Última atualização: 20/05/2018

5 Anos Atrás

그래도 행복해 난 이런 내가 돼서
누군가를 소리 지르게 만들 수가 있어서
채 가시지 않은 여운들을 품에 안고


Estou feliz por ser quem eu me tornei. Ser capaz de fazer alguém gritar de alegria. Eu seguro estas almas com meus braços.

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Apesar de ser sábado e o relógio não ter atingido às oito da manhã, as ruas de Seoul estavam cheias de pessoas andando de um lado para o outro, trombando em quem andava na direção contrária. era uma dessas pessoas. Andava com pressa, dando passos largos, segurando a mão de com firmeza para não se perderem em meio a tanta gente em uma cidade tão grande e desconhecida por eles.
- Apresse logo esse passo, !
abriu espaço por entre as pessoas, o que fez com que ela recebesse alguns palavrões logo cedo pela manhã, mas não se importou realmente. Estava ansiosa demais com o semáforo que insistia em dar passagem aos carros, o que fazia com que ela batesse o pé no chão, de forma ritmada, esperando pela autorização para atravessar.
- Não precisamos correr, . – reclamou logo atrás dela. – Não é como se estivéssemos atrasados.
- Nós estamos atrasados! – ela disse depressa.
A verdade é que eles não estavam atrasados. Mas era ansiosa demais, tendo como signo virgem com ascendente em capricórnio, para tolerar qualquer possibilidade de atraso. Então sim, talvez eles estivessem adiantados, mas isso não significava que ela iria deixar que diminuísse o ritmo dos passos.
Atravessaram a rua quase correndo, e quando chegaram à calçada da frente, onde algumas pessoas já se encontravam em frente às portas do prédio com paredes de vidro, e suavam.
- Ótimo, vou fazer o teste mais importante da minha vida com o suor escorrendo pela testa. – disse irônico.
preferiu ignorar o comentário do amigo. No fundo, ela sabia que estava tão ou mais nervoso do que ela. De fato, aquele seria um dia importante para . Ele não iria admitir tão cedo, mas nunca estaria ali, diante daquele prédio, se não fosse por .
- Com suor na testa ou não, você vai fazer o teste mais importante da sua vida e vai arrasar. Vai deixar todo mundo de boca aberta, aplaudindo no final.
rolou os olhos antes de responder.
- Esses caras não batem palmas para os participantes, ... Não é como se eles não estivessem acostumados a receber cem pessoas, todos os dias, querendo ser a próxima revelação da música.
Foi a vez de rolar os olhos.
- Você não é apenas mais uma das cem pessoas que eles escutam todos os dias. – ela respondeu firme. – Você tem talento, muito talento. Se não fosse assim, nem mesmo teria passado para a segunda fase do teste.
Claro, como poderia se esquecer disso? não só o tinha inscrito naquela audição, promovida pela maior produtora musical da atualidade, mas também tinha feito um vídeo escondido do amigo, enquanto ele cantava no karaokê da sua cidade, bêbado e – ele nunca a perdoaria por isso – com o suor escorrendo pela testa.
não queria se inscrever para a audição, simplesmente por acreditar que não teria chances, mas não pensava assim. Então, em um dia em que ele voltava da faculdade, sob o sol quente e tendo o suor escorrendo pela testa, sua mãe lhe entregou uma carta. A carta era a sua aprovação na primeira fase da audição, a qual consistia em uma análise prévia dos candidatos por meio de um vídeo musical. O único problema era que não se lembrava de ter mandado vídeo nenhum à produtora nenhuma.
- Disse quando você recebeu a sua carta de aprovação, e vou dizer agora de novo: não precisa me agradecer, . – disse ao lado do amigo, ainda parado no meio da calçada, meio distante do restante dos participantes.
De fato, depois do pequeno surto pela inscrição não autorizada, tudo o que respondeu ao amigo foi um “não precisa me agradecer, eu só fiz o que você não teve coragem de fazer.” Naquela época, ele quis brigar com ela, mas não o fez. A felicidade de ter sido aprovado, ainda que isso não significasse que ele fosse conseguir alcançar seu sonho, foi maior e tudo o que ele pôde fazer foi abraçar .
não respondeu à amiga. Seus olhos analisavam seus concorrentes, alguns parecendo mais perdidos do que ele, outros parecendo profissionais demais para estarem nervosos com uma audição como aquela. Suas mãos começaram a suar. O suor na testa aumentou, e seus pés começaram a se mexer de um lado para o outro. Antes que pudesse voltar a estalar os dedos, sentiu a mão de sobre a sua.
- Relaxa. Você é a pessoa mais talentosa que já conheci. Vai se sair muito bem, eu tenho certeza.
- Como pode ter tanta certeza? – ele perguntou baixinho, os olhos fixos às portas à sua frente, temeroso e ao mesmo tempo ansioso por vê-las sendo abertas.
- Eu tive certeza de que você iria ser selecionado quando te inscrevi para o teste e, bem, você está aqui. E agora tenho certeza de que você vai sair daqui com um contrato em mãos, porque não há como os produtores não gostarem da sua voz.
- Não é porque você gosta da minha voz que os produtores irão gostar também. – ele disse. Estava gostando de receber o incentivo de , sabia que isso era o que ele mais precisava no momento, mas ainda assim não conseguia deixar o pessimismo de lado.
- Não é apenas questão de gostar, ... Você sabe que a sua voz é a minha favorita no mundo. – ela disse baixinho.
E então todo o nervosismo, pessimismo, ansiedade de , passou como num passe de mágica. Seus olhos, que antes analisavam as pessoas à sua frente, contabilizando quantos concorrentes teria, se voltaram para a garota ao seu lado. era mais do que sua vizinha e melhor amiga de infância. era muito mais do que um ombro amigo e uma voz acolhedora. Ela era a pessoa mais importante da sua vida, não apenas por ser a mais presente e a maior incentivadora dos seus sonhos, mas porque o completava de forma única. Ela era mais do que importante para a sua vida, era essencial.
E naquele momento relaxou os ombros e sorriu. Foi automático, na verdade. Era impossível não ter os olhos brilhando e um sorriso nos lábios quando tinha ao seu lado. Ele se aproximou, a abraçando com força. Os braços de foram para as costas do garoto, apertando sua camiseta, demonstrando o nervosismo que ela mesma estava sentido, ainda que se esforçasse para esconder.
As portas atrás deles foram abertas. Os participantes se aglomeraram para entrar no prédio, mas ficou para trás. Não queria largar , não naquele momento. Ela era a força e a confiança que ele precisava para fazer daquele dia o mais memorável da sua vida. se afastou minimamente de , apenas o suficiente para que pudesse beijá-la nos lábios, e ao final do beijo ele teve certeza de que suas chances naquela audição tinham aumentado consideravelmente.
- Agora entre e arrase. Vá conquistar seus objetivos e realizar seus sonhos.
- Você vai me esperar? – ele perguntou.
- É claro que sim! Não vou sair do seu lado tão cedo, . Nem mesmo quando você estiver famoso demais e cheio de fãs gritando pelo seu nome. Eu sempre vou estar aqui.
- Eu vou cobrar isso!
- Apenas me prometa de que não vai se esquecer de quem você é quando todo mundo estiver cantando as suas músicas. – ela pediu. – E eu prometo estar sempre ao seu lado.



