13. marjorie

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Finalizada em: 17/07/2021

Prólogo – O QUE QUEBRA O SEU HERÓI?

Pelas ruas de Central City, O FLASH só deixa para trás criminosos algemados e rajadas de ar. Ele está mais empenhado do que nunca, o número de presos aumentando a cada minuto, os crimes diminuindo a cada segundo. Mas os cidadãos não sabem o PORQUÊ… Acreditam que é apenas sua alma virtuosa, como se ele vivesse apenas para salvar a cidade. Ele é ovacionado e todos os jornais publicam sobre o salvador mascarado, até erguem uma estátua em sua homenagem, mas o Flash não aparece na cerimônia de inauguração.

O que faz um herói?
Alguns dizem que é o desejo puramente altruísta de ajudar, normalmente englobado por uma empatia destinada a pessoas que nunca viu antes na vida, mas pelas quais morreria para proteger. Outros apostam na reserva interminável de esperança para formar um salvador. Os mais realistas, adicionando um pouco daquela pseudo psicologia de boteco, teorizam como um passado trágico que cria o benfeitor. Existem também os céticos, que apontam a visão heróica como isso: uma visão de ouro, aperfeiçoada pelos olhos de quem vê, ou seja, apenas uma ilusão moldada pela velha necessidade humana de ter algum guia para seguir, alguém para colocar em um pedestal – que mostre que eles podem ser melhores, e que, de alguma maneira, se conecte com eles.
Tudo isso é parte de ser um herói, mas não é o que realmente faz um herói. Essas caraterísticas são como as estrelas no céu, o programa da televisão, o folclore mitológico ou as palavras de um amante. Qual a relação entre essas especificidades? Cada uma delas precisa de um denominador comum para existir, um espaço. As estrelas precisam do céu escuro, o programa precisa da televisão, o folclore precisa do mito e as palavras de um amante precisam de ouvidos bem abertos.
O que faz um herói é simplesmente como alguém decide preencher o espaço de si que a vida arrancou e devorou com um sorriso pesaroso. O que ele vai fazer com esse buraco? O que vai colocar ali, como isso vai impulsioná-lo, como o sangue deixa derramado e se torna uma seta apontando a direção certa?
Um herói é como alguém lida com a perda, acima de todas as coisas.
Pela maior parte da vida Barry Allen, ele foi chamado de herói. Primeiro por , Joe e Henry, pelo jeito com que ele lidava com a morte da sua mãe, a coragem de continuar gentil cravada em seus ossos, semelhante ao desejo de continuar bom mesmo ao ter todas as cartas dados para justificar uma trapaça. Depois, o título dito pelas bocas de Harry, Cisco, Caitlin e Joe novamente, por ele ter ganho poderes e decidido ajudar sua cidade, simultaneamente devolvendo um pouco da vida que os trabalhadores que restaram de pé nos laboratórios STAR tinham perdido na explosão do acelerador de partículas – na verdade, Barry sempre teve a habilidade de levar vida para onde quer que ele fosse. Com Joe e depois de Francine ter deixado eles, ele transformou aquela casa em um lar. Com Cisco e Caitlin, ele lembrou pelo que eles deviam lutar, mesmo que Harry não fosse realmente Harrison Wells e, sim, o sociopata que matou sua mãe. Até seus inimigos riam sobre como ele era um herói bonzinho demais. E então, através de de novo, não como sua melhor amiga ou como colegas recém conhecidos que ainda estavam estudando seus poderes, mas como a primeira pessoa que acreditou nele. A primeira pessoa que ele salvou. A fé inabalável que -Allen tinha nele, com ou sem a máscara, sempre o deixava sem fôlego, com o coração correndo tão rápido quanto, bem, ele. Tinha que ser ela, claro que tinha. Era como se todo seu destino mostrasse o nome dela nas entrelinhas, não importava como, era sempre ela. E publicou sobre ele, a imagem benevolente e a narração heróica sobre os seus atos se expandindo sobre toda a Central City.
Ele se sentia como um herói, ele era um herói.
Agora, o Flash já não tem tanta certeza se merece seu manto. Mesmo com o raio em seu peito, o símbolo que deveria ser sua catedral e a eletricidade percorrendo suas veias como se sempre estivesse suposta a estar ali, Barry não sabia como ser um herói. Dessa vez, ele não conseguia fazer algo inspirador com o pedaço arrancado dele de dentro para fora. Ele não conseguia preencher o buraco aterrorizante com palavras bonitas e lendas sobre como continuar por um bem maior, como seguir em frente e continuar tentando. Não dessa vez.
Esse luto era como uma doença que infectou todo seu corpo. Seus ossos, seu coração, sua cabeça, sua alma quebradiça. O que tinha sido tirado dele, a maneira com que escapou das suas mãos como uma taça cara de vinho e se despedaçou no chão. Aquela dor era desumana. E quase fazia um tipo de sentido indesejável e irônico, porque ele nem se sentia mais como um ser humano. Tudo que Barry era, tudo que ele já amou na vida tinha morrido diante dos seus olhos, então, ele também estava morto. A diferença era a respiração irritante que não deixava ele ser confundido por um fantasma, apesar dele só viver pela melancolia e causas perdidas. O rosto pálido, a postura de um desistente desesperançoso, seus olhos sempre molhados e boca seca. Não havia uma pessoa que pudesse adivinhar que ele foi o homem que salvou o mundo.
O herói de Central City pensou que já havia passado pela sua grande perda. Você sabe, aquela perda que te marca de uma maneira tão profunda que se torna parte de você. Um doer que se esgueira quando você está lavando os pratos distraidamente, ou que se torna esganiçado nos feriados, e que sempre vai estar lá, tão gritante e perseverante e resiliente e sufocante quanto o amor.
Não há nada mais presente do que a ausência, principalmente de pessoas que perdemos. Demorou anos para que a perda de Nora Allen fosse superada – um termo que é usado mais para embelezar o processo do que qualquer coisa, realmente. Não se supera a morte de algo dentro de você. Você simplesmente aceita andar por aí com um pedaço do seu coração morto dentro do peito, se acostuma com o cheiro apodrecido e compreende o peso extra como uma lei gravitacional, algo além de você e sem questionamentos. Porém, Barry conseguiu aceitar o que tinha acontecido, ele entendeu depois de mais de uma década tentando enrolar sua mente ao do assassinato da sua mãe. E então, ele perdeu seu pai, depois a si mesmo dentro da força de aceleração por meses, e assistiu a sua própria filha desintegrar-se como se ela simplesmente fosse um erro a ser corrigido na linha do tempo.
Ele não teria conseguido ultrapassar tudo isso se não fosse por . Ela tinha sido seu porto seguro desde a primeira lágrima derramada, com seu sorriso de lantejoulas e palavras tão puras quanto uma reza, que sempre lhe dava algo em que segurar. Ela sabia quando enxugar seu rosto e dizer para ele levantar e correr, ou quando só acalentar ele em seus braços através da avalanche. era seu templo, sua esperança, sua moral e seus sonhos. O amor da vida dele, a eletricidade que percorria suas veias antes mesmo do raio atingi-lo. O jeito que ela amava o mundo ricocheteou nele tantas vezes, o modo com que ela acreditava devotamente quando ele estava exausto. Ela era o que guiava ele de volta para casa, céus, ela era o que casa significava.
Ele amou ela antes de saber o que a palavra amor significava.
E ela estava morta.
Como ele deveria ser capaz de lidar com isso? Não era possível.
Mas tudo bem. Essa não é uma história sobre o que faz um herói, não. É uma história sobre o que é preciso tirar de um homem para destruir qualquer resquício heróico dentro dele.
O que é que quebra um herói?


