Finalizada em: 20/04/2021

Capítulo Único

fitava o relógio, como se precisasse de tempo. Quando na verdade, tempo era o que não faltava para ela. Desde agora e sempre ela andava triste, porque ela sentia falta dele desde que ele a deixou. Ela estava claramente desconectada de sua própria vida. Dave era o retrato do homem perfeito e ela se viu completamente apaixonada por ele, mas ele se foi, se foi e deixou uma enorme solidão tomando conta daquele lugar e daquela garota, que sentia tanto a falta dele. Aquele lugar parecia sem vida, sem aquele sorriso iluminando tudo. O telefone tocou. Não era ele, era apenas Lily, preocupada.
, como você está?
— Ah, você sabe, às vezes eu não posso suportar a luz da manhã… — Ela suspirou. — Porque eu sinto falta dele, desde que ele me deixou.
, você não pode se afundar… — Ela interrompeu a amiga.
— É como se eu fosse apenas um reflexo do coração dele.
!!! Você é muito mais que isso, você sabe disso. Quer que eu vá aí para conversarmos sobre isso?
— Na verdade, não. Eu tenho algo para fazer.
— Algo? E o que seria isso?
— Nada importante, depois nos falamos. — Ela desligou o telefone e sentou-se em sua escrivaninha, ela escreveria uma carta para ele.

Caro Dave…

Ela escreveu e apagou, várias vezes, não sabia como começar então decidiu apenas escrever como se sentia.

No meio desta noite, aqui, sozinha, eu quero você de volta! Eu realmente preciso de você, Dave. Então volte e me dê amor, me dê abrigo, o mesmo abrigo que você me dava! Salve a minha alma desta escuridão, por favor, me salve agora, porque eu estou caindo! Dave, há um monte de coisas por trás do meu sorriso, porque eu sinto sua falta desde aquele dia que você me deixou! Todos os dias eu estou tentando sobreviver sem você, e esperando que você venha me salvar desse vazio… Então, me salve.

Ela parou de escrever e leu tudo aquilo, aquilo era ridículo, ela amassou o papel e jogou pela janela, afundando sua cabeça na almofada no sofá, parece que ela ficaria sozinha naquele vazio.

O papel que ela jogou pela janela, não caiu apenas na rua, como acertou um homem que passava por ali.
— Ei! — Disse ele, virando-se para cima, vendo que a bolinha de papel havia saído de uma janela. Ele pegou a bola, e fez uma cara feia. — Eu vou ensinar à essas pessoas que não se deve ficar jogando lixo na rua! E ainda por cima, acertando pessoas. — Ele abriu o papel, procurando saber se descobria quem jogou aquilo nele. E para sua surpresa, quando leu, era uma carta de amor. Mais especificamente, uma carta de alguém que estava tentando reatar um relacionamento, que pelo visto desistiu, quando jogou aquilo pela janela. Agora, ele se sentia triste ao ler o que estava escrito, sentia que tinha, de algum modo, violado algo que era pessoal demais. Ele ficou parado em frente àquele prédio por tanto tempo, que o porteiro veio até ele.
— Posso ajudar, senhor?
— Eu queria entregar isso de volta. — Ele mostrou o papel ao porteiro.
— Entregar a quem?
— Eu não sei o nome, alguém que terminou um relacionamento recentemente.
— Ah, a jovem do 203, Srta. .
como o “dono da cidade”? — Ele fez aspas com as mãos.
— Sim, ela é filha dele, mas eles não têm contato faz muito tempo, acho que desde que ela se mudou para cá. — Ela era então a filha do chefe dele. — Se o senhor quiser, eu entrego.
— Eu gostaria de entregar em mãos. — Respondeu ele.
— Eu não sei se isso será possível. — Ele olhou para o garoto. — Mas vou interfonar para perguntar. — Ele entrou, seguido pelo garoto. — Srta. ? Oi, boa noite! Tem um rapaz aqui que quer te entregar um… — Ele olhou para as mãos do garoto. — Uma carta! Isso, senhorita! Não, ele insiste em entregar em mãos! Posso liberar? Vou liberar então. Não, não é o Sr. Dave. Certo, ele está subindo.
— Posso subir? — Perguntou o garoto.
— Sim. 203! — O homem apontou para o elevador. O garoto mais que depressa, correu e entrou lá.