3 Anos Atrás

막이 내리고 나는 숨이 차
복잡해진 마음, 숨을 내쉰다
오늘 뭐 실수는 없었었나
관객들의 표정은 어땠던가


A cortina cai e eu não consigo respirar. Meus sentimentos crescem e eu suspiro. Eu fiz besteira hoje? Pergunto-me como estavam as expressões dos fãs.

--

No momento em que abriu os olhos naquela manhã ele soube que não deveria ter bebido tanto na noite passada. Quer dizer, é claro que ele havia bebido muito. Não que se lembrasse da quantidade de shots que havia colocado para dentro, mas o latejar no fundo da cabeça lhe informava que tinham sido muitos.
Como se não bastasse a maldita ressaca, ele ainda tinha que aguentar os gritos de que parecia aumentar o tom e voz propositalmente, apenas para incomodá-lo mais. Na verdade, ela parecia fazer muito isso ultimamente: incomodá-lo. Não só ela, mas todos ao seu redor. Seus colegas de grupo eram um saco, e seus fãs estavam lhe torrando a paciência com a quantidade de mensagens negativas que lhe mandavam dia após dia. Mas ... estava passando dos limites.
- Será que você pode falar um pouco mais baixo, por favor? O prédio inteiro não precisa ouvir o que você está falando.
Ele nem mesmo sabia como a sua voz tinha saído, de tão rouca que estava.
perdeu a voz por um momento, ficando de boca aberta frente à voz rouca de . Ela não podia acreditar que, depois de tudo o que havia dito a ele, aquilo era o que ele tinha para lhe responder.
- Eu não estou gritando.
- Então pode me explicar porque na minha cabeça a sua voz soa tão estridente?
soltou uma risada irônica que, aos ouvidos de , havia soado como uma risada dada de frente a um microfone, tendo a caixa de som bem atrás dele.
- Talvez a tequila da noite passada possa lhe explicar. – ela respondeu. – Ou quem sabe a vodca que você ingeriu logo depois do whisky com gelo?
não respondeu a isso, apenas levantou a cabeça – o que lhe demandou grande esforço – para olhar para que estava em pé na sua frente enquanto ele havia se jogado no sofá da sala.
- Imagino que você deva estar se perguntando como sei das bebidas que você tomou ontem à noite, já que eu não estava presente na sua... After party.
Novamente o rapaz ficou em silêncio. Ele não duvidava do fato de que poderia ter ingerido tudo o que havia mencionado e mais um pouco. Mas realmente se perguntava como ela poderia saber disso, afinal, ele estava em uma festa privada, logo após o maior evento de premiação musical do Oriente, e não havia ido com ele.
A resposta de , entretanto, não veio em palavras, mas em fotos. Uma a uma, jogou na frente do namorado revistas e jornais nas quais ele era capa. Apesar dos títulos serem diferentes, todos partiam do mesmo princípio: saindo de mais uma festa bêbado, precisando ser carregado por seus colegas de grupo e... Ele não podia acreditar naquilo! Uma das capas de revista tinha uma foto dele brigando com um fotógrafo.
- Eu não acredito nisso! – ele disse com os dentes cerrados. – Quem essa merda de revista pensa que é para me difamar assim?
não pôde acreditar no que ele havia dito.
- Você bateu em uma pessoa, . Em mais uma pessoa!
- É claro que eu bati! O cara estava me torrando a paciência, ficando no meu caminho! – ele jogou a revista em cima da mesa. – Mas que saco, será que não posso ter uma noite de paz?
- Não, você não pode, e sabe por quê? – ela perguntou, dessa vez com a voz alterada, não se importando com a dor de cabeça que ele poderia estar sentindo no momento. – Porque você escolheu ter uma vida pública, e pessoas que têm a vida pública são seguidas por jornalistas e fotógrafos!
- Eu não escolhi ter essa merda de vida! – ele gritou de volta, levantando-se e ficando na altura da namorada. – Você me inscreveu para aquela merda de teste e eu apenas fui. O que poderia fazer? Eu sou ótimo, é claro que eu seria escolhido como membro do grupo! Então não, eu não escolhi essa vida pública, mas você escolheu ela para mim.
não teve condições de responder algo naquele momento. Apenas abria e fechava a boca, sem acreditar nas palavras que chegavam aos seus ouvidos. Aquele homem na sua frente definitivamente não era seu namorado, tampouco seu melhor amigo.
- Você está se ouvindo? – ela perguntou sem realmente querer saber a resposta. – Você só pode estar louco. Tudo o que eu fiz foi te ajudar a seguir o seu sonho. – e antes que ele pudesse interrompê-la, ela continuou. – Sua vida está uma bagunça e o único culpado disso é você, então não venha querer jogar a responsabilidade pelos seus atos em cima de mim.
- Realmente, a minha vida está uma bagunça. Uma merda, na verdade! Por que vocês enchem tanto o meu saco? Você mesma disse que eu sou uma pessoa pública, sou um cantor, sou foda pra caralho e posso fazer da minha vida o que eu quiser. Olha pra mim, , eu estou no topo. – disse olhando nos olhos de . Ela não via que ele era um astro? Que ele não era subordinado a ninguém, que as decisões sobre sua vida cabiam apenas a ele? E que se ele quisesse sair bêbado da porra de uma festa ele poderia fazê-lo? – Eu estou no topo, e não pretendo sair tão cedo. Então se acostume, meu bem, porque esse aqui é...
