Capítulo Único
sorria para uma selfie com uma fã pela quinta vez desde que entrou naquela cafeteria. Nunca se importava em tirar fotos ou dar autógrafos, mas naquele dia queria simplesmente pegar seu pedaço gigante de bolo, seu café e ficar debaixo do cobertor dentro de casa.
Ainda não tinha se acostumado com o frio que fazia em Nova York em dezembro. No Brasil essa época do ano era verão: ar condicionado no talo, calor de matar, praias cheias, cerveja gelada… Que saudade sentia de casa.
rapidamente pegou suas encomendas e voltou pelas ruas movimentadas da cidade tomando cuidado para não escorregar na neve. suspirou de alívio assim que entrou no saguão de seu prédio, ali estava tão mais aconchegante que lá fora.
cumprimentou os funcionários e chamou o elevador para o térreo, esperando impacientemente para chegar em casa e comer o bolo de chocolate que desejava há dias. A mulher quase correu para o elevador quando as portas se abriram, mas parou assim que avistou um homem alto ali. Theo James.
- Hey, ! - Theo abriu um daqueles sorrisos que fez com que a mulher se apaixonasse.
- Oi, James. - ela respondeu e sentiu as bochechas quentes. Pelo menos podia culpar o frio se estivesse com a cara vermelha igual a um tomate. - Tudo bem?
- Ah, sim, sim. E vejo que você está bem também. - ele deu uma risadinha e olhou para a sacola que ela carregava. - Um dia ainda vai me levar nessa cafeteria que tanto fala.
- Nunca, é o meu lugar secreto. - ela riu e andou em direção ao elevador, apertando o botão de seu andar. - A gente se vê por aí, Theo.
sorriu para o homem, sentindo o coração um pouco acelerado. Ainda bem que era uma atriz boa e conseguia mascarar as sensações que ele causava nela por simplesmente estar parado diante de seus olhos.
- Espera! - Theo colocou a mão na porta do elevador antes de se fechar. - Anh, hoje uns amigos meus vão vir para o meu apartamento para assistirmos futebol.
- Você fala futebol de verdade ou aquela brutalidade com bola em formato de kibe?
franziu o cenho e Theo deu uma risada alta.
- A brutalidade. - Theo encarou os olhos da mulher. - Se você quiser vir… sabe onde eu moro.
- Sim, infelizmente eu ouço sempre que você coloca One Direction para tocar às 06 da manhã, vizinho. - deu língua para ele e o homem sorriu.
- Fale mal da minha boyband mais uma vez e juro que deixo meu som ligado o dia todo! - ele respondeu, brincando. - Mas se quiser ir, aparece lá pelas 20h.
- Vou pensar no seu caso. - respondeu com o coração a mais de 200 batidas por minuto. - Depende do que tiver para comer.
- Tudo que você gosta. Pedi até aqueles negócios de frango com formato engraçado. - ele imitou o formato com as mãos.
- Coxinha? - perguntou e ele confirmou com a cabeça. - Você pediu coxinha por mim? Mesmo sem me convidar antes?
Theo a encarou, sem saber o que falar. Não devia ter falado nada sobre coxinhas. Idiota. Agora ela ia achar que ele era um stalker maluco.
- Ah, você levou naquele dia da reunião do prédio e achei gostoso, aí procurei saber mais. - Theo reparou o sorriso da mulher diminuir um pouco.
- Faz sentido, o Brasil tem as melhores comidas do mundo. - ela olhou para a sacola na mão. - Melhor eu subir antes que o café esfrie.
- Ah, claro. - Theo reparou que ainda segurava a porta e tirou o braço do caminho. - Vou esperar por você, .
ainda não sabia se ia na tal festa de Theo. Parecera que ele só a havia convidado por educação. Ela tinha ouvido as pessoas chegarem no apartamento dele enquanto assistia “De Férias com o Ex” no laptop.
Talvez tivessem outras celebridades nessa festa, pessoas que ela não conhecia. Poderia ser bom fazer amigos. Já morava ali há quase seis meses e tinha feito amizade apenas com os funcionários do prédio e a equipe da série que estrelava com Theo.
Mas e se ninguém a incluísse em nenhuma conversa e ela ficasse parada no meio da sala sem falar com ninguém igual a uma pateta?
Não, não iria.