Edição #1 – VOCÊ SÓ PODE CORRER ATÉ CERTA DISTÂNCIA

Como um cometa terrestre, O FLASH corre pela Central City. Mas a história de hoje vem antes disso, porque nem o HOMEM MAIS RÁPIDO DO MUNDO pode correr do PASSADO.

Barry Allen conhece a dor tão bem quanto as estrelas conhecem a escuridão. Na verdade, se estivermos entrando no ramo astronômico, sempre comparou ele com o sol – e ele quase concordava, em uma certa perspectiva.
A angústia que Barry sentia sempre foi como o sol: avassaladora, arranhando seus dia a dia, queimando-o de dentro para fora, derretendo quem ele era em carne e alma. A cada dia, a cada segundo, uma nova explosão que reverberava pelos seus ossos e os tornava mais frágeis. Ele sabia que tinha um tempo, um tic tac disfarçado no plano de fundo, que diria quando chegou a sua hora, e cada raio solar deixava ele mais perto do ponto de ignição para desmoronar em sua cronologia.
, no entanto, sempre disse que ele era como o sol: tão acolhedor, brilhando enquanto estava em chamas como só um milagre poderia. Ele era a única estrela em seu sistema solar capaz de brilhar dia e noite, grande e gentil. Barry era manhã ensolarada dos verões, o calor que aquecia e não queimava, a alegria simplesmente havia achado um lugar à mesa com ele, sentada em frente a um prato inesgotável de esperança.
Mas, agora, ele acha que ambos estavam errados.
Talvez ele fosse realmente o sol. Não no sentido das fagulhas dentro dele ser calamitoso, não no significado original, pelo menos. Nem sua queima era tão dócil, como havia proferido tantas vezes, até em seus artigos para o The Citizen. Barry não era um lar quente e seguro, mas ele também não era uma casa em chamas.
Ele era o fogo. A fome incessante de abocanhar o que quer que estivesse diante de si, apenas para tentar substituir algo perdido, para encher o buraco negro em si. Os astros cintilantes tem as chamas dançando em si como um sinal de nascença, entretanto, o fogo só quer comer. Sendo que é claro que não dá para encher um buraco de minhoca, você continua jogando coisas ali, esperando que em algum ponto aquela passagem negra esteja farta e começa a vomitar o tudo até que você consiga o que perdeu ali. Até que ou você se joga lá, ou você entende que algo escapou e não vai retornar para os seus braços vazios. É a essência de muitas coisas, da vida até o luto, principalmente da barganha. Pode incluir fé cega.
Você só pode correr até certo ponto antes de bater em alguma coisa quando está constantemente olhando para trás.
E, às vezes, o fogo pode começar como uma faísca, e nem é possível imaginar o incêndio que aquilo vai causar. Estamos acostumados com dramas escandalosos. Todavia, as grandes perdas podem começar com pequenas tragédias. E as pequenas tragédias podem ocasionar grandes perdas.
Bartholomew Henry Allen aprendeu a primeira parte desta lição quando tinha onze anos.
— Mãe? — ele chamou a atenção da mulher ruiva de olhos azuis gentis, os quais encaram seu primogênito com curiosidade. Ele tinha a mesma expressão que Henry, seu marido, quando estava prestes a dizer que pegaria um turno extra no hospital e não poderia aparecer para o jantar. — Eu posso pegar a revista do Papa Léguas? É uma nova edição.
— Claro, meu amor — Nora correu os dedos pelo cabelo do filho, o sorriso animado de Barry refletindo no seu rosto. Ela queria que ele fosse feliz assim para sempre. — Eu vou pegar algumas frutas, você pega a revista e a gente se encontra no caixa, tudo bem?
Ele assentiu com veemência. Além de conseguir sua revista em quadrinhos predileta, sua mãe também tinha confiado nele para ir pegá-la sozinho. Em sua mente infantil, aquela era uma grande responsabilidade. O Allen mais novo quase se sentiu como o Homem-Aranha.
— Certo, mãe. Obrigado! — ele soltou uma das mãos dela, virando-se para correr em meio a tropeços até a sessão onde guardavam os quadrinhos, quase um quiosque improvisado.
De longe, Nora Allen aumentou um pouco o tom de voz risonho ao dizer:
— Vá rápido, Barry!
Apesar disso, o futuro velocista escarlate não foi rápido o suficiente. Assim que ele parou no lugar cercado pelos mais diversos quadrinhos e revistas, uma outra pessoa saiu de lá com o último exemplar do Papaléguas. Em seu mundo de criança de 11 anos, aquilo era quase o apocalipse, pior do que perder a feira de ciências ou não ter sorvete depois do jantar.
Quando não se conhece a dor, qualquer arranhão parece uma cicatriz. Sorte de qualquer maneira, ele rastejou até o caixa com um bico infantil nos lábios e braços cruzados.
— O que aconteceu? Não tinha mais a revista? — Nora perguntou por cima dos ruídos do caixa ao passar seus itens quando seu filho chegou. Barry assentiu, soltando um suspiro frustrado.
— Alguém pegou o último.
— Na próxima semana, você consegue o de hoje e o mais recente de uma vez — ela tentou confortá-lo com um curvar de lábios.
— Mas mãe, assim todo mundo já vai saber o que acontece antes de mim — Barry soltou os braços com um bufo.
A mulher fitou-o com diversão, aquele tipo de olhar que alguém sábio dá quando tem certeza de que seu pupilo vai entender algo importante. Não é pretensioso como um ”eu sei mais do que você”, apenas gentil nas entrelinhas do “você vai saber melhor”.
— Mas eles não vão ler e entender igual a você, lembra quando você descobriu quem era o vilão antes de todo mundo na edição passada?
Barry assentiu, a sombra de um sorriso se formando em seu rosto.
— A disse que eu daria um bom detetive.
— Exatamente — Nora piscou para o pequeno, inclinando-se um pouco. — Além do mais, nem vai ter que esperar pelo próximo desse jeito, não é bom?
— Acho que sim — ele disse com um leve franzir do cenho. Sua mão na bochecha de Barry, acariciando com carinho que só podia ser materno. — A vida sempre arranja um jeito de te recompensar, meu menino de ouro.
Mais tarde, o Reverso iria matá-la. Assim, transformando o dia que começou com uma pequena tragédia, como não conseguir comprar seu quadrinho, em uma grande perda. Barry Allen sempre pensou que era assim: grandes perdas começando com pequenas tragédias, a grandiosidade sendo plantada e brotando em um dia que começou como normalmente. Ele entendeu isso como uma teoria científica com metodologia em seu viver, até 2020.
Porque no dia 21 de maio de 2020, às dez da manhã, perto do microssegundo para dez e alguma coisa, ele recebeu uma ligação. O toque do celular era o mesmo, ele estava no seu bom e velho laboratório, o céu estava um pouco nublado e ele estava terminando um experimento. Barry demorou exatos dois segundos para atender o celular. Ele sempre lembraria daqueles segundos, a eternidade para um velocista. Os últimos momentos em que ele foi feliz. Os últimos segundos que ele era um marido e não um viúvo.
Era uma um risco tão conhecido quanto um velho amigo que aparece na sua casa sem avisar: era uma jornalista investigativa, ela se metia em lugares inóspitos e ia procurando pelo perigo, mas o Flash sempre estaria lá para salvá-la. Ele sempre seria rápido o suficiente para ela. Quantas vezes Barry não tinha feito isso? foi a primeira pessoa que ele salvou com seus poderes. Ele sabia que o sacrifício se esgueirava para ele, mas não para ela. Ela sempre foi sua prioridade. E agora ela estava morta por um descuido que ele podia ter evitado.
Uma pequena tragédia que tem sua metamorfose em uma grande perda: para o jornalismo, para seu pai, para os seus amigos, para ele.
Em sua defesa, teorias são revistas e reestruturadas a todo momento, a constante da vida é o movimento, a mudança. Nem sempre as novas descobertas extinguem as antigas. Por exemplo, quando Galileu descobriu que a terra girava em torno do sol e não o contrário, dizendo que o planeta não era o centro do universo, isso apenas reiterou a astrologia. Pois, mesmo com essa mudança histórica, ainda existiam planetas e o sol.
Então, mesmo com a nova adição a teoria de Barry Allen de quanto sofrimento ele podia carregar, isso não tirava o peso passado das suas costas, apenas adicionava mais. Isso quebrava sua coluna, suas costelas perfuravam sua pele e sempre teriam os hematomas na sua alma, porém, ele tentou continuar andando, correndo com essa agonia por aí. Porque Joe dizia para ele fazer isso, seus amigos apoiavam ele para isso, a cidade contava com ele para isso, a força de aceleração dizia em seus sonhos para ir em direção a isso, e a voz da sua mãe dizia pra ele prosseguir. Além de tudo, porque ele sabia que iria querer isso. Sua crença nele e seu amor sempre deixaram o peso mais leve, ou talvez só deixasse seus braços mais fortes, mas agora que ela não estava aqui e tudo que ela deu era um eco em uma caverna, uma lembrança que assombra, até as coisas boas pareciam trazer ele para o chão. Tudo era pesado demais.
Atlas teria dito para ele desistir, sinceramente.


