11. We Can't Move To This

Finalizada em: 27/09/17

Capítulo Único

As luzes coloridas junto com a fumaça da balada faziam com que tudo ficasse mais lento, e para piorar a situação a mesa ao lado exalava um cheiro forte de tabaco e cerveja, isso sempre deixava enjoada. As amigas de estavam na pista de dança, se divertindo, uma coisa que a morena havia prometido a si mesma fazer essa noite! Chega de ficar em casa chorando por alguém que não teve a mínima decência de ligar a ela e perguntar como foi a apresentação dela no seminário regional. (Que por acaso ela foi excelente, ela teria que agradecê-lo mais tarde. Por que foi por causa dele que ela se afundou mais e mais nos estudos e conseguiu a tão sonhada nota). , nesse meio tempo, acabou descobrindo que quando a vida acadêmica está perfeita, o resto fica automaticamente uma bosta. Ela teve o impulso de colocar a mão no bolso para pegar o celular, mas é claro, ele não estava lá. Ele devia estar em casa ou então junto com uma das suas amigas. Ela agradeceu mentalmente a Lana pela ideia. Era estranho estar aqui sem o , ele que sempre a levou para todos os lugares, era mais estranho ainda estar sem falar com ele há quase um mês, e o pior, estar de coração partido e não tê-lo por perto para colar todos os pedaços que ficaram no chão. , começou a vê-lo de forma diferente foi no baile de formatura do ensino médio, a começar pelo convite que ela fez. Surge um leve sorriso só em pensar.

- COMO ASSIM NINGUÉM TE CHAMOU? - gritou no meio pátio da escola, o que fez vários alunos virarem o rosto para olhar para eles. Ela viu ficar levemente vermelho, ele, nessa época, não se dava muito bem com muita atenção. O que era super engraçado, pois apesar dele ser todo nerdzinho ele tinha uma coisa, que parecia um imã que atraia todas as meninas do colégio para ele. O que deixava muitas vezes enciumada. Eles estavam sentados próximo a uma árvore onde eles costumavam ficar por ser mais calmo do que no refeitório, ela teve que fazer um malabarismo para se sentar de uma maneira que não aparecesse a roupa íntima e ainda não deixar nenhuma batatinha cair do pacote enquanto só se jogou no chão e ficou deitado olhando para as nuvens.

- Grita mais alto, , acho que a lua ainda não te escutou - falou com um tom irônico e fez questão de se sentar e a fuzilar com o olhar para enfatizar. - Sim, me convidaram - ele falou baixo e enquanto isso duas garotas passaram soltando sorrisinhos para o , mas as meninas acabaram recebendo de volta uma bela cara feia de . - Mas não a menina que eu queria que me convidasse. - falou como se fosse óbvio. - Por que você não a convida? - falou pegando uma batatinha. - Além de ser um baile onde as meninas convidam eu sei que ela está afim de outro cara, e mesmo se não estivesse, o medo de levar um não é maior que qualquer coisa. - Falou triste - você entende isso melhor que ninguém. - aquele olhar de cachorro sem dono acabava com ela. E bem ela conseguia entendê-lo muito bem, afinal, ela não tinha convidado o justamente por causa desse medo. E então surgiu uma ideia.
- Já sei! Vamos juntos! - ela disse antes mesmo de poder pegar as palavras de volta. olhou para ela com um olhar que ela não soube identificar na hora. Então ela fez o que sempre fazia quando ficava nervosa, começou a tagarelar sem fim. - É claro que vamos como amigos e tals e você sabe que se essa menina te convidar antes você pode desmarcar comigo que eu não ligo e tals você sabe né… seria como amigos que somos e…. - , calma! - ele disse rindo - Vamos juntos sim, como amigos! - ele disse dando um sorrisinho de lado que a fez sorrir junto com ele. O sinal acabou tocando. se levantou e a ajudou a se levantar, mas ele acabou não calculando muito bem a força, pois ela acabou batendo a cabeça diretamente no peito dele o que os fizeram ficar extremamente próximos, e ele sentiu o coração bater como um tambor, e a vontade incontrolável de querer beijá-la bem ali, e se declarar para ela, falar aquilo tudo que ele estava guardando… - Melhor irmos - ela disse baixinho, e olhou diretamente para os olhos azuis esverdeados dele - não queremos perder a empolgante narração sobre física II e a voz melodiosa de senhor Guilhermino, a voz mais sexy de todo o país - falou rindo e ele voltou para a realidade. Ele acabou balançando a cabeça e deixando para lá... Como sempre fazia”


