11.The Other Woman

Última atualização: 25/04/2020

Capítulo Único

Desde que havia começado a se relacionar com às escondidas, Dominique esperava fielmente que, em algum momento, o baterista perceberia que estava nutrindo sentimentos por ela e colocaria um fim em seu relacionamento com mas, a cada semana que passava e isso não acontecia, a mulher ficava mais frustrada.
Ela sabia que não conseguiria esconder por muito mais tempo o que estava fazendo com ela, mas ainda achava fora do real o músico demonstrar todo seu afeto pela irmã de Mercury. Estava certo de que o relacionamento deles já tinha alguns anos de duração, e eles já passaram por fases ruins antes, mas ela não conseguia entender como era possível ser tão dedicado a um relacionamento como os dois eram. Dominique sabia que o que fazia não era nada de se orgulhar ou para se gabar, sabia que só estava com ela porque ela havia o chantageado porém, apesar disso, ela gostaria de poder compartilhar com alguém o que ele e haviam estabelecido. O problema era que ela queria aquilo com o .
As cores trêmulas das luzes do bar acabaram deixando-a ainda mais triste quando ela viu os olhos do baterista presos na mulher que dançava com os braços ao redor do pescoço do mesmo. Dominique era literalmente a peça que ninguém desejava que tivesse entrado no tabuleiro. Deaky e Brian estavam sentados na mesa reservada para eles enquanto conversavam, Freddie havia desaparecido no meio da multidão e e estavam se divertindo na pista de dança.
Beyrand podia jurar que conseguiu ouvir a morena reclamar com o loiro pela segunda vez que ele havia pisado em seu pé, mas decidiu não prestar atenção na voz de e, sim, nos movimentos que o corpo de fazia em sincronia com o da namorada. Seria deprimente se não fosse o normal. e Bulsara eram um casal, e a maior parte das pessoas ao redor deles acreditava que eles iriam acabar casados e com uma casa cheia de filhos.
Não foram poucas as vezes em que Dominique se questionou sobre o que fazia e os resultados que isso poderia trazer para si, mas ela sabia que não poderia voltar atrás e desistir de tudo, não depois do que ela já havia colocado a perder. Sua amizade com era algo que apenas existia na cabeça da outra, e ela sabia que não conseguiria olhar para a antiga colega de quarto com os mesmos olhos.
Não era que fosse uma pessoa ruim que merecesse ser traída pelo namorado e pela amiga, mas Dominique também não tinha culpa em ter se apaixonado por . O homem era absurdamente lindo e era um galanteador nato então, mesmo sem flertar ou querer conquistar, acabava atraída pelo loiro de olhos azuis. Poderia também ser resultado da persona de rockstar que exalava dele, fazer parte de uma das bandas mais importantes do momento dava essa sensação.
Os cabelos relativamente longos de se mexiam conforme ele tentava acompanhar os movimentos de , e a mulher deixava gostosas gargalhadas escapar sempre que o companheiro fazia algo de errado. Ambos já estavam um pouco embriagados com os shots de tequila que haviam ingerido momentos antes. Dominique estava sentada em um dos bancos do bar e tinha seus olhos fixos no casal, que se divertia como se nada pudesse atingí-los e como se aquele momento não fosse acabar nunca. Chegava a ser invejável.
O drink que Beyrand pedira já estava atingindo a temperatura ambiente, já que ela não tinha vontade nenhuma de saborear o líquido colorido que preenchia a taça em suas mãos. Ela não se importava em parecer um pouco obsessiva em observar a cena dos dois a poucos metros de distância. Todas as vezes em que se abaixava um pouco para capturar os lábios de com os seus, Dominique se recordava de quando esses momentos eram com ela. Ela só desejava que ele o fizesse o mesmo com tanta devoção como fazia o que era relacionado a .
Bulsara e eram completamente o contraste do outro. Enquanto tinha os cabelos loiros e olhos incrivelmente azuis, os cabelos de eram quase tão escuros quanto a cor de seus olhos mas, ainda assim, você conseguia reconhecer o castanho de ambos. tinha a pele bem mais clara que a de , e a mulher tinha a voz bem mais adocicada que a dele. Não importava a perspectiva da qual fossem observados, eles se completavam como ninguém jamais iria.