Edição #2 – TERMINE O TRABALHO

Algumas horas atrás, no galpão abandonado das empresas Queen na avenida 15th, um acordo PECAMINOSO entre dois criminosos acontece. O que eles não sabem é que a CORAJOSA e DESTEMIDA repórter -ALLEN estava gravando tudo...

— Não venha com essa, Penelope. Duas das minhas armas já valem o dobro da porra da sua droga — o homem ruivo fechou a maleta com força, encarando o alvo da sua raiva com fervosidade. A mulher, entretanto, não parecia se incomodar com seus escândalos.
— As minhas drogas vêm do Brasil, querido. Não tem uma coca mais pura — ela revirou os olhos, apontando para os sacos. — Sem contar que é tudo misturado com ervas naturais, sangue de meta humano e um pouquinho de ciência nerd. Você sabe como os bons cientistas do governos se vendem como sapatos em liquidação pelo preço certo, não é? Ou você acha que eu não reconheço as armas da polícia de Gotham que você tem aí?
Castor se moveu desconfortável onde estava, atônito pela rapidez perceptiva de Penelope. A maioria dos outros compradores confundiam seu produto com armas iraquianas.
— Não são armas da polícia de Gotham. São protótipos da polícia de Gotham que foram descartados por serem letais demais — ele cruzou os braços, ganhando uma risada anasalada da morena.
— E desde quando esse país se importa com a letalidade das armas? — ela zombou. — Especialmente Gotham.
Castor deu alguns passos em sua direção, seus lábios contorcidos em um sorriso vazio de qualquer coisa além de crueldade bruta. Como um sorriso podia parecer tão violento? assistia a cena, escondida atrás de algumas caixas, com seu coração errático, adrenalina manchando o seu sangue, mãos suadas e um celular gravando cada palavra dita pelos dois. Ela poderia se arriscar a tirar uma foto, mas a conversa seria mais comprometedora nesse ponto. Os traficantes de Central City, assim como os seus vilões, sempre falavam demais.
Até os ossos da repórter tremeram quando Castor se aproximou mais de Penelope, ficando a centímetros do seu rosto.
— Cuidado, Penolope. Posso achar que seu coração está amolecendo.
Um piscar de olhos, a traficante de drogas estava segurando o braço de Castor em suas costas, decidindo se quebrava ou não. Ela não tinha tempo para brincadeirinhas estúpidas e dinâmicas de poder que satisfaziam homens como ele.
— Não me ofenda, Castor — ela cuspiu, empurrando seu corpo. A morena cruzou os braços, cansada daquela conversa. — Tenho outros compradores interessados. Decida se quer meu produto ou se vai gastar a porra do meu tempo bancando o machão.
Ele apenas limpou a garganta, decidindo não contrariar a moça.
— Essas belezinhas foram aprimoradas por mim, tem maior alcance e velocidade, além de um campo magnético que conecta três balas de maneira remota e simultânea. E a munição conta como só uma bala — o ruivo se aproximou da mesa improvisada, que era um caixote velho, finalmente apresentando o produto com propriedade. Penelope assentiu.
— Então, quando atiro uma vez…
— Mais três balas vão direto para o alvo, mas contam como uma na munição — Castor acrescentou com orgulho, como se aquelas armas fossem seus filhos. — E todas as balas tem um registro diferente, os tiras vão surtar antes de conseguirem dizer que as três balas vieram do mesmo tiro.
não podia acreditar em como alguém poderia estar tão orgulhosa pela letalidade de uma arma. Escrever aquela história se tornava mais e mais necessário a cada palavra dita naquela conversa.
— Minhas drogas já vem com os próprios entregadores.
Ele fez uma careta.
-Allen sabia que Penolope era uma das melhores traficantes das Cidades Gêmeas, mas um delivery de drogas até depois de serem vendidas? Isso era outro nível de comprometimento.
— Não quero a sua gangue nos meus negócios.
— Não somos uma gangue, idiota — Penelope balançou a cabeça. — As drogas são altamento viciantes e alucinógenas. Trinta vezes mais que crack e duzentas vezes a mais que LSD, respectivamente. Nossa equipe é treinada para conseguir carregar isso pelos aeroportos e fronteiras sem se contaminar.
Puta que pariu, pensou para si mesma. Aquilo era o equivalente a dar um coquetel de drogas para as pessoas beberem por uma semana. E os efeitos colaterais de tanta química seriam imprescindíveis.
— Como? — Castor arqueou as sobrancelhas, acenando para os saquinhos cintilantes com a cabeça. — Elas são brilhantes e fedorentas, com certeza qualquer cachorro consegue cheirar nas checagens.
realmente precisava de uma foto agora. As pessoas não iriam acreditar na potência das armas ou das drogas sem ver que elas não eram normais.
Onde estava Kamilla quando ela precisava dela?
— Simples. Colocamos essas belezinhas dentro dos nossos corpos, embrulhadas em um saco.
— Posso fazer isso — ele deu de ombros.
— Não pode. O saco é só para ser expelido de uma maneira melhor depois. Tomamos uma outra droga para que o Sonho de Unicórnio não nos afete. Uma vez tomada, não dá para voltar atrás.
Alguns segundos de se gastaram em quietude até Castor oferecer a proposta inicial: — Trinta armas por cem pacotes.
— Cinquenta armas por cinquenta pacotes.
— Tá de brincadeira? São armas que podem ser rastreadas direto pra polícia. Isso tira atenção de vocês.
— A droga mais viciante do mundo. Seu mercado iria quadruplicar.
— Ok. Acordo fechado. Metade e metade — o homem estendeu a mão, mas ela apenas encarou seu rosto. — O quê?
— Não importamos para a América Latina. — Antes que Castor pudesse dizer algo, Penolope reintegrou: — É o trato.
— Tá bom — ele revirou os olhos e finalmente apertou sua mão. O acordo estava feito. Ao se afastarem, Castor sorriu com ironia. — Amostra grátis?
Penelope manuseou um dos sacos com cuidado, se colocando de modo que o vento não sopraria a droga no seu rosto. Ela abriu o recipiente com sua unha e jogou um pouco no chão. A fragrância ainda mais inebriante fora do saco. A morena pisou no na droga antes que o cheiro impregnasse.
— Pronto — ela bufou, aquele homem era realmente burro, ou apenas não entendia o significado de altamente viciando. Ela pegou um dos sacos e abriu, jogando o conteúdo no chão. Ele continuava a brilhar incansavelmente, assim como a área do cérebro iria. Ele pareceu satisfeito com aquilo. — Agora, atire.
Castor nem sequer pestanejou antes de agarrar a arma, mirar e atirar no céu, era a melhor parte. aproveitou a distração para encerrar a gravação e tirar as fotos, já que eles estavam distraídos olhando para o céu. Ela conseguiu algumas fotos dos dois de costas e de lado, da arma que Castor segurava e até de como um tiro se dividia em três. Apenas a droga de maneira específica não tinha sido fotografada, apenas o brilho proveniente do seu recipiente. Assim que ambos pareciam satisfeitos com as demonstrações, a repórter se encolheu em seu esconderijo.
— Nos encontramos aqui amanhã com os produtos? — ele perguntou, guardando a arma.
— Meia-noite — Penelope anunciou, pisando no resto do pó no chão com seu salto. — Tente não se atrasar.
Um alerta vermelho acendeu no cérebro de . Eles iam passar do lado dela para conseguir alcançar a porta, ela precisava sair daquele lugar sem levantar suspeitas. Temor e hesitação abocanharam suas entranhas, mas ela não tinha tempo para ficar com medo. Ela tinha que se salvar. A jornalista rapidamente olhou ao redor, os passar ficavam mais altos como um tic tac de relógios, até que ela viu uma viga detrás de uma parede. Era arriscado, mas o que mais ela podia fazer? Se ficasse, seria assassinada por queima de arquivo.
A repórter rastejou até a viga, segurando nela como se sua vida dependesse disso. E dependia.
Mais do que esperado, a vida normalmente depende da força nos braços mesmo.
O barulho dos passos e murmurinhos dos criminosos ficava mais alto, igual uma tempestade que começa com um chuvisco ou um tsunami que parecia uma onda. mordeu seu lábio inferior e tentou controlar a necessidade de sair correndo. Ela tinha que se manter firme se quisesse ter uma chance de sobreviver. Além do instinto natural de querer viver, havia também toda sua alma jornalística. Quantas pessoas poderia salvar se ela publicasse aquela história? Ela precisava.
O metal da viga enferrujada era frio ao toque, e ela estava segurando com tanta força que suas mãos estavam manchadas de vermelho e doloridas. Não dava para alcançar o telefone e chamar Barry sem cair. Os dois pareciam ter parado e estavam discutindo sobre uma reunião com investidores, como se drogas e armas fossem um negócio casual, o que claramente era naquele país. Ela não sabia por quanto tempo mais podia aguentar.