- “De quem será o próximo ex?” - a voz do narrador soou pelo ambiente.
- É a Yá, tenho certeza. - respondeu para a tela com a boca cheia de chocolate.
O toque da campainha interrompeu a conversa dela com o computador e bufou antes de se desenrolar do cobertor e atender a porta.
Theo parecia um adolescente ao tocar a campainha de . Suas mãos suavam tanto que ele tinha que limpá-las nas calças.
Por que tinha ido até ali? Se ela quisesse ir à festa, já teria ido.
James já tinha se convencido de que era uma péssima ideia estar ali quando a porta abriu e revelou usando uma combinação muito esquisita de roupas. As calças eram felpudas e roxas, ela vestia duas camisas de manga comprida, uma touca e dois pares de meias em cada pé.
- . - o homem disse.
- Theo. - ela respondeu, um pouco surpresa. - Tá tudo bem?
- Anh…
- “De quem será o próximo ex?” - a voz do narrador soou outra vez e Theo franziu as sobrancelhas.
- Desculpa, não sabia que tinha companhia. - ele se virava para ir embora, mas segurou o braço dele.
- É a narração de um reality brasileiro que eu assisto. - ela confessou, com o rosto um pouco corado. - Não estou com ninguém.
Talvez tenha sido impressão de Theo, mas um certo brilho, como um aviso, surgiu nos olhos de . Os olhos dela eram tão lindos e hipnotizantes, um tom tão escuro que se comparava ao céu da meia-noite.
- Ah, que bom. - Theo sorriu para ela.
- Você precisa de alguma coisa? - ela perguntou, franzindo as sobrancelhas. Claro, ele tinha ido ali por um motivo: ela.
- Só que você tire esse pijama ridículo e venha para minha festa.
- Ah, não. Tá tão quentinho embaixo do meu edredom. - ela reclamou e cruzou os braços.
- Você que sempre fala no set que não conhece quase ninguém na cidade e que tá cansada da minha amizade. - ele pôs a mão sobre o coração na última parte, fingindo dor e arrancou um sorriso dela. - É sério, , vem logo.
levou meio segundo para refazer a decisão que tinha tomado: ela ia na tal festa. Theo tinha ido até seu apartamento chamá-la. Tudo bem que eles eram vizinhos e ele só queria que ela fizesse amigos, mas mesmo assim.
- Me dá meia hora que eu apareço lá. - ela disse por fim.
- Não, eu vou esperar aqui. - Theo abriu mais a porta e entrou no apartamento dela, que graças a Deus tinha sido arrumado naquela manhã.
- Sinta-se em casa. - ela respondeu ironicamente, fechando a porta. - Seus convidados não vão sentir sua falta?
- Nah. - ele fez um gesto de dispensa com a mão e observou as imagens no laptop dela, que estava sobre o sofá. riu com a cena, o vídeo mostrava duas pessoas se pegando na festa e Theo encarava sem saber o que estava acontecendo.
deu meia-volta e seguiu para o quarto, jogando sobre a cama todas as opções de roupa que tinha. Theo vestia roupas simples, então ela não precisava se arrumar como se estivesse indo para o Met Gala. A mulher acabou escolhendo um vestido preto de mangas compridas, mas com um decote profundo nas costas. Pegou um coturno tratorado e o vestiu. Passou uma maquiagem leve para não fazer Theo esperar muito e voltou para sala.
- Eu juro que se não tiver coxinha eu volto para casa. - ela disse alto, anunciando que estava no ambiente.
Theo virou a cabeça no sofá para olhá-la e ficou parado. Por Deus, ela era linda! Mesmo com uma roupa simples ainda conseguia ficar espetacular e roubar todo o brilho do mundo só para ela.
- Eu prometi que teria coxinha. - Theo falou baixo, ainda hipnotizado pela vista que era . A mulher estalou os dedos na frente dele. - Vamos. - Theo ficou de pé e balançou de leve a cabeça, andando até a porta.
Os dois chegaram em poucos passos até o apartamento de Theo, apenas os dois dividiam aquele andar no prédio. Theo abriu a porta e deu passagem para passar. A mulher já tinha estado ali antes, quando estudaram algumas cenas juntos e quando Theo deu uma festa para toda a equipe da série de TV que faziam.
Hoje o apartamento dele tinha pessoas espalhadas por todos os lugares. Os “alguns amigos” eram, no mínimo, umas 30 pessoas.
Theo a apresentou a algumas pessoas. Ela reconheceu uma assistente de direção de um comercial que já tinha trabalhado e um parceiro de cena em um episódio de Grey’s Anatomy. Em poucos minutos, ela já tinha conhecido metade da festa e conversava com todos. Aquele medo de ficar sozinha já tinha ido embora e agora… ela estava se divertindo.
Theo observava do outro lado da cozinha, conversando com um grupo de atores da Broadway. Ela ria alto de algo que uma das meninas ao seu lado disse e Theo sorriu junto. A risada dela era contagiante, o sorriso dela era contagiante, ela era contagiante.
- Tá cadelinha de mulher que ainda nem pegou. - Jack falou ao seu lado e Theo sobressaltou de leve.
- Nem sei do que você está falando. - Theo desviou o olhar e tomou um gole da cerveja que segurava.
- Ah, vai mentir para mentiroso? - o amigo riu e jogou o cabelo para trás. - Ela é bonita, sabe? Talvez eu tente alguma coisa hoje.
- Nem se atreva. - Theo olhou para o amigo, seus olhos exalando perigo. Jack apenas riu.
- Você nem sabe disfarçar, James.
Jack se sentou no sofá para assistir à partida que começava e Theo olhou para a cozinha, onde estava sozinha agora, olhando diretamente para ele. Os dois sorriram ao mesmo tempo.
não sabia o que estava acontecendo no jogo, mas comemorava quando os outros comemoravam, o que acabou por virar uma piada entre o grupo. Cansada de ver homens gigantes correndo e levando porrada, ela levantou do sofá gigante e foi para a cozinha pegar uma taça de vinho.
- Não está gostando do jogo? - se virou e sorriu para o amigo de Theo, Jack.
- Prefiro futebol de verdade. - ela alfinetou de leve. - Mas não gosto de ver tanta pancadaria em um jogo.
- E o futebol no Brasil não tem pancadas assim?
- De acordo com as regras do jogo não, maaaaassss... - ela riu e bebericou o vinho. - Você também é ator?
- Ah, não. Sou o agente do Theo. - Jack sorriu. - Inclusive fui eu que consegui o papel dele na série com você, depois dele me implorar para tentar uma audição depois de ver uma foto sua.
ficou em silêncio e boquiaberta. Jack parecia se divertir com a surpresa dela. Será que ele estava falando sério?
- Tudo bem por aqui? - Theo surgiu do nada ao lado de , que ainda processava a informação que tinha acabado de ouvir.
- Tudo certo, James - Jack riu para o amigo quando o viu passar uma mão discretamente atrás do corpo de . - Vou voltar a assistir à partida.
Jack voltou para a sala e virou o rosto lentamente para Theo, que acompanhava com o olhar o amigo se sentando no sofá.
- É verdade que você só fez o teste para série porque eu já estava escalada? - perguntou na lata, sem pensar ou medir as consequências. Theo arregalou os olhos e tentou pensar em uma resposta, mas decidiu dizer a verdade.
- Sim. Isso é uma coisa ruim? - ele perguntou, olhando para as bochechas rosadas de .
- Nem um pouco. - sorriu de canto, com um pouco de malícia e se aproximou de Theo o suficiente para beijá-lo. - Não vejo a hora do jogo acabar.
A mulher se afastou subitamente e voltou para a reunião do grupo na sala, com as batidas do coração latejando nos ouvidos. Não fazia ideia de onde tinha vindo aquela coragem, mas não reclamaria.
O jogo não demorou muito mais para terminar e pouco depois os convidados foram embora, deixando e Theo sozinhos no apartamento para limpar a sujeira.
- Aquilo que você falou na cozinha mais cedo. - Theo pigarreou antes de falar, reunindo toda a coragem que ainda tinha no corpo. - Você estava falando sério ou zoando com a minha cara?
largou o saco de lixo com as latas de cervejas perto de um piano e andou até Theo, o puxando para um beijo. Theo foi pego de surpresa, mas logo soltou seu saco de lixo e segurou com firmeza a cintura da mulher. A língua dela pediu passagem e invadiu sua boca, aprofundando o beijo em um nível que ele nem fazia ideia que era possível.
Quando separaram os lábios pela falta de ar, apenas o olhou com pura luxúria e desejo nos olhos.
- Tranque a porta.
Ainda não tinha se acostumado com o frio que fazia em Nova York em dezembro. No Brasil essa época do ano era verão: ar condicionado no talo, calor de matar, praias cheias, cerveja gelada… Que saudade sentia de casa.
rapidamente pegou suas encomendas e voltou pelas ruas movimentadas da cidade tomando cuidado para não escorregar na neve. suspirou de alívio assim que entrou no saguão de seu prédio, ali estava tão mais aconchegante que lá fora.
cumprimentou os funcionários e chamou o elevador para o térreo, esperando impacientemente para chegar em casa e comer o bolo de chocolate que desejava há dias. A mulher quase correu para o elevador quando as portas se abriram, mas parou assim que avistou um homem alto ali. Theo James.
- Hey, ! - Theo abriu um daqueles sorrisos que fez com que a mulher se apaixonasse.
- Oi, James. - ela respondeu e sentiu as bochechas quentes. Pelo menos podia culpar o frio se estivesse com a cara vermelha igual a um tomate. - Tudo bem?
- Ah, sim, sim. E vejo que você está bem também. - ele deu uma risadinha e olhou para a sacola que ela carregava. - Um dia ainda vai me levar nessa cafeteria que tanto fala.
- Nunca, é o meu lugar secreto. - ela riu e andou em direção ao elevador, apertando o botão de seu andar. - A gente se vê por aí, Theo.
sorriu para o homem, sentindo o coração um pouco acelerado. Ainda bem que era uma atriz boa e conseguia mascarar as sensações que ele causava nela por simplesmente estar parado diante de seus olhos.
- Espera! - Theo colocou a mão na porta do elevador antes de se fechar. - Anh, hoje uns amigos meus vão vir para o meu apartamento para assistirmos futebol.
- Você fala futebol de verdade ou aquela brutalidade com bola em formato de kibe?
franziu o cenho e Theo deu uma risada alta.
- A brutalidade. - Theo encarou os olhos da mulher. - Se você quiser vir… sabe onde eu moro.
- Sim, infelizmente eu ouço sempre que você coloca One Direction para tocar às 06 da manhã, vizinho. - deu língua para ele e o homem sorriu.
- Fale mal da minha boyband mais uma vez e juro que deixo meu som ligado o dia todo! - ele respondeu, brincando. - Mas se quiser ir, aparece lá pelas 20h.
- Vou pensar no seu caso. - respondeu com o coração a mais de 200 batidas por minuto. - Depende do que tiver para comer.
- Tudo que você gosta. Pedi até aqueles negócios de frango com formato engraçado. - ele imitou o formato com as mãos.
- Coxinha? - perguntou e ele confirmou com a cabeça. - Você pediu coxinha por mim? Mesmo sem me convidar antes?
Theo a encarou, sem saber o que falar. Não devia ter falado nada sobre coxinhas. Idiota. Agora ela ia achar que ele era um stalker maluco.
- Ah, você levou naquele dia da reunião do prédio e achei gostoso, aí procurei saber mais. - Theo reparou o sorriso da mulher diminuir um pouco.
- Faz sentido, o Brasil tem as melhores comidas do mundo. - ela olhou para a sacola na mão. - Melhor eu subir antes que o café esfrie.
- Ah, claro. - Theo reparou que ainda segurava a porta e tirou o braço do caminho. - Vou esperar por você, .
ainda não sabia se ia na tal festa de Theo. Parecera que ele só a havia convidado por educação. Ela tinha ouvido as pessoas chegarem no apartamento dele enquanto assistia “De Férias com o Ex” no laptop.
Talvez tivessem outras celebridades nessa festa, pessoas que ela não conhecia. Poderia ser bom fazer amigos. Já morava ali há quase seis meses e tinha feito amizade apenas com os funcionários do prédio e a equipe da série que estrelava com Theo.
Mas e se ninguém a incluísse em nenhuma conversa e ela ficasse parada no meio da sala sem falar com ninguém igual a uma pateta?
Não, não iria.
- “De quem será o próximo ex?” - a voz do narrador soou pelo ambiente.
- É a Yá, tenho certeza. - respondeu para a tela com a boca cheia de chocolate.