O baile foi duas semanas depois, e é claro que durante esse tempo aconteceu toda a corrida contra o tempo, vestido, cabelo, maquiagem. Ela se pegou pensando naquela época, pela primeira vez, que talvez, se o não fosse seu melhor amigo ele seria um ótimo namorado. Ela sabia que ele sempre estaria lá, para qualquer coisa. Mas logo afastou esse pensamento, afinal, ele só está lá por ser o melhor amigo dela, namoros se rompem, e se se romperem de uma maneira brutal as pessoas desse relacionamento nunca mais se falam. Ela tinha uma prova viva disso em casa. Os pais dela tinham se separado quando ela tinha uns cinco anos, e desde então eles mal se falam, muito mal são educados um com o outro, e ela não queria isso com o , ela não iria conseguir suportar perdê-lo.

“Uau - ele disse surpreso e ao mesmo tempo maravilhado -Você está linda! - ela tinha acabado de entrar na sala, usava um vestido curto, azul royal, tomara que caia, que tinha uma faixa com um pouco de brilho no canto, onde deixava a parte do busto mais justa e embaixo bem solto. E usava um sapato de salto alto prata levemente brilhoso. Ele estava todo de preto, exceto pela gravata que era da mesma cor que o seu vestido. Ela acabou rindo da coincidência.
- Você está um gato! – Ela disse o abraçando, sempre ótimo gosto tanto para roupa quanto para perfume, dessa vez ele escolheu um bem leve, mas ao mesmo tempo bem marcante.
- Vamos antes que minha mãe apare…
- Onde você pensa que vai, senhorita? - tarde demais. A mãe dela estava lá, com uma câmera na mão e pelo visto ela não tinha nenhum medo de usá-la. - Vamos logo se juntando, preciso de uma foto de vocês dois lindos assim, afinal, não é sempre que usa salto! A mãe dela acabou forçando-a a tirar centenas de fotos, e como ela não estava nem um pouco afim saíram fotos de vários tipos, uma pior que outra, porém uma se salvou e essa foto guardaria para sempre, é uma onde Ele está sorrindo de algo que ela havia feito na foto anterior e ela estava abraçada a ele sorrindo também, ambos olhando um nos olhos do outro. Somente depois dessa foto, perfeita, é que, é que a mãe dela a liberou. Eles dançaram todas as músicas rápidas que tocavam, e as lentas eles aproveitavam para descansar, até que se levantou e deu a mão para ela enquanto tocava just a way you are de Bruno Mars.
- Vamos? eu sei que eu não sou o cara que você quer dançar uma música lenta, mas... Vamos? - Ele pediu inseguro, com o coração quase saindo pela boca e ela se levantou devagar sussurrando um por que não? Ele colocou a mão sobre a cintura dela, e ela colocou no pescoço dele, ela acabou se deixando levar pela música, pelo clima, por estar ao lado de alguém tão conhecido, que ela gostava tanto, e acabou ficando bem colada a ele, deitou a sua cabeça no pescoço dele e ficaram indo para lá e pra cá, enquanto a respiração dela dava leves arrepios nele.”


O que ela não contava naquela época era que o tinha passado na faculdade para estudar em outra cidade, enquanto ela, não foi nem para a repescagem. E pela primeira, desde que eles se conheceram, eles ficaram separados. E o que praticamente a ignorava, tinha começado a se interessar por ela. O que foi um alívio, pois afastou os pensamentos proibidos que estava começando a ter com o . Após um ano estudando feito louca, e tendo que se dividir entre o namorado e o amigo ela passou para a mesma faculdade que o , e o tinha passado para outra universidade, do outro lado do país. Eles decidiram manter o relacionamento a distância. Mas é claro que não durou muito tempo, cinco meses depois ele mandou uma mensagem para ela falando que tinha encontrado outra pessoa. E como sempre, estava lá, para catar todos os pedaços do coração dela e colá-los no lugar.