- É alguém que eu nem mesmo reconheço mais. – ela completou a sua frase, interrompendo-o. – Eu olho para você e tento me lembrar de como éramos há dois anos, quando você ainda era apenas o e eu apenas a .
Ele revirou os olhos para o que ouviu. Quando respondeu à garota, tinha as mãos na cintura, enquanto tentava controlar o tom de voz para não soar rude demais.
- Bem, aquele garoto não existe mais. Então eu sugiro que você se acostume com o meu eu de agora.
- Nem mesmo as sua fãs aprovam o seu eu de agora. – respondeu.
, entretanto, revirou os olhos novamente.
- As minhas fãs não têm do que reclamar, essa é a verdade. Elas gostam quando eu posto fotos, então eu faço isso. Elas gostam de músicas novas, então faço músicas para elas. Elas gostam quando tiro a camisa no palco e eu também dou isso a elas. Sou um ídolo maravilhoso.
Seu ego estava tão inflado que pensou que fosse sufocar dentro daquele apartamento.
- Você tem ideia de que seus companheiros de grupo vieram conversar comigo? Porque nem mesmo eles aguentam as suas merdas. Eles, que também já fizeram muita merda, não estão mais conseguindo lidar com você. Eles não aguentam mais você. Isso não te incomoda nenhum pouco? – ela perguntou preocupada.
De fato, o líder do grupo, juntamente com mais um amigo de vieram conversar com ela há duas semanas. Estavam preocupados com o rumo que o grupo poderia tomar com as atitudes impensadas de , afinal, suas ações atingiam o nome do grupo e, consequentemente, todos os membros.
- Não acredito que eles fizeram isso, puta que pariu!
- Seus amigos não aprovam esse seu “novo eu”. Suas fãs tampouco. – e diante do revirar de olhos de , ela completou. – E eu definitivamente não aprovo.
bufou antes de responder.
- Sério, do que você tanto reclama? Todo mundo muda, . E eu estou apenas vivendo a minha vida como ela deve ser vivida.
- É claro que as pessoas mudam, mas as suas mudanças não têm sido positivas, e isso têm afetado não apenas sua vida pessoal, mas também as vidas das pessoas que convivem com você.
- Por favor, não vamos começar com esse papo de psicóloga de novo, tudo bem? Estou sem saco pra isso hoje. – ele disse dando as costas para ela, caminhando para a cozinha. Talvez se tomasse um café a dor de cabeça melhorasse...
- Não pretendo começar papo nenhum com você, porque esta conversa será a nossa última.
Isso fez com que parasse de andar, porém não se virou. Ele precisou repetir as palavras dela na sua cabeça para ter certeza de que ouviu o que pensou ter ouvido.
- Há muito tempo você não é mais o meu melhor amigo. E, definitivamente, não é o cara por quem eu me apaixonei. – ele continuou de costas enquanto se esforçava para colocar em palavras o que ela vinha sentindo há meses, lutando contra as lágrimas que queriam cair naquele momento. – Nossos momentos juntos foram reduzidos a brigas e discussões, todas provocadas pelo seu comportamento rebelde e irresponsável.
- Espera. – ele se virou para ela. – Você está dizendo que não me ama mais?
- É claro que eu amo você, ! – ela disse dando uma pequena risada de desespero, já sem tentar segurar as lágrimas que corriam livremente. – Eu amo você, amo quem você era. Amo meu melhor amigo, amo o cara engraçado e romântico que ficou com soluço antes de dizer que me amava, simplesmente porque estava nervoso demais. Mas essa versão que você se tornou... Essa pessoa que briga com jornalistas na rua, que discute com os fãs que tanto o apoiam... Essa pessoa que nem mesmo se importa em saber como foi o meu dia...
- O que você quer, ? O que você quer? – ele perguntou com um tom de desespero. não poderia estar o deixando, poderia? De todas as pessoas ao seu redor, seus amigos, familiares, colegas de banda e fãs... era a última pessoa que ele imaginou que veria o abandonando.
- Eu queria que pudéssemos voltar a ser aquele casal de amigos de antes, quando as coisas eram mais fáceis e eu não me decepcionava com você a cada nova edição de uma revista. Mas sei que isso é impossível, porque não podemos voltar no tempo.
- Você quer que eu mude por você, é isso?
- Não, , eu quero que você mude por você. Quero que você se reencontre com o seu verdadeiro eu e volte a viver a sua vida como você tinha sonhado um dia. Mas enquanto isso não acontecer, eu não posso continuar com essa pessoa que você se tornou, porque nem mesmo sei quem ela é.
- ...
tentou dizer algo, mas as palavras não saíram.
- Eu só espero que você não demore muito para se reencontrar. Espero, de verdade, que você não esteja perdido a ponto de não encontrar o caminho de volta.