-Allen estava destruída. Então, como as coisas destruídas normalmente fazem, ela pensou em deixar ir. Porém, a imagem de Barry veio em sua cabeça, a luz passando pelas suas rachaduras. Ela pensou nele, no seu sorriso, em como ela a toca, na sua música predileta, em como ele acelera eles no meio da noite para pegar suas comidas prediletas, no jeito que seus olhos se iluminam quando ele fala sobre ciência e como sua alegria é contagiosa. Ela pensou em como eles tiveram três primeiros beijos e duas tentativas de casamento, além de um casamento; em como ele tentava ensinar a diferença entre Star Wars e Star Trek incontáveis vezes, em como ele a olhava com uma devoção de tirar o fôlego, em como ele era o único que comia sua comida e em como ele sempre voltou para ela. Ela pensou em como tinha tudo por ter ele, porque ele era seu tudo e ela o amava tanto e ele a amava imensamente. Ela pensou que esse era um bom jeito de partir, fazendo o que ela amava e ajudando o mundo. Ela pensou que queria poder beijá-lo mais uma vez, mas que estava em paz, enquanto caía em direção ao seu último destino na terra.
— Porra — é o que Jordan diz ao identificar a vítima: a filha do chefe de polícia Joe . De que maneira ele vai dar essa notícia para ele? Como ele deveria ter a coragem de chamar o CSI Allen para a cena do crime, quando é sua esposa que está no chão?
Ele suspirou, virando de costas para o corpo de . Não por desrespeito, mas por sensibilidade. Apesar de ter presenciado mais corpos mortos que vivos, era diferente quando era alguém que ele conhecia. Sempre é.
Jordan apertou o botão do rádio, apertando seus olhos para tentar diminuir seu nervosismo.
— Capitão na escuta.
Assim que ele ouviu a voz do seu chefe e colega, o policial não conseguiu segurar as lágrimas.
— Capitão , eu sinto muito…
Ele fez uma nota mental para ligar para sua filha mais tarde.
Joe sempre acreditou no que seus olhos viam. Perceba o caso de Henry Allen, ele acreditou que ele era culpado por anos. Como um Detetive e agora Chefe da Polícia, era bom ser um pouco cético quanto às coisas e sempre confiar nos seus olhos. Todavia, Henry não era culpado. E Joe não podia acreditar no que estava na frente dos seus olhos.
Sua filha, sua garotinha, estraçalhada no chão. Esmagada como se ela fosse uma folha de papel e não o motivo pelo qual ele se reergueu. estava morta. Seu pai presenciou seu nascimento, mas ele nunca achou que estaria vivo para ver o dia da sua morte.
E agora, o homem de moral inabalável e ossos de titânio estava curvado, sua figura parecendo tão frágil e fraca, vomitando seu estômago fora há alguns metros da sua filha, que não tinha uma parte do crânio por causa da pancada.
Ele era um policial, estava acostumado com a violência como algo casual, brutalidade era tão comum em seu trabalho quanto café. Afinal, o que você esperaria de uma profissão que tem armas como acessórios? Joe raramente se abalava, e nunca na frente dos seus colegas ou no meio de uma cena de crime. Mas isso? Isso era demais.
Era sua filha, pelo amor de Deus!
Parecia que o vermelho derramado saia dela, mas que ele estava sangrando também.
E havia uma mão nas suas costas, oferecendo apoio enquanto ele se erguia, apesar da vontade de permanecer de joelhos. Essa mão pertencia a Barry Allen.
Barry Allen, o homem que perdeu sua melhor amiga, sua esposa, seu pára-raios, o amor da sua vida.
Ele nunca superaria essa perda.
— Barry — Joe disse ao se virar para ele em uma voz embargada. Ele estava prestes a chorar, ele sempre estava prestes a chorar desde que soube que Irie morreu. O detetive tentou respirar fundo, colocando a mão no ombro de Barry. — Podemos chamar outro CSI.
Barry engoliu em seco, evitando os olhos de Joe por um momento antes de encará-lo. Todos os seus instintos gritavam para ele pegar o corpo de e correr daquele lugar. Para fazer algo de algum jeito e salvar ela. Que tipo de herói não conseguia salvar a sua esposa? A eletricidade dentro dele parecia estar aquecendo até o limite, como se tivessem colocado muitos aparelhos em uma tomada. Ele não parecia conseguir focar em nada, a não ser no fato de que sua alma tinha ido embora com a de . E em toda contradição, ainda não parecia que ela tinha ido embora. Pela primeira vez desde que ganhou os seus poderes, o mundo estava indo rápido demais para ele. Ainda assim, ele respirou fundo e respondeu.
— Eu sou o CSI da polícia de Central City, Joe. É o meu trabalho.
“Eu sou Barry Allen. Trabalho como CSI. O Flash é o meu alter ego. -Allen é a minha esposa”, ele repetiu em pensamento.
— Eu sei, filho. Mas isso não é só mais um caso. Não pra mim, não pra você — Joe disse com simpatia. O garoto havia perdido seu tudo. Apesar de se lamentar em agonia pela filha, ele sofria pelo homem que o viu crescer e o considerava um filho. Barry simplesmente mexeu a cabeça de um lado para o outro. — Eu só estou dizendo que aquela cena vai me assombrar para sempre, mas não precisa ser assim para você, Barry.
Eu sou Barry Allen. Trabalho como CSI no caso da morte da minha esposa. O Flash é o meu alter ego. -Allen era a minha esposa.
— E deixar um estranho cuidar dela, Joe? É a ! — Ele vociferou como se aquilo justificasse o trauma que impregnaria em seus ossos quando ele a olhasse. Sua voz tem uma fúria que não era nascida para Joe, mas para o mundo. Para si mesmo, por se achar um herói e não conseguir salvar a pessoa mais importante no multiverso para ele. Mas, isso? Isso ele ainda podia ajudar. — Eu preciso fazer isso. Eu sou Barry Allen. Trabalho como CSI no caso da minha esposa. O Flash é um super herói que não consegue salvar pessoas. -Allen era a minha esposa.
— Ok — é tudo que Joe responde antes de sinalizar para uma das oficiais ir até o que sobrou de . Ele acena positivamente para que a mulher levante a lona preta. Ela pressiona os lábios juntos e cumpre suas ordens. O olhar horrificado e quebrado de Barry faz ela desejar não ter feito isso.
Aquele homem nunca seria inteiro novamente.
O Flash, vestido na carne de Barry Allen, caí de joelhos na frente do corpo dilacerado do amor da sua vida.
Eu sou Barry Allen. Trabalho como CSI no caso da minha esposa, como no da minha mãe. O Flash é uma fraude chamada de super herói que não consegue salvar pessoas. -Allen era a minha esposa, meu tudo e agora ela está esmagada no chão porque eu não fui rápido o suficiente.
O herói de Central City encara aquela cena que só pode ser descrita como a sua própria danação, o sofrimento palpável e faminto pela sua pele. Ondas de pesar, raiva, barganha e negação atravessam duas veias como sangue… Mas como ele podia acreditar na fé cega da negação, ou de que tudo ficaria bem, se suas calças e as suas mãos estão manchadas com o sangue de ? E seus olhos são verdes, mas ele acreditaria que dissessem que são vermelhos porque é tudo que ele vê, jorrando de , do corpo pálido de porque ela era tudo e agora ela é um corpo no concreto fria do canto perigoso da cidade. Parte do seu crânio está longe da cabeça, como se fosse uma peça de quebra cabeça. Sua roupa está rasgada, sua pele macia repleta de marcas roxas e seus olhos fechados. Barry se lembra da manhã daquele dia, com os olhos fechados, enquanto ele a assistia dormir – o que parecia muito com observar seu próprio sonho. E então, seus olhos castanhos se abriram e ela o beijou e ele sabia que nunca seria tão feliz quanto quando estava olhando seus olhos se abrirem. -Allen nunca mais abriria seus olhos.
Seu corpo estava destroçado, e Barry aceitou que ele nem tinha mais um corpo; era tudo da dor agora. Ele sabia que o corpo frágil de não devia ser tocado porque ela era uma vítima, aquele cenário estava repleto de evidência (ele está tão cansado das pessoas que ele ama se tornando evidências). Não importa para sua mente bagunçada. Barry Allen se inclina e puxa a figura de para si. Os polícias ousam se aproximar, mas Joe os para. Antes mesmo de Joe os parar, o Flash se coloca no flashtime. Ele segura o corpo dela no seu, tentando passar um pouco do seu calor para ela, pois parece muito gelada. Ele tenta passar seu coração batendo para ela. Seu sangue está manchando ele e quando Barry descansa inocentemente sua mão atrás da cabeça de , tem um buraco. Porque ela caiu de cabeça no chão e tudo que ela protegeu era um gravador. Ela está morta em seus braços, mesmo quando o tempo corre normal de novo, ela ainda está em seus braços, enquanto tenta acalentá-lo. As vozes não passam de ruídos. Ela está morta.
A última vez que Barry Allen abraça -Allen, ele só está abraçando um corpo morto. Ainda assim, ele não consegue deixar ela ir.


Edição #3 – O QUE MORREU NÃO PERMANECEU MORTO

O FLASH corre pelas ruas de Central City com uma pressa imprescindível. É cedo, mas o dia já começou para o HERÓI. Ele para no Jitters, pega suas compras, paga e se vai, tudo em um PISCAR DE OLHOS.

Barry acelera para dentro do seu loft com sacolas nas mãos, ele tinha acordado e decidido a preparar algo para , mas não tinha conseguido se decidir o quê. Sacolas tinham o seu café preferido e seus brownies, além do cookie com que que ela estava obcecada ultimamente. Ele estava também cozinhou torradas, bacon, ovos e suco.
Não era uma data especial ou algo do tipo, ela simplesmente fazia ele querer fazer esse tipo de coisa. tinha esse efeito nele. Aliás, era uma manhã âmbar que acordou ele com seu ar gélido, amava essa época do ano em Central City, ele também; menos pelo clima e mais por sempre se aconchegar mais do que sempre nele.
Sem contar que eles sempre iam patinar no gelo nessa época do ano. Era uma tradição da família , que se tornou -Allen, que se prolongou para o Time Flash. A primeira vez que Joe levou ele e para patinar, Barry, que só tinha onze doze anos, passou o caminho todo reclamando, até no carro enquanto voltavam e quando estavam subindo as escadas, e escutou todos os seus resmungos. A cada ano, melhorava. Se tornava mais simples porque estava com ele, sempre indo além de onde seus pés podiam tocar, para o desespero de Joe. Ela provavelmente iria chamar todos para patinarem.
Ele sorriu para si mesmo, satisfeito com o que tinha preparado. Barry correu até o seu quarto e o de – às vezes, ainda parecia inacreditável. A garota por quem ele estava apaixonado desde os onze anos era sua esposa. Assim que o velocista abriu a porta do quarto, sua doce ilusão se dissipou. A cama estava vazia, assim como sua casa ou seu coração.
Ele sempre sentia a presença ao seu redor. Era tão forte quanto a religião de um devoto, ou a lealdade de um soldado em guerra. Sempre por perto com ele. Se ele não soubesse melhor, ele pensaria que ela ainda estava por lá, que ainda estava escutando-o e conversando com ele.
Mas Barry sabia melhor que isso. Ainda assim, ele sentia ela em todo lugar. Ela ainda estava em todo lugar. Alguns dias, ele se enrolava nesse sentimento como um cobertor e se deixava esquecer. Era parte do que fazia ele não ter conseguido continuar. Não curar, pois perder ela era uma ferida aberta que não cicatrizava e tudo remetia . Entretanto, ele tinha conseguido ir para frente segurando os pedaços do seu passado. Só demorava um pouco mais por conta do peso.
Mas como ele poderia seguir em frente se o que morreu não tinha ficado morto? Ela ainda estava viva, tão viva em sua cabeça.
As pessoas pensam que perder alguém é um sentimento mundial, no sentido de que, ao perder uma pessoa, será sentido o mesmo ao perder outra. Barry aprendeu que isso não era verdade. A dor de perder sua mãe e seu pai eram parecidas, não iguais, mas gêmeas. Porém, perder era diferente. Assim como ele sabia que Joe se sentia de maneiras diferentes com a perda de e de como ele se sentiria se Cecile morresse. Talvez esse fosse o maior problema. Ele não sabia como deveria lidar com esse tipo de corte, porque ele nunca teve que fazer algo assim sem . Ela sempre estava ao seu lado em momentos difíceis.
A solução de Barry era relembrar, até sua cabeça queimar tanto que ele desmaiava em meio a lágrimas e pesar. Era mais fácil, de um jeito que beirava o masoquismo, imaginar uma fantasia e montar uma moradia.
Em algumas noites, quando seu cérebro se cansava de estar entre de juntar um e se a outro e se e criar opções onde tudo terminava com um final feliz e pintar com nostalgia todas as memórias dela em sua mente, Allen imaginou se era assim que havia se sentido quando ele partiu para dentro da força de velocidade. Como se ele não fosse uma pessoa, mas pedaços quebrados e afiados de quem ele costumava ser. Aqueles hematomas estavam intrínseca em seu interior, fazia parte do seu DNA.
Ele se odiou um pouco mais por isso. Barry odiava ser o motivo da tristeza de em qualquer momento, mas, se o que ela sentiu parecia minimamente com sua rotina de purgatório emocional, com certeza ele devia ainda mais desculpas a ela.
Esses acontecimentos não eram só sobre perder alguém, era sobre perder parte de si mesmo. A dor de estar apaixonado por algo morto. O sofrimento deles não terem um amanhã e você sim. O desespero de não poder se jogar no caixão junto com eles.
— Nem mesmo o Flash pode correr do luto — Joe tinha dito semanas atrás, em um tom choroso, tão raro para aquele bom homem. — Às vezes, não correr é a coisa mais corajosa a se fazer, Barry.
Ele estava certo. Então, Barry Allen tentou honrar promessas antigas, ele tentou não deixar o sofrimento se tornar um visitante recorrente. Toda vez que ele acordava, ele colocava a mão no lado de . Toda vez que ele ia preparar o café da manhã, ele colocava um copo a mais de café. Toda vez que ele parava em frente a vitrine com brownies, ele comprava alguns. Toda vez que ele parava algum criminoso, ele esperava ouvir a voz de no comunicador, ou até entrava no seu jornal online ao chegar em casa, apenas para ver o nome de outra pessoa, Allegra, escrevendo sobre o ato.
