Capítulo Único
estava sentada na cadeira da varanda de seu apartamento, com uma taça de vinho nas mãos, olhando para nada e para tudo ao mesmo tempo. Pensava na vida e em certo par de olhos castanhos, e em como sua vida teria sido se ela apenas tivesse escolhido ficar.
— , pelo amor! Por que sempre que você inventa de fazer café, você suja absolutamente tudo? — a morena perguntou enquanto tentava inutilmente juntar o pó do café recém-moído espalhado pela bancada da cozinha de sua sogra. Estavam na casa dele, passando o final de semana juntos. , como sempre, inventara de fazer um café especial para ela. Tinha terminado o curso de barista, algo que gostava de fazer mais por hobby que por profissão.
— Fazer um bom café demanda espaço e um quê de desorganização, amor. — o garoto respondeu rindo. Sabia como irritar a namorada e sabia melhor ainda como agradá-la. — Vem aqui, prova.
estendeu para ela uma xícara de café quentinho, preparado por suas mãos mais que habilidosas. tomou um gole e fechou os olhos, sentindo o quente do líquido se espalhando por seu corpo. Sentiu também outro quente. O das mãos do namorado em sua cintura. O da boca dele em seu pescoço e depois sobre seus lábios. Abriu os olhos e deu de cara com os olhos castanhos mais lindos que já tinha visto. Os seus favoritos. Os do seu .
— Limpa essa bagunça. — ela disse baixinho.
— E se a gente for fazer outra coisa e eu limpar depois? — ele perguntou com o rosto quase colado ao dela, os hálitos quentes do café se misturando.
— Estamos na casa dos seus pais. — ela lembrou.
— Minha casa também. E eles nem estão em casa. — ele beijou sua bochecha, perigosamente perto de seus lábios.
— Eu tenho uma ideia melhor. E se você simplesmente arrumar isso aqui? — ela insistiu, olhando aqueles olhos que pareciam uma grande xícara de caramel machiatto, seu café favorito.
— Eu vou arrumar isso, mas você não me escapa. — ele respondeu, já juntando sua bagunça.
— Estou ansiosa. — riu e saiu, esperando encontrar seu par de olhos bem quentes em breve.
— Hey. — abriu os olhos e viu os tons castanhos mais claros pela luz do Sol que entrava pela janela do quarto dele. — Dormiu bem?
— Seus pais poderiam viajar toda semana. — ela riu e se aconchegou ao peito dele. ficou em silêncio por longos segundos até que levantou os olhos para o observar. — Por que está tão calado?
— Estou apenas absorvendo a imagem para guardar na memória. Não quero esquecer dessa cena nunca. — ele lhe beijou o topo da cabeça e a encarou. sentiu o castanho quente e intenso lhe derreter e respondeu com um sorriso. — Eu te amo, sabia?
— Sabia. — ela respondeu. a olhou sério, aguardando a resposta. — Eu também te amo, bobinho.
Longe dali, em um bar qualquer, estava sentado, segurando um copo de whisky e observando o movimento. Sua cabeça girava e ele achava que era por conta do álcool, mas desde que só tinha bebido uma dose completa, algo o dizia que o álcool não era o único culpado ali. Lady Gaga cantava Shallow ao fundo e aquilo o trouxe uma lembrança inesperada.
— , querido, entre. — a mãe de lhe abriu a porta. — Ela está lá em cima. Deve estar terminando a maquiagem. Suba.
Ele gentilmente beijou a sogra no rosto e entrou na casa. Tinha ido buscar para irem ao cinema, mas, para variar, ela estava atrasada. subiu as escadas e pode ouvir uma música agitada vindo do quarto.
— Just dance... — ainda disse antes de ouvir a porta se abrir. Estava vestindo apenas a saia, o sutiã e as meias que usaria naquele dia. Assim que percebeu que estava vendo mais do que deveria, correu e vestiu a blusa às pressas.