“Por que eu sou tão burra? – ela dizia quando estavam os dois na mesa de um bar qualquer, Hanna e Lari, que eram amigas de faculdade, tinham ido ao banheiro – Por que fui logo me apaixonar por ele? Eu conhecia a fama dele, mas mesmo assim fui, como uma trouxa e após um ano e cinco meses de namoro decidiu terminar comigo por uma mensagem de whatsapp! Que tipo de criatura infantil faz isso? – ela falava entre lágrimas. - Nem para esperar até semana que vem quando iriamos nos ver? – ela soluçava entre as palavras se sentindo boba por estar chorando por um babaca e sabia que amanhã acordaria com uma grande dor de cabeça, mas ela não ligava, tudo que ela queria agora era chorar, pôr para fora tudo o que estava preso dentro dela desde que recebeu a mensagem.
- A gente não escolhe por quem vai se apaixonar – falou pegando um guardanapo, molhando com um pouco de água e passando delicadamente no rosto dela para tirar o excesso de lápis/rímel que estava ali. Partia o coração dele vê-la assim. Ela que sempre era a mais alegre e animada de todos, sempre sorrindo, estava derramando lágrimas por um babaca. O pior é que ele sabia que o a estava traindo, ele descobriu isso, e fez questão de ir até lá e mandar ele ficar longe dela. – Mas fique você sabendo que um dia você irá encontrar alguém que não te fará derramar nenhuma lágrima de tristeza, e que todos os dias com esse alguém especial será como um dia de sol após vários dias de chuva, quente, aconchegante e com a vibração de esperança no ar – ele falava aquilo olhando no fundo dos olhos dela, de uma maneira tão profunda e tão sincera que ela não conseguia desviar o olhar. Tudo isso somado aos carinhos que ele fazia no rosto dela para tirar a maquiagem, mais a carência fez com que os pensamentos proibidos voltassem e não pensou antes de sussurrar:
- Por que eu não me apaixonei por você? – foi tão baixo que ela pensou que ele não tivesse escutado, na verdade, ela rezou para que ele não tivesse escutado. Mas é claro que ele escutou, a Afrodite tinha que estar contra ela hoje.
- Me pergunto isso sempre – ele falou se aproximando dela, e olhando diretamente para os lábios dela. Ela tinha quase certeza que se as meninas não tivessem chegado naquele momento e perguntado o que eles iriam comer e como ela estava, com certeza ele a teria beijado e ela tinha quase certeza que teria correspondido”.


Aquele “incidente” acabou provocando ainda mais os pensamentos proibidos sobre o , ela dessa vez não conseguia controlar, ela a cada dez segundos estava pensando sobre ele, e ele viu que aquilo estava demais quando teve um sonho proibido para menores com ele.

- ! – Hanna gritou fazendo com que saísse dos seus pensamentos. Ela olhou em volta e percebeu que estava com um copo vazio na mão uma Hanna na sua frente ligeiramente bêbada – É a nossa música! Temos que dançá-la. Estava tocando alguma versão remixada de No more sad songs da Little mix e parecia que finalmente uma música que ela podia expressar toda a sua frustação e toda sua raiva guardada. Ela havia cansado de ficar sentada pensando nele enquanto as suas amigas se divertiam estava na hora de dançar, gritar e sorrir. Estava na hora de dançar sem ele.