O Flash tentou se contentar com a melancolia, reler o seu artigo não terminado um milhão de vezes sem alterar qualquer palavra até que ele postou porque era isso que ela iria querer. Apertar os olhos toda vez ao salvar alguém e imaginar o rosto de naquela pessoa, andar por aí com a sua aliança como se um casamento com alguém morta significasse alguma coisa, e sempre cair na esperança irrealista de chamar seu nome quando ouvia algum barulho de noite, como se houvesse a chance dela aparecer com aquele sorriso que era a imagem palpável do paraíso na terra, dizendo para ele voltar a dormir que ela estava preparando uma matéria e que ele poderia ser o primeiro a ler, porque Barry sempre era o primeiro.
Não era o suficiente. O trabalho dos sonhos como CSI, ser o herói de uma nação, sua família, seus amigos, sua casa, as pessoas que ele salvou, seu coração. O símbolo do raio em seu peito. Simples e assustador: a vida e toda a sua beleza gritante não eram o suficiente para Barry Allen sem , não quando ele sabia que poderia ter ela de volta.
O homem mais rápido do mundo olhou para sua cama vazia mais uma vez, uma última vez. Aquilo o fazia doente, ele estava morrendo aos poucos por se alimentar de sentimentos vivos de alguém morto. Ele queria tocar ela mais uma vez, abraçar ela mais uma vez, beijar ela mais uma vez, olha-la mais uma vez, amar ela mais uma vez. Mais a vez pelo tempo de uma vida. Ele estava cansado de viver com espíritos em sua cabeça.
O herói de Central City apenas andou até a cozinha, assistindo a mesa posta como se fosse um tipo de piada zombando da sua miséria. Ele parou na bancada de mármore, a mesma que tinha escolhido a dedo para o loft, porque merecia o melhor e sua primeira casa tinha que ser perfeita. Barry encarou o recibo lá antes de agarrar o pedaço de papel com um suspiro, abrindo a última gaveta de um dos armários para jogá-lo ali, uma mania adquirida pela sua esposa, que sempre dizia que tinha que manter um controle econômico de toda a comida que um metabolismo de velocista precisava.
Um sorriso involuntário surgiu no rosto dele, como se fosse uma rotina esquecida. Se ele fechasse os olhos, podia jurar que estava bem ali, proferindo aquelas exatas palavras com um ar risonho, enquanto se inclinava para beijá-lo.
Todavia, ela não estava. Então, seus lábios permanecem solitários, o recibo da compra em sua mão esperando para ser jogado fora, como as pessoas esperam que ele fizesse a esse ponto, e seus olhos esverdeados se abriram para um apartamento vazio. Fantasmas e nostalgia não mantêm a cama quente, eles esquecem de te avisar isso quando sua esposa morre e os pedaços do cérebro dele grudam no asfalto.
Ele engoliu em seco, arremessando o papel na gaveta. Todos tinham a sua assinatura e, claro, era uma coisa pequena, mas doía nele como no primeiro dia em que ele dormiu sem . Antigamente, na era dourada, ela costumava fazer as compras e ele cozinhava, porque sua esposa era o desastre mais adorável na cozinha. Barry sempre estava disposto a provar suas raras tentativas gastronômicas e fingir que eram um prato gourmet, mas, no dia a dia, ele quem cozinhava. Os recibos de compra sempre tinham a assinatura dela. -Allen. Anos de casamento e aquele nome ainda fazia ele questionar a realidade e como ele conseguiu ter tanta sorte. Agora, até os aspectos mais minúsculos tinham mudado, cada pedacinho dela tinha sido arrancado dele.
Ele devia ter mantido cada recibo da loja de conveniência, ele devia ter perguntado a ela tudo, perguntado a ela como seria depois que ela partisse. O que fazer com todas as suas roupas que permanecia no armário como se ela fosse retornar, o que dizer a todos os sonhos que ela deixou guardados para ele.
Barry Allen costumava ser um homem. Porém, ele finalmente quebrou, e o que era um mártir se tornou um monte de pedaços quebrados de alguém que salvou o mundo uma vez. Pedaços afiados que machucavam qualquer um que pudesse tentar recolher.
O Flash estava tão cansado, tão desesperado. Ele só queria agarrar o passado e fazê-lo seu presente. Ele só queria ela de volta, por todos os motivos altruístas e egoístas, porque perder alguém nunca é só sobre quem se foi, mas sobre o buraco que isso deixa em quem quer que fique.
É o que acontece quando você ama alguma coisa morta. Isso começa a te infectar, assim como você dá parte de si para isso. Você se sente um pouco morto demais, e quem morreu parece um pouco vivo demais. Barry estava exausto por amar alguém morto, e quem poderia culpar ele?
Não era algo que um herói faria, nem sequer consideraria. Na verdade, era um erro antigo que já tinha sido cometido, punido e perdoado. Ele prometeu para todos que nunca mais cogitaria algo daquele tipo, mas, se estamos no tópico de promessas quebradas, ele jurou que protegeria , que sempre correria de volta para ela. Outras promessas eram simplesmente irrelevantes quando comparadas com aquela.
Ele não sentiu algo heróico, mas ele sabia que era o único jeito.
Para Barry Allen, qualquer inferno seria melhor do que um paraíso sem ela. Então, ele só correu.


