13. Can I Have This Dance?

Fanfic Finalizada

Capítulo Único

“Não acredito em você.” levantou do assento à mesa da cafeteria, pondo o sobretudo.
Tessa ajeitou o anel em seu dedo anelar.
“Somos pais de uma criança, , há dezesseis anos.”
“E o seu nome é . Minha , eu sei. Nos separamos três anos depois.”
“Sabe que estive grávida antes de oficialmente estarmos separados, não é?”
, já com o sobretudo vestido, esfregou o rosto.
“O outro filho... Como é mesmo o nome dele? Não é meu.”
“É . . Nunca batizei-o em seu sobrenome porque não queria que pensasse que era motivo para prorrogar o divórcio. E Andrei cuidou dele quando fomos morar juntos.”
“Se está tão bem com Andrei e com esse segundo filho, por que diabos voltou? Para me atormentar? Há quanto tempo não nos vemos, Tessa?”
“Não sei.”
“A idade de .” Lamentou. “É a quantidade de anos que não recebo notícias suas. E agora você diz que tem um filho meu o qual nunca vi na vida?”
“Você viu.” Suspirou. “Você o vê quase todos os dias desde que o matriculei em East High School.”
“O quê?”
“É por isso que estou aqui, conversando com você. Pelo bem dos meus bebês. estuda com há dois anos, e eles são amigos. Eu incentivei a amizade por saber que são irmãos, mas nunca disse a eles a ligação que têm. Nunca disse à a verdade. E tudo estava indo muito bem, obrigada.” Ironizou. “Até avisar que a sua convidada para o baile de primavera é a própria irmã.”
“Eles estão...”
“Apaixonados.”
“Você enlouqueceu?” Gritou, assustando alguns clientes. “Deus!” Jogou uma cédula de dólar sob a mesa e saiu às pressas da cafeteria.

A cabeça de estava cheia de lembranças embaralhadas do nascimento de ; a primeira vez que a pegou nos braços, o dia em que ela engatinhou, as vezes em que a via chorar porque estava faminta, e ele preparou a sua mamadeira. Aos 10 anos, quando ela tomou a última vacina, e tentou distraí-la para que não prestasse atenção na agulha perfurando o seu braço. Até hoje, aos 17 recém-completados, prestes a formar-se no colegial.
Estacionou o carro na garagem de casa, bateu a porta fortemente e subiu as escadas, em direção ao quarto de sua filha. A porta estava trancada, então esmurrou a madeira, o aperto no peito.
destrancou.
“O que estava fazendo?” Entrou no cômodo, vendo o rosto assustado dela.
“Pai, o que aconteceu?”
.” Abraçou-a com força. “Filha...”
“O senhor tá tremendo.”
“Pensei que estivesse com o...”
Ela afastou-se.
“Ele não pode ficar no meu quarto, não é?”
“É.” Tentou sorrir. “Sabia que não me desobedeceria.”
“Ainda não respondeu a minha pergunta.”
“Faremos uma viagem. Provavelmente será no dia 18, quando as aulas terminarem. Recebi a proposta para trabalhar fora e... Bem, avisei que, primeiramente, conheceria a cidade.”
“Onde é?”
“Santa Mônica.”
virou, indo para a cama.
“Dia 18 é o baile.”
“Você não poderá ir, já que não estaremos aqui.”
“É o último dia com o pessoal do colégio. está contando com a minha companhia, não posso deixa-lo na mão.”
“Quem é ?” Perguntou.
franziu a testa.
“É o garoto que me convidou.”
“Vocês são apenas amigos?”
“Pai...”
“São, não é?”
...
“Não.”
Ele puxou o cabelo.
“Achei que não precisasse deixar explícito. já veio algumas vezes aqui. O senhor até pensou que ele estivesse no meu quarto.”
“De qualquer forma, avisei-o que você não irá ao baile.”