VAMOS DANÇAR ATÉ O AMANHECER!!!! – Hanna gritava enquanto eles brindavam com copos de papel vermelho em alguma festa da faculdade, Hanna tinha acabado de prender seu cabelo dourado em um coque bem bagunçado. Diga-se de passagem, todos ali estavam um pouco alterados, exceto pelo único menino do grupo. Era ele quem dirigia, cuidava dos celulares e espantava qualquer cara que chegasse perto de uma delas.
- Sabe uma coisa que eu reparei há pouco tempo? – falou chegando próxima a ele. tinha dado uma desculpa para que saíssem de dentro da casa para que ele a tirasse de lá. Porém, ela queria um momento de “privacidade” com ele. , finalmente, havia tomado coragem e estava tentando flertar com ele. – Você nunca deu em cima de nenhuma de nós três! – todo o drama com o tinha passado há uns três anos, e eles não tocaram mais no assunto do quase beijo, e nesse meio tempo e tiveram casinhos com outras pessoas, tudo, para um esquecer o outro, por que nenhum dois tinha a coragem de dar um passo, de transformar a amizade deles em algo mais, e tudo isso, por medo de perder um ao outro.
-Na verdade, eu nunca dei em cima de duas de vocês – ele disse aquilo após um momento de coragem. Por que ele não tinha essa coragem durante o dia? Com ela totalmente sóbria. Ele chegou mais próximo dela, reparou os detalhes do rosto dela, em como seu cabelo negro fazia uma moldura em seu rosto, como ela tinha o dom de conseguir sorrir com o olhar, como os resquícios das luzes da festa que rolava dentro da casa pintava a pele dela de várias cores diferentes, até mesmo as marcas de espinhas, que ela ainda tinha, a deixavam única.
- De quem você anda dando em cima, senhor Boobear – ela falou “ronronando” com a voz que na imaginação dela era sexy e ainda usou um apelido dado a ele quando eram crianças. Ele não conseguiu se segurar e riu, era para ter ficado com raiva dele, mas quando ele sorria parecia que os olhos azuis esverdeados criavam mais vida e o mundo ganhava uma nova cor. Porém de alguma maneira deu o efeito desejado, por mais que tenha sido engraçado.
- De uma garota que é lerda demais para reparar que sou afim dela desde o ensino médio - Ele falava aquilo chegando cada vez mais perto, e ambos estavam com o coração acelerado, e as mãos suando, mesmo eles estando do lado de fora da festa - que quando ela finalmente me convidou para o baile de formatura como um amigo, eu queria que ela estivesse afim de mim, e não de um babaca que que quebrou o coração dela depois – eles estavam tão próximos agora que conseguiam sentir o hálito um do outro, o dele de bala de menta e o dela de vodka com um cheiro doce no fundo - Que eu rezo todos os dias para que um dia ela veja, que eu estou tão apaixonado por ela, que sorrio nos dias em que irei encontrá-la e fico triste quando ela tem que viajar e que não poderemos nos ver naquele dia. - Ele suavemente a segurou na mão, e o outra segurou o rosto dela, ambos se olhavam com tanta intensidade que poderiam incendiar uma cidade inteira.
- E se ela já estiver apaixonada por você - ela sussurrou, sem tirar os olhos dele por um segundo. E viu os olhos dele brilharem. Naquele momento, para eles, não havia mais festa, parecia que tudo estava longe demais para ser alcançado, que eles estavam longe de tudo e de todos, ele rompeu o limite que ainda separava os dois e a beijou, lentamente, aquele beijo que eles ansiavam por tanto tempo, mas não tinham nenhuma pressa de terminar eles exploravam a boca um do outro. A mão de percorreu todo o braço dela até chegar a cintura, e ela pôs a mão no pescoço dele e o puxou para mais perto, dando leves arranhões ali. Eles pareciam querer se fundir ali mesmo. Quem fosse olhar de longe nunca iria conseguir imaginar a felicidade do casal, era a realização de um sonho para os dois. Ambos sonharam com aquilo, ambos queriam aquilo mais que outra coisa, ambos estavam nas nuvens naquele momento”

Dois meses depois de vários beijos e amassos eles acabaram fazendo amor pela primeira vez, e depois disso eles acabaram ficando mais próximos ainda. Por isso achou normal quando ela começou a ficar mais na casa dele do que na dela, afinal lá eles tinham mais privacidade por ele morar sozinho, enquanto ela dividia o apartamento com a Hanna, e por isso eles acharam normal ela começar a morar com ele, afinal, já tinha metade das roupas dela lá mesmo, era só levar a outra metade, e eles ficariam grudadinhos e fofinhos para todo sempre.
Porém as coisas começaram a complicar. começou a ter mais contato com o ambiente de trabalho dela, ela conseguiu um estágio em um hospital grande, e lá ela conheceu vários profissionais da área que poderiam ajudá-la no futuro, afinal, Networking é fundamental na medicina, por isso sempre que um pedia para ela ficar mais tarde ela ficava sem nem pensar duas vezes. Mas então ela começou a ver aquela velha frase que ouviu uma vez em um filme, quando a vida profissional e acadêmica estão indo muito bem, o resto irá muito mal. e o , por mais que morassem juntos, começaram a se afastar, estava saindo bem cedo de casa e voltando tarde da noite, tinha que ficar entre trabalho e os cursos extras que ele estava fazendo. E para complicar mais as coisas, voltou a se comunicar com a . E por medo escondeu isso de . Mas isso não tinha problema, afinal, eles nunca iriam se ver mesmo…. Só que não.

