Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

It's funny how, this bad taste in my mouth only lasts till I spit it out


As luzes vermelhas e azuis pareciam dançar nas paredes conforme a ambulância corria em direção ao hospital regional.
Não conseguia sentir nada além de frio, nem mesmo a dor lhe afligia com o aperto firme sobre seu ferimento no abdômen. Ouvia vozes muito longe a pedindo para ficar, a sirene do veículo parecia estar tão longe conforme o sono frio a envolvia comedidamente sem que pudesse evitar.
Depois disso toda sua memória se resumia a flashes. Luzes fortes, o solavanco da maca, alguém gritando ao seu lado e, finalmente então, o longo breu.
Suas pálpebras pareciam pesar uma tonelada quando tentou abri-los. Sua boca parecia estar cheia de areia. Ao tentar se mexer a dor enfim a acertou, fazendo-a gemer e espalhar a pontada aguda para todos os lados. Quando finalmente conseguiu abrir os olhos a leve claridade do quarto fez sua cabeça doer.
— Senhorita Young? — a voz grave e desconhecida a fez virar a cabeça receosa em direção a porta, não reconhecendo o homem fardado a sua frente. — Senhorita Young, sou o detetive Traynor, você está segura agora. Vou chamar a enfermeira, fique acordada, sim?!
Tão rápido o homem saiu pela porta já estava de volta, trazendo consigo duas pessoas que examinaram e conversaram brevemente sobre seu quadro e então saíram avisando que a paciente deveria descansar.
— O que aconteceu? — se assustou com sua própria voz rouca e fraca. O detetive se ajeitou confortavelmente na poltrona perto da cama, tirando do casaco um gravador e o ligando antes de respondê-la.
— Vou precisar gravar nossa conversa, senhorita Young. Você pode me dizer seu nome?
Young.
— E a senhorita sabe por que está aqui?
— Eu… Eu levei um tiro.
— O que aconteceu naquela viela para eles tentarem te matar, senhorita? — perguntou o detetive, a encarando firmemente.
suspirou, sentindo o ferimento latejar novamente e cabeça zunir. Não queria se lembrar de nada do que tinha acontecido, não queria imaginar o que teria acontecido com ou com seu irmão.
Lembrava-se com perfeição do sorriso maldoso no rosto de Salvatore quando ele puxou o gatilho em sua direção, todo ódio em seus olhos e escorrendo por sua boca. O eco de sua risada enquanto entrava no carro e partia, deixando-a para morrer como sua vingança por tê-lo denunciado. Ele não merecia a cadeia. Todo inferno ainda era pouco para ele.
— Eles me arrastaram com eles para lá, tinham um carro estacionado esperando. Eles queriam me matar desde o começo. — murmurou com seu fio de voz.
— Por que você diz isso?
— Ele tirou a máscara, o outro homem também e eu os reconheci. E eles me reconheceram.
— A senhorita reconheceu os assaltantes? — Traynor se empertigou na poltrona, indo para a beirada surpreendido pela informação. — Pode fazer um retrato falado?
— Posso fazer melhor que um retrato. — sorriu fraco. — Vocês vão me proteger?
— Você nos ajuda e nós te ajudamos, é uma via de mão dupla, senhorita Young.
sentiu os olhos enxerem de lágrimas e sua vista embaçar, o nervosismo não a ajudava em nada. Estava prestes a virar a dedo-duro da gangue e sabia o que acontecia com dedo-duro, mas precisava garantir que e Sidney ficariam seguros também.
— Foi meu ex-namorado, Salvatore Dimaggio. O outro homem era Lionel Korbe. O resto não consegui reconhecer.
Os olhos de Traynor arregalaram e ele pediu licença ao desligar o aparelho e sair do quarto rapidamente, deixando e seus pensamentos barulhentos a sós. E quando ela finalmente se viu só deixou as lágrimas presas em seus olhos escorrerem silenciosas por suas bochechas pálidas.
Não soube dizer quanto tempo demorou para o policial retornar ao quarto, sua cabeça doía tanto e seus olhos estavam pesados demais para que ficasse acordada o esperando, mas assim que ele entrou pela porta com um papel em mãos e seu rosto impassível ela soube que algo a mais estava acontecendo.
— Senhorita Young, a partir deste momento até o final dessa investigação a senhorita está morta para todas as pessoas que conhece.
Sua boca se abriu em choque, a sonolência que a abatia parecia ter se dissipado e tudo que conseguiu escorregar de sua boca foi um assustado:
— O quê?