Um expectador – que estava entendendo a situação e que olhasse para Dominique naquele momento, vestida com seu vestido laranja e um casaco de pele falsa branco, sentada no bar, observando a amiga e o namorado se divertindo enquanto dançavam e sabendo que ela estava tendo um caso com o mesmo – você sentiria pena da mulher. Podia parecer irônico, mas o que mais levou Dominique a tentar "conquistar" foi ela presenciar as inúmeras demonstrações de afeto entre o casal, carinhosamente apelidado por John de Taycury. Beyrand achou que isso fosse algo de com todas mas, ao ver que aquela intensidade de sentimentos era apenas dedicada a uma mulher, ela se sentiu parcialmente quebrada.
Todos a sua volta estavam se divertindo e , pela primeira vez em duas semanas, tinha um sorriso sincero no rosto e seus olhos chegavam a brilhar de felicidade por estar com seus pensamentos afastados de tudo e de todos os problemas. Ele não estava se importando com o que as pessoas iriam pensar ou o que apareceria nos jornais no próximo dia, a única coisa que ele queria era manter a mulher em sua frente sorrindo como se não houvesse amanhã e ela não precisasse de mais nada para viver, porque era exatamente assim que ele se sentia.
Dizer que não se sentia imensamente culpado e sujo por ter se deixado levar por Dominique não seria justo nem com Dominique nem com , então ele preferia não pensar naquilo. Ele se colocou naquele problema e ele daria um jeito de sair dele, sabia que não seria nada fácil mas estava extremamente disposto a fazê-lo.
– Ai, . – Começou ao se aproximar do loiro. – Vamos buscar algo para beber, eu sinto que vou desmaiar se ficar mais um minuto sem beber alguma coisa. – Disse mas não deu muita escolha para o músico, já que o puxava pela mão em direção ao bar.
Chegando em seu destino, virou-se para Dominique com um sorriso pintado em seus lábios e soltou a mão de para segurar a da amiga.
– Você deveria vir dançar com a gente, Dom. – Iniciou enquanto acenava para um bartender. – Tenho certeza de que alguém logo apareceria para te roubar da gente e você teria uma noite bem divertida, se é que você me entende.
, claramente desconfortável, olhou para Dominique, e a mulher pôde ver com clareza a súplica que ele tinha nos olhos para que ela não aceitasse o convite e deixasse ele ter aquele momento. Ela, silenciosamente, cedeu ao pedido dele.
– Ah, não. Está tudo bem, eu também não posso me demorar muito esta noite. Tenho um compromisso cedo pela manhã. – Declarou Dominique, que viu o sorriso no rosto da outra diminuir.
– Ah, bom... Você quer que te deixemos em casa? Nós podemos te levar lá e você consegue descansar um pouco antes do seu compromisso. – disse, sua atenção completamente presa na mulher em sua frente.
– Não, , não precisa. Tem vários táxis ali fora, eu vou em um deles. – Sorriu para os dois. – Vocês deveriam aproveitar a noite de vocês. Vocês merecem esse momento.
Sem se demorar muito mais, Dominique se afastou do casal e caminhou em direção à saída do estabelecimento. Sabia que não conseguiria ficar mais tempo observando os dois serem verdadeiramente felizes de tal forma e ter a consciência de que suas ações estavam prestes a destruir tudo aquilo.
Não era verdade o que diziam sobre a outra mulher. Ela não tinha tudo o que ela queria e nem o que ela precisava. Dominique não queria um caso com , ela queria alguém que nutrisse por ela o mesmo sentimento que ele tinha pela namorada, e isso era o que doía mais nela. Ela sabia que nunca teria por ela aquele tipo de sentimento, ela sempre seria a outra. E a outra nem sempre conseguia o amor dele. No fim do dia, a outra mulher iria sempre passar a vida sozinha, e ela detestava ter se colocado nessa situação.
era apenas o que ela queria, não o que ela precisava, e existia uma linha muito tênue entre essas duas coisas, ela só não soube distinguir e estava nessa bagunça.


Fim.



Nota da autora: Sem nota.

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