***

“Quer conversar?” Tessa perguntou com cautela após sentar-se à mesa, perto do filho.
Ele passava manteiga de amendoim na torrada.
“Sobre o quê?”
“Sobre .”
“Você disse que ela era uma boa garota.”
“E é. Mas estou falando de conversamos sobre a sua relação...”
“Mãe, estamos juntos. Não precisamos de um rótulo. é a melhor coisa que me aconteceu.”
Tessa suspirou.
“Eu imagino. Também senti isso quando conheci o seu pai.”
“Conversou com a minha vó sobre ele?”
“Não.”
“Então deve saber o quão constrangedor é falar sobre isso.”
, é...” Levou as mãos à testa. “Conheceu ?”
“O pai dela. Um senhor jovem que a criou sozinho.”
Tessa assentiu, depois de sentir-se mal pela maneira ríspida como falara.
“Se eu disser que o conheço, você acreditaria?”
Ele ergueu o olhar.
“Quando?”
“Há tanto anos...” Fungou. “Morávamos em Santa Mônica.”
“Vocês, por acaso, se... Envolveram?” Arqueou a sobrancelha.
“Oh, sim! Naquela época, era meio impossível resistir a .”
“É estranho pensar que estou com a filha do ex da minha mãe.”
Tessa fechou os olhos.
e eu éramos casados.”
O garoto não se moveu, atônito.
“Tivemos uma garotinha. Três anos após o seu nascimento, separei-me de . Estava apaixonada por Andrei. , então, veio para Jacksonville e perdi o contato com a minha filha. Alega que a abandonei...” Tentou segurar a mão de , mas ele desviou rapidamente. “Após saber que estava nesta cidade e que a minha vida não era um mar de rosas, mudei-me com você para cá.”
“Quem é o meu pai?” A voz falhou.
pode ser o seu pai.”
“Não! é o meu sogro!” Pôs as mãos no rosto, trêmulo. “A garotinha, ela... Diga-me que o seu nome não é . Por favor, diga que não é.”
não tem outra filha. Eu sinto muito.”
ergue o rosto, os olhos, avermelhados, e os lábios, molhados.
“Sente porra nenhuma!” Gritou, levantando-se, e derrubou, simultaneamente, o que fora posto sob a mesa. “ é a minha irmã!” Soluçou. “Irmã...”

caminhava devagar pelo pátio do East High até a escada principal do prédio. Os livros, contra o corpo, não pesavam como quando costumava reclamar da distância entre o portão e o armário. Nada pesava como o aperto no peito e a sua dor.
Apertou a alça da bolsa e subiu os primeiros degraus, encontrando Jas no caminho.
“Você tá bem?” A morena perguntou.
“Quer falar sobre?”
“Só quero ficar quieta, sem ter que responder perguntas sobre como o meu humor está estranho. Afinal, tá tudo muito estranho na merda da minha vida...”
“É algum problema pessoal?”
“Uhum.” Enxugou a lágrima.
“Quando sentir vontade de desabafar, me chame. Está bem?”
“Certo.”
Jas assentiu, antes de seguir pelo corredor, e abriu o armário, pondo os livros lá dentro. Pressentiu alguém atrás de si e virou a cabeça, deparando-se com o estado deplorável de .
“Você soube?!” Ele perguntou após o silêncio.
“Ontem.”
O garoto aproximou-se, receoso, e abraçou-a como se fosse a última oportunidade de tê-la tão perto.
Ela disse que sentia muito.”
Ele disse que não sabia.”
apertou os braços ao seu redor, e segurou-o pelo moletom.
“Estamos na merda, mas juntos.”
A garota sorriu, em meio às lágrimas, depois afastou-se.
“Desculpe-me, não consigo te chamar de...”
“Nem eu.” limpou os olhos. “Você não se parece nem um pouco comigo.”
“Sou mais bonita.”
Ele sorriu.
“Com toda certeza.”
calou-se.
“Não acredito que o seu pai seja o meu. Não consigo digerir isso.”
“Não faz sentido. Meu, nosso, não sei...” Colocou o cabelo atrás da orelha. “Também não acredita. Ele acha que a sua mãe está arrependida de tê-lo pedido o divórcio para ficar com Andrei.”
“Andrei é o meu pai, .”
Ela assentiu.
“Estou perdido. Acho melhor sentarmos longe e...”
“Seguir em frente como se nada tivesse acontecido? É o que quer?”
“É o que temos agora. Somos da mesma família, temos a merda do parentesco, e isso é nojento.”
“Nojento?”
“O que você esperava? Que fossemos ficar juntos depois de descobrirmos que as nossas vidas são mentiras? Não posso beijá-la como gostaria, quando estou ciente de que é a minha irmã!”
“Eu sei! Só não quero ter que trata-lo como um completo estranho!”
“Como seria possível? Somos irmãos. Você será associada a mim dessa maneira, assim que descobrirem.”
está disposto a fazer o teste de DNA. Você aceita?”
“Claro.”
O sinal tocou.
“Então vou pedir que marque o procedimento o quanto antes.”
“Esperarei.”
“Boa aula.”
“Difícil será me concentrar nela, mas obrigado. Pra você também.” Despediu-se com um aceno, dando passos para trás, e seguiu pelo lado oposto.