Edição #4 – O HOMEM QUE VIVE EM DESILUSÃO

As heróicas aventuras do VELOCISTA ESCARLATE são contadas todos os dias, mas você já ouviu a história do homem que vive em sua fantasia com a mulher que ele amava CONGELADA NO TEMPO?

Os seres humanos têm uma necessidade por uma borda como uma pessoa em uma piscina. Essa borda é composta por diferentes tipos de preenchimentos sociais: religião, moral, leis, ideais, amizade.
Em algum ponto, esses conceitos se tornam nomes e nomes se tornam pessoas.
Ideais era Joe , que sempre foi um homem de honra e moral impecável. Amizade eram todos que ajudaram ele ao passar dos anos. Lei era o que ele seguia como um CSI, mesmo que fosse um pouco diferente quando ele vestia o manto com um raio no peito. Amor da minha vida, para Barry Allen, tinha se tornado desde os dez anos. E ele se ajoelhou perante essa ideia por toda a sua vida, não importava o que acontecesse.
Ele nem mesmo precisa abrir os olhos para saber onde está. O cheiro do quarto continua o mesmo, a maciez do travesseiro também. O velocista tem plena consciência de que sua corrida pode ter acabado em outro lugar – não em outra terra desde a crise, mas em um espaço tempo diferente do que ele pretendia. Pelo menos, a familiaridade do quarto que ele decidia com o acalenta nesse momento.
Seus olhos esverdeados abrem com rapidez, raios brilhantes dentro deles pela adrenalina.
! — o nome sai da sua boca como uma súplica, enquanto ele vira o rosto apenas para encontrar a cama. Ele decide tentar mais uma vez, esperando algo além da quietude em retorno — ?
Quando ela não responde, Barry quase colapsa ali mesmo. Todos os seus órgãos parecem sufocar dentro dele, sua garganta fechando com o desejo de deitar ali e só chorar, assim como ele fez quando era uma criança e sua mãe foi assassinada na sua frente.
De alguma maneira, ele tem a coragem e força restantes para se levantar e andar pelo loft. Tudo parece o mesmo. Ele crispou os lábios em descontentamento, passando a mão pelos cabelos castanhos bagunçados.
“Talvez eu só tenha voltado para hoje mais cedo”, Barry considera enquanto anda até a cozinha. Em uma esperança boba e infantil, ele se inclina e abre a última gaveta.
Os recibos de compras, todos esbanjando a assinatura -ALLEN.
Deus, ele sabe que aqueles papéis baratos não valem nem um dólar, mas, para Barry, eles são obras de arte. O garrancho de mostrando a ironia dela ser uma escritora incrível com uma letra assim, a tinta que manchava alguns papéis, tudo diante dos seus olhos.
— Barry? — a única voz que ele morreria para ouvir nos últimos meses soou casualmente, uma pitada de confusão em seu tom.
Barry nem mesmo piscou antes de se endireitar imediatamente, encarando atônito, com olhos arregalados e um sorriso maior que seu próprio rosto. O sofrimento de perder ela havia paralisado ele por tanto tempo, era bom se sentir atordoado pela felicidade pela primeira vez em meses. Chocado demais por sentir algo bom que não trouxesse melancolia depois.
É . Sua . O amor da sua vida. Ela está tão viva, e não só em sua cabeça. Bem ali. Ele a encara como quem olha uma obra de arte, tão hipnotizado e com medo de tocar, simplesmente por ser perfeita demais.
estava acostumada com Barry a olhando daquele jeito, simplesmente derramando seu amor e devoção com um simples olhar. Ele nunca era tímido em mostrar o quanto estava apaixonado por ela. Mesmo depois de anos, isso ainda fazia suas bochechas esquentarem, e todo seu corpo sentir como se estivesse em cócegas constantes. Ela amava tanto aquele homem, não era humanamente possível. O que eles tinham sempre ultrapassou o comum, o humano. Ela era dele e ele era dela, e ao mesmo tempo eles eram do mundo e de si mesmo, conectados pelo destino. Um amor quase mítico, uma conexão transcendente.
Não importa onde eles estavam, ele era Barry e ela era .
Ele sempre correria para ela, e ela sempre encontraria o seu caminho de volta para ele. Era tudo que importava.
— Eu acordei cedo e decidi fazer as compras — se aproxima dele, erguendo as sacolas em mãos. — Quero preparar panquecas hoje.
Barry abre a boca para responder, mas era impossível. Tinha dado certo! Ela está viva. Tudo que passa em sua mente é isso, o que diz muito para alguém que pode pensar em alta velocidade.
Ela estava… está viva.
Deus.
Ele precisa de um momento só para admirá-la.
repousa as compras sobre a bancada, agarrando o recibo dentro da sua calça jeans. Ela encara o papel em silêncio, mas Barry nota como seus lábios moldam as palavras, apesar de não dizê-las em voz alta. Ele só quer beijar ela tanto, mais do que quando eles se casaram, mais do que quando ele descobriu que ela o amava também, mais do que quando ela usou aquele vestido vermelho no baile de gala, mais do que quando ela acordava e ele tinha certeza de que estava casado com a mulher mais bonita do mundo.
Ele quer beijar ela mais do que já quis em sua vida, só porque ela está viva.
— Tenho que manter um controle econômico de toda a comida que um metabolismo de velocista consome — ela brinca, arremessando o recibo na gaveta e ficando de ponte de pés para encontrar seus lábios brevemente.
Aquele simples ato faz a alma dele voltar ao seu corpo de novo. — … — ele prefere seu nome como se fosse uma reza, como se fosse sagrado em sua própria catedral. Seus olhos ainda fechados, ele ousou descansar sua testa contra a dela. Então, ele disse a única coisa que poderia: — Eu te amo.
— Eu te amo também — responde, beijando-o mais uma vez, apenas por querer. — E é por isso que vou te fazer as melhores panquecas de Central City, Flash.
Barry não luta contra o sorriso em sua feição, ele quer, mais que tudo, comer as panquecas emboladas de . Ele repousa as mãos nas bochechas dela, acariciando a pele macia e sentindo seu coração acelerar quando ela se inclina em seu toque.
Ele promete a si mesmo que nunca a deixaria ir de novo.
Consequências com viagens temporais sempre existiriam, mas ele não se importa. Não dessa vez. Não quando ele tem de volta. O seu final feliz. Barry nunca pediria algo em troca de salvar a cidade, ele fazia isso porque era o certo, ele era um herói. Mas de que serviriam esses poderes se ele não pudesse salvar a mulher que amava?