I was wasted, my mind was racing all throughout our conversation


Os cabelos loiros, obra da repaginada que fora obrigada a dar, se espalhavam junto com o vento do final do verão na beira da praia. Já fazia quase duas horas que estava sentada na areia com o celular em mãos, cento e vinte minutos se perguntando se o número dele havia mudado, se faria algum mal ligar por apenas cinco segundos somente para ouvir sua voz.
Fazia tanto tempo que não o via, nunca teve a chance de se despedir. Sua última lembrança era do beijo rápido e a promessa de que voltaria para buscá-la. Mas quando?
Já haviam se passado três anos e parecia que nada ao seu redor tinha solucionado. As investigações do assalto ao banco não davam em lugar nenhum, os homens pareciam ter evaporado, o que era suficiente para manter acordada a noite, pois seus pesadelos eram basicamente Salvatore e sua arma entrando no pequeno apartamento que o Departamento de Justiça tinha lhe arranjado e terminando o que começara anos atrás.
Não saber de sua família, de seus amigos… Não saber de a torturava mais do fingir que nunca existiu.
Você precisa deixar isso ir, repetia todos os dias para si mesma antes de ir para o curso técnico que o governo lhe dava, mas tudo a fazia lembrar de sua antiga vida.
Ser Christina Sullivan era a piada mais cruel que a vida já havia lhe pregado e ela precisava aprender a conviver com a infame coincidência.

— Chris, finalmente te encontrei. Já estava ficando preocupada! — Angie, a vizinha que suspeitava ser uma agente a protegendo e também uma de suas poucas amigas na cidade, se jogou ao seu lado na areia fria da praia, observando distraidamente o oceano.
Angela Ricci havia feito amizade com logo nos primeiros dias em que a garota havia sido realocada. Moravam em prédios vizinhos e almoçavam no mesmo restaurante no fim da quadra. A, então loira, apesar de sua dificuldade em confiar nas pessoas deixou Angela se aproximar, precisava conversar com alguém sobre qualquer coisa que fosse, então logo se viu contando sobre sua irmã gêmea que havia falecido em Phoenix, sobre estar fugindo do ex-namorado psicopata dela que a estava perseguindo e seu namorado que teve que deixar para trás. Sobre estar sozinha e viver com medo e saudades o tempo todo.
— Aquela época do ano novamente, né? — a morena perguntou, encarando-a solidária.
Seu próprio aniversário de morte.
A morte da sua irmã gêmea para os outros.
apenas sorriu sem graça e apertou o celular em sua mão. Não valia a pena, ele estava bem sem ela. Estava seguro e livre. Provavelmente feliz com Sid ao seu lado.
— É. — concordou com Angie. — Mas está tudo bem, não se preocupe.
— Você ia ligar pro seu… — Angela parou por um segundo procurando a melhor palavra para definir o rapaz por quem Christina tinha essa ligação forte — Pro seu ?
A loira negou com a cabeça e Angie soube que era mentira, então a abraçou pelos ombros e deu um beijo em sua cabeça.
— Chrissy, é melhor deixar ele como está. Você não sabe se o psicopata continua o rondando. E se ele se embesta de vir atrás de você e acaba trazendo o louco junto sem querer? — Angie soava como a voz da sabedoria e sabia que ela estava certa. Foi forte em não chorar, apenas abraçou a amiga de volta por algum tempo.
— A gente devia ir comer alguma coisa.
— Domino’s?
— Domino’s!

Angela tagarelou durante todo o caminho de volta para casa, seu braço enrolado no da loira, arrastando-a pela calçada em direção a seus prédios. gostaria de responder qualquer coisa ao que sua amiga estivesse dizendo, mas sua cabeça não estava em nenhum lugar perto dali. Tudo que queria no momento era ficar quieta e sozinha, com a tv ligada no mudo e esperando a vida passar. Adorava Angie, mas às vezes toda animação e vivacidade dela sugava sua já pouca energia.
— É por isso que esse final de semana você tem que ir comigo pra a festa! — a morena concluiu seu pensamento animada e a loira teve que se controlar pra não fazer uma careta contrariada.
Não teve a chance de responder, um homem com o dobro de seu tamanho esbarrou violentamente contra ela, quase a derrubando não fosse Angie a segurando firmemente. Virou-se pronta para xingar o homem e seu estômago se contorceu ao reconhecer o sorriso com dentes tortos.
— Desculpe, moça. — ele murmurou rapidamente com um sorriso e então seguiu seu caminho pela calçada, desaparecendo ao virar a esquina.
se viu congelada no lugar, os olhos presos onde o homem havia virado, o enjôo e a tontura a atingindo violentamente. Sentiu-se hiperventilando, o peito em brasas anunciando uma crise no meio da rua.
— Chrissy? Você tá bem? — a voz de Angela parecia estar a quilômetros de distância e ela não podia responder, temia que qualquer palavra que saísse de sua boca a fizesse desmontar inteira. A falta de resposta e a forma como amiga empalideceu apavorou a morena que arrastou para dentro da primeira loja aberta que achou.
— Christina eu preciso que você fale comigo. Aquele homem te machucou?
— Lionel... — murmurou, olhando ao redor parecendo se dar conta de que não estava mais na rua e que o homem tinha ido embora.
— Lionel? Quem é Lionel? — Angie soou exasperada quando segurou firme nos ombros da amiga e a fez olhar em seus olhos — Chris, me diz alguma coisa!
— Lionel é um dos homens que ajudou a matar .