O toque da campainha interrompeu a conversa dela com o computador e bufou antes de se desenrolar do cobertor e atender a porta.
Theo parecia um adolescente ao tocar a campainha de . Suas mãos suavam tanto que ele tinha que limpá-las nas calças.
Por que tinha ido até ali? Se ela quisesse ir à festa, já teria ido.
James já tinha se convencido de que era uma péssima ideia estar ali quando a porta abriu e revelou usando uma combinação muito esquisita de roupas. As calças eram felpudas e roxas, ela vestia duas camisas de manga comprida, uma touca e dois pares de meias em cada pé.
- . - o homem disse.
- Theo. - ela respondeu, um pouco surpresa. - Tá tudo bem?
- Anh…
- “De quem será o próximo ex?” - a voz do narrador soou outra vez e Theo franziu as sobrancelhas.
- Desculpa, não sabia que tinha companhia. - ele se virava para ir embora, mas segurou o braço dele.
- É a narração de um reality brasileiro que eu assisto. - ela confessou, com o rosto um pouco corado. - Não estou com ninguém.
Talvez tenha sido impressão de Theo, mas um certo brilho, como um aviso, surgiu nos olhos de . Os olhos dela eram tão lindos e hipnotizantes, um tom tão escuro que se comparava ao céu da meia-noite.
- Ah, que bom. - Theo sorriu para ela.
- Você precisa de alguma coisa? - ela perguntou, franzindo as sobrancelhas. Claro, ele tinha ido ali por um motivo: ela.
- Só que você tire esse pijama ridículo e venha para minha festa.
- Ah, não. Tá tão quentinho embaixo do meu edredom. - ela reclamou e cruzou os braços.
- Você que sempre fala no set que não conhece quase ninguém na cidade e que tá cansada da minha amizade. - ele pôs a mão sobre o coração na última parte, fingindo dor e arrancou um sorriso dela. - É sério, , vem logo.
levou meio segundo para refazer a decisão que tinha tomado: ela ia na tal festa. Theo tinha ido até seu apartamento chamá-la. Tudo bem que eles eram vizinhos e ele só queria que ela fizesse amigos, mas mesmo assim.
- Me dá meia hora que eu apareço lá. - ela disse por fim.
- Não, eu vou esperar aqui. - Theo abriu mais a porta e entrou no apartamento dela, que graças a Deus tinha sido arrumado naquela manhã.
- Sinta-se em casa. - ela respondeu ironicamente, fechando a porta. - Seus convidados não vão sentir sua falta?
- Nah. - ele fez um gesto de dispensa com a mão e observou as imagens no laptop dela, que estava sobre o sofá. riu com a cena, o vídeo mostrava duas pessoas se pegando na festa e Theo encarava sem saber o que estava acontecendo.
deu meia-volta e seguiu para o quarto, jogando sobre a cama todas as opções de roupa que tinha. Theo vestia roupas simples, então ela não precisava se arrumar como se estivesse indo para o Met Gala. A mulher acabou escolhendo um vestido preto de mangas compridas, mas com um decote profundo nas costas. Pegou um coturno tratorado e o vestiu. Passou uma maquiagem leve para não fazer Theo esperar muito e voltou para sala.
- Eu juro que se não tiver coxinha eu volto para casa. - ela disse alto, anunciando que estava no ambiente.
Theo virou a cabeça no sofá para olhá-la e ficou parado. Por Deus, ela era linda! Mesmo com uma roupa simples ainda conseguia ficar espetacular e roubar todo o brilho do mundo só para ela.
- Eu prometi que teria coxinha. - Theo falou baixo, ainda hipnotizado pela vista que era . A mulher estalou os dedos na frente dele. - Vamos. - Theo ficou de pé e balançou de leve a cabeça, andando até a porta.
Os dois chegaram em poucos passos até o apartamento de Theo, apenas os dois dividiam aquele andar no prédio. Theo abriu a porta e deu passagem para passar. A mulher já tinha estado ali antes, quando estudaram algumas cenas juntos e quando Theo deu uma festa para toda a equipe da série de TV que faziam.
Hoje o apartamento dele tinha pessoas espalhadas por todos os lugares. Os “alguns amigos” eram, no mínimo, umas 30 pessoas.
Theo a apresentou a algumas pessoas. Ela reconheceu uma assistente de direção de um comercial que já tinha trabalhado e um parceiro de cena em um episódio de Grey’s Anatomy. Em poucos minutos, ela já tinha conhecido metade da festa e conversava com todos. Aquele medo de ficar sozinha já tinha ido embora e agora… ela estava se divertindo.
Theo observava do outro lado da cozinha, conversando com um grupo de atores da Broadway. Ela ria alto de algo que uma das meninas ao seu lado disse e Theo sorriu junto. A risada dela era contagiante, o sorriso dela era contagiante, ela era contagiante.
- Tá cadelinha de mulher que ainda nem pegou. - Jack falou ao seu lado e Theo sobressaltou de leve.
- Nem sei do que você está falando. - Theo desviou o olhar e tomou um gole da cerveja que segurava.
- Ah, vai mentir para mentiroso? - o amigo riu e jogou o cabelo para trás. - Ela é bonita, sabe? Talvez eu tente alguma coisa hoje.
- Nem se atreva. - Theo olhou para o amigo, seus olhos exalando perigo. Jack apenas riu.
- Você nem sabe disfarçar, James.
Jack se sentou no sofá para assistir à partida que começava e Theo olhou para a cozinha, onde estava sozinha agora, olhando diretamente para ele. Os dois sorriram ao mesmo tempo.
não sabia o que estava acontecendo no jogo, mas comemorava quando os outros comemoravam, o que acabou por virar uma piada entre o grupo. Cansada de ver homens gigantes correndo e levando porrada, ela levantou do sofá gigante e foi para a cozinha pegar uma taça de vinho.
- Não está gostando do jogo? - se virou e sorriu para o amigo de Theo, Jack.
- Prefiro futebol de verdade. - ela alfinetou de leve. - Mas não gosto de ver tanta pancadaria em um jogo.
- E o futebol no Brasil não tem pancadas assim?
- De acordo com as regras do jogo não, maaaaassss... - ela riu e bebericou o vinho. - Você também é ator?
- Ah, não. Sou o agente do Theo. - Jack sorriu. - Inclusive fui eu que consegui o papel dele na série com você, depois dele me implorar para tentar uma audição depois de ver uma foto sua.
ficou em silêncio e boquiaberta. Jack parecia se divertir com a surpresa dela. Será que ele estava falando sério?
- Tudo bem por aqui? - Theo surgiu do nada ao lado de , que ainda processava a informação que tinha acabado de ouvir.
- Tudo certo, James - Jack riu para o amigo quando o viu passar uma mão discretamente atrás do corpo de . - Vou voltar a assistir à partida.
Jack voltou para a sala e virou o rosto lentamente para Theo, que acompanhava com o olhar o amigo se sentando no sofá.
- É verdade que você só fez o teste para série porque eu já estava escalada? - perguntou na lata, sem pensar ou medir as consequências. Theo arregalou os olhos e tentou pensar em uma resposta, mas decidiu dizer a verdade.
- Sim. Isso é uma coisa ruim? - ele perguntou, olhando para as bochechas rosadas de .
- Nem um pouco. - sorriu de canto, com um pouco de malícia e se aproximou de Theo o suficiente para beijá-lo. - Não vejo a hora do jogo acabar.
A mulher se afastou subitamente e voltou para a reunião do grupo na sala, com as batidas do coração latejando nos ouvidos. Não fazia ideia de onde tinha vindo aquela coragem, mas não reclamaria.
O jogo não demorou muito mais para terminar e pouco depois os convidados foram embora, deixando e Theo sozinhos no apartamento para limpar a sujeira.
- Aquilo que você falou na cozinha mais cedo. - Theo pigarreou antes de falar, reunindo toda a coragem que ainda tinha no corpo. - Você estava falando sério ou zoando com a minha cara?
largou o saco de lixo com as latas de cervejas perto de um piano e andou até Theo, o puxando para um beijo. Theo foi pego de surpresa, mas logo soltou seu saco de lixo e segurou com firmeza a cintura da mulher. A língua dela pediu passagem e invadiu sua boca, aprofundando o beijo em um nível que ele nem fazia ideia que era possível.
Quando separaram os lábios pela falta de ar, apenas o olhou com pura luxúria e desejo nos olhos.
- Tranque a porta.