Hey - gritou no meio do refeitório do hospital, tentou se esconder, porém ele foi mais rápido e parou na frente dela - ? É você mesmo? - ele disse surpreso.
- Oi… - ela disse sem graça. Ele continuava do jeito que ela lembrava dele, cabelo preto, olhos castanhos, um estilo meio bad boy com a jaqueta de couro preta e calça jeans - Como você está?!
- Ótimo! Bom saber que você está bem - ele disse olhando intensamente para ela, que acabou corando instantaneamente.
-, tenho que ir…
- Você tem planos para hoje à noite? - ele falou rapidamente. Ela respirou fundo.
- , você sabe que eu estou namorando, e da última vez que nos falamos você também estava. - ela já estava cansada de tentar fugir das investidas dele.
- Bem, isso nunca impediu ninguém - ele disse de uma maneira tão natural que a deixou chocada, e ela teve certeza de que ele realmente a estava traindo naquela época. Ele aproveitou que ela estava chocada demais para reagir e roubou um beijo. Quando se ligou ela olhou assustada para ele e ele a olhava com um olhar sexy, que a deu nojo, e a fez dar um tapa na cara dele.
- Espero que nunca mais nos vejamos novamente - ela disse séria e saiu dali prometendo a si mesma não contar aquilo para .”


Porém não demorou muito para que o fim viesse, havia sido chamada para fazer uma apresentação no seminário regional de medicina. O que era ótimo, lá teriam vários profissionais de grande porte e ela não pensava em mais nada além desse seminário. Mas isso acabou afastando mais ainda dela. Ele como uma última chance preparou um jantar especial para ela, de presente de aniversário de cinco meses de namoro.

tinha ficado ocupado o dia inteiro preparando a surpresa para a , ele tinha feito lasanha, que era a comida favorita dela, pudim, e um suco natural de maracujá. Ela tinha andado estressada por causa da apresentação, mais o estágio e a faculdade a estavam deixando louca, ela estava se sentindo sobrecarregada. Tinha vezes que ele a encontrava dormindo no sofá de tão cansada. Mas ela não iria esquecer essa data, ela não podia. Ela costumava chegar às 20h, e tudo ficou pronto às 19:30, então ele arrumou a mesa, colocou velas perfumadas e fez com que o ambiente ficasse relaxante.
As horas foram passando, 21h e nada dela, e nenhuma ligação, 21:30; 22:00; 23:00 e finalmente as 23:30 ela chegou.
- O que você ainda está fazendo acordado?- ela perguntou em tom de surpresa – Boa noite, anjo! – ela chegou no sofá e deu um selinho nele. Só então ela percebeu a cara emburrada dele e todas as coisas em volta. – O que eu esqueci? – ela perguntou um pouco assustada.

