12. Hurricanes

Fanfic finalizada

Capítulo Único


Hoje, faz um ano, desde o meu casamento com . Eu era feliz ao seu lado. Sim, era. Ultimamente, estava estranho, me ignorava e não era mais o mesmo; definitivamente não.
Agora, eu estava aqui, sentada no meu sofá com o meu vinho em mãos, esperando ele chegar.
O relógio marcava 01:00 da madrugada e meu coração se apertava a cada segundo.
E acabei adormecendo.

Acordei com o barulho da porta, e entrou com o seu terno desarrumado e se assustou ao me ver sentada no sofá.
— O que faz acordada, essa hora?
— Estava te esperando.
— Já disse que não há necessidade…
— Por onde você esteve?
Ele se calou, e começou a subir as escadas, como sempre, me ignorando.
, me responda. Onde você esteve?
— Não te interessa — respondeu friamente.
— Eu sou sua esposa, eu preciso saber!
— Você já não é mais minha esposa, há algum tempo, não acha?
Ele entrou no quarto e começou a se despir.
— Não entendo, eu só quero saber onde esteve?
— E eu não quero responder, então, me deixe!
— Tudo bem
Ele me deu as costas e entrou no banheiro, inspirei profundamente e senti um cheiro de perfume.
Perfume feminino, e não era o meu
Peguei o terno e cheirei. Cheirava a flores delicadas, um pouco forte, mas ainda feminino.
O meu era ao contrário, eu usava apenas os perfumes doces e fracos.
Um nó se formou em minha garganta e engoli a vontade de chorar.
Logo, saiu do banheiro, vestido e perfumado
— Onde vai?
Ele riu, sem humor, e pegou um pente para pentear os cabelos.
— São duas da madrugada, , onde você vai?
— Para um lugar bem longe de você, mulher — falou quase gritando — Inferno!
Uma lágrima rolou pela minha bochecha e sai correndo até o closet.
Abri a parte onde ficavam suas roupas e comecei a tirá-las de lá, colocando tudo em uma mala.
Ele apareceu na porta e olhou horrorizado para mim.
— Eu estou cansada de tudo, de você, dessa casa! Onde você esteve, ? — gritei. — ONDE VOCÊ ESTEVE? AQUELE PERFUME NA SUA ROUPA, O QUE VOCÊ FEZ? — desabei, desesperada. — O que você fez com o homem que eu me apaixonei? Por que não me ama mais? Me diga, !
— Eu quero você fora da minha casa, ! Hoje, agora. Vá para onde você já estava indo e me esqueça, suma da minha vida!
Joguei sua mala no chão, ele se aproximou para fechá-la e saiu do quarto com a mala em mãos.
Eu chorei soluçando e não aguentando tudo aquilo, me joguei no chão. E continuei chorando.
Depois de alguns minutos, ele voltou para o closet.
— Amanhã, meu irmão passa aqui para pegar meus pertences, boa noite, Jéssica.
Eu chorei alto, mas antes dele se virar para ir embora, me levantei.
— O que aconteceu com você? O que aconteceu com aquilo que éramos? Você era minha chuva, .
— E você era o meu vento, Jéssica — sussurrou com os olhos cheios de lágrimas, me aproximei, ficando alguns centímetros distantes dele.
— Éramos perfeitos juntos… a gente sempre amou um ao outro, por que isso, agora?
— Você que me expulsou de casa — falou com a mandíbula trincada.
— Você esteve com outra pessoa!
Ele deu as costas, e saiu do quarto, me abandonando sozinha. Ou talvez não tão sozinha.
(...)


Eu acordei e praticamente voando até o banheiro, com um enjoo e vomitei tudo o que tinha comido, provavelmente até o que eu não comi.
Escovei meus dentes e tirei minhas roupas para tomar banho.
Entrei no box, e minha visão ficou turva, de repente, enxerguei tudo preto e tentei me apoiar em algo, mas era tarde demais.