Enquanto isso, lá em cima, ela se perguntava quem diabos estaria entregando uma carta para ela naquele horário. Era muita coincidência, receber uma carta logo quando ela pretendia enviar uma. Alguém bateu à porta, ela se levantou, sem vontade. Caminhou até a porta e olhou pelo olho mágico.
— E quem é você? — Perguntou, antes de abrir a porta.
— Eu me chamo , .
— E de onde você me conhece?
— No meio desta noite, aqui, sozinha, eu quero você de volta! Eu realmente preciso de você, Dave. Então volte, me dê amor, me dê abrigo. — Disse ele, lendo o papel que estava em suas mãos.
— Como… — Ele a interrompeu.
— Isso me acertou enquanto eu passava pela calçada, você deve estar realmente triste para escrever algo tão humilhante assim.
— Você vem até aqui para me insultar? — Ela bufou.
— Na verdade… — Ele colocou um papel embaixo da porta. — Vim até aqui porque achei preocupante alguém escrever algo assim, se precisar, de um desconhecido para te escutar e não te julgar, aí está meu telefone.
— Se eu quisesse algo assim eu procuraria um psicólogo. — Ele riu da resposta da garota.
— Talvez você realmente precise.
— Olha, , se você veio até aqui para isso, pode ir embora! Obrigada pela preocupação, mas não estou interessada. — Ela chutou o papel para um outro lado da sala e voltou para o sofá, colocando fones de ouvido. O garoto riu, ele viu naquela situação um jeito de se divertir, porque aquela garota era extremamente cheia de atitude. Mas não ia dar em nada, se ela ficasse se afundando, escrevendo cartas e achando que não é nada mais que a sombra de um cara que a deixou. Mas, ele não pôde nem vê-la, então sabia que acabaria desistindo uma hora ou outra. Enquanto descia no elevador, imaginava como aquela garota seria e se pegava pensando se valia à pena desistir, e então ele recobrou a consciência daquela insanidade: ela era filha de seu chefe. Saiu daquele prédio rindo do momento de insanidade que tomou conta dele. Já ela havia adormecido com aquelas palavras em sua cabeça e lágrimas escorrendo.