***

“Você tá aérea.” Ryan falou à , sentados à mesa do refeitório no horário do almoço.
“O que disse?”
“Que você está pensando demais em algo.” Sorriu.
Ela olhou para o loiro.
“Pode repetir?”
“Falávamos sobre as roupas de gala do baile de primavera. Dei a sugestão de ser padronizadas. Todos os garotos com o smoking escuro e gravata de cor distinta. As garotas ficariam com vestidos longos. Longos, mesmo. Muito abaixo do joelho.”
“Para mim, tanto faz.”
“Imaginei. Você já comprou o seu vestido?”
“Devolverei na semana que vem. Não vou ao baile.”
What’s? Por quê?”
“Irei a Santa Mônica com o meu pai. É uma proposta de trabalho.”
“No dia 18?”
“Sim, sexta-feira.”
“Não acha muito suspeito?” Jas perguntou, pensativa. “Você está brigada com ele, não é?”
assentiu.
“Tem um dedo, mão, braço, do tio nisso aí.” Ryan concordou.
A garota preferiu não discutir, principalmente quando avistou adentrar o refeitório ao lado de dois amigos do time.
It's gonna be a night to remember… C'mon now... It's gonna be the night to last forever. Será a última sexta-feira do sênior. Aquela que ficará na memória.” Ryan disse. “Vamos ensaiar no ginásio, vem.” E levantou-se com a bandeja.

avistou descendo a escada do prédio, no término das aulas, e segurou-se para não ir falar com a mesma. Apenas caminhar ao seu lado até o estacionamento e esperar o senhor busca-la, ou, como começara a fazer, oferece-la carona; sempre ficavam mais tempo dentro do carro, em frente à sua casa, enquanto o pai dela não aparecia na porta.
Coçou a nuca e desistiu.
“Vocês terminaram?” Chad perguntou, parando perto dele.
“Não sei.”
“Como não sabe?”
“É como se você precisasse dizer algo, mas não diz porque machuca, e a última coisa que você quer é que alguém se machuque com isso. No entanto, ambos os lados sabem do que não foi dito. E ambos os lados estão feridos.” Ajeitou a mochila no ombro.
“Então vocês terminaram.” Suspirou. “A Taylor pediu um tempo.”
“Sério?”
“Alegou que o futuro a assusta e necessita de espaço para poder manter os seus projetos sob controle.”
“Como você tá lidando?”
“Respeito a sua decisão e entendo a pressão que ela deve estar sentindo, até porque a minha sogra não é fácil de lidar...” Fez uma careta. “Mas todos nós temos problemas e, se você está em um relacionamento, deveria partilhá-los. Poderíamos resolver juntos. Senti-me como uma pedra no sapato dela. Ela tirou e jogou no lago.”
“Acha que tem volta?”
“Nem que eu tenha que pedi-la em casamento.”
sorriu.
“Espero ser o padrinho.”
“E você e a ?”
“É extremamente complicado.”
Chad olhou para o pátio.
“O Dean vai dar uma festa hoje à noite. Apareça para esfriar a cabeça.”
“Endereço?”
“Anota aí.”