Acordei com alguma voz me despertando e me sentei, me sentindo fraca e com um mal estar.
— Graças a Deus! — minha irmã gritou assim que me viu.
— O que aconteceu?
Ela desligou o telefone e me olhou.
— Você está bem?
— Sim, eu acho... O que houve?
— Eu cheguei aqui e você estava caída no chão do banheiro, irmã. Eu entrei em desespero, faz mais de 1 hora que você desmaiou.
— Estou bem — suspirei
— Vá colocar uma roupa, vamos até o hospital
— Não, não...
, agora!
Bufei irritada e me levantei, mas outra tontura me atingiu novamente.
— Santo Deus! Senta-se.
Me sentei e respirei profundamente.
— O que você tem?
— Nada, eu não jantei ontem, deve ser por isso.
— Mas tonturas e desmaios por comida não... é... Ah — ela parou de falar e arregalou os olhos, e olhei em volta tentando entender.
— O que foi?
— Meu Deus! Parabéns, irmã — falou empolgada.
— Você está usando drogas, Camila?
— Não, não... Ah, Jesus! Você vai ser mamãe, minha irmã! E eu vou ser titia Vamos ter um bebê a caminho, estou feliz!
Eu provavelmente travei depois do “você vai ser mamãe.”
— Vamos até o hospital, agora!
Me levantei ainda atônica e fui até o quarto.
Entrei no closet e separei um vestido para vestir, peguei meus sapatos e algo voou, caindo no chão.
Peguei a cartela de remédio que tinha ali, e quase cai dura no chão.
Era minha cartela de remédios. Meu anticoncepcional.
Ah, droga!
— O que foi?
— Nada... — escondi o mais rápido possível os remédios e calcei meus sapatos
— Vamos, já peguei sua bolsa.
Ajeitei meus cabelos e sai de casa.
(...)


O médico vinha em minha direção e eu tremi.
As chances de eu ter um bebê na minha barriga eram... muitas!
— Bom dia! Senhorita — falou educadamente.
Camila sorria boba para o médico e eu percebi que ele ficava envergonhado com o olhar da minha irmã sobre ele.
— Estou com o resultado, aqui.
— Por favor, leia por que eu nem sei meu nome neste momento, Doutor.
Ele riu e Camila derreteu novamente.
— Sim, leia... adoro sua voz — suspirou dramaticamente, e eu reprimi um riso.
O médico gargalhou e abriu o envelope branco.
— Bom... suas suspeitas estavam certas, Senhorita , um bebê está a
caminho, você está grávida de 3 meses.
Camila pulou de alegria e abraçou o médico, que retribuiu um pouco assustado. E eu... meu mundo parou.
Um bebê a caminho.
Um bebê indefeso que dependerá de mim
— Precisamos falar para todo mundo!
— Não, não — minha voz saiu baixa, mas o Doutor Peterson ouviu.
— Por que, Senhorita, creio eu que um bebê é a melhor felicidade de um casal.
— Não, eu... meu marido... eu… ele foi embora, eu o mandei embora — suspirei.
Senti uma vontade de chorar, por que dizer aquilo em voz alta é tão ruim? Parecia que eu tinha voltado a realidade onde eu terei que cuidar sozinha do meu bebê.
— Mas como? Quando? Por que não me falou, ?
— Foi ontem... eu...
— Acredito que estou atrapalhando um assunto familiar, então...
— Ah, que nada, pode ficar com a gente, Dr. Adam. O médico riu.
— Sinto muito... mas preciso visitar os outros pacientes, mas se precisar não hesite em me chamar.
— Tudo bem — murmurou Camila. O médico saiu e ela voltou sua atenção pra mim.
— Conte-me tudo... ainda nem acredito que isso aconteceu.
E eu contei, lutei bravamente para as lágrimas não caírem mas falhei. Dizer aquilo doía demais principalmente com a notícia de que estou grávida. Deus! Estou grávida!
Esse era o nosso maior sonho desde o dia do casamento e agora que tinha se realizado, ele não estava aqui.
(...)