Her face, it’s quite enough as the blood ran from her nose


Ela bem tentou conversar com os agentes que estavam cuidando de sua segurança, porém eles apenas disseram acionar mais rondas para encontrar alguém que batesse com a descrição e reforçar a segurança em sua casa, o que não parecia ter deixado-a em nada mais segura.
Duas semanas se seguiram arrastadas, suas noites, quando não eram insones, tinham pesadelos vividos demais para recheá-las. Angela achou que seria melhor se ficasse com ela até a poeira baixar. Quando veio com sua mala e uma pequena pilha de travesseiros e cobertores, trouxe de presente para a amiga um spray de pimenta e um pequeno pente que escondia uma faca em seu cabo, ensinando-a a usar.
Era sexta-feira quando a morena se jogou na cama ao seu lado, arrumada e perfumada com um sorriso no rosto.
— Tenho um encontro hoje. Você vai ficar legal sozinha ou quer que eu cancele e fique aqui com você? — perguntou meiga.
— Não, Angie. Vá e se divirta, vou ficar bem. Vou lavar o cabelo, assistir um filme e dormir cedo.
— Você sabe que não é problema nenhum, posso cancelar agora mesmo.
— Angela, suma daqui. — Christina disse em meio a uma risada, a preocupação quase maternal da amiga era terrivelmente adorável, mas a garota sabia que não podia arrastá-la junta com ela para suas paranoias. — Vou ficar mais tranquila se souber que você está na rua beijando na boca.
A morena lhe ofereceu um sorriso antes de enchê-la de beijos que abafavam sua sequência de “você é a melhor de todas” antes de sair. riu sozinha da mulher, nunca tinha tido uma amizade como aquela, sem nenhum interesse e sem loucuras. Desejou apenas que pudesse levar a amizade de Angie para a vida se tivesse que realmente ser Christina para sempre.

Havia lavado e secado o cabelo com esmero e logo se afundou nas cobertas para assistir uma reprise de ‘Em algum lugar do passado’, não durou mais que dois comerciais, suas pálpebras começaram a pesar e a voz de Christopher Reeve ficou longe demais para que pudesse prestar atenção.
O que a acordou foi o som de vidro quebrando. Por um segundo ficou com medo que a amiga tivesse chegado bêbada demais e acabado caindo em cima da mesa de centro da sala. Chutou as cobertas para longe e foi às escuras até a fonte do barulho.
— Angela? — perguntou para o nada. Sem obter resposta, foi até o interruptor acender a luz do cômodo. Seus olhos bateram direto na mesinha intacta e logo seguiram para o sofá vazio. — Angie?!
O leve balançar da cortina púrpura chamou sua atenção, não se lembrava de ter aberto a janela. Dois passos foram o suficiente para ver os cacos espalhados logo abaixo do quadro da janela. Seu coração acelerou de forma tão brusca que o peito chegou a doer. Foi puro instinto que a guiou para o telefone, mal viu os dedos discarem para a emergência.
— Estou interessado para saber a história de como Young saiu do túmulo e veio assombrar São Francisco.
O telefone escorregou de sua mão, caindo aos seus pés no tapete. Virou-se lentamente para encontrar o homem parado no arco da porta que separava a cozinha da sala. Lionel apenas estendeu um sorriso largo, exibindo seus dentes tortos.
Ele não está aqui, é só um produto da sua mente.
Pôde ouvir perfeitamente a voz de sua psicóloga soprar em seu ouvido. Deveria ser só mais um de seus horríveis e vívidos pesadelos e logo tudo estaria terminado.
— Você não está aqui. — balbuciou, andando de costas pela sala. — Isso é só um sonho. Não tenho medo de você.
— Eu não estou aqui, ? — o homem avançou lentamente em direção a mulher, sorrindo satisfeito como um felino emboscando sua presa. — Não precisa ficar com medo, princesa. — sussurrou, chegando muito próximo a ela, parando a pelo menos cinco passos. — É melhor ficar apavorada. — grunhiu, lançando-se contra a mulher.
O grito ficou estrangulado em sua garganta quando correu na direção contrária e tropeçou no sofá, caindo no vidro espalhado na sala. Levantou-se rapidamente na tentativa de correr para seu quarto, porém Lionel foi mais rápido, a agarrando pelos ombros a jogando contra a parede.
— Você mal sabe o quanto Salvatore daria para ver essa sua carinha enquanto rasteja e implora por sua vida. — soltou venenoso.
Acerte no joelho ou na coxa, ele não vai conseguir correr. A voz de Angie em sua mente sobressaiu a voz da dor querendo gritar em seus ouvidos.
— Eu não vou implorar por porra nenhuma! — gritou ao ver Lionel distraído, pegando algo em sua calça, o chutando o mais forte que conseguiu no joelho e ouvindo o estalo alto ecoar no corredor.
Rastejou a tempo de ouvi-lo gritar e correu em direção ao quarto, entretanto o homem a alcançou, lançando-se contra a porta antes que tivesse a oportunidade de trancá-la.
A loira correu em direção ao criado mudo ao lado de sua cama a fim de pegar o spray que a amiga havia lhe dado, sentiu os dedos roçarem no frasco metalizado ao mesmo tempo em que o garrote laçou seu pescoço e a puxou para trás, roubando seu ar e a fazendo derrubar a pequena gaveta com tudo que tinha dentro.
— Vagabunda! Sal esperou muito tempo pra matar você e aquele seu irmão viado. — Lionel cuspiu, apertando o laço no pescoço da garota e deliciando-se ao vê-la se debater. — Ele mal acreditou quando disse que tinha encontrado a putinha morta dele aqui. Enquanto acabo com você ele termina de vez com seu irmão bichinha e o namoradinho dele.
tateou cegamente o chão enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto esperando encontrar o spray de pimenta, mas seus dedos acharam o pente que Angie havia dito que também era uma faca. Em puro instinto ela conseguiu se livrar rapidamente da parte de cima do pente e virou a faca para onde o pé de Lionel deveria estar, girou o braço com força e enfiou em alguma parte macia de sua perna que o fez urrar e soltar o laço. A loira tirou a pequena faca e a afundou novamente, desta vez no peito do pé do homem, e então se jogou para frente, finalmente achando o spray no chão.
— Sua vagabunda! Eu vou quebrar você antes de te matar. Você vai se arrepender disso.
puxou a tampa e virou-se para o homem a tempo de vê-lo levantar a mão para acertá-la. Apertou o spray certeiro nos olhos e boca do homem. O grito dele reverberou pelas paredes do quarto e gostaria de ter sentido a menor das pontadas de arrependimento ao ter usado toda sua força para empurrá-lo em direção a janela.
Ouviu Lionel gritar, a cortina da janela ser arrancada, assim como um maço de cabelo seu e então o longo silêncio que se seguiu depois do estrondo do corpo ao bater no chão.
— Eu te disse que não iria implorar.