— Sua mãe disse que você estava terminando a maquiagem. — ele sorriu de lado.
— Eu estou atrasada? — ela perguntou e correu para calçar os coturnos de salto que tinha escolhido. Detestava ser tão menor que o namorado, mas o amava gigante como era.
— Eu não me importaria de perder a sessão para te ver mais cinco minutos corada e sem blusa. — ele entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, os olhos quentes caindo direto para o volume dos seios da garota cobertos pela blusa. Ele a abraçou pela cintura e a encarou. — Essa cor combina com você.
— A blusa? — ela desviou o olhar para baixo e voltou a encará-lo.
— O rubor. Fica lindo nas suas bochechas. — ele selou cada uma devagar, sentindo a pele nua da cintura de exposta pela blusa curta se arrepiar sob seus dedos.
— Eu te amo, sabia? — ela perguntou com um sorriso.
— Eu também te amo.
Ele fechou os olhos com força e tornou a abri-los. Se os mantivesse fechados, tudo o que enxergava eram aqueles olhos que lhe aqueciam de dentro para fora. Já fazia muito tempo, já devia tê-lo esquecido. Não tinham sido um erro, longe disso. Talvez só não estivessem no momento certo. Mas, enfim, que momento seria o certo?
Em casa, seguia observando as luzes da cidade. O vinho já tinha perdido o sabor e ela só conseguia pensar em seu café favorito, quentinho como os olhos de mesma cor que a observavam sempre com muita atenção. Não queria lembrar, mas foi inevitável quando a primeira lágrima rolou.
Estavam no começo do segundo ano de faculdade. Tinham conseguido se manter mesmo com a distância entre os campus. escolhera cursar jornalismo do outro lado do país. Mas aquilo, aquele namoro, estava se tornando inviável. Talvez só fossem jovens demais e não estivessem conseguindo lidar. Talvez o amor não fosse forte o suficiente.
— , está aí? — perguntou no telefone.
— Sim, mas queria estar aí. — ele riu.
— Curse jornalismo. — ela respondeu, mas não riu. — Queira falar com você.
— Sobre? — ele perguntou curioso.
— Eu... — ela respirou fundo e achou que aquilo não era um bom sinal.
— Se está tentando terminar comigo, fale de uma vez, .
A voz de sumiu por uma fração de segundos, pega de surpresa pela tom de voz ríspido que usara para falar consigo.
— Não vamos funcionar, . — respirou fundo. — Eu vou fazer um intercâmbio.
— Estamos funcionando, . — ele a interrompeu.
— A distância entre os campi já está sendo difícil, . — respirou fundo novamente. Estava tentando segurar as lágrimas, diferente de , que já chorava baixinho. — Eu vou passar um ano ou mais fora do país, . Ganhei uma bolsa de intercâmbio.
— Duas semanas, . Nós passamos duas semanas juntos e você escolheu terminar comigo pelo telefone. — ele respondeu com um tom de sofrimento na voz.
— , eu passei as duas últimas semanas debatendo comigo mesma, pensando se era a melhor decisão. Acredite, não está sendo fácil para mim também. — a garota não conseguiu mais segurar as lágrimas. — Nós temos objetivos, . Você é bom em tudo que faz. Já eu sou boa apenas em escrever. Tenho que agarrar as oportunidades.
— Eu não quero mais ouvir. — a respiração de se afastou, como se ele estivesse pronto para desligar.
— , espera! — pediu. O rapaz parou por um momento. Até os prisioneiros no corredor da morte tinham direito às suas últimas palavras. Ele daria a ela a oportunidade de dizer as suas. — Eu te amo.
E então desligou. tinha ido.
não conseguiu mais segurar as lágrimas que agora rolavam livremente pelo seu rosto. Tinha doído em si terminar, mas era o melhor para os dois, apesar de seu coração idiota gritar com ela o tempo todo sobre aquilo ter sido errado demais. Mas seu cérebro, a parte “racional”, insistia: foi melhor. Melhor para quem?, ela se perguntava. Tinha sua formação, um bom emprego e o que mais? Sentia falta dos olhos castanhos lhe olhando com admiração como na primeira vez que acordaram juntos.