Voltamos para a casa e insisti para minha irmã ficar por alguns dias comigo, ela aceitou
Entrei na cozinha e vi aquela criatura cozinhando
— Tenho medo de comer sua comida e você colocar algum veneno no lugar do tempo — brinquei enquanto me sentava na cadeira.
Ela gargalhou e levou a colher até a mão, provando o que cozinhava.
— Você tem sorte, estou fazendo uma sopa que tinha aqui, então sem chances de morrer envenena hoje.
— Que bom!
Ela desligou o fogão e colocou um pouco de sopa no prato e me entregou, em seguida se serviu também e sentou ao meu lado
Comecei a comer a sopa, e milagrosamente a sopa ficou boa.
— Devo confessar que ficou bom.
— Obrigada, .
Continuamos comendo em silêncio e quando acabei minha comida, me levantei para lavar a louça.
— Deixa aí, depois eu lavo. Grávidas não podem fazer muito esforço.
Revirei os olhos e deixei o prato na pia.
— Estou grávida e não doente.
Ela deu de ombros e continuou a comer sua comida, e eu fui até a sala. Liguei a TV e deixei em algum programa bobo. Camila apareceu na sala e se jogou no sofá.
— E aí, você realmente não quer contar para o ? Porque não sei se você sabe, ele é seu marido e pai do bebê.
— Nossa, jura? — fingi surpresa e depois bufei. — Eu vou contar para ele, claro. Mas não agora
— Por quê?
— Você não escutou quando eu disse sobre o comportamento dele ultimamente?
Sobre o perfume que não é meu em seu terno? Sobre o horário que ele chega?
Sobre me ignorar e consequentemente não me amar mais?
Ela assentiu para todas as minhas perguntas
— Mas você não pode afirmar todas essas suas teorias.
— Não são teorias, são fatos! Fatos que eu vi com os meus olhos, que eu sinto todos os dias.
— Desculpe, irmã. Mas pode haver algum engano, aquele homem é louco por você.
mudou muito ultimamente, não é mais o mesmo homem que eu me apaixonei.
— Eu sinto muito, mas você não pode adivinhar se ele a ama ou não, pode?
— Camila, é tudo muito difícil, quando eu falei para ele ir embora, ele nem tentou me fazer mudar de ideia, apenas pegou a mala e saiu.
— Você tem ideia de onde ele esteja?
— Ele estava saindo do banheiro, se arrumado e de cabelo penteado antes de eu fazer suas malas.
— Então... provavelmente, ele está na casa dessa pessoa que ele iria visitar.
— Eu até imagino quem seja essa pessoa... — murmurei
— Quem?
— Uma mulher, ora. Os amigos dele são todos empresários ou algo assim, não estariam às 2 da manhã andando por aí.
— Minha irmã, você não pode ficar criando essas teorias malucas!
— Camila, eu estou cansada e vou dormir, tchau.
Me levantei e subi as escadas em direção ao meu quarto. Ao nosso quarto.
Bati a porta com força e me joguei na cama, esgotada... cansada daquilo.
Sem perceber quando comecei a chorar, o desespero já me dominava e a solidão me abraçou
— Apenas eu e você, meu bebê — falei enquanto acariciava minha barriga
(...)