***

“Quer comer algo?”
escutou o seu pai perguntar às oito e meia da noite, enquanto estava deitada na cama, terminando o exercício. Era a terceira vez consecutiva que ele aparecia no lado de fora, segurava a maçaneta, apesar de estar trancada, e ficava ali, em frente ao seu quarto.
Desde o dia anterior, não trocaram diálogos.
“Não precisa falar nada, apenas abra a porta e pegue o prato. Deixarei no chão.”
Ela fingiu não escutá-lo.
“Você não comeu nada desde que chegou.”
A garota abriu a janela e voltou a deitar-se, ligando a TV no volume mais alto. entendeu o recado, mas insistiu, por mais alguns minutos, antes de retirar-se.
Horas depois, cansada e faminta, abriu devagar a porta, pegou o prato cheio de comida e entrou.

Não saberia dizer em que momento dormiu e o sonho que tinha virou pesadelo, passando para a realidade, ou em que momento sentiu deitarem em sua cama, na madrugada, e abraça-la por trás, fortemente. A janela estava aberta e o vento fresco adentrava por ali, fazendo-a dobrar os joelhos embaixo do cobertor lilás, virando-se.
“O que você tá...”
Os lábios com gosto de álcool a calaram.
...”
Ele moveu-se sob o seu corpo, prendendo-a no colchão, enquanto a beijava.
“...Você bebeu.”
“Shhh! Vai acordar o idiota do .”
o empurrou, erguendo-se.
“O idiota é o nosso pai! O que você tá fazendo no meu quarto e bêbado?”
puxou o cabelo para trás, pondo as pernas fora da cama.
“Escalei a sua janela. Estive na casa do Dean antes de vir aqui. Achei que a bebida fosse me ajudar a esquecê-la para que eu pudesse dormir em paz.”
“Beber não é a solução.”
“Diga-me qual é, então. Diga, e irei busca-la.”
“Não a tenho.”
“Desculpe acordá-la. Foi difícil não sentar ao seu lado e segurar a sua mão hoje. Perguntaram se havíamos terminado, , e escutar isso foi como torturar os meus ouvidos. Eu não soube respondê-los... E é um do motivos pelos quais no seu quarto.”
não o olhou quando ele virou o rosto.
“Estou terminando com você.”
A lágrima escorreu pela face da garota, fazendo-o erguer a mão, no intuito de limpá-la, mas sendo detido.
“Não me toque.” Enxugou. “Está terminando algo que nem ao menos começamos?”
“Nunca precisamos de rótulos.” Desviou o olhar. “Vou encontrar Andrei em Santa Mônica, na quinta-feira. Já prestei os exames finais. Tentarei uma bolsa pra Princeton e desisti de Munique, porque não era o que eu queria.”
“O teste de DNA foi marcado para amanhã.” Avisou baixinho.
“Estarei lá.”
“Não tenho vontade de conhecer Tessa.”
“Não tenho vontade de falar com ...” Nasalou. “Com nenhum dos dois, na verdade. Por isso vou visitar Andrei.”
deitou.
“Durma, já vou embora.” Levantou, beijando-a na testa. “Bom dia.”