1 Ano Atrás

니 목소릴 높여 더 멀리
영원한 관객은 없대도
난 노래할 거야
오늘의 나로 영원하고파
영원히 소년이고 싶어 난 Aah


Levante a voz para viajar mais longe. Vou continuar cantando mesmo que os fãs não durem para sempre. Eu quero ser quem eu sou hoje e durar para sempre. Eu preciso ser jovem para sempre, ah!

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- Boa noite, Seoul! – a entrevistadora disse animada. – Vocês pediram nas nossas redes sociais e nós ouvimos! Façam barulho para o nosso convidado da semana, !
já aguardava o momento de sua entrada. Estava parado, recebendo os últimos retoques na maquiagem que usava quando foi informado de que entraria no palco em trinta segundos. A contagem regressiva foi feita e as cortinas se abriram lhe dando a visão do cenário do talk show cuidadosamente montado com duas poltronas confortáveis, uma ao lado da outra, sendo que Kate, a entrevistadora, já o esperava na poltrona da esquerda.
Ele levantou uma das mãos para cumprimentar a plateia que gritava o seu nome. Algumas meninas seguravam cartazes com dizeres que ele não conseguiu ler. Manteve o sorriso no rosto pelos poucos metros que andou até Kate, o jogo de luzes sempre se preocupando em iluminar seu rosto, e as câmeras eficientes em pegarem todos os seus ângulos.
Mesmo depois de dois beijinhos no rosto de Kate e de sentar na poltrona reservada a ele, a plateia não parou de gritar. Ainda que já estivesse acostumado com a reação, não pôde evitar ficar corado pelo apoio que seus fãs lhe davam. Podia ouvir, mesmo de longe, algumas meninas gritarem como ele era lindo, e algumas outras pedindo para que ele fosse seu namorado. apenas sorria para todas as fãs à sua frente, e ria de uma ou outra que demonstrava empolgação demais.
- Muito bem, muito bem... – Kate começou falando no intuito de chamar a atenção para si, enquanto a plateia diminuía os gritos. – , pessoal! – e então os gritos recomeçaram, o que apenas fez com o que o rapaz risse novamente. Ele adorava os gritos de seus fãs, adorava saber que era querido, que era amado, que seu trabalho havia conquistado tantas pessoas.
Quando a plateia silenciou novamente, a apresentadora se voltou para , que mantinha o sorriso nos lábios.
- Como está, ? – ela perguntou.
- Bem, muito bem. Melhor agora que estou na presença de tantas pessoas especiais. – ele respondeu fazendo um coração com as mãos em direção de suas fãs, o que apenas gerou mais gritos. – Obrigado pelo convite, é uma honra estar no seu programa. – ele disse se voltando para Kate agora.
- Ora, a honra é minha, você sabe disso. – ela disse sorrindo. – Ouvi dizer que tem um novo álbum saindo, com músicas inéditas escritas pelos próprios membros do grupo. – ela disse com uma falsa pose de dúvida, como se quisesse fazer suspense para a plateia. – Essa informação procede?
precisou esperar que seus fãs parassem de vibrar com o que Kate havia dito para poder responder.
- Sim, Kate, procede. E se quer saber, o novo que álbum está ficando com a cara do grupo já que, como você mesma disse, fomos nós mesmos que escrevemos as letras, compomos a música e estamos produzindo cada uma das faixas. Então sim, vocês podem esperar por um álbum totalmente inovador e com a cara do nosso grupo.
Mais gritos foram ouvidos, seguidos por uma salva de palmas.
- Estamos ansiosos por isso, , pode ter certeza! Mas agora, já que você mencionou que o novo álbum estará com a cara de vocês... Vamos falar sobre as mudanças de estilo do grupo, mais especificamente as suas mudanças ao longo dos anos.
balançou a cabeça em concordância. Sabia que aquele assunto chegaria, afinal, nenhum entrevistador perdia a chance de apontar para ele todas as fases pelas quais ele passou ao longo dos anos. E, bem, foram muitas fases, muitas das quais ele não se orgulha.
- Vamos começar pelos seus cabelos – Kate disse apenas para quebrar o clima pesado que havia se instalado entre ela e . – Você não tem medo que seus cabelos comecem a cair? Quer dizer, quantas vezes você já trocou a cor dele?
riu da pergunta, sendo seguido pela plateia.
- Confesso que não faço ideia de quantas vezes já troquei a cor do meu cabelo. Mas sempre que o faço vou a um profissional de confiança que sempre garantiu que eu poderia dormir sem medo, pois não acordaria careca no dia seguinte.
Novamente se ouviu risadas vindas de seus fãs e da própria Kate.
- Seu modo de se vestir também mudou muito ao longo de tempo, não é mesmo? Assim como o seu corpo. Temos algumas provas que demonstram o que estou falando. – Kate disse, e logo em seguida, uma foto de , assim que começou sua carreira como músico, apareceu na tela atrás deles. Ele tinha os cabelos repicados e desalinhados, usava roupas largas demais para o seu corpo franzino e pequeno de adolescente. Logo em seguida a foto foi substituída por uma mais recente, e reconheceu a foto que havia postado na sua conta do Instagram na semana passada. Nesta foto, ele estava na academia, de frente para o espelho, segurando uma barra de peso com ambas as mãos. Estava com uma bermuda que dava a visão de suas coxas bem torneadas, e não vestia roupa na parte de cima, o que permitia ver cada um dos gominhos de seu abdômen.
Os gritos vindos da plateia aumentaram consideravelmente. A apresentadora ria da reação das garotas e as bochechas coradas de que não esperava ter uma foto como essa exposta em rede nacional, ainda que tivesse a postado no Instagram há poucos dias.
Depois de controlar a risada, concordou com o que Kate havia dito.
- Sim, é verdade. Eu mudei muito ao longo dos anos, até porque foram cinco anos, não é? Ainda bem que não tenho mais aquele cabelo escorrido sobre a testa. – ele brincou.
- Acho que as suas fãs aprovaram essas mudanças, não é, meninas? - e novamente ouviu-se gritos da plateia. – Mas você não apresentou mudanças apenas no aspecto físico, mas também no comportamental.
