a frágil quietude. Durou menos de dez minutos.
limitou-se a sacudir a cabeça concordando, não queria dar espaço para que ela falasse mais e mais. Não que tivesse problemas com McGregor, na verdade, ela sempre o tratou com gentileza como colega de classe. A questão era que o garoto queria ficar quieto, esperando o baile acabar ou surgir uma oportunidade para que ele pudesse voltar para casa, tomar um banho e se jogar na cama, enquanto ela parecia muito empolgada em começar uma conversa.
A música mudou para uma melodia mais suave. Os pares se aproximaram para dançar a tão esperada música lenta. Pessoas se beijavam por todo o ginásio, aquela era a deixa que estavam aguardando para deixarem-se levar pelos hormônios. O rei e a rainha do baile, já coroados, dançavam isolados no meio do salão, cercados pelos demais alunos.
— Não acha engraçado? A maioria desses caras são escrotos que passam anos infernizando a vida de gente como nós... — apontou para e para si mesma. — E garotas que nos chamam de esquisitos e perdedores. Quando eles se formam, são ovacionados pela escola inteira, eleitos como reis e rainhas dessa bosta de baile. Grande merda. — Fez uma careta de nojo. — Nos acho muito mais honestos, sabia? Somos deslocados e seguimos deslocados, sentados na arquibancada querendo sair correndo dessa coisa chata, fazendo companhia um para o outro. Não ouse dizer que não estou sendo uma boa companhia, . — Deu um soquinho no ombro dele.
— Não me importo com eles. — O rapaz se pronunciou.
— Eles dificilmente vão sair de Yarmouth, vão acabar trabalhando e morrendo por aqui mesmo. Nós ainda temos chances maiores de liberdade, sabe? Já foi aceito em alguma universidade? Acho que vou para a Pensilvânia.
— Chicago. Artes. — Respondeu baixo.
Seus pais ainda não sabiam da carta de aprovação que tinha recebido no início da semana, preferiu esperar mais um pouco, até que tivesse a certeza de que era isso que queria para seu futuro. McGregor era a primeira a saber que Woods cursaria Artes Visuais na Universidade de Chicago.
— Parabéns! Que notícia ótima! — Ela vibrou como se a aprovação fosse dela própria. — Então em alguns anos teremos um artista novo no mercado? Me avise para que eu compre suas obras, .
levantou-se correndo em direção à tigela com o que sobrou do ponche, voltando com dois copos, entregando um ao garoto de cabelos despenteados.
— Um brinde ao ! — Falou alto, erguendo o copo.
Shiu! Fala baixo.
Os copos se tocaram no ar e o álcool desceu quente por suas gargantas.
? — Chamou.
— Hum?
— Você é uma graça.
— Como é? — Mirou-a por cima dos óculos.
— Vou dizer que é culpa da vodca, mas é isso aí.
Ele abaixou a cabeça e evitou cruzar seu olhar com o da garota pelos minutos seguintes. O álcool mantinha seu corpo quente, porém, nublou sua mente e aquele último copo tinha passado do limite que estabeleceu para si mesmo naquela noite. Era melhor ir para casa.
— Preciso ir embora. — declarou subitamente, coincidindo com o momento em que se levantou.
— Estou indo também. — Desceu o primeiro degrau das arquibancadas. — Obrigado pela companhia, não foi de todo ruim. O ambiente que é um pé no saco mesmo.
As mãos voltaram aos bolsos, o corpo se preparou para marchar continuamente até a saída, invertendo o caminho que o levou até o ginásio. Pela visão periférica, observou voltar-se para a saída oposta, que dava na frente da escola, longe do estacionamento.
Ela iria a pé?
Decidiu dar meia volta e confirmar com a própria. Já passava das nove da noite, para uma cidade como Yarmouth, estava tarde demais para ter movimento nas ruas.
. — Chamou-a, mas ela não o escutou.
Apressou o passo até alcançá-la. Seu tom de voz sempre baixo não colaborava, somado à música alta era impossível que ela o ouvisse da distância que os separava.
.
— Oi! — ela buscou pelo dono da voz, dando de cara com quase colado às suas costas.
— Você vai andando? — Perguntou e ela acenou, indicando que sim. — Está tarde.
— Não é como se eu fosse uma garotinha indefesa, Woods. Moro perto daqui.
relutou, antes de proferir as palavras que seguiram, a imagem de sua irmã mais nova, Marissa, caminhando sozinha pelas ruas desertas de Yarmouth à noite o obrigou a continuar.
— Vou com você. É perigoso.
A falta que Marissa fazia era imensa. Ele sempre se sentiria responsável pela partida da menininha de cabelos claros. Tudo que restou foi a culpa e o vestido azul de bolinhas que ela vestia naquele dia, quatro anos antes.
Felizmente, não declinou o convite ou fez esforço para convencê-lo de que estava bem sozinha. Quietos, eles seguiram para fora da escola pela rota indicada pela garota.
Tinham alcançado a linha do trem, quando ela quebrou o silêncio.