Christina! Please don’t call here anymore!


— Você não pode ir, Chris. — Angela gemeu, segurando a porta do guarda-roupa que revirava. — Você ouviu o policial dizer que é muito perigoso? Eles vão proteger seu irmão e . Christina! — gritou depois de perceber que estava sendo ignorada pela garota que continuava montando uma pequena mala.
— Para de me chamar de Christina, eu odeio esse nome.
— Mas…
— Angie, eles estão em perigo! A polícia não conseguiu me proteger, porque você acha que protegeriam eles contra o maldito do Sal? — resmungou, enfiando às roupas de qualquer jeito dentro da pequena bolsa e o celular já em mãos pronto para chamar um táxi.
— Chris… — a morena chamou derrotada. — Eu vou com você.
— Mas não mesmo!
— Você não vai sozinha pro olho do tornado, eu seria uma pessoa horrível se te deixasse fazer isso. A gente só precisa comprar uma arma chegando lá.
— Ótimo, ela entrou no modo full gangster. — disse em um suspiro. — Angie eu não posso ter essa responsabilidade nas minhas costas.
Angela saiu andando digitando alguma coisa em seu celular sem lhe dar muita atenção. A loira então jogou a bolsa no ombro e seguiu para a sala, onde a amiga estava pronta para chamar seu táxi.
— Passagem comprada e táxi a caminho. — a morena disse. — A propósito, você é a ?

☾☾☾☾


O desembarque em Phoenix lhe parecera uma eternidade, ainda que sua amiga estivesse fazendo todo possível para acalmá-la. O caminho todo do aeroporto até a casa em que o investigador havia indicado, ela foi se remoendo, dividida entre ligar como uma assombração para eles ou simplesmente aparecer em sua porta, ainda como uma maldita assombração.
No fim aceitou que trazer Angela tinha sido uma boa ideia, ela poderia ir à frente e não assustá-los com toda a história complicada que tinha acontecido.
A rua ainda estava começando a clarear nas primeiras horas da manhã e nenhuma luz acesa na casa em que e Sid estavam morando.
— E agora..? — Angie perguntou em um sussurro, como se tivesse alguém que pudesse escutá-las além do taxista que ia se afastando na rua deserta. — Qual o plano?
— Eu sinceramente não sei. Não acreditei que fosse chegar tão longe, pra ser honesta.
As duas ficaram paradas olhando contemplativamente a casinha azul. olhou em seu relógio, mal eram seis da manhã, demoraria até que algum dos dois acordasse, isso se estivessem em casa, caso não tivessem perdido o espírito festeiro, coisa que ela acreditava que tinha acontecido.
— Eu vou olhar a casa mais de perto, averiguar o perímetro. — a morena soltou em um tom divertido, tentando animar a amiga. — Se eu gritar você corre e liga pra policia.
— Vou com você, nunca assistiu filme de terror não? É assim que às pessoas morrem, Angela.
A morena deu ombros, abrindo o portãozinho que circulava a casa e caminhando cautelosamente pela área, como se tivesse medo que qualquer passo seu fosse acionar uma mina terrestre. Deram a volta, mas antes que pudessem chegar ao acesso da cozinha Angie parou a amiga.
— A porta! Foi arrombada. — constatou em um sussurro. — Vamos chamar a polícia.
O arrepio na base da espinha fez tremer dos pés a cabeça, seu coração batendo nos ouvidos, empurrou a amiga para o lado, quase derrubando o telefone de sua mão. Ela não iria esperar polícia nenhuma, não se Salvatore estivesse lá dentro disposto a acabar com as duas únicas pessoas que ela tinha na vida.
Ouviu Angie xingar às suas costas, mas ignorou, escancarando a porta. A cozinha parecia intacta, por precaução pegou uma faca do faqueiro disposto acima do balcão, escondendo-a no cano da bota que usava. Não precisou dar mais que sete passos para sentir seu coração quase parar com a cena de terror que viu.
A poça de sangue se espalhada bem no centro da sala, se estendendo até outra porta do outro lado do cômodo chamou sua atenção. Não sabia se estava preparada para o que quer que estivesse do outro lado, mas também sabia que não poderia simplesmente dar a volta e sair por onde entrou. Empurrou a porta suavemente, rezando por dentro para que a mesma não fizesse barulho ao abrir e quase congelou ao ouvir o leve gemido vindo de dentro do cômodo.
— Eu ainda tinha alguma esperança de você se juntar a festa, boneca.
O feixe de luz que vinha da sala revelava um corpo estendido ao pé da escada que dava acesso ao porão que a porta escondia. O bloco de gelo se fixou bem na boca de seu estômago. Um click suave e a luz amarela do lugar se fez presente, revelando a cena que faria jus ao seu pior pesadelo. Salvatore e sua arma com silenciador, um sorriso perverso em seu rosto perfeito, alguém que ela amava severamente machucado por ele.
— Como você demorou a chegar começamos às festividades sem você, . — soltou seu nome com desprezo, movendo-se em direção a luz. — Mas não se preocupe, guardei seu namoradinho para o final.
Salvatore chutou forte o outro corpo encostado na parede, fazendo o gemido de dor ecoar alto. prendeu os pés firmes no alto da escada, tentando traçar uma rota de fuga, mas sua mente estava estagnada no corpo de Sid sangrando quinze degraus abaixo de si.
— Você precisa de um convite formal para descer? Ou eu posso meter uma bala na cabeça dele e acabamos por aqui?
— Você é asqueroso, Sal. — usou do mesmo tom de desprezo para o homem, finalmente saindo da inércia que se encontrava, descendo lentamente os degraus tentando ganhar tempo — Deixe eles em paz, você quer me machucar, não eles…
Tudo que ganhou foi um sorriso maldoso como resposta. Os olhos azuis e gelados do homem fixados em si, fazendo-a segurar firmemente os tremores de pânico que queriam se espalhar debaixo de sua pele.
— Eu quero te machucar de todas as maneiras que eu puder, boneca. — sussurrou para a mulher. — Eu sabia que você não estava morta quando eles começaram a me cercar, só podia ter sido você. Quando Lionel me contou que tinha visto a minha vagabundinha preferida sassaricando pela Califórnia eu soube que finalmente poderia me vingar.
— Então se vingue, Sal. De mim, não deles. Fui eu quem te entregou! Eu! — gritou pisando firme em direção ao homem — Você acha que pode me machucar o suficiente? Eu passei pela porra do inferno por sua causa, não tem nada que você possa fazer para me atingir.
— Boneca, sempre tem algo que eu possa fazer.
O braço com a arma levantou quase em câmera lenta em direção ao homem no chão, não conseguiu segurar o impulso de se lançar escada abaixo e acertar Salvatore, fazendo-o errar a mira e acertar os galões no fundo do porão. Lágrimas queimaram em seus olhos com a cotovelada que ele deu certeira em seu rosto, fazendo-a ir ao chão.
— O que você achou que ia acontecer aqui mesmo? — Sal soltou com escárnio ao se debruçar sobre ela no chão. — Eu disse que ia te machucar.
A mão livre do homem segurou firme em seu pescoço e sua memória se encarregou de levá-la direto a noite em que ele a havia violentado, tomando-a em pânico. Não conteve o grito que reverberou no pequeno cômodo, batendo-se desesperadamente na tentativa de acertá-lo em qualquer lugar que fosse. O sorriso de divertimento no rosto dele a deixou se sentindo ainda mais indefesa. Foi a dor aguda no seu calcanhar que a lembrou da faca que trazia.
Ele a mantinha no lugar pelo pescoço enquanto com a outra mão, já livre da arma, se esgueirava para dentro de sua calça de qualquer jeito, machucando sua pele. Aquilo não aconteceria novamente, pensou, tentando alcançar a arma presa em seu tornozelo. Sal mordeu seu seio com força sobre a blusa, quase arrancando lágrimas de seus olhos novamente.
Finalmente conseguiu alcançar o cabo de madeira e o puxou. Salvatore estava ocupado demais abrindo seu próprio jeans e ao menos viu levantar o braço o máximo que podia para então descer violentamente a arma contra sua cintura. Ele guinchou com a dor, abrindo uma brecha para que ela pudesse se mover melhor e acertá-lo com o punho fechado na garganta, rolando para fora de seu aperto.
Engatinhou por alguns centímetros antes de seus cabelos serem agarrados e seu rosto se chocar violentamente contra o chão a fazendo sentir o mundo rodar rápido demais. Sentiu as mãos de Salvatore apertarem em seus ombros por alguns segundos e então ele não estava mais ali. Estava tonta e confusa com o cheiro pungente de gasolina que parecia tomar o local.
— Você está bem? — ouviu a voz de Angela soar a quilômetros de distancia, se esforçou para olhar por sobre o ombro para ver a amiga ajoelhada ao seu lado. — Merda, você está horrível.
— Obrigada. — resmungou, sentando-se no chão de concreto tentando não sentir tudo rodopiar abaixo dela. — Cadê ele?
— Minhas aulas de muay-thai serviram pra alguma coisa, apaguei ele, mas a gente precisa ir lá pra fora e esperar a polícia, amiga. Você está bem pra me ajudar a levá-los lá pra cima?
concordou, ignorando a ânsia que a tomou quando ficou em pé. Salvatore estava largado perto dos galões empapado do que a mulher suspeitava ser gasolina. Angie correu para onde Sid estava e o virou com cuidado, ele parecia ter sido baleado na coxa e um enorme hematoma em seu rosto parecia ser a causa de seu desmaio. A morena calmamente retirou seu cinto e apertou acima do ferimento e chamou com a cabeça para ajudá-la a tirar o homem de lá.
Com muita dificuldade conseguiram levar o homem para o quintal, onde o deitaram no gramado e logo voltaram para buscar . Este também parecia ter sido golpeado no rosto onde o leve arroxeado ameaçava se fazer presente e um corte em seu supercílio ainda aberto deixava o sangue rolar. sentiu seu coração pequeno quando Angie estapeou-o e ele abriu os olhos com dificuldade. Os olhos verdes se fixaram confusos na morena ajoelhada a sua frente.
— Você precisa ficar em pé, nós não vamos conseguir te levar. — ela falou calmamente e ele fechou os olhos para ela mais uma vez como se eles estivessem pesados demais para mantê-los aberto. — Moço preciso que você colabore.
Ele não a respondeu verbalmente, apenas se lançou para frente e tentou ficar em pé, tropeçando quando seus joelhos falharam. correu em seu socorro, abraçando-o pela cintura e tentando mantê-lo em pé.
, por favor, ajuda a gente.
Ele sorriu com os olhos semicerrados em sua direção, abaixou o nariz para fungar no cabelo da mulher.
— Eu sabia que você viria me buscar quando eu morresse… Senti tanto a sua falta. — murmurou grogue.
— Você não está morto, amor. Vamos sair daqui.
Angela a ajudou a dividir o peso e juntas levaram o loiro pela escada. Estavam quase no topo da escada quando algo grudou em seu tornozelo e a puxou violentamente. Um grito rasgou por ela quando seu joelho amassou nos degraus abaixo. A dor quase a cegou quando finalmente caiu no concreto frio, mas ainda pode reconhecer a figura ensanguentada de Salvatore a dois pés dela.
— Eu vou acabar com você de um jeito que nem sua mãe vai conseguir te reconhecer. — ele grunhiu por baixo do fôlego antes de avançar para onde sua arma estava e pegá-la.
Foi um leve brilho prateado no chão que chamou a atenção da garota. Um zippo caído que ela conseguiu alcançar com a ponta dos dedos.
Ele levantou novamente a arma em sua direção, seu rosto frio e impassível encarando a mulher que por tantos anos fora sua companheira e agora iria matá-la, pela segunda vez, sem qualquer traço de remorso.
— Você deveria ter mantido essa sua boquinha bonitinha fechada.
Nunca fora muito religiosa, mas lembrava-se perfeitamente de pedir a Deus para que seu movimento desse certo antes que o dele desse mais certo ainda. Lançou o zippo aberto com a longa chama dançando para as pernas do homem e fechou os olhos com força, esperando qualquer coisa acontecer.
O som do tiro a atingiu, mas nenhuma dor correu por seu corpo. E então ouviu o grito agoniado gelar até sua alma.
A imagem do corpo de Salvatore consumido pelas chamas a paralisou de tal maneira que ela mal conseguiu perceber o resto do cômodo acendendo também, só se dando conta quando engasgou com a fumaça que levantava. Arrastou-se para a escada onde Angie descia correndo, estendendo a mão para a amiga, tentando puxá-la para cima.
Tudo aconteceu rápido demais e logo o fogo se espalhava por toda casa enquanto as duas lutavam para fazer seu caminho para fora.
A rua estava tomada por viaturas, ambulâncias e curiosos. tentou reconhecer algum rosto, mas assim que seus joelhos encontraram o chão ela apagou.