E foi nesse momento que sentiu a garganta fechar. Ele sabia que ela perguntaria sobre aquilo, e sabia o que teria que responder, ainda que não fosse a melhor resposta que pudesse dar.
- Quer dizer, quem acompanha o seu trabalho sabe que há alguns anos você não era esse rapaz comportado com quem estou conversando agora, não é?
Não, ele definitivamente não era o mesmo rapaz comportado de atualmente. passou por algumas fases, fases essas que não se orgulhava. Entretanto, ele também sabia que era o homem de hoje devido à passagem por cada uma dessas fases.
- De fato, Kate, eu passei por vários momentos. – ele disse. Pensou se deveria se manter neutro, dizendo frases que havia ensaiado junto à assessora de imprensa do grupo, porém decidiu ser sincero em sua resposta. – Eu era muito jovem quando comecei minha carreira. Mal tinha entrado na faculdade, e, bem, devido à correria da agenda, nunca pude terminá-la. Veja bem, eu tenho dois irmãos, e vivia em um bairro familiar, como a maioria das pessoas. Tinha amigos, vizinhos e uma família que me sempre me apoiou. E, de um dia para o outro, vi minha vida virar de cabeça para baixo. Não só porque meus compromissos mudaram e eu passei a ter uma agenda pessoal que não era controlada por mim, mas por um terceiro, mas também porque mal podia sair na rua e andar no meu próprio bairro, porque as pessoas me reconheciam de longe. Isso mexe com a cabeça de qualquer pessoa.
A plateia não falava nada, e Kate estava mais do que concentrada na fala de . Quando decidiu o provocar durante a entrevista, falando das suas mudanças de personalidades, não imaginava que ele fosse se abrir daquela forma.
- Veja bem, eu não estou reclamando, longe disso. Sou extremamente grato a tudo o que a minha produtora e meus amigos de grupo me proporcionaram. Se hoje eu sou alguém, eu sou devido a eles. Mas você precisa entender que ser tirado do seu mundo, o mundo em que você sempre viveu, e ser colocado diante das câmaras como sendo à “promessa do novo nome do mundo pop” – ele fez aspas com os dedos, uma vez que seu grupo, quando lançado, recebeu esse slogan – é muita pressão, e tira qualquer pessoa do eixo. No início da carreira eu era tímido, até porque eu ainda estava conhecendo o terreno do mundo pop. E então passei pela fase confiante, quando já tinha um nome bem construído e sabia do que eu era capaz. Depois passei pela fase rebelde, quando sentia que o mundo girava ao meu redor, simplesmente porque meu nome era aclamado por milhares de pessoas. E então entrei na fase de revoltado, em decorrência da fase rebelde, quando pensei que a vida que tinha não era boa o bastante para mim mesmo, e que o mundo todo tinha culpa pelas minhas frustrações pessoais.
estava abrindo seu coração pela primeira vez, pelo menos em rede nacional. Seus fãs conheceram cada uma dessas fases, eles o acompanharam e se decepcionaram com ele. precisou se redimir com cada um de seus fãs pelas merdas que havia feito, precisou se redimir pela pessoa que havia se tornado, mas nunca havia se aberto dessa forma. E ele sabia que seus fãs mereciam nada menos do que sinceridade de sua parte.
- Se passar pela adolescência já é difícil, imagine uma adolescência cheia de câmeras à sua frente, pessoas dizendo o que você pode e não pode fazer, devendo deixar seus compromissos pessoais de lado apenas para poder cumprir uma agenda profissional. – ele disse. – Como eu disse, se ser um adolescente já é difícil devido às mudanças hormonais e mudanças de comportamento, imagine um adolescente que não pôde se comportar como alguém da sua idade, pois tinha uma agenda de ensaios, entrevistas e shows para cumprir. Novamente, não estou reclamando de nada, pois sou extremamente grato a tudo o que tenho, e se pudesse, faria tudo de novo para chegar onde estou hoje. Também não quero justificar minhas ações, nem defender minha inocência com relação às minhas atitudes, mas quero apenas que meus fãs entendam que não posso mudar o que já está feito, mas luto dia após dia para voltar a ser a pessoa que era no início. Tudo o que quero é que meus fãs sintam orgulho de quem sou hoje, assim como eu me orgulho.
pensou que talvez fosse chorar ao final de seu discurso, mas não o fez. Ele estava emocionado, isso era bem verdade, porém sentia em seu peito certo alívio por poder colocar essas palavras para fora. Kate não poderia estar mais satisfeita com aquela entrevista, e a plateia, seus fãs, não poderiam estar mais orgulhosos do cantor pop a quem dedicavam uma salva de palmas com o final da fala.
- Uau! Eu não imaginava que você pudesse guardar tantos sentimentos dentro de si. – Kate disse ao final das palmas.
riu sem graça.
- Falar sobre isso é um alívio. Eu sou muito grato às pessoas que continuaram ao meu lado em meus piores momentos, mas entendo o distanciamento de outras pessoas. Sei que não fui a pessoa mais fácil lidar nos últimos anos, mas estou me esforçando para mudar isso. Afinal, perdi pessoas importantes, e ainda batalho, dia após dia, para recuperá-las. – ele disse olhando para a câmera, esperando que uma pessoa em especial estivesse assistindo àquela entrevista. E então com a atenção voltada para Kate, continuou. – Aliás, quero deixar claro que a ideia de falar sobre isso em rede nacional não foi minha, muito menos do meu empresário, que acredito que esteja querendo me matar agora. – ele riu, sendo acompanhado por Kate e pela plateia. – Mas preciso confessar que me sinto bem em ter me explicado para os meus fãs, afinal, eles merecem saber a verdade.
Kate não poderia estar mais satisfeita, tinha certeza que seu pico de audiência nunca estivera mais alto, e que as visualizações dessa entrevista, quando fosse para o YouTube, bateriam seu recorde.
então continuou a responder perguntas, dessa vez perguntas menos pesadas, já que Kate foi sensível o bastante para mudar o rumo da conversa e ter a ideia de fazerem algumas brincadeiras no palco.