Ainda longe dali, parecia sentir as lágrimas da garota lhe molharem o peito. Pagou a conta e saiu andando sem rumo. Bom, ele achava que estava sem rumo, assim como tinha ficado quando terminou consigo. A dor de ouvi-la dizer que não estavam funcionando apertou seu peito mais uma vez, mesmo depois de tantos anos. Tomou um táxi e disse o endereço ao motorista.
já estava indo dormir. Era o melhor no momento. Já estava acordada a tempo demais e o vinho já nem lhe esquentava o corpo. Checou o celular mais uma vez antes de se dirigir ao banheiro. Precisava de um banho e de sua cama. Amanhã seria um novo dia, uma nova chance (e provavelmente estragaria tudo), mas seguiria tentando.
Passou pela porta no exato momento em que a campainha tocou. Achou estranho, o interfone não tinha tocado e não estava esperando ninguém. Pensando que poderia ser algum vizinho, simplesmente abriu a porta. Mas nada a preparou para o que viu.
Olhos castanhos. Os seus favoritos.
Sua primeira reação, porém, foi fechar a porta. Mas colocou o pé e a impediu.
— Só me escuta, por favor. — ele quase suplicou. Tinha um quê de tristeza.
— Como me achou aqui? — ela quis saber.
— Vi seu nome no jornal e liguei para lá. Eles me confirmaram o endereço. — ele respondeu como se não fosse nada de mais.
— E o que veio fazer aqui? — perguntou. Não queria vê-lo, não agora, depois de ter chorado com as lembranças e com a saudade.
— Você estava chorando? — ele ignorou a pergunta da mulher e estendeu a mão para tocar-lhe o rosto.
— Você não tem mais nada a ver com isso, . Já faz muito tempo. — respondeu e encarou o chão.
— O que fizemos de errado, ? — ele quase sussurrou a pergunta.
— Não fizemos nada de errado, . Na verdade, acho que namorar você e cursar jornalismo foram meus únicos acertos na vida. — ela se permitiu sorrir. Um sorriso mínimo, que continha mais tristeza que humor.
— Então por quê? Por que terminamos? Por que sumimos? Eu te amava tanto, . — ele sussurrou a última parte, mas os ouvidos atentos de ouviram. A amava, no passado.
— Precisaríamos de mais tempo e muito mais álcool para ter essa conversa, . — respondeu.
— Eu ainda te amo, . — ele confessou, como uma continuação de seu monólogo. Como se sequer tivesse ouvido . — Eu te dei espaço. Eu vi você construir sua carreira. Eu torço por você. Mas eu torcia mais por nós dois. Os seus olhos, , — e tocou o rosto da garota — são eles que preenchem os meus sonhos.
E ali, encarando seus olhos castanhos favoritos, não segurou e simplesmente se entregou ao sentimento que estava guardado no cantinho do seu coração: o amor que ainda sentia por .
A garota selou os lábios alheios e esperou pela reação do rapaz. sorriu pequeno e retribuiu o selar. E mais um. E outro, como se estivesse apreciando aquele momento. Como se estivesse esperando por ele.
Mas se afastou tão de repente quanto se aproximou. Aquilo não era certo. Não podia ser, não é?
— Eu estou bêbada, . — ela suspirou. — Não quero me arrepender de nada, então acho melhor você ir. Esse não é o momento certo.
— Não pense que vai me fazer desistir. — ele alertou. — Eu já esperei tempo demais para te ter de volta. Posso esperar mais um pouco.
Ele, então, se afastou dois passos, ainda a encarando, e voltou a se aproximar apenas para roubar um selar da mulher que ainda amava. riu sem humor e fechou a porta. Precisava processar as informações. Precisava de mais tempo. Decidida, mandou uma mensagem para sua supervisora no jornal e disse que estava se sentindo indisposta e que não trabalharia no dia seguinte.
Dormiu e felizmente acordou sem lembrar de nenhum sonho ou pesadelo. Estava se sentindo... Leve. Decidida a espairecer e pensar, procurou por um parque qualquer no Google, colocou sua roupa de corrida e pegou o carro para ir até lá. Depois de estacionar, correu muitas voltas no lugar antes de, quase pingando suor, se sentar para descansar. O Sol estava fraco e a brisa estava esfriando, sinais de que o inverno estava chegando.
respirou fundo e sentiu o aroma forte do café que provavelmente estava sendo passado naquele momento. Aquilo lhe lembrava , em um dos muitos dias em que lhe fez café. Quase que farejando o cheiro, procurou pela fonte de tal aroma e encontrou um pequeno e charmoso café do outro lado da rua.
Atravessou a avenida e entrou no estabelecimento. Mas travou no lugar quando viu no caixa. Do outro lado do balcão.
— O que você tá fazendo aqui? — ela perguntou, visivelmente confusa. Felizmente não tinha ninguém ali para notar seu estado de choque. levantou a cabeça e seu rosto refletiu a confusão do dela.
— O que eu tô fazendo aqui? O que você tá fazendo aqui? — ele quase sussurrou. — Eu trabalho aqui, . Esse café é meu.
— De todos os lugares do mundo...
— Você foi atraída pelo meu lugar. — o rapaz completou.
— Não pelo seu lugar, mas pelo seu café. — respirou fundo e sorriu. — Quando isso aconteceu? — ela fez um gesto que englobava todo o lugar.
— Assim que terminei a faculdade. Aproveitei a graduação em Administração e resolvi abrir meu negócio. — explicou.
— Você sempre gostou de fazer café. — ela lembrou com saudade dos tempos em que eram jovens e felizes.
— Velhos hábitos nunca morrem. — sorriu para a garota que parecia divagar em lembranças. — Caramel machiatto?
— Velhos hábitos nunca morrem. — ela repetiu.
Daquele dia em diante, sempre dava um jeito de passar pela cafeteira de . E ele sempre lhe preparava uma bebida quente. Como os olhos que a encaravam sempre que se encontravam.
Em uma sexta-feira atípica, não conseguiu passar na cafeteria. Estava atrasada demais para se dar esse luxo.
Assim que sentou detrás de sua mesa, recebeu uma foto de um triste olhando para um café que parecia bom demais.
“Estávamos esperando por você”, dizia a mensagem que chegou logo em seguida.
“Atrasada”, se limitou a responder.
“Então me deve um jantar mais tarde. Não aceito um não.”, intimou. Se fechasse os olhos, ela quase podia vê-lo com as sobrancelhas franzidas enquanto digitava.
“Onde às 8?”, ela perguntou com um sorriso que não cabia no rosto.
“Eu te pego aí. E não se preocupe com a roupa. Tenho certeza de que você está perfeita. XoXo.”
E alargou o sorriso. Estava com um vestido bonito e uma sandália chique. Poderia jantar em qualquer lugar naquela noite. E apenas aquilo a animou para aguentar o dia inteiro, com sua chefe em seu ouvido, repetindo mais e mais ordens.
Faltando dez minutos para o horário combinado, tratou de retocar o batom e arrumar o cabelo bagunçado pela correria do dia. Não se lembrava quando tinha se sentido tão animada assim pela última vez, e sabia que a causa da euforia era certo par de olhos marrons como seu café favorito.
Seu celular vibrou sobre a mesa e ela encarou o aparelho. O nome de piscava na tela, com um emoji de xícara de café junto dele. Ela atendeu e levou o aparelho ao ouvido.
— Estou aqui embaixo. — avisou. se aproximou da janela para espiar e o encontrou olhando para cima, os cabelos dançando com o vento.
— Um minuto. Estou tentando parecer menos louca. — ela riu e desligou sem dar ao rapaz tempo para responder.
Largou o celular na mesa ao lado da bolsa e correu sobre os saltos para terminar e descer. Assim que se sentiu apresentável, tomou o elevador com as mãos suando e cruzou a porta para encontrar o sorriso acolhedor de sempre.
— Veio trabalhar assim? — perguntou e ela apenas confirmou com a cabeça. — Eu sabia que você estava linda como sempre. — e o rapaz lhe selou os lábios. Talvez pelo antigo costume, de quando namoravam. Ou talvez só estivesse querendo fazer aquilo há muito tempo.
não reagiu por alguns segundos, encarando os olhos castanhos que lhe encaravam de volta, à espera de uma reação. E quando ela sorriu, ele sorriu junto. Aquela era confirmação de que ele precisava. De que ainda era sua garota. Que a antiga estava ali, sorrindo para si e apreciando seu café.
— Estou faminta. — ela avisou.
— Vou te levar num restaurante ótimo que eu conheci por acaso. — ele girou sobre os calcanhares, ainda agarrado a , e começou a andar até o carro.
— E depois vamos tomar café? — ela perguntou esperançosa.
— Café não tira seu sono? Por Deus, . É noite, precisamos dormir. — ele reclamou em um tom falso de indignação. Aquele era exatamente o seu plano: um bom jantar e uma noite com a garota que amava. Que nunca deixara de amar.
— Eu estou de folga amanhã. — ela deu de ombros e entrou no carro.
— Mas a cafeteria abre. — lhe lembrou quando assumiu o lugar atrás do volante.
— Então prepare o café apenas para mim. — ela deu a solução. sorriu e negou com a cabeça, a achando linda demais e ainda sem acreditar nas voltas do destino.
Jantaram ao som de conversas animadas e com um bom vinho, e então se dirigiram ao apartamento de .
— Pode tirar as sandálias e o que mais você quiser. — ele anunciou quando passaram pela porta.
— Eu sei que não deveria dizer essa frase, mas... Pode me emprestar uma camisa sua? Como nos velhos tempos? — sorriu amarelo. Precisava se livrar daquelas roupas que lhe apertaram o dia todo.
— O quarto fica na segunda porta à direita. — avisou sorrindo. — Vou começar a moer o café. Fique à vontade.
caminhou pelo corredor, conhecendo o local. O perfume de estava em todos os lugares, especialmente no quarto. Ela abriu uma porta do armário e procurou por uma camiseta simples. Tirou toda a roupa, ficando apenas com a lingerie e vestiu a blusa que se tornou um vestido em si. Com o rosto queimando de vergonha, voltou à cozinha, encontrando espalhando pó de café recém-moído para todos os lados.
— , por que sempre que você inventa de fazer café, você suja absolutamente tudo? — ela perguntou enquanto sentava em um dos bancos do balcão da cozinha.
— Fazer um bom café demanda espaço e um quê de desorganização, . Você sabe disso. — ele sorriu. Mexeu em vários botões na máquina e então o cheiro do café preencheu o espaço. — Vem aqui, prova. — ele ofereceu uma xícara.
sentiu um arrepio. Já tinha vivido aquilo. Mas, felizmente, as circunstâncias agora eram outras.
— Eu senti falta disso. — ele quase sussurrou a informação. — De você reclamando. Do seu cheiro. Do seu sorriso. De você.
— Eu senti falta do quente dos seus olhos castanhos. Do seu café. Do seu cheiro. De você. — ela confessou.
— Se eu tivesse uma segunda chance, eu nunca deixaria você ir. — ele sorriu triste.
— Estamos aqui agora, não estamos? — perguntou.
— E eu não poderia ser mais grato à vida pela oportunidade. — ele deu a volta no balcão e encarou .
— Faremos melhor agora? — a morena quis saber.
— Eu sempre vou tentar o meu melhor por você e para você, . — venceu a distância entre eles e segurou a garota pelos ombros. enrolou os braços na cintura alheia e apoiou o queixo no peito do rapaz.
— Eu estou pronta para tentar. — ela sorriu. E sem dizer mais uma palavra, a beijou doce. O gosto era de café com saudade. A mão grande se fixou na nuca da garota enquanto as línguas se exploravam com delicadeza. emitia pequenos sons de satisfação e fazia sorrir durante o beijo. Quando sentiu necessidade, ele aumentou o ritmo, e a mão livre se agarrou à coxa de , que suspirou de surpresa e antecipação. largou a nuca da garota apenas para levar a outra mão à coxa dela, suspendendo o corpo pequeno sem dificuldade. Aos tropeços, achou o caminho para o quarto, parando de atacar os lábios alheios para lhe atacar o pescoço, como que em uma pausa para que pudesse tomar fôlego.
Com calma, deitou na cama e encarou o corpo que um dia conheceu bem vestido apenas por uma de suas camisas pretas.
— Pare de me encarar. — ralhou.
— Eu tenho que te descobrir de novo, . Já faz algum tempo. — ele sorriu de lado. Impaciente, sentou na cama e passou a camisa pela cabeça, revelando a lingerie escura. Ela já ia levar as mãos ao fecho do sutiã quando ele se adiantou. — Eu assumo daqui pra frente. — ele impediu os próximos movimentos.
Com uma calma invejável, tirou o sutiã de renda e encarou os seios que apontavam para si. Tomou um na mão e, sem quebrar o contato visual, levou a boca ao outro, ganhando um gemido baixo em resposta. Vendo que não adiantava ter pressa, apenas deitou de volta na cama e deixou que a descobrisse de novo. Que tirasse sua calcinha. Que colocasse o rosto entre suas pernas e que tocasse seu íntimo com a língua habilidosa até que ela chegasse ao ápice. Ainda zonza com o orgasmo, o viu tirar a roupa e proteger o membro. O sentiu penetrá-la devagar, com a mesma calma de antes, mantendo um ritmo torturante, sempre a beijando no pescoço ou próximo de sua orelha. Agarrou os bíceps fortes quando sentiu o segundo orgasmo chegando e ouviu o som grave que saiu de sua garganta quando ele também chegou ao limite.
Mais que satisfeita por aquela noite, sentiu o colchão afundar ao seu lado e apenas se aconchegou no peito forte do rapaz.
— Sempre o melhor para você, . — repetiu e beijou o topo de sua cabeça. Mas, provando que o café não lhe tirava o sono, já ressonava baixinho e não ouviu o “Eu te amo” que veio em seguida.
— Hey. — abriu os olhos e viu os tons castanhos mais claros pela luz do Sol que entrava pela janela do quarto dele. — Dormiu bem? — perguntou e sorriu. Também já tinha vivido aquilo, mas esperava que dessa vez fosse melhor. — Por que está tão calada?
— Estou apenas absorvendo a imagem para guardar na memória. Não quero esquecer dessa cena nunca. — ela respondeu sorrindo.
— Eu te amo, sabia? — ele perguntou de repente. Parando para pensar, estaria mentindo se dissesse que um dia deixou de amá-la.
— Sabia. — ela respondeu. a olhou sério, aguardando a resposta. — Eu também te amo, bobinho.
Fim
Nota da autora: Gente, pelo amor. Como eu vim parar aqui?
Bom, primeiramente, obrigada a quem leu. Esse é meu segundo ficstape, eu adorei escrever. Me perdoem por todas as referências ao café, mas é que o boy original ama café e, na minha cabeça, a comparação foi inevitável.
Obrigada também a Li por me pilhar nesse surto.
Espero que tenham gostado. Vejo vocês por aí. Beijo!
Nota da Scripter: Valeu a pena ter pilhado a Daph nesse surto hahahahaha <3
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Obrigada também a Li por me pilhar nesse surto.
Espero que tenham gostado. Vejo vocês por aí. Beijo!
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