You look so criminal, I feel just like a criminal


Estão todos vivos e bem, constatou para si mesma, aliviada.
Havia sido um dia longo e complicado. Após serem atendidas pelos paramédicos e levados para o hospital, a garota e Angela foram acompanhadas até a delegacia para prestarem seus depoimentos. Depois de algumas horas Detetive Traynor apareceu com sua usual cara de constipação e lhes lançou um olhar irritado e cansado.
— Vocês estão liberadas, vou acompanhá-las até o hospital. — resmungou, indicando a porta.
O caminho foi silencioso até o hospital. Angie desceu primeiro e Traynor pigarreou antes que a loira pudesse sair.
— Fique longe de problemas, senhorita Young. Eu odiaria a ver novamente nessas circunstâncias.
— Não se preocupe, estou ansiosa para pra ter uma vida enfadonha. Minha maior aventura depois de hoje vai ser fazer compras num mercado com uma criança de um ano no carrinho.
— Você não vai sobreviver ao drama… — Traynor lhe ofereceu um sorriso paternal, — Cuide-se, senhorita Young.
sorriu para o homem e então bateu a porta ao sair.

Angela a esperava no balcão de informações dentro do hospital. Passou o braço por seus ombros quando chegou perto o bastante a puxando pelo corredor para então sentá-la em um dos bancos na recepção. Os olhos preocupados da morena fizeram a garota sentir os joelhos amolecerem.
— Eles estão bem, calma. — ela soprou ao ver empalidecer em sua frente. — O detetive Traynor disse que alguém iria conversar com os dois sobre toda a situação. Acho que eles não reagiriam muito bem se você simplesmente aparecesse lá, Chris. — ela bateu na própria boca antes de se corrigir. — . Desculpe, vai levar um tempo até eu dizer o nome certo. — resmungou antes de se sentar ao lado da amiga.
ajeitou a cabeça no ombro da mulher, acomodando-se melhor ao banco, dando um suspiro cansado.
— Eu devo admitir que estou um pouco perdida agora que tudo terminou. — disse fechando os olhos. — Achei que nunca teria minha vida de volta, que nunca veria eles novamente. Agora eu não sei o que vou fazer com minha vida.
— Um dia de cada vez, . Você é uma guerreira, nunca se esqueça disso. Os federais vão arrumar um lugar pra você, então não se preocupe com isso agora. — Angela soou maternal ao beijar seus cabelos e abraçá-la de lado — E se você quiser pode voltar pra Califórnia comigo e recomeçar tudo.
— Obrigada, mas eu quero tentar acertar as coisas aqui.
Angie deu ombros, apertando ainda mais a garota em seu abraço, só afastando-a um pouco para olhar em seu rosto.
— Alias, em tempo… Seu namorado é um gato, hein. Consigo entender porque você virou uma sayajin lá dentro. — sussurrou como se fosse um segredo, arrancando uma gargalhada de .
— Só você pra me fazer rir de uma situação dessas, Angela.
— O prazer é meu. — piscou bem humorada, satisfeita em distrair a amiga do show de merda que tinha rolado.