***

“Aqui está o resultado.” O enfermeiro disse, entregando-lhe um envelope.
rapidamente abriu o lacre e conferiu, por te conhecimento na área de genética, o que estava digitado ali. Tessa, de braços cruzados, em pé, observava-o com curiosidade.
Negativo.” Suspirou. “Como eu sempre soube. Você engravidou de Andrei quando me traiu com ele!” Exasperou, empurrando o papel contra a mulher. “Por isso pediu tão depressa o divórcio, achando que só uma criança para segurar um homem... Maldita hora em que me casei com você! não merecia nada disso e nem o seu filho!”
Tessa conferia o resultado do teste.
“Lamentar águas passadas é perca de tempo, . , queira ou não, é a minha filha!”
“Ela não quer ver ou falar com você. Você foi apenas a barriga de aluguel.’’ Retirou-se do corredor.
Tessa avistou saindo da sala ao lado e mexeu em seu cabelo, vendo-o esquivar-se.
“Já que não é o meu pai, como você mentiu de novo, estou indo visitar o meu verdadeiro pai.’’
“O que disse?”
“Estou embarcado para Santa Mônica. Andrei estará me esperando no Aeroporto.”
“Vai me abandonar?”
“Não seja dramática! Talvez eu sinta pena, o que você não sentiu ao me jogar no mesmo colégio que e não ter dito que éramos irmãos quando eu admiti que gosto dela!” Gritou repentinamente, e os pacientes da ala o observaram. “E volte. Talvez.” Deu-lhe as costas.

Oh, Everyday, oh, everyday!” O coral, que cantaria no último dia de aula, havia se reunido no palco do auditório, testando o vocal e todos os grupos.
Ryan e Jas conseguiram animar e fazê-la participar da organização do baile de primavera, mesmo não podendo estar presente no dia. passara por lá, mais cedo e afastado, despedindo-se dos amigos, e avisou que faria o último trimestre em um colégio de Santa Mônica, pois estava precisando do pai. Eles não se falaram, evitando constrangimentos devido a noite anterior. Pelo visto, notou, o resultado do teste de DNA havia dado negativo. Eram meio-irmãos.
Keep the faith... Everyday!” Jas cantou, soltando a sua voz aguda perto de .
“Oh meu Deus!”

Os últimos exames, para quem estudava no decorrer do ano, costumavam ser os mais fáceis devido ao fato dos estudiosos terem alcançado a média e estarem despreocupados. Mas, para era o mesmo ritmo: madrugadas sob livros, lápis atrás da orelha, papéis rabiscados com resumos, decoreba, fórmulas e raciocínio ligeiro, além de ansiedade. queria uma vaga em Cambridge, Yale ou Columbia. Queria formar-se em Direito e tornar-se diplomata.
Fazia quase um mês desde que o ritmo de ensaios aumentara e sempre estava no meio, ajudando. Em casa, a sua relação com progredia aos poucos; quando ele comentava ou perguntava-lhe algo, respondia em seguida, mas não iniciava diálogos. Tessa não tentara entrar em contato, e a garota não perdia tempo questionando, já que, segundo o seu pai, ela estava de volta porque queria reatar o casamento deles.
“Marcou que letra na terceira questão?” Ryan perguntou, sentando-se no banco do corredor, depois da prova.
“D. E você?” Jas respondeu.
O garoto coçou a mandíbula.
“B, droga!”
“Marquei letra A. Alguém tá errado.” disse.
“Vamos perguntar ao nerd.”
“Ele não vai dizer.”
“Vamos conferir o resto.” Abriu a mão rabiscada, fazendo Jas sorrir.

“Quem não cola, não sai da escola.” Explicou.
“Quem cola, não vai pra frente.”

Certa vez, no último mês de aula, Jas sentou-se ao lado de no degrau da escada, avistando o pátio.
“Vou sentir falta daqui.”
“Eu, não.” retrucou.
!”
“Sentirei falta dos amigos que fiz aqui dentro, mas não do colégio. Chega um momento em que você quer apenas descansar a mente antes de ter que dividir um alojamento e ir para a faculdade.”
“Estou contente em ter encontrado vocês.”
“Sinta-se sortuda por ter dividido quatro anos da sua vida comigo.”
“Eu diria que é ao contrário porque, se paramos para analisar, céus, , você como caloura passaria o ano inteiro excluída!”
“É verdade.” Sorriu.
“Quem vai me ligar às seis da manhã para perguntar se vou pra aula?”
. E quem vai sentar atrás de mim para pedir as respostas?”
“Uma tal de Jaz...”
a empurrou.
“Você é uma das primeiras que sentirei falta.”
Jas a abraçou de lado.
“Melhor dupla!”
“Obrigada, Jas, por tudo!”