No dia seguinte, era um dia importante para , que estava ansioso. E para , era um dia extremamente chato. Por ser filha de Edward , ela tinha que ir aprender as coisas da Enterprises. Por mais que não falasse com seu pai, desde que ele a colocou para fora de casa por não concordar com o relacionamento com Dave, ele soube do término e exigiu que ela fosse até a empresa para aprender a comandar o império que seria dela um dia, parece que agora ela voltou a ser a herdeira dele. Aquilo era extremamente irritante, mas ela não tinha nada melhor para fazer, e precisava se distrair. Todos naquela empresa estavam perplexos, ninguém nunca havia visto circulando por lá, e os que tinham visto, nem se lembravam qual foi a última vez. Com um vestido preto e salto igualmente preto, todos escutavam seus passos, porque naquele momento ecoava um silêncio ensurdecedor, e a única coisa que podia ser escutada era o choque de seu salto com o chão. Seus cabelos longos, que vinham até a cintura, se mexiam como se ela andasse em câmera lenta. Ela foi direto para a sala da presidência, onde estava o seu pai e um funcionário. Entrou, sem bater à porta.
! — Seu pai sorriu ao vê-la entrar naquela sala. — Como eu dizia, , você irá guiá-la por essa semana, como o funcionário exemplar que você se mostra ser, mantenha-a longe de encrencas e ensine-a tudo que ela precisa saber sobre a empresa.
— Sim, senhor! — Disse . Que droga, pensava ele, ele sabia que teria uma importante tarefa que seria dada pelo chefe, mas não sabia que envolvia a filha magoada dele. Enquanto ele pensava isso, Edward abraçava , que parecia desconfortável naquele abraço.
— Chega, Edward! — Disse ela. — E então, como é mesmo seu nome? — Perguntou ela, ao rapaz parado em sua frente.
. — Ela ficou espantada ao ouvir aquele nome.
— Você? — Perguntou, e ele assentiu.
— Vocês já se conhecem? — Perguntou ele.
— Podemos dizer que ele ficou preocupado com meu término com Dave e foi me oferecer um ombro amigo. — Disse ela, com um sorriso forçado.
— Não há com o que se preocupar, agora que aquele Dave está longe, você vai voltar a ser como antes. — riu em pensamento, mal sabia ele as coisas que a filha dele andava escrevendo por aí. — Bom, essa é sua tarefa, . Estão liberados.
— Sim, senhor! — Eles saíram da sala, parecia estar se segurando para não rir.
— Então você é um dos cachorrinhos do Edward?
— Cachorrinho?
— Sim, ele manda, e você obedece! Por isso você foi até minha casa ontem? Agora tudo faz sentido.
— Eu trabalho para o seu pai, não sou um “cachorrinho” dele. — Ele fez aspas e ela riu da resposta. — E ontem, eu ter ido até a sua casa foi pura coincidência, você jogou um papel em mim enquanto eu passava na rua.
— Eu não tenho culpa que você estava passando ali na hora.
— Você sabia que não se deve jogar lixo na rua?
— Ah, dá um tempo! — Respondeu ela, virando os olhos.
— Bom, princesa, preciso trabalhar. — Disse ele, e ela virou o rosto. — A Enterprises visa a construção de prédios, e investimentos em grandes obras, mas você já deve saber disso. Qual a sua faculdade?
— Administração e Jornalismo, e a sua?
— Administração. — Respondeu ele, chamando o elevador.
— Por que você fez administração? Sempre sonhou em ser cachorrinho de algum dono de empresa? — Perguntou ela, entrando no elevador.
— Puff, isso aqui é só o começo! — Ele apertou o botão para descer. — Um dia eu vou abrir minha própria empresa, meu trabalho aqui é apenas experiência e aprendizado.
— Você pensa como ele. — Disse ela, o encarando de lado. — Como Edward, é uma coisa boa, em partes.
— Por que “em partes”? — Ele fez aspas com as mãos, e o elevador se abriu.
— Bom… — Disse ela saindo do elevador. — Edward estragou tudo com a família, entende? É bom que você ainda não tenha uma família, e quando tiver, dedique tempo para ela também.
— Você tem sérios indícios de ser uma pessoa depressiva. — Disse ele, abrindo a porta, e ela riu.
— Traumatizada eu posso até ser, mas eu faço terapia.
— E tem ido nos últimos dias? — Ela arqueou a sobrancelha, após escutar isso.
— Por que te importa?
— Porque lendo aquela carta que você escreveu, talvez você esteja precisando trocar de psicólogo.
— Olha, não se meta na minha vida! — Respondeu ela, virando o rosto.
— Calma, calma, princesa. — Ele riu. — Bom, aqui é onde são criados os projetos, mas você não vai precisar se preocupar com isso, porque não é arquiteta e nem engenheira. Ali… — Ele apontou para o outro lado. — São os estagiários… — Ela o interrompeu.
— Eu conheço exatamente tudo dessa empresa desde que eu era criança, então, me impressione. — Ela disse, fitando os olhos dele, que sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo.
— B-bom… — Ele ajeitou o olhos.
— O que foi, ? Não era você o provocador? — era uma mulher sedutora, e viu em um jeito de se distrair naquele dia chato e espairecer a mente.
— Eu estou trabalhando, não estou me divertindo. — Disse ele, empurrando o óculos.
— É uma pena, pois eu acho isso tudo aqui um tédio.
— Isso que você acha um tédio um dia vai pertencer à você!
— E quem foi que disse que eu quero? Se você não sabe, meu irmão é o sucessor disso aqui, e meu pai só me chamou aqui como um jeito de consertar as coisas entre nós, depois que eu e Dave terminamos, mas ele nem se esforçou para me acompanhar nessa palhaçada e mandou um dos cachorrinhos dele para isso.
— Pare de me chamar de cachorrinho! — Disse ele, puxando a garota pelo braço.
— E o que você é? — Disse, se aproximando dele. — Aceite que você não passa de um cachorrinho do Edward, assim como todos os outros. — Sussurrou ela, em seu ouvido.
— Eu me esforço bastante para fazer o meu trabalho bem.
— Eu não duvido do seu potencial, apenas duvido que Edward o reconheça. — Ela deu de ombros e saiu dali, chamando o elevador.
— Nós ainda não terminamos! — Disse ele.
— Eu vou tomar um café, não vê as olheiras em meus olhos? Preciso reabastecer, se quiser, pode me acompanhar. — Ele se calou, e entrou no elevador.
— Você fala dele… — Disse . — Mas você é a cópia perfeita dele!
— Não ouse dizer algo assim! — Ela colocou o dedo no rosto do garoto, que a puxou pelo braço.
— E por que não? — Perguntou, se aproximando dela. — Você não passa de uma cópia do Edward. — Sussurrou ele, em seu ouvido. Ele tinha o controle da situação agora, por mais sedutora e presunçosa que fosse, ela estava magoada e não tinha muitas forças para continuar a brincadeira. Apenas se calou e abaixou a cabeça, se sentiu mal pela expressão que tomou conta de seu rosto.
— Foi isso que ele me disse… — Ela colocou a mão no rosto. — Dave, quando partiu, que eu era como Edward.
— Eu sinto muito, , eu não…
— Talvez vocês estejam certos, mas é injusto… É injusto que eu seja prejudicada pelas atitudes dos outros, na verdade, a minha vida toda é uma grande injustiça.
— Como injustiça? Você tem tudo!
— Eu não tenho nada além de um pai egoísta e… — Ela suspirou. — Eu tinha alguém, alguém que eu amava e alguém que me salvou, da solidão, da escuridão e do vazio. Agora você entende aquela carta? Dave fez despertar em mim coisas que eu achei que nunca mais sentiria, e quando ele partiu, ele levou isso com ele.
, eu…
— Você provavelmente vai dizer a mesma coisa que Lily, que eu deveria me bastar, mas viva uma vida como a minha, que aí você vai entender. — O elevador se abriu. — Eu nem sequer conheci a minha mãe, e meu pai, você já sabe! Dinheiro não é tudo na vida, e quando eu estava afundando, era o Dave que estava lá para me salvar. — Ela saiu do elevador, deixando sem reação lá dentro.
!
— Nossa “tour” acabou! — Ela fez aspas com as mãos, e saiu, talvez ele tenha ficado parado tempo demais ali, e não conseguiu alcançá-la. Ele se sentia culpado, por ter feito daquele joguinho, algo assim. Por ter tocado na ferida dela. Ele estava preocupado, e naquele momento não era pelo seu trabalho, estava preocupado com ela. Depois de muito procurar, ele parou em uma ponte, fitando o rio, quando por um segundo, achou que a tivesse visto. E a dúvida se confirmou, ela estava na beira daquele rio, lá embaixo. Ele correu, para se desculpar, e encontrou a garota de pé, em frente ao rio.

— O que você acha que nos acontece quando morremos?
— Eu não sei… — Disse, parando ao lado dela. — Talvez exista um paraíso, um lugar para sermos melhores. — Ela sorriu de lado.
— O que você quer, ? — Perguntou, virando-se para ele.
— Quero que me permita te salvar, quando você estiver caindo.
— Que tipo de insanidade é essa agora? — Ela riu.
— Eu quero ser a pessoa que vai te mostrar que você não precisa ser salva, mas se para isso, eu precisar te salvar, eu quero ser a pessoa que te tira o vazio e ilumina a sua escuridão.
— E que autoridade você teria para fazer isso?
— Você me daria essa autoridade.
— Isso é mais um jogo?
— Não, sem joguinhos, todas as histórias precisam de um começo.
— E esse seria o começo da nossa?
— Se você permitir, sim.
— Me dê um motivo para fazer isso.
— Eu estou aqui, e disposto a te ajudar, e não te abandonar.
— E por que eu acreditaria em você?
— Porque, , você é um desafio, e eu adoro desafios. — Ele se aproximou dela. — E acho que a sua bagunça, talvez se encaixe com a minha. — Ele sorriu.
— O que você espera de mim, ? Que eu me apaixone perdidamente por você? — Ele riu fraco.
— Espero que me deixe tentar fazer você enxergar a vida de outro jeito. — Ele sorria, o que a fez sorrir. — E então? Qual é a resposta?
— Talvez.
Naquele momento, ela que se sentia afundando e caindo. Tinha visto em , uma chance de dar outro sentido às coisas. Por mais magoada e confusa que ela estivesse, ela acreditava que suas intenções eram boas. Já ele, não tinha ideia de que tipo de loucura era aquela, mas quando a viu ali, naquele elevador, tão exposta… Os dois eram loucos, acho que não existia outra palavra que pode explicar mais. A chuva que começou a cair ali, fez com que ele a enxergasse mais ainda, quando ela fechou os olhos e sentiu a água caindo sobre seu corpo. Ele sorriu, ela parecia um anjo, um anjo que precisava aprender a voar com suas próprias asas. Um anjo que ele ensinaria a voar, e que um dia não precisaria mais de sua ajuda, e escolheria ficar de bom grado. Era isso que ele pensava quando olhava para ela, e ela, só queria ser salva de afundar. Aquilo seria o começo de uma linda história. E ela havia aprendido algo, que nem todo mundo que passava na nossa vida era para ficar nela, às vezes era apenas para te preparar para algo melhor.



FIM.




Nota da autora: Oiii, gente, eu amei escrever essa fic porque eu sou APAIXONADA por RBD, então espero que vocês tenham gostado de lê-la o tanto que eu gostei de escrevê-la! Curtam bastante esse ficstape lindo que eu amei demais!!

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