Atualmente

Forever we are young
나리는 꽃잎 비 사이로
헤매어 달리네 이 미로
Forever we are young
넘어져 다치고 아파도
끝없이 달리네 꿈을 향해


Para sempre nós somos jovens. Eu corro vagando através desse labirinto de pétalas de flores que caem. Para sempre nós seremos jovens. Até quando nós caímos e estamos feridos. Vamos correr interminavelmente atrás dos nossos sonhos.

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estava sentado na sala de espera sem se preocupar em usar uma máscara no rosto que pudesse disfarçar sua identidade. Ele sabia que Kala, a recepcionista, já estava mais do que acostumada com a sua presença todas as quintas-feiras à noite, assim como Karl, o garotinho que tinha o horário antes dele. Karl havia ficado com os olhos arregalados na primeira vez que se encontrou com , mas com o tempo havia se acostumado com a sua presença.
também já estava acostumado a esperar para ser atendido. Ele havia conseguido garantias de que seus ensaios às quintas-feiras terminariam mais cedo, apenas para não correr o risco de chegar atrasado à sua consulta semanal com a psicóloga. Nenhum de seus amigos sabia aonde ele ia, ou o que era tão importante a ponto de sair correndo ao final de cada ensaio nas quintas-feiras.
Para ajudar a passar o tempo, pegou uma revista que estava ao lado do sofá em que estava. Na capa da revista tinha uma foto dele, juntamente com seus colegas de banda, todos em cima do palco. A foto havia sido tirada no show que fizeram na semana passada, ele reconhecia o figurino que havia usado naquele dia.
Também se lembrava que, mesmo depois que seus amigos foram embora, ele preferiu ficar no palco, ainda que não houvesse mais nenhum fã que pudesse assisti-lo. gostava da sensação de estar no palco logo depois do show. O chão ainda estava quente, e ele podia jurar que ainda conseguia ouvir cada um dos gritos de seus fãs. As luzes estavam apagadas, mas ele pensou que nunca havia enxergado tão bem como via naquele momento.
Por um período pensou que nunca mais teria seus fãs o acompanhando, cantando junto com ele. Ele havia feito tantas merdas há alguns anos, que pensou que nunca mais poderia subir em um palco, simplesmente porque ninguém iria querer vê-lo.
Mas então ele conseguiu dar a volta por cima, conseguiu recobrar sua consciência e conseguiu encontrar o caminho de volta para casa. Ele ainda não havia se encontrado, entretanto. Aquele de cinco anos atrás havia se perdido para sempre, mas ele esperava, ao menos, encontrar resquícios daquele que ele foi um dia. Sentia saudades daquele garoto inocente e cheio de energia, aquele garoto que deixava seus amigos e familiares orgulhosos, que deixava seus fãs mais apaixonados a cada dia.
E então naquela noite ele teve a oportunidade de ver as lágrimas que cada fã derramou com as letras das suas músicas, lágrimas estas que eram as mesmas lágrimas que ele deixou cair com a cena que se desenvolvia à sua frente.
A verdade é que seu desejo mais profundo era poder voltar no tempo, ser jovem novamente e não fazer as merdas que um dia fez. Mas ele sabia que isso era impossível. Com muito esforço havia conseguido se redimir com seus amigos e familiares, assim como também conseguira se redimir com seus fãs. Tudo pelo que ele lutava no momento era em conseguir reconquistar a pessoa que mais magoou, a pessoa que mais lhe fez falta nos últimos anos.
- Não se esqueça de me trazer os seus desenhos na próxima semana, Karl. – a doutora disse da porta. Quando levantou seus olhos em direção à voz, viu Karl saindo da sala de consulta.
- Claro, doutora, pode deixar! – Karl disse animado. Gostava de desenhar, e gostava ainda mais quando sua psicóloga elogiava cada traço que colocava no papel. – Até mais. – se despediu dela. E quando passou por , o cumprimentou. – Oi, !
- E aí, Karl, tudo bem?
- Ah, mais ou menos. Estou em semana de provas na escola, e não consigo resolver os exercícios de matemática!
riu da fala do garoto.
- Aposto que se você se esforçar só mais um pouquinho, vai acertar todas as questões na prova.
- A doutora disse a mesma coisa. – ele apontou para trás, de onde a psicóloga observava a conversa que se desenvolvia. – Quinta-feira que vem eu te conto como foi.