***

No dia 18, baile de primavera do East High, Ryan havia chegado mais cedo que todos os alunos para dar os últimos ajustes na festa de despedida. Pela manhã, colavam grau no campo do colégio; estavam vestidos a caráter com as becas na cabeça e sorrisos nos rostos. levara as correspondências de para que ela visse onde estudaria no ano que vem. Conor não voltara de Santa Mônica, e a garota achava que, provavelmente, não o veria tão cedo, mesmo que o trimestre tivesse acabado.
“Falta esta caixa.” disse, aparecendo na varanda de casa, com mais utensílios para a viagem.
“Passaremos meses lá?” Estranhou.
“Não, mas é melhor prevenir.”
“Gosto da ideia de descansar antes de ir pra faculdade. Afinal, Santa Mônica é onde eu nasci, não é?” Pôs a bolsa no porta-malas.
“Sim. Moramos na cidade até os seus três anos.” colocou a caixa e fechou a porta. “Não está chateada por não ir ao baile?”
“Pai.”
“Ele é o seu irmão, e isso não muda.”
“Não quero falar a respeito.”
“Sabe que se eu pudesse voltar atrás, faria, não é?”
assentiu.
deve estar em Santa Mônica, então existe a probabilidade de vocês se encontrarem.”
“Há tantos lugares para ir... E ele tá voltando hoje, pelo que soube com o Chad.”
“Se o perguntou, é porque está interessada.”
“Ele é meu irmão, e isso não muda.” Repetiu as palavras dele, ríspida.
levou as mãos ao bolso da calça.
, não existe nenhuma proposta de trabalho.”
“Como?” Franziu a testa.
“Inventei essa história porque não queria que ficasse perto de , para que não sofresse.”
“Você mentiu...” Encostou a testa no carro. “Jas tinha razão.”
“Para o seu bem, querida.”
Ela bateu freneticamente no vidro, enquanto os punhos ficavam doloridos, e seu pai a segurou.
“Calma.”
soltou um grito, em meio ao soluço.
“Vai ficar tudo bem.” Sussurrou.
“Solte-me...”
, fique calma.”
A garota desvencilhou do seu braço, correu para dentro da casa, pegou o taco de baseball do seu pai, e saiu às pressas.
“Preciso da chave do carro.”
“Para onde vai? O que vai fazer com isso?” Apontou para o taco.
Trêmula, sacou o celular do bolso, descendo a barra de rolagem, e discou o número de Taylor.
“A chave.” Pediu.
O homem esfregou o rosto.
“Vou com você aonde quer.”
“Não!” Gritou. “Só dê-me a chave! Farei isso sozinha!”
“Você está nervosa...”
“Tudo bem.” Respirou fundo. “Taylor está chegando, ela vai me dar uma carona.”
Minutos depois, um veículo prata parou no meio-fio e buzinou, fazendo acomodar-se rapidamente no banco do passageiro.
“Leve-me à casa de .”

---

desceu na calçada, andando cautelosamente pelo jardim dos , agachando-se entre as plantas quando imaginou ter visto Tessa falar ao telefone na sala. Furou todos os pneus do carro vermelho, provavelmente caro, que estava estacionado no portão da garagem, e ergueu o taco, dando a primeira tacada no vidro do motorista. Os cacos se espatifaram, causando barulho, e o alarme disparou. Deu a volta, quebrando a parte frontal; batia com força, raiva e dor, em algo valioso para Tessa, como se estivesse tirando dela, da mesma maneira que ela havia tirado algo de .
Taylor estava em seu carro, esperando.
ergueu o taco mais uma vez, e Tessa apareceu, os olhos arregalados.
“O que fez, deliquentezinha?” Exasperou. “Vou chamar a polícia!”
A garota segurou firmemente o objeto, levantando-o para bater nela, e, ao escutar a voz do pai lembrando-a que era a sua mãe, deixou-o cair.
havia chegado a tempo e a abraçou pelos ombros.
“Não a agrida.”
“Eu odeio você!” Gritou para a mulher. “Odeio!”
Tessa crispou os lábios, sentindo o que dizia a atingir.
“Odeio...” E a voz foi apenas um murmúrio antes do corpo cair para trás.