— Valeu por ter se oferecido para me acompanhar. Foi bem legal da sua parte. Não que eu tenha medo de ir para casa a pé, estou acostumada, mas, mesmo assim, agradeço.
— Não tem de quê. O Maine não é o mais seguro dos estados americanos, as coisas mais inexplicáveis vão acontecer exatamente aqui. Você deve saber disso.
— Vim de Oklahoma. Sou novata em assuntos do Maine. — Riu. — Cara, essa areia está acabando com meu sapato. Pisar de salto está sendo um desafio. — Reclamou.
Desde que passaram a seguir a ferrovia, o asfalto deu lugar à areia batida. Segundo aquela que os guiava, era o caminho mais curto até a avenida principal e, consequentemente, à sua casa. escolheria outra rota, sem dúvidas.
Yarmouth era do tamanho de um ovo e, mesmo assim, ir da escola até a casa dos McGregor parecia ser uma empreitada arriscada e demorada no breu daquela noite de verão. cresceu ali e passou a ver a cidade, até então tranquila, com outros olhos desde que Marissa se foi.
Como dizem que Deus ajuda crianças, bêbados e malucos, restaria ao capeta atormentar quem não pertence a esses grupos? Provavelmente sim.
— Merda! — abaixou-se para mexer em algo na sandália que usava. — A fivela arrebentou. ! — Chamou aquele que a acompanhava seguindo seus passos a certa distância. — Tem um parquinho ali na frente. Se importa se pararmos para eu tentar consertar isso? É rapidinho.
não queria parar. Na verdade, tudo que ele queria era sair dali o mais rápido possível, no entanto, não podia pedir que andasse descalça na areia.
Aproximou-se dela para oferecer seus ombros como apoio, até que alcançassem o playground nos fundos do centro comunitário da cidade. As luzes do prédio estavam acesas, suspirou ligeiramente mais aliviado por isso. Não estariam totalmente sozinhos.
Encontraram um banco que serviria para acomodá-los, enquanto tentava tornar o sapato utilizável novamente. A garota se sentou bem ao seu lado, menos de trinta centímetros separando seus corpos. A proximidade enrubesceu o rosto do rapaz, que soltou de vez a gravata frouxa e passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os.
— Era melhor ter vindo de All Star. Minha mãe ia me matar? Ia. Mas isso... — apontou para a fivela desmontada. — Nunca teria acontecido.
bateu os tênis que cobriam seus pés um contra o outro, chamando a atenção dela para a dicotomia entre a formalidade das vestes e a casualidade dos sapatos que calçava.
— Caramba, você realmente está de All Star! Como não reparei? Acho que gastei meu tempo olhando pro resto de você.
“Você é uma graça”.
estava nervoso. Nervoso de verdade. Todo o álcool que consumiu na festa se voltava contra ele, intensificando a capacidade destrutiva de sua mente ansiosa. A frase dita tão tranquilamente por rodava sua cabeça em looping. Agora, ela seguia sendo extremamente aberta sobre seus pensamentos.
— Nossa, que merda essa fivela. — Seguiu tentando consertar a sandália. — Ai! Me cortei. — Levou o dedo à boca em reflexo.
Ele esticou as mãos para tomar o sapato das mãos dela, tentando resolver o problema por conta própria. Demorou um pouco para que entendesse que precisava encaixar o pino da fivela de volta no lugar para que a correia ficasse presa ao pé de .
estava tão concentrado, que não viu os olhares que a dona dos sapatos direcionava a ele. Ela realmente o achava bonitinho. Observá-lo em toda sua introspecção era divertido; as aulas de espanhol eram resumidas em ilustrações no caderno de Woods, e, sentada atrás dele, podia ver os rabiscos se tornando formas, que logo viravam desenhos cheios de detalhes.
era sutil e fechado, expressava frações de si como traços no papel.
A garota conhecia a história da morte da filha mais nova dos Woods, toda a cidade sabia, e isso a fazia se questionar o quanto do real tinha sido enterrado junto com a pequena Marissa. Se a arte foi a forma que ele encontrou de permitir que seus pensamentos ganhassem vida, era um alívio receber a notícia de que ele iria cursar Artes Visuais.
gostava de pensar em si mesma como uma admiradora secreta, tão secreta, que mal admitia que atrasava o passo quando via Woods atravessar os corredores com as mãos nos bolsos dos jeans, camisa do Anthrax — às vezes AC/DC, às vezes Motörhead — e uma touca cobrindo os cabelos despenteados, deixando apenas a franja caindo sobre os olhos verdes emoldurados pelos óculos de grau.
É, ele era bonitinho.
— Pronto. É o suficiente para você chegar em casa. — Devolveu a sandália à dona.
— Obrigada, . Você é o salvador da noite. — Riu.
O vento corria morno, sacudindo as folhas das árvores ao redor do banco de madeira esquecido nos fundos do centro comunitário.
— Você também se cortou… — comentou ao ver o filete de sangue que vagarosamente brotava do dedo indicador dele.
— Não é nada demais. Vamos, está tarde. — Fez menção de se levantar.
— Você está incomodado, não é? Não gosta de locais isolados à noite.
— Te contaram a história, pelo visto.
— Contaram sim. Mas não vou te perguntar sobre isso, respeito sua dor. Ter te arrastado até aqui já pode ter sido uma barra para você. Me desculpa qualquer coisa. — Calçou o sapato consertado.
— Deixa isso para lá. Está tudo bem, tem gente no centro comunitário, isso me deixa mais tranquilo.
entrelaçou seu braço no de , encurtando ainda mais a distância entre eles. O rapaz prendeu a respiração por alguns instantes.
— É… posso te dizer uma coisa? Pedir, na verdade.
— Hum? — deu a entender que ela podia continuar.
Ele mal ousava se mover, o braço preso ao da garota estava duro, gotículas de suor brotavam de suas costas.
— Essa é a última vez que vou te ver, provavelmente. Temos mais um dia de aulas até a formatura oficial, mas você não precisa se sentir na obrigação de interagir comigo ou qualquer coisa do tipo, por favor. Segue a vida como sempre foi, Deus me livre te deixar sem jeito por minha causa. O que eu queria, ai, nem sei como falar…
— Não temos a noite toda. — Apressou mais a si mesmo do que a ela, não sabia quanto tempo mais suportaria manter a expressão tranquila, sem transparecer que sua cabeça estava a mil por hora.
— Isso, não temos a noite toda. — tomou fôlego, passou a língua pelos lábios, encarou o fundo dos olhos verdes e prosseguiu. — , posso te dar um beijo?
— Um beijo? — Perguntou espantado.
— É, um beijo. Eu quero te beijar, Woods. Pode ser a vodca ainda, pode ser minha vontade sóbria, nunca saberemos. Não quero virar a página sem ter feito isso. A festa do papel-alumínio não teria sido a mesma coisa, se você não tivesse me deixado ficar do seu lado; teria vindo sozinha até em casa, se você não tivesse se preocupado e vindo comigo; teria ficado descalça, se você não estivesse aqui para me ajudar; meus anos de ensino médio teriam sido mais chatos, se você não estivesse lá para eu te admirar em silêncio.
encarou o chão e sorriu. Sorriu como nunca o tinha visto fazer.
No seu íntimo, ele estava em pânico, absolutamente aterrorizado com a intensidade com que ela se lançava sobre ele. Sorrir foi a forma que encontrou para exteriorizar o turbilhão que se formava sem parecer um panaca.
Ele queria beijá-la? Queria. Queria sim.
— Tudo bem. — Declarou com a segurança mais frágil de todo o estado do Maine.
Os dedos gelados tocaram a bochecha quente e avermelhada dela, afastando os fios de cabelo que caíam sobre o rosto. Tinha imaginado que seria apenas um roçar de lábios, contudo, ao sentir como a boca de era macia e convidativa, se permitiu senti-la um pouco mais.
Não teve coragem de abrir os olhos, que as sensações fossem as únicas a contar-lhe o que acontecia.
moveu os lábios contra os dele, sugando o inferior, abrindo espaço para que sua língua encontrasse a de e a convidasse para dançar tal como os casais no baile. E elas se circundam, tocaram-se e conheceram o sabor uma da outra. Era bom, cálido, profundo.
Um beijo se transformou em dois, três, inúmeros. Estava escuro, abafado, úmido e o passar das horas não era mais importante. Eles tinham um ao outro pela eternidade daqueles minutos em que compartilharam sensações que ficariam marcadas em suas peles como cicatrizes invisíveis.
. — chamou-o no intervalo entre um beijo e outro. — Volta aqui um dia. Não some. Em alguns anos, vamos ter mudado tanto… quero guardar isso que vivemos, que estamos vivendo, como a esperança de um dia nos reencontrarmos. Nem que seja para compartilharmos fotos das nossas famílias, qualquer coisa. Só quero te ver de novo, Woods.
— Pode ser.
— Promete? — Ela pressionou o local que a fivela da sandália havia cortado seu dedo, fazendo brotar uma gota de sangue. Tomou a mão de e repetiu o procedimento.
Os dedos com sangue se tocaram, selando a promessa com a qual o garoto não tinha oficialmente concordado. Do jeito que era, aquilo seria apenas fogo de palha, resultado da agitação que tomava conta dela.
— Vou cobrar, hein? Daqui a dez anos, nesse mesmo dia, vamos voltar a esse banco e olhar um para a cara do outro. Segunda-feira, bota um papel com seu e-mail escrito dentro do meu armário. É só jogar pela fresta que fica sempre aberta. Pode ter certeza que vou te procurar, .
Trocaram mais alguns beijos, antes das luzes do centro comunitário se apagarem, obrigando-os a seguir o caminho que faziam antes. Os dedos levemente doloridos pelo corte se tocaram através dos dedos entrelaçados por todo o percurso até a esquina da casa dos McGregor. O último selar foi deixado ali, sob a placa de “PARE”, que marcava o cruzamento. Eles fizeram questão de capturar em suas memórias o exato momento em que seus olhares se cruzaram pela última vez, antes de dar as costas e rumar para sua própria casa.

•••

Na segunda-feira, ao final do último dia do ano letivo, abriu o armário para recolher seus livros e pertences, antes de ir para casa e se deparou com um pequeno pedaço de papel com a caligrafia clara de . Nada daquilo seria para sempre, o futuro carregava inumeráveis incertezas, contudo, sabia que poucas pessoas fariam seu coração bater tão desesperadamente quanto Woods fez. Ela iria esperar o tempo que fosse preciso, presa à certeza de que nada seria melhor do que tê-lo novamente ao seu lado.

Junho, 2015:

Aquela conta de e-mail tinha se tornado mero depósito dos projetos que um dia teria coragem de mostrar ao público. Nenhuma nova mensagem chegava ali há tempos. Não sabia o que o espantava mais: o nome do remetente ou o assunto. Encarou a tela por alguns minutos, antes de decidir lê-lo.

De: McGregor (itsme_mcg@ihoo.com)
Para: Woods (anthrxbsst@ymail.com)
Assunto: Cumpra sua promessa

Hey, ! Como anda a vida?
Passaram dez anos desde aquele dia. Está na hora de cumprirmos a promessa, não acha? Você está morando no Maine? Não se esqueça, mesmo lugar, mesmo dia e mesmo horário. :D
Xoxo

— Puta merda… — pôs a cabeça entre as mãos. — Ela não estava brincando.



FIM!



Nota da autora: Oi, que bom que você chegou até aqui! Gostou de conhecer esse casal diferente? Muito fofos, não é? Eles retornarão, essa história não termina por aqui. Aguarde-os.
Qualquer coisa, só me procurar através dos links das redes sociais.

Do meu coração pro seu,
Nimuë



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