Uma luz forte me despertou e abri meus olhos devagar, me acostumando com a claridade.
Olhei para os lados e quase caí da cama quando vi ele ali.
estava sentado na poltrona, próximo à porta e me encarava.
Era um sonho, com certeza!
O que ele fazia em nossa casa?
— Bom dia — sua voz me acordou do transe.
Ele estava realmente ali?
— Isso... é um sonho não é?
— Não sei... o que você acha?
Ele levantou e andou até a ponta da cama, sentando-se ali.
— Eu... eu acho que sim.
Os cantos de seus lábios subiram em um leve sorriso
— Eu também acho que é um sonho. Nosso sonho, aliás — falou me olhando intensamente.
Eu quase concordava, mas me detive, nosso sonho?
— Não entendi... o que você quis dizer?
Ele riu novamente e se aproximou de mim, seus dedos tocaram a maçã da minha bochecha e eu me arrepiei.
Quanto tempo que ele não me tocava assim?
Ele beijou minhas bochechas suavemente e eu derrubei uma lágrima.
— Não chore... — murmurou baixo.
— Por que está aqui? Por que voltou?
— Eu sei que meu comportamento nesses últimos dias não era um dos melhores, mas... eu sou um idiota, eu não valorizei seu amor, me desculpe.
Ignorei suas palavras de perdão e com o olhar firme em seu rosto, perguntei:
— Por que está aqui?
Ele quase vacilou, negou com a cabeça como se falasse com o seu subconsciente e abriu a boca algumas vezes, visivelmente nervoso.
— Eu... não voltei apenas por você — algo em seus olhos brilharam enquanto ele dizia —, eu espero que você me aceite aqui.
Eu tentei raciocinar, eu contei a ele sobre o bebê? Não, ainda não!
Então... como...?
— O que você quer dizer sobre não voltar apenas por mim?
Ele riu nervosamente e colocou suas mãos em minha barriga.
— Vocês são as pessoas mais importantes para mim, não duvide disso.
Eu quase chorei, tudo poderia ter sido diferente, tudo.
— Quem te falou?
— Até parece que você não conhece a irmã que tem — falou com um tom divertido
Eu mataria Camila algum dia...
— Por que de repente eu me tornei importante para você?
— Eu sei que ultimamente não tenho me mostrado o melhor marido, mas eu sempre te amei, . Eu me perdi com algumas coisas mas... você é meu amor.
Suas palavras ecoavam em minha mente e eu não concordava, ele não podia simplesmente aparecer e achar que vou perdoá-lo do dia pra noite.
— Você pode ir embora daqui?
— Amor... mas...
— Desculpa, mas acho que me chamar de amor, agora não dá.
Seus rosto adquiriu um semblante triste, e no fundo, meu coração se apertou.
— Onde você está dormindo?
— Você realmente se preocupa com isso?
— Eu... me preocupo com você — minha voz falhou um pouco.
— Estou em um bom lugar, acho que é tudo que você precisa saber por hoje.
por que você me trata desse jeito? Por que diz que sou seu amor e fala assim comigo?
Ele levantou e parou diante de mim.
— Quando eu recebi a notícia de que iria ser pai, eu fiquei feliz pra caramba. Eu juro, minha vontade foi de te ver imediatamente e te beijar, mas eu sabia que você agiria com indiferença, eu... esperava que você estivesse feliz, esse era o nosso sonho, .
— Esse era o nosso sonho de quando estávamos casados.
— Ainda estamos casados, — murmurou.
— Casados e apaixonados, isso não estamos mais.
— Como você diz com tanta certeza que eu não a amo?
— Um homem que ama... não ignora, não se esquece do aniversário de casamento.
— Sempre que eu tentava conversar, você não parecia se importar — respondeu.
— Você só falava comigo por causa do trabalho, eu não quero falar sobre trabalho com o meu marido com o único precioso tempo no café da manhã. Mas por que você me ignorava?
— Eu não fazia isso por querer, era automático. Meu serviço está cada vez pior e você não me escutava, por isso, você não compreendia quando eu queria um tempo para pensar
— Você nunca fez um esforço para ficar comigo.
— Me perdoe por isso, eu realmente sinto muito!
— Eu também sinto.
Ele murmurou algo que eu não compreendi e se afastou, indo embora
— Por que tudo dá errado, bebê? — falei enquanto olhava para a minha barriga.
(...)


Camila fez questão de marcar uma ultrassonografia no dia seguinte, e bom eu não acordei nada animada com aquilo, eu a conheci muito bem. E se minhas suspeitas estiverem certas, ela chamaria .
Chegamos na clínica, dei meu nome para a recepcionista e esperei.
Camila parecia ansiosa, mordia as cutículas e balançava as pernas.
— Atrasado — murmurou enquanto olhava o relógio.
— O quê?
— Ah nada... tá demorando.
Fingi acreditar e concordei.
— Senhorita , por favor — uma moça apareceu e me chamou.
Me levantei e Camila ainda continuava com aquela expressão estranha.
— Vamos, Camila!
Ela concordou e seguimos a moça.
— Espera! — uma voz bem conhecida me fez parar de andar — Espera!
Camila suspirou aliviada enquanto se aproximava com maleta em suas mãos e com um rosto cansado.
— Até que enfim você chegou, criatura! — exclamou Camila.
Olhei de canto de olho pra ela, e ela abriu um sorrisinho culpado.
— Eu… eu vim a pé, o trânsito estava horrível e parei meu carro em qualquer lugar e corri o mais rápido que pude, desculpe.
Eu olhei para ele esperando sua gargalhada, mas ele estava sério.
— Você veio correndo?
— Sim...
— Podemos entrar na sala, por favor? — a moça perguntou.
— Claro — respondemos e seguimos a moça até a sala.