- Beleza, então, Karl. Boa sorte nos estudos.
Karl deu um soquinho na mão de , que estava levantada esperando pelo cumprimento do garoto.
Quando Karl se afastou, se levantou e se dirigiu para onde a doutora o esperava.
- Vamos? – ela perguntou a , que apenas concordou com a cabeça.
Ele a seguiu até dentro do consultório, onde se sentou em uma poltrona confortável, enquanto ela se sentou atrás da mesa. A doutora apoiou as duas mãos em cima da mesa, cruzando os dedos, e olhou para .
- Como está? – ela quis saber.
- Bem, muito bem, eu diria. Nosso fã clube nunca esteve mais unido, nosso número de seguidores aumentou e as vendas dos CDs nunca estiveram tão em alta. – ele respondeu.
- Isso é bom, , muito bom. Mas estou mais interessada em saber como você está. Como está lidando com essas mudanças, com a volta ao topo... Como está lidando com essa nova fase da sua vida?
Ele sabia o que ela queria dizer. Depois do surto de personalidade que teve há alguns anos, percebeu que precisaria de ajuda profissional se quisesse se manter são. E depois de tanto trabalho ele finalmente estava bem, finalmente podia dizer que já se reconhecia novamente.
- Eu estou bem, de verdade. Me olho no espelho e sei quem é a pessoa que me olha de volta.
- Isso é ótimo. – a doutora respondeu sinceramente.
- Devo isso a você, é claro. Você me ajudou mais do que pode imaginar, .
suspirou do outro lado, fechando os olhos por breves segundos antes de responder.
- Não fiz nada além da minha obrigação como psicóloga.
balançou a cabeça concordando com o que ela havia dito.
- Claro... – um breve momento de silêncio depois, ele continuou. – Por que não atendeu à minha ligação?
precisou desviar a atenção dos olhos de . Seu olhar era intenso e profundo, e reclamava por sua atenção, uma atenção que nunca havia lhe negado antes. Ela soltou os dedos uns dos outros para, logo em seguida, os entrelaçar novamente.
- Você sabe o horário de funcionamento do consultório. Se Kala não o atendeu, talvez ela estivesse...
- Não liguei para o consultório, liguei para você. – ele interrompeu sua fala.
suspirou antes de responder.
- , já falamos sobre isso. A nossa relação é de médico e paciente, o que significa que nossas conversas se restringem às suas consultas. – sua voz era firme e decidida. Por mais que aquelas palavras doessem, sabia que eram verdadeiras, especialmente porque já havia conversado com sobre isso quando ele a procurou um ano atrás.
- Eu não liguei buscando uma conversa com a minha psicóloga. Liguei porque queria conversar com a minha amiga.
O peso daquelas palavras foi o bastante para fazer suspirar novamente e fechar os olhos com força. Desde o começo ela sabia que aquilo não tinha sido uma boa ideia, que iria se arrepender se reservasse um horário semanal na sua agenda para .
- Nós também já conversamos sobre isso. Nós não estamos nesse consultório como amigos, , mas como médico e paciente. Eu estou aqui para ouvi-lo e você está aqui para falar, nada além disso. – ela falou pontualmente. – Eu lhe disse no começo que não achava uma boa ideia começarmos essas seções, exatamente por conta do nosso passado, mas você me garantiu que não iria confundir as coisas.
- Eu não estou confundindo as coisas...
- Então não peça para conversar com a sua amiga , , porque essa amizade já não existe mais. Estamos aqui para uma consulta psicológica, e é isso que vamos fazer. – ela respirou fundo para continuar, sentindo seu peito apertar a cada nova palavra proferida. – Isso é tudo o que eu posso te oferecer, sinto muito.
Ela havia se machucado, isso é bem verdade. havia machucado todas as pessoas ao seu redor, especialmente , que foi quem permaneceu ao seu lado por mais tempo. Ele nunca poderia agradecê-la o bastante por ter tido tanta paciência, quando nem mesmo ele se aguentava. Mas a paciência de acabou um dia – e admitia para si mesmo que esse dia havia demorado para chegar – e desde então ele não havia perdido apenas sua melhor amiga, mas também o amor da sua vida.