---

, abra os olhos.”
A garota respirava com auxílio dos aparelhos, a visão embaçada.
“Graças a Deus, você acordou.” disse e sorriu.
“Onde estou?”
“No posto de saúde. A sua pressão baixou devido ao nível de stress.”
“Que dia é hoje? A nossa viagem...”
“18. Não iremos viajar, a menos que queira. Você pode ir para o baile de primavera. É o último dia no colégio, afinal de contas.”
“Vou para a Universidade de Cambridge.”
Ele estranhou.
“Decidiu enquanto dormia?”
“Sim.”
“Então, está bem, mas resolveremos a mudança depois. Descanse agora.” Beijou-lhe na testa. “Tive medo de perdê-la. Nunca mais faça isso.”
“Prometo.” Fechou os olhos.

***

Jas e Ryan dançavam no meio da pista de dança após terem insistindo para que acompanhasse-os. Ela alegou que estava recuperando-se do mal estar e logo mais os encontrariam. Permaneceu sentada à mesa, observando os casais, os amigos divertindo-se e a decoração do ginásio. Era o último dia da turma de 2015 do East High.
E ela queria desesperadamente ver .
“Oi” Taylor sentou-se na cadeira ao lado.
“Oi. Obrigada pela ajuda.”
“Você quebrou o carro dela, garota!” Sorriu. “E me sinto muito bem em ter visto aquela cena.”
balançou a cabeça.
“Você está esperando-o, não é?” Chad perguntou. “Afinal, ele é o seu acompanhante.”
“Ele vem?” Franziu a testa, esperançosa.
Chad retirou o celular do bolso do paletó, mostrando-a a mensagem do amigo.

O voo atrasou, então acabei mudando de ideia. Voltarei na primeira semana do ano para buscar os meus pertences na casa de Tessa. Bom baile!

terminou de ler, calada.
“Mas você pode aproveitar com a gente.” Taylor disse.
“Prefiro ficar aqui, recuperando-me do mal estar.”
“Tem certeza?”
“Tenho.”
“Vamos dançar, Chad.” Puxou o namorado. “Venho daqui a pouco.”
“Vai lá.”
comeu o último salgado antes de levantar-se para ir embora, depois de meia hora entre os puxões de Ryan e Jas e as voltinhas no ginásio. Andou entre os estudantes, chegando à saída do local, quando foi abordada por um sujeito com aparelho.
?”
“Eu.”
“Isto é seu.” Entregou-lhe um colar com relógio como pingente.
“Não é, não.”
“Tenho certeza que é seu. Se eu fosse você, daria uma olhada no horário e o abriria.”
olhou as horas, e eram 23:55p.m., abrindo a parte de trás.
Can I Have This Dance?” Leu as letras minúsculas. “Dançar com você? Meia-noite?”
O jovem sorriu.
“Não é um presente meu. Você esqueceu na mesa em que estava sentada, foi o que disseram. Sou um dos seguranças da festa.”
“Mas eu não trouxe este colar...”
“Bom, alguém a espera para uma dança.”
“Onde?”
“Aí não sei.” Afastou-se.
segurou o vestido, observou o espaço lotado e saiu do ginásio, atravessando os corredores até chegar à frente do pátio.
No último degrau, sentado de costas, havia um garoto vestido com smoking. Os olhos dela encheram d’água.
Ele levantou, caminhando para longe dali, e, assustada por perdê-lo de vista, foi atrás.