- O que você esqueceu, ? Sério que você ainda tem coragem de perguntar isso? – pronto. A granada foi jogada e nenhum dos dois sabiam o estrago que seria feito – Eu fiquei como um babaca fazendo tudo isso para comemorar nosso aniversário de cinco meses de namoro e você vem com essa de “o que eu esqueci?” – ele bufou e se afastou um pouco, nunca o vira tão irritado – Você nem me ligou avisando do seu atraso....
- Desculpe – ela sussurrou – aconteceu um contratempo no estágio e tive que ficar lá até mais tarde e depois eu tive que descer do ônibus por que algum motorista babaca resolveu bater no que eu estava e o próximo demorou muito. – respirou profundamente.
- Não é de hoje, , você está me afastando cada vez mais, e parece que eu não posso fazer nada além de te olhar de longe e ficar acenando enquanto você se vai – ele falou mais calmo e implorando com os olhos para que ela falasse com ele. - E você tem andado diferente, parece que me esconde algo, e ao mesmo tempo, parece que se machuca aos poucos por esconder isso de mim.
- É melhor eu me machucar do que você - ela falou bem baixinho. Ela se sentou no sofá e respirou fundo, ela não tinha nem falado nada, mas já estava chorando. - Eu acabei encontrando o no refeitório do hospital - ela falou calmamente, e a observava, sem emitir um som - Ele pediu para a gente se encontrar, quando eu falei não ele me beijou - ela disse de uma vez e após isso desceu um clima pesado na sala, nenhum dos dois tinham coragem de falar nada, então ela continuou - mas eu me afastei totalmente dele.
- Você sentiu algo quando ele te beijou? - ele disse calmamente, mas estava na cara que ele estava sofrendo, ela viu o olhar dele cair para o chão para que ela não pudesse vê-lo com os olhos marejados. Ela sentiu algo? Era isso que ela ficou se perguntando. Na hora ela sentiu raiva, nojo dele, e vendo como o estava agora ela só consegue sentir ódio pelo .
- Raiva, nojo…. Essas coisas eu senti - ela viu levantar o rosto e olhar para ela, ele estava com os olhos levemente molhados. - Eu não esperava isso quando ele começou a me mandar mensagens…. - ela pensou alto demais, e ouviu em claro e bom tom. Ele levantou rapidamente.
-Há quanto tempo você tem escondido isso de mim? - ele falou um pouco mais alto - Sério isso, ? Eu achei que tivéssemos combinados de sermos sinceros um com outro, de não termos uma relação como a do seus pais - tinha atravessado o limite, tinha pegado uma coisa que ele sabia que magoaria a e jogou bem na cara dela, porém quando ele reparou o que tinha feito, já era tarde demais.
- Eu só quero saber quando meus pais entraram na história? - ela disse se levantando - Eu achei que estava tudo bem conversar com meu ex, afinal, você vive para conversar com as suas ex’s que vivem para te encher de mensagens no whatsapp….mas você tem razão, é melhor ter uma relação como a do seus pais, onde seu pai sai comendo Deus e o mundo, fazendo promessas impossíveis, enquanto a sua mãe fica em casa, e finge que está tudo bem! - ela também sabia brincar desse jogo, ela conseguiu devolver na mesma moeda aquilo que ele disse a ela, porém, ela não se sentiu nenhum um pouco satisfeita. Agora estavam os dois chocados e machucados demais para falar um com outro qualquer coisa, só se olhavam com incredulidade. - Achei que você nunca fosse me fazer derramar lágrimas de tristeza - ela sussurrou.
- Então por que ainda estamos juntos? - ele disse baixo. Ambos rezaram para Deus, universo, seja quem fosse, para que um dos dois falassem não, para que algum deles falasse que esse não seria o fim, e ambos já estavam chorando por saber que isso seria impossível.
- Não sei. - sussurrou, porém ela pensava outra coisa por que eu te amo mais que tudo, ela queria gritar, mas não era possível.
- Acho melhor terminarmos então – ambos ainda se olharam por alguns minutos, para terem a certeza que não haveria volta, que aquele realmente seria o fim. Mas como nenhum dos dois disse nada e nem fez nada, decidiu ir para o quarto de hóspedes, não queria ficar no quarto que ele dividia com ela. E quando ele se levantou na manhã seguinte, ela não estava mais lá.”


acabou pegando um uber para a casa da Hanna, e fez a amiga ficar acordada a noite inteira a ouvindo chorar. No dia seguinte Hanna e Lari foram na casa de para pegar as coisas dela. E quando chegou em casa e viu que as coisas dela não estavam l,á se sentiu vazio. E eles estão há mais de três meses sem se falarem… e depois que eles terminaram nunca mais mandou mensagem, o que era bastante irônico. As amigas a convenceram a sair de casa hoje, afinal, ela tinha que comemorar a ótima apresentação, elogiada por todos, mas o ruim, é que tudo aqui lembrava a ele.

- Vou pegar mais vodka para a gente! – gritou para as amigas e foi em direção ao bar – Três vodkas com gelo, por favor? – falou para barman e ele as trouxe. Ela agradeceu e caminhou de volta as amigas. Quando ela acabou esbarrando em alguém e derramando a vodka quase toda na camisa da pessoa, os copos acabaram caindo no chão - Me desculpe. - ela gritou no meio da balada.

OPS! – Uma de 11 anos disse ao derramar refrigerante de uva em alguém – Sinto muito! – ela falou um pouco constrangida.
- Nada! Tomara que isso não manche, se não mamãe me mata – após dizer isso o garoto riu. Ela olhou para cima e viu um garoto moreno de olhos azuis esverdeados olhando fixamente para ela – a propósito meu nome é – ele estendeu a mão para ela.
- Meu nome é !”

-Nada, tomara que não deixe mancha, essa camisa era nova – falou uma voz com som melodioso que ela reconheceria em qualquer lugar. – a propósito, meu nome é ! – naquele momento foi como se eles voltassem a ter onze anos novamente, sem nenhuma magoa, sem nenhum ex namorado babaca e assim como um dia de sol após vários de chuva com a esperança que algo melhor estava por vir.
- Meu nome é – ela disse apertando a mão dele e com a certeza de que eles dois receberam uma segunda chance de Deus, universo seja quem for para ficarem juntos, e fazerem aquilo dar certo dessa vez.


Fim.



Nota da autora: Obrigada por ter lido!! XOXO



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.




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