☾☾☾☾


Não ganhou permissão para ver Sidney, ele ainda estava sedado depois de ter passado por uma cirurgia para retirar a bala em sua perna. O médico lhe informou contragosto que havia ganhado alta e que ela poderia ajudá-lo a se arrumar para partir.
Seu coração batia desesperadamente dentro do peito e as palmas da mão suavam quando parou a dois passos do quarto ao qual ele estava designado. Pensou em todas as coisas que tinha para falar, seus pedidos de desculpa por ter sumido e suas dúvidas sobre o futuro dos dois.
Entretanto tudo evaporou de sua mente ao vê-lo sentado na cama com suas pernas magras mal cobertas pela camisola de hospital jogadas para fora, os olhos verdes fixos no chão enquanto uma enfermeira tirava o acesso de seu braço. O cabelo loiro escuro estava bagunçado e bem mais comprido do que na sua lembrança, alcançando os ombros do homem e a fazendo sentir a necessidade de arrumá-lo com os dedos. Nem mesmo o curativo em sua testa poderia tê-lo deixado menos bonito, suspeitava que tal feito fosse impossível.
Ele mal a percebeu entrar, muito ocupado em não focar sua atenção na agulha que saia de seu braço. Foi o leve bater na porta que o fez levantar a cabeça e vê-la parada alí como a porra de um sonho. Sua primeira reação ao deixar seus olhos cair sobre ela foi empalidecer e fazer o monitor cardíaco soar desesperado ao revelar o quão rápido seu coração batia, o que fez a enfermeira dentro do quarto a olhar feio.
— Ele não pode se exaltar, senhorita. Vou ter que pedir que se retire. — disse firme.
— Está tudo bem. — interferiu rapidamente. — Eu estava esperando por ela. Há muito tempo.
lhe ofereceu um sorriso enquanto colocava uma mecha do cabelo loiro para trás da orelha e dava mais alguns passos para dentro, sentando na poltrona em silêncio.
A enfermeira ainda lhe cutucou mais um pouco antes de sair, mas dessa vez não parecia se importar muito, talvez por saber que se estava sentindo dor isso só poderia significar que estava acordado. E se estava acordado então realmente estava ali, viva e bem. Ela nunca lhe pareceu tão linda mesmo dentro de uma camiseta três números maior do uniforme da policia, com o hematoma na maçã de seu rosto e o resto de sangue seco em seu nariz.
— Chega mais perto. — ele pediu assim que a enfermeira bateu a porta atrás de si, avisando que voltaria em vinte minutos para buscá-lo.
caminhou até estar a menos de um passo do homem. Suas mãos tremiam tanto que se obrigou a segurá-las junto em frente a barriga para mantê-las quietas. Estava nervosa demais com a reação de a tudo que tinha acontecido nos últimos dois anos, nervosa porque ele poderia nunca a desculpar por todo o sofrimento que o havia feito passar desde o dia em que haviam se conhecido.
Mas então ele sorriu e mesmo sendo um sorriso triste, seu coração se amornou e ela se permitiu esticar os dedos e tocar em seus joelhos. Seu coração ainda estava batendo na garganta quando passou os dedos carinhosamente por seu cabelo, quase a fazendo fechar os olhos, e soltou um suspiro.
— Me perdoa. Por favor, me perdoa. — ela sussurrou, segurando firmemente as lágrimas que queimavam em seus olhos. — Eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. Se você nunca mais quiser me ver eu vou entender. Vai doer como o inferno, mas vou entender. Só quero que saiba que nunca foi minha escolha sumir, ficar longe de você.
Ele não respondeu nada nos segundos que se passaram, apenas a encarou profundamente antes de se inclinar em sua direção e baixar seus lábios sobre os dela calmamente. não aguentou segurar as lágrimas teimosas que escorreram aliviadas por seu rosto enquanto ele provava-a delicadamente, segurando sua nuca firmemente como se tivesse medo que ela desvanecesse pelo ar. Sorriu de olhos fechados quando se afastou somente o suficiente para que pudesse varrer as lágrimas com seus polegares e então puxá-la para um abraço.
— Quando eu te perdi uma parte de mim morreu . Por todo esse tempo eu estive tentando me convencer de que tudo não passou de um pesadelo e você voltaria. — ele murmurou, apertando-a contra seu peito — E hoje, apesar das circunstâncias, eu não poderia ficar mais feliz em saber que tudo realmente não passou de um pesadelo. Você está aqui e nos meus braços, é só o que importa.
— Por todo esse tempo eu não quis estar em outro lugar senão bem aqui. — murmurou contra seu peito.
— No hospital comigo? — arremedou bem humorado, soltando-a para encarar os olhos brilhantes e risonhos da garota que os rolou pela piada boba.
— Não, seu besta. Aqui. — sorrindo, passou seus braços pelo pescoço do homem e o beijou novamente se encaixando entre as pernas dele.
O loiro a afastou quando suas mãos pareceram ganhar vida descendo pelas costas da garota, a prensando ainda mais contra um lugar em especial, o lembrando de que tudo que o cobria era a camisola verde cheia de triângulos brancos do hospital. Apesar de querer sentir o gosto da pele dourada na ponta da sua língua e relembrar todos os sons que poderiam sair daquela boca, o local era o menos propício possível, ainda mais com a promessa da enfermeira em retornar logo.
— Você vai comigo pra onde quer que o FBI ou a CIA ou os agentes da S.H.I.E.L.D estejam levando a gente, certo?
— Você não lembra o que eu te falei anos atrás? — ela sorriu brincalhona enroscando os dedos em seu cabelo. — Com você pra qualquer lugar. E eu, sinceramente, teria pena de quem quer que tente me afastar de você agora.
— Você parece tão criminosa falando assim. — gargalhou puxando-a para sua boca novamente.
— Engraçado. Eu me sinto exatamente como uma criminosa agora.
E então o beijou uma última vez antes de ajudá-lo a entrar nas roupas que o hospital havia emprestado para ele.
A enfermeira veio buscá-lo com uma cadeira de rodas, o deixando na saída do hospital onde Angela esperava ao lado de uma viatura com os policiais prontos para levá-los para a casa segura que lhes havia sido ofertada.
Durante o caminho não pode deixar de encarar em silêncio as luzes nas ruas sentindo-se finalmente livre de tudo que a prendia para baixo. Os dedos entrelaçados nos de e o coração leve: tudo tinha terminado.
Agora tudo era questão de o que estava por vir e ela estava deliciosamente ansiosa para descobrir.




Fim



Nota da autora: Primeiramente, perdão pelo final merda. Deus sabe que eu pretendia um final bem digno de Hollywood, mas minha mente virou mingau e era o que tinha pra hoje. Quem sabe um dia eu arrumo essa caca.
Enfim, espero que tenham gostado das duas partes e sofrido comigo, ficado com ódio do MALDITO do Salvatore e torcido pro ficar com a e o Sid porque eu queria uma safadeza só. Quem gostou bate palma, quem não gostou me xinga tá liberado.



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