Me deitei naquela cama um pouco desconfortável, e a médica colocou um papel em minha barriga, no cós da calça, e em seguida passou o gel e senti um friozinho na barriga.
— O que vocês acham que é? — perguntou a médica.
olhou para mim, e eu dei de ombros.
Com o maior sorriso e um olhar brilhante, ele falou:
— Uma menina, eu gostaria de mimar muito minha filha.
Senti uma emoção por estar naquele momento com ele, e senti um arrepio quando sua mão firme e quente tocou a minha.
Ele entrelaçou nossas mãos e sorriu.
— Então... vamos descobrir, agora!
Ela começou a passar o aparelho na minha barriga e mexeu no computador, logo escutamos um barulho parecendo com um...
— O coração... este é o coração do seu bebê.
Eu chorei emocionada por causa daquele barulhinho do coração do meu bebê. não estava diferente de mim, tirando o fato que ele chorava mais do que eu.
— E olhe só... está com as perninhas abertas...
— É uma menina, por favor, doutora — suplicou Camila.
A médica deu um sorriso e continuou passando o aparelho;
— Bom... aqui temos um... uma menina!
Meu coração se encheu de alegria, e minha visão ficou embaçada por causa das lágrimas.
totalmente emocionado me olhou com um sorriso tão grande que eu senti vontade de sorrir também e me beijou de repente.
Um beijo com carinho, amor... e saudade.
— Eu te amo... obrigado, por isso, nunca estive tão feliz.
Eu não consegui dizer eu te amo de volta, então apenas o beijei novamente
— Uma menina! Uma menina! — sorri entre o beijo pelos gritos da Camila.
— Vocês parecem felizes por ser uma garota, parabéns.
— Obrigado, muito obrigado — agradeceu e ele abraçou a médica.
Ela surpresa apenas sorriu e deu uns tapinhas no ombro dele.
(...)


— Você vai ficar bem né?
Revirei meus olhos novamente
— Eu já respondi umas 300 vezes, eu vou ficar bem.
— Eu não acho, não. Fica aqui, hoje, — interferiu Camila.
— Cala a boca — sussurrei.
— Mas... eu tenho medo, , e se você precisar de alguém?
— Eu sei usar um celular...
— Mas até alguém chegar, pode ser tarde demais.
— Dorme aqui logo, homem!
estava um pouco receoso, e por fim decidiu dormir aqui.
— Eu vou indo, estou um pouco cansada.
— Claro... quer que eu faça algo, arrumar a cama? — me perguntou.
Olhei em choque para ele e me surpreendendo, ele estava sério.
— Eu posso ajudar, né? — murmurou.
— Obrigada, mas não precisa.
Ele assentiu e sentou-se no sofá.