Duas coisas o empurraram para ser alguém melhor. O raio que o atingiu e . Ela estava certa quando dizia que ele era um sol, principalmente quando a força de aceleração o colocou em chamas e deu a oportunidade dele ser um herói, mas essa é a questão sobre estrelas: elas se apagam, até mesmo o sol. Ele havia apagado quando tomou seu último suspiro, quando ele carregou seu corpo morto aos gritos e berros, enquanto os policiais tentavam acalmar ele.
Mas o fogo sempre é parte da estrela. Ela estava aqui, quente e respirando em seus braços. Ele estava aceso de novo. Não existia o Flash sem . Barry havia dito isso para ela um milhão de vezes. Ela era a verdade, ele era a justiça.
— Eu senti sua falta — Barry diz em um sussurro.
— Eu só sai por uns quinze minutos, mas senti saudades também, amor — o provocou, encarando ele com um ar risonho, abrindo os olhos castanhos mais bonitos do mundo se mesclam com os verdes dele.
Allen quase deixa escapar o que aconteceu. Ele quer isso, os céus sabem que sim. Ele quer dizer tudo a ela, ele quer deitar sua cabeça no colo de e deixar ela confortá-lo assim como quando eram crianças, ele quer acalentar ela, ele quer limpar a mesa de segredos. Mas ele não pode. Porque entenderia, mas diria para ele voltar, ela diria para ele fazer a coisa certa e Barry a amava por isso, mas ele não pode.
A maioria das pessoas consegue lidar com a perda, aceitar ela, achar alguma perspectiva romantizada e prosseguir. Barry sente inveja das pessoas que conseguem essa façanha, tudo que ele conseguiu era se deixar ser engolido pelo luto. Ele não podia perder ela de novo.
— Está tudo bem?
O tom terno e preocupado de o despertou.
— Mais do que bem — ele responde, mexendo a cabeça. Seus braços agora ao redor da cintura de . A bondade esperta, o poder segurado com educação. Sua esposa tão viva. — Eu estava pensando, depois do café da manhã, a gente podia passar um tempo juntos, né? Com o seu trabalho e os meus trabalhos, a gente nunca tem tempo de fazer coisas de casal.
Ela arqueia as sobrancelhas e inclina-se em sua direção.
— Está pensando em uma outra viagem rápida?
— É. Talvez Brasil dessa vez? — Allen sugere, causando a semicerrar os olhos com um riso zombeteiro.
— Barry Allen, você só me leva para lugares tropicais. Estou começando a achar que você só quer me ver de biquíni.
— Eu não acredito que você descobriu meu plano — ele brinca apenas parcialmente, o que lhe rendeu um tapa no ombro de . Barry riu e deu um selinho nela. Ela sempre disse que ele tinha feito a casa ser um lar de novo, e ela que realizou esse truque dessa vez. — É um ótimo bônus.
murmura em resposta, alçando a boca do seu marido mais uma vez.
— Só não pode ser hoje, tenho que trabalhar naquele caso que eu te disse, o do tráfico de armas e drogas.
— Eu podia te ajudar nisso — ele se propôs prontamente. Barry estava tão distraído por toda a situação que nem havia tentado descobrir para quando ele tinha voltado. Aparentemente, para o dia da morte de . Ele só precisava salvar ela, certo? Não deixar ela cair de um prédio, ele já tinha feito isso antes. Ia dar certo. Isso tinha que dar. O olhar questionador que lançou nele quando fez Barry dizer a verdade, ele tinha que arranjar uma desculpa rápido. — Quer dizer, ia ser como um encontro. O Flash, a repórter. A justiça e a verdade, não é? Vai ser divertido, lembra do nosso último caso juntos?
— É, tudo bem, eu acho — a morena assente, se afastando dele para andar até a mesa e começar a tirar os ingredientes que precisaria. — Mas você não tem trabalho hoje?
O cabelo de voou, anunciando que Barry tinha corrido. Em um flash, seu marido apareceu em frente dela.
— Pronto — ele anunciou com um sorriso convencido, notando a careta de . — O quê?
— O que deu em você? — ela pergunta, conhecendo ele um pouco bem demais.
— Eu só quero passar um tempo de qualidade com a minha esposa — ele balança os ombros, colocando os braços no balcão e se inclinando para beijar ela.
Seu sentido jornalístico disse que não era toda a história, porém, a sensação de luxúria dos lábios de Barry contra os seus, além da ideia de ter um tempo sozinhos em um lugar paradisíaco, era o suficiente para fazer ela ignorar seu instinto por um momento. iria até esse assunto misterioso depois.
— Então, uma matéria e depois um final de semana no Brasil — ela pega a massa de panqueca. Barry já podia sentir o cheiro de queimado. E sinceramente? É tudo que ele quer, ele juraria que não existe uma fragrância melhor do que as panquecas queimadas de . Manhãs como essa tinham se tornado seu passado apenas cinco minutos atrás, mas ele conseguiu fazer do seu passado o seu presente. Sem mais pretérito, sem mais amava, queria, desejaria, sentia. é o seu presente em mais de um sentido, o único prêmio que ele trapacearia para ganhar com a viagem no tempo. O que importa é que ela está aqui junto com ele e ela o amava tanto quanto ele a ama. Ele reencontrou a sua paz. Seu tudo. — Parece bom.
— Só eu, você, roupas de banho e bebidas em abacaxis.
— Eu sabia que você só queria me ver de biquíni!
Uma vez, ele aceitou as lágrimas como parte do seu corpo. Porque o amor deles, para ele é poderoso como uma arma bíblica, mas eles esqueceram que até as facas têm dois gumes. Era grandioso enquanto durou, e destruiu ele quando escapou. Mas ele sabia melhor, ela iria viver dessa vez. Ele iria fazer tudo para isso.
Porque todo sacrifício que Barry Allen faria sempre seria por .


Fim



Nota da autora: Essa história está maior do que eu esperava, mas o resultado me animou demais. O site precisa de mais fics da DC, então, aqui está a minha parte! Sem dizer que juntar Flash e Taylor é comigo mesmo. Até referência a outra música tinha. Alguém notou que tudo estava escrito no passado, menos o último cap? TEM MOTIVO. Espero que você tenha gostado tanto quanto eu. Deixe um comentário aí! Não esqueça de olhar minhas outras fanfics dessa ficstape maravilhoso:

11. cowboy like me
16. right where you left me


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