Procurá-la era o que ele mais queria fazer, mas não sabia como. Ele precisava corrigir os erros do passado, se redimir com as pessoas que havia ferido, e era uma delas. Ele precisava de ajuda profissional, sabia disso. A ideia de procurar não tinha sido genial, mas ele pelo menos poderia ficar na sua presença por alguns minutos todas as semanas, além de poder buscar a ajuda que tanto precisava.
- Eu mudei, . Mudei de verdade. – ele disse baixo.
- E eu estou muito orgulhosa do seu progresso. Admitir os seus erros e trabalhar para corrigi-los é sempre o primeiro passo.
- Não posso corrigir todos os meus erros, porque eles ficaram no passado. Apenas posso trabalhar com o presente e tentar acertar no futuro. – ele disse as exatas palavras que havia lhe dito na sua primeira consulta, quando ele a procurou buscando corrigir o passado.
- Você está absolutamente certo. – ela concordou com um pequeno sorriso.
- A verdade é que sinto a sua falta. Sinto falta de quem éramos no passado. Isso – sinalizou para o espaço entre eles – Isso não é o que eu preciso. Claro que preciso de ajuda profissional, e você tem sido excelente nisso, mas o que preciso no momento, o que preciso agora, é da minha melhor amiga de volta. Preciso disso, , preciso da minha companheira e parceira. Preciso de você, e não da minha psicóloga.
já havia sinalizado antes que a relação entre eles de médico e paciente já não estava sendo suficiente, que ele queria mais. também queria mais, mas não acreditava que poderia lhe dar mais uma chance, não quando ele ainda estava tão preso na sua versão anterior, uma versão rebelde e revoltada, porém triste e resignada. não queria ser companheira daquele , mas ela sabia que precisava ser sua psicóloga.
Agora, vendo na sua frente, ela conseguia encontrar resquícios de quem ele foi um dia. Um dia quando as coisas ainda não eram complicadas, não eram resolvidas por meio de consultas médicas.
- Eu mudei, mudei muito.
- Eu sei. Você se esquece de que além de ser sua psicóloga também sou fã das suas músicas, o que significa que acompanho as suas notícias. – ela disse com o tom mais leve. Aquilo despertou o pequeno sorriso em .
- Eu não posso voltar ao passado e fazer as coisas diferentes, mas posso tentar ser uma versão melhor de quem já fui um dia. Eu só preciso que você me dê uma chance.
pareceu pensar por alguns instantes que, para , pareceram horas. sabia que sua próxima resposta iria definir o rumo que a sua relação com tomaria, e que não poderia voltar atrás, não importando se decidisse ficar e terminar a sessão ou simplesmente jogar as coisas para o alto e beijá-lo ali mesmo. E, bem, ela tinha plena consciência de que o que queria era diferente do que precisava fazer.
Em vez disso, decidiu não responder nada. Conferiu na sua agenda se era o último paciente da noite – ele sempre era, mas uma última checagem não faria mal – desligou o computador e se levantou.
não entendeu o estava acontecendo. Ele estava sendo expulso ou o quê? Quando tirou o jaleco e pegou a bolsa dentro do armário, virou-se para ele dizendo:
- Eu ainda não jantei, o que significa que estou com muita fome. Também não assisti ainda ao novo filme da Marvel no cinema, e o trailer me deixou realmente curiosa.
estava parada ao lado de um estático, sem saber como reagir. O momento de dúvida, entretanto, passou em um piscar de olhos.
- Conheço um restaurante ótimo, e ele fica a duas quadras do cinema.
E como resposta, seguiu para a porta, esperando por , que se levantou em um pulo com um sorriso maior do que poderia caber no seu rosto. Ele havia pedido uma nova chance e a estava recebendo. Faria dela a melhor chance da sua vida, afinal, o que estava em jogo ali não era apenas um encontro com a melhor garota do mundo, mas uma vida ao lado da mulher que mais amava, sua melhor amiga.





Fim



Nota da autora: Todo mundo erra, ninguém é perfeito, não é mesmo, minha gente? Às vezes a gente quer voltar no passado e não fazer as merdas que fizemos, mas não dá. O que dá pra fazer é levantar a cabeça e seguir em frente. Espero que vocês tenham gostado da fanfic, que tenham gostado desse casal que merece ficar junto no final porque, bem, quem aqui não ama um amor entre melhores amigos, não é mesmo? <3
Não se esqueçam de comentar e deixar uma autora pra lá de feliz!
Beijos de luz
Angel





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