Eu levantei da cama num pulo e me enfiei no banheiro, vomitando até meu estômago doer.
Senti uma mão segurar meus cabelos e me surpreendendo novamente, ele estava lá.
Ele acariciou minhas costas tentando me fazer relaxar, e beijou meu ombro.
— Eu sei que isso é ruim, mas vai passar logo, eu prometo.
Vomitei novamente e quase chorei, de tanta dor no meu estômago.
— Respira fundo... vai passar.
Fiz o que ele disse e quando me senti melhor, me levantei e lavei minha boca.
— Como se sente?
— Um pouco melhor.
— Vai deitar, enquanto eu pego um remédio.
Ele me ajudou a andar até a cama e eu me deitei.
— Já venho.
Uns dois minutos depois, ele voltou com um copo d'água nas mãos, me sentei e aceitei o comprimido.
Engoli o remédio e bebi a água.
— Obrigada... eu... hã... você ficaria aqui comigo, um pouco?
Ele ficou surpreso e depois concordou.
Deitou do meu lado e por costume, passei meus braços por sua cintura.
Ficamos em um silêncio reconfortante, apenas ouvindo a nossa respiração.
— Você se lembra... daquela nossa frase — me despertou dos meus pensamentos, e eu concordei.
Eu me lembrava perfeitamente.
— Sim... eu sou o vento — comecei.
— E eu sou a chuva...
— Juntos somos como uma tempestade perfeita — falamos juntos. — E às vezes como um furacão.
Eu sorri, me aconchegando melhor em seus braços
— Você está feliz? — perguntou com sua mão em minha barriga.
— Eu me senti sozinha quando descobri, e não estava feliz, mas agora eu até converso com ele.
Ela — enfatizou.
— É... ela é tipo minha melhor amiga, agora.
— Isso é bom — falou rindo.
— E você, como se sente?
— Eu pensei que o dia do nosso casamento foi o mais feliz, mas sinto muito. Hoje foi o dia mais feliz da minha vida.
— O meu também — sussurrei.
— E... sinto como se ela estivesse me dando uma segunda chance, de mudar e ser uma pessoa melhor.
— Eu não duvido da sua capacidade de cuidar dela
— Eu não me referia somente a ela, mas de você, de nós dois.
— Eu...
— Você não tem que me aceitar de volta, não peço por isso. ,as me deixe ficar do seu lado, por favor.
Ergui minha cabeça e olhei em seus olhos
— Eu não vou te impedir de cuidar dela.
— Eu quero cuidar de vocês duas. Vocês são a minha propriedade, agora.
— Tudo bem.
Voltei a me deitar com seus braços em minha cintura.
Eu estava quase dormindo quando ouvi sua voz, murmurando:
— E eu espero que você veja minha mudança, eu vou tentar meu melhor por vocês, meu amor...
(...)


E realmente ele melhorou.
Ele voltou a ser o meu de anos atrás, carinhoso e atencioso.
Nós passávamos mais tempo juntos, conversamos e até brigavamos por causa do controle.
Há quanto tempo não tínhamos esses momentos de diversão?
Eu nem me lembrava mais.
Eu apenas sei que estou feliz assim, e minha felicidade aumenta a cada dia, principalmente, agora que faltam apenas 3 meses para a minha bebê nascer.
— Nós ainda não escolhemos o nome dela, .
e eu estávamos deitados enquanto ele tinha uma mão em minha barriga
— Eu ainda não sei.
— Nem eu — e bufou, me fazendo rir; — Eu acho bonito Tiffany, e você?
— Acho que Esther;
— Hannah, Violet, Lindsay...
— Hum... Amber, Emma.
— Nós temos bastante opções, .
— Eu sei... mas nenhum parece ser o nome certo para ela.
— Concordo, por que não escolhemos o nome na hora em que ela nascer?
— Você é louco, e se eu não pensar em nada.
— Eu sei que quando olharmos para ela, vamos saber o nome ideal, tipo... ela vai ter algo que vai fazer você querer colocar aquele nome.
— É... você tem razão.

No dia seguinte, e eu saímos de casa às 11:00.
Ele insistiu para fazermos um piquenique no parque.
— Beba um pouco de água — disse e me entregou uma garrafa.
— Mas eu já bebi. — Peguei contra minha vontade.
— Mas eu não vi.
Bebi um gole de água e guardei a garrafa.
— Satisfeito?
— Muito!
— Lanche natural ou salgado? — perguntou me mostrando as opções de comida.
— Lanche natural
Peguei o lanche e abri, em seguida dando uma mordida.
— É bom…

Comemos e conversamos um pouco, e quando eu olhei no relógio já eram 14:00hrs.
— Que horas, vamos embora?
— Não está gostando?
— Estou, mas...
— Deite aqui, .
Me deitei ao seu lado, debaixo da árvore que tampava o sol com uma sombra e fechei meus olhos.
O vento estava bom e eu sentia uma paz ali, o parque estava silencioso e eu agradeci por isso.
Senti as mãos de em minha barriga e me preparei para o que viria, ele também começava a conversar com a bebê.
— Como você está, minha princesinha? Papai está aqui com a mamãe no parque, e eu queria que você já estivesse em meus braços para sentir o clima fresco daqui, esse silêncio que te faz relaxar, aqui é maravilhoso. — Ele deu um meio sorriso. — Já, já, você estará aqui, e eu estou com medo... de não ser bom o suficiente pra você, eu cometi tantos erros que tenho medo de falhar com você também. Mas estou ansioso pra te conhecer, meu amor... nem dá pra acreditar que você vai nascer daqui uns meses, vou poder te segurar no colo e beijar suas bochechas. — ele riu. — Papai ama muito você, princesa .
E como se a bebê ouvisse tudo, ela chutou.
Sim, foi o primeiro chute dela.
me olhou com uma careta estranha e eu ri.
— 'Tá com fome, ? — A bebê chutou, .
— Chu-chutou? — gaguejou.
E ela novamente se mexeu.
— Meu Deus — exclamou com os olhos emocionados.
— Acho que ela escutou tudo o que você disse, .
— Ah, minha menininha. Papai ama muito você — e novamente ela se mexeu. — Ela também me ama!
- Sim, . Ela ama você — e eu também, muito.
(...)


Eu estava no meu 8° mês da gestação e ainda não havíamos comprado quase nada.
, precisamos comprar os móveis da bebê.
— Podemos comprar pelo internet.
— Mas pode demorar, você ouvi quando a médica disse que a qualquer momento ela pode nascer.
— Eu ouvi, mas prefiro ignorar essa parte, não estou preparado ainda.
— Ah, mas quem vai ter o bebê sou eu, e não você.
Ele riu e largou seu notebook, se aproximando de mim
— Eu sei, . Você se sente preparada?
— Você está mudando de assunto, vamos logo ao centro, pelo amor de Deus.
— Mas você nem pode andar.
— Ah, Jesus! Eu posso andar sim, e vamos logo.
Ele revirou os olhos e concordou.
Peguei minha bolsa e saímos de casa.
— O que acha desse berço? — perguntou , apontando para um berço marrom
— Não gostei.
— E aquele? — apontou para um rosa claro, com algumas estrelas douradas.
— Parece interesse... vamos ver de perto.
Me aproximei do berço e toquei o imóvel. Era lindo.
— Eu adorei — murmurei.
— Eu também.
— Então, vamos levar esse mesmo?
Olhei por alguns segundos o berço e tentei imaginar minha bebê ali, e era perfeito.
— Sim, vamos levar.
Andamos até o outro lado da loja e compramos algumas peças de roupas.
— Olha, esse sapatinho,
Peguei o sapato que ele me mostrava, era branco com detalhes rosas. Uma fofura
— Maravilhoso.
— Eu posso até imaginar nossa bebê com ele. Tão pequeno, tão delicado.
Peguei o sapatinho e olhei encantada, era tão lindo.
— Perfeito pra ela, .
— Sim, sem dúvidas. Meu Deus, não vejo a hora de pegar minha bebê no colo.
— Acalma o coração aí — eu ri. — Não vai demorar.
— Eu só estou ansioso, muito ansioso
Eu ri, e continuamos escolhendo os sapatos que tinham ali
Não resisti e comprei mais de dez pares, mas com vontade de comprar todos
(...)


Eu estava inchada e gorda, eu nem me reconhecia no espelho.
Minha barriga nunca esteve tão grande.
Minha bebê mexia bastante e devo dizer que é muito agitada, principalmente quando conversava com ela.
Sim, ele também pegou meu costume.
O comportamento de como pai vem me surpreendido a cada dia, e como marido... bom, mil vezes melhor.
Nós não conversamos ainda sobre uma possível volta, mas eu já sabia.
Eu daria uma chance a ele.
Não havia um dia que ele não me tratasse como uma princesa, e eu adorava isso.
Tipo agora, seus dedos estavam em meus pés inchados, os massageando.
— Você parece cansada, .
— Você quis dizer que estou feia, eu sei disso.
— Não, não... eu já disse, você está maravilhosa, a cada dia.
Eu sorri maravilhada, um pouco mais apaixonada por ele, mas senti uma dor na minha barriga e retorci meu rosto em uma careta.
— Ih, não deu. Está encantadora a cada dia, minha linda.
Novamente a dor, e mais pontuda.
— Ok, você é como uma rainha, .
— Dor... minha barriga — falei meio sem ar, as dores estavam fortes.
— Vou pegar o remédio, espera aí.
— Não, não.
Segurei minha barriga como se a dor fosse embora e me levantei.
— 'Tá doendo, muito...
— Minha linda, você fez xixi na roupa.
Olhei para minha calça, e merda... a bolsa estourou.
Então, ele finalmente percebeu, e olhou em espanto com o medo visível em seus olhos.
— Não se assuste, . O bebê vai nascer.
Ele ficou pálido e nervoso.
— Pegue aquela bolsa que fizemos para a hora do parto.
— Ok...ok — e correu subindo as escadas desesperadamente.
E voltou como um flash, pegando minhas mãos e me guiando até para fora de casa
(...)


Depois de muito trânsito, e muitas inspirações para não pirar. Chegamos finalmente no hospital .
— Por favor... minha mulher está tendo bebê, preciso de alguém, agora.
Um médico rapidamente me atendeu e me sentou em uma cadeira de rodas
tentou entrar junto, mas o médico o proibiu.
— Apenas na hora do parto, Senhor.
Ele assenti, contra vontade e me mandou um beijo no ar.
Eu tentei sorrir, mas senti novamente uma dor mais forte na barriga.
(...)


Estávamos há 2 horas na sala de parto e nada da minha bebê nascer.
estava do meu lado, segurando minha mão enquanto sussurrava que tudo ficaria bem.
Eu acreditei, até eu estar de pernas abertas e sentir aquele pequeno ser humano saindo de dentro de mim.
Puxei as mãos de com forças e gritei a pleno pulmão.
Minha testa estava suando de tanta força que eu fazia, minhas costas estavam grudadas na camisola do hospital.
Senti uma dor mais forte e gritei reunindo forças do fundo da minha alma para fazer força.
— Amor... respire, ela já está vindo.
E eu gritei com mais força e minhas veias pareciam estourar, minha cabeça doía e meu corpo já estava cansado demais.
Gritei novamente, e escutei...
Seu choro, sua vinda ao mundo.
O rosto de se iluminou imediatamente e o meu mundo parou.
Eu respirei fundo, totalmente aliviada e senti os lábios de na minha testa.
— Você foi incrível.
Alguns segundos depois, as enfermeiras entregaram minha bebê a ele.
Ele se aproximou com um sorriso, e me apresentou nossa filha.
— É tão linda... - murmurei emocionada.
— Tem o seu nariz, amor.
Eu sorri entre as lágrimas.
— Tão pequenina.
— Sim, eu estou tão feliz — beijou a testa da nossa filha. — Sem ela eu não seria quem eu me tornei, obrigada minha filha.
Eu olhei emocionada para aquela cena.
completamente emocionado beijando a testa da nossa filha.
— Hope — falei de repente.
Ele me olhou confuso com aquele brilho nos olhos.
— O nome dela será, Hope.
— Eu gostei, mas por quê?
— Por que ela foi sua esperança, amor... sem ela em nossas vidas, estaríamos perdidos, eu estaria sem você.
— Você é... maravilhosa, . Eu te amo tanto. Olhei naqueles mesmos olhos castanhos que um dia eu me apaixonei, e feliz da vida, sussurrei:
Eu te amo mais...
Nossa Hope abriu a boquinha e deu um sorriso de gengiva.
Rimos juntos, ele me beijou com o mesmo carinho e paixão de um ano atrás.




FIm!



Nota da autora: Ei amores! Foi um sufoco escrever essa fic, mds! Hahaha mas eu adorei! Espero que vocês também tenham gostado e se quiserem saber mais sobre minhas fics, entrem no grupo do Facebook. Beijos Link do grupo: https://www.facebook.com/groups/285200742343271/

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