(Coloque para tocar)

Take my hand, take a breath
Pull me close
And take one step
Keep your eyes locked on mine
And let the music be your guide


O garoto entrou na estufa, voltada para aulas de Botânica, e deixou a porta aberta, ciente de que estava sendo seguido. Colheu um buquê de rosas brancas, respirou fundo e virou-se.
Era quem imaginava.
O cabelo cortado e a barba no rosto, parecendo mais velho.
“Achei que nunca fosse parar de andar” reclamou, vendo-o sorrir.
“Como está sentindo-se?”
“Surpresa.”
“Gostou do colar?”
“É muito bonito, obrigada.” Tocou o pingente.
“Trouxe de Santa Mônica.”
Ela assentiu.
“Soube que quebrou o carro da nossa... De Tessa.” Consertou.
“Ela é a nossa mãe, .”
O garoto aproximou-se, entregando-lhe o buquê, e tocou o seu rosto.
“Pode me abraçar sem medo.”
a abraçou.
“Senti a sua falta.”
“O que são 90 dias para quem tem a vida inteira pela frente?”
“Esta noite é tudo o que temos.”
“E as próximas noites também. Você é a minha família.”
Ele afastou-se e ergueu a mão.
So can I have this dance?”

Won't you promise me
Now won't you promise me
That you never forget
We'll keep dancing
To keep dancing
Wherever we go next


“Sem música?”
“Use a imaginação, . Nela, podemos ser o que quisermos.”
Movimentavam-se de um lado ao outro, devagar, e todos os acontecimentos deste ano, passando como um curta-metragem em seus pensamentos.
“Você vai mudar-se para Santa Mônica?”
“Irei para Princeton.”
“Conseguiu?!” Apertou os braços ao seu redor. “Bom trabalho.”
“Obrigado. E para onde a senhorita vai?”
“Cambridge.”
“Do outro lado do mundo.”
“Quanto exagero! Só precisa pegar um voo e sem escala.”
riu.
“Está escutando a música no ginásio?”
Won't you promise me (Quero que me prometa)” Cantarolou.
Ele a girou.
Now won't you promise me that you never forget (Agora, quero que me prometa que você nunca vai esquecer)”

It's like catching lighting
The chances of finding
Someone like you
It's one in a million the chances
Of feeling the way we do
And with every step together
We just keep on getting better


“É como ser atingido por um relâmpago, as chances de encontrar alguém como você...”
“...É uma em um milhão a chance de nos sentirmos do jeito que sentimos.”
“Quando estamos com essa pessoa.” completou, saindo da letra da música, e sorriu.
“Temos que tentar encontra-la.”
“É o que nos resta.” A ergueu, rodopiando.
entrelaçou os dedos nos dele.
“Já falei que você foi a melhor coisa que me aconteceu há dois anos? Porque você foi.”
Paravam de movimentar-se.
“Obrigada pela dança.”
“Obrigado por te dançado comigo.” Beijou-a na testa.
puxou-o pela mão.
“Vamos para o salão. Há muita gente querendo vê-lo.”
Seguiram lado a lado pelo pátio até subirem as escadas, quando a deteve.
“Espere, você está muito bonita.” Olhou o seu vestido.
“E...?”
“Alguém pode dar em cima de você.”
Irmãos.” Murmurou, andando na frente, e ele teve que apressar-se para alcança-la, resmungando algo.
As mãos foram dadas, sem se importarem, enquanto seguiam pelo corredor.




Fim



Nota da autora: Tão difícil, muito difícil usar essa música. Mentira! Se as minhas histórias não tiverem drama, não são minhas histórias. Eu tive que forçar a barra pra conseguir escrevê-la porque esses dois <3
Leiam as outras fics, HSM merece! Valeu a todas que toparam participar do ficstape e enviaram as fics! Arrasaram, meninas!

Beijos,
Ray.



Nota da Beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus