Última atualização: 11/04/2021

Capítulo Um - Quando as coisas ficaram barulhentas.


e eram o casal perfeito, não tinha uma pessoa naquela escola que achava o contrário. Uma das consequências de serem os populares, é que todos sabiam o que acontecia no seu relacionamento. E era nítido que eles estavam afastados, o motivo era óbvio, estava usando drogas. Algumas pessoas que moravam perto dos dois comentavam que os escutavam discutir alto, parece que nem tudo é tão perfeito quanto mostra ser. Mas foi em um dia difícil, que saiu, os dois sempre corriam para fora quando as coisas ficavam difíceis, mas esse dia ele saiu, e não voltou. Ele queria dar meia volta, mas seu orgulho não deixou. estava no fundo do poço, se machucando e machucando todos ao seu redor. Ela não queria tratamento, ela estava se drogando e achando que assim iria se curar da depressão, mas estava apenas se afundando. No dia seguinte, ela não foi até a escola, ficava imaginando quem iria ceder primeiro. Tinha sido mais uma briga difícil e isso ele não podia negar, mas eles eram parecidos e ele queria ajudar. Ele não queria ceder, ela teria que fazer algo. E assim o dia passou, sem nenhum contato. Até que seu celular tocou e era ela, mas a voz do outro lado não era a dela.

? — Era uma voz de choro, mas ele conhecia a voz de Lucy, sua irmã mais nova.
— Oi?
— Você… P-pode vir até aqui em casa? — A voz da garota estava meio trêmula e chorosa. — Depressa!!!
Ela aumentou o tom de voz, o que preocupou o garoto, que pegou sua bicicleta e foi o mais rápido que podia para lá. Quando chegou, havia uma ambulância.

— O que aconteceu? — Ele perguntou a mais nova.
… Tinha muito sangue e… Ela estava gelada… — A garota estava desnorteada. Ele correu até a casa, de onde saíam com o corpo de gelado.
— O que aconteceu??? — Ele estava tão desnorteado quanto Lucy.
— A causa da morte foi overdose, mas ela havia cortado os pulsos, acredito que tentou dos dois jeitos. — O bombeiro respondeu. — Você é da família?
— Namorado. — Respondeu, o homem colocou a mão em seu ombro.
— Sinto muito, garoto. — abaixou a cabeça e sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto e caiu ajoelhado no gramado. Todas as coisas que passavam na sua mente, pareciam tão fúteis diante daquela situação. Todos os dias em silêncio após as brigas, todo o orgulho, todas as coisas ditas e não ditas. Ela se foi. Seu primeiro amor, ele a deixou partir daquele jeito, não lutou o suficiente.


, por favor. — A garota descia as escadas atrás do namorado, que tinha uma mochila nas mãos, com as coisas dele que estavam na casa da garota.
— Eu já disse, eu não posso continuar vendo você se matando aos poucos, você está acabando com você e comigo junto! — Ele colocou uma mão sobre o rosto. — Você precisa escolher, , ou eu, ou as drogas.
— Você acha que é fácil para mim? Eu queria simplesmente parar, mas eu não consigo, ! Você é a única pessoa que me apoia, não vire as costas para mim também!
— E virar as costas para mim mesmo? Eu posso? Eu não estou virando as costas para você, você escolheu isso para a sua vida, para a nossa vida!!! Droga, ! — Ele bateu a mão no corrimão da escada.
— Tudo bem se você é egoísta a esse ponto!!! Vá se ferrar, eu não preciso de você! — Ela subiu as escadas.
!!!
— Vá para o inferno, ! — Ela bateu a porta do quarto, onde encostou e começou a chorar, ele não sabia mais o que fazer! Aquilo tudo era demais, ele era só um garoto de 17 anos que queria tocar a sua música e se apaixonar, ele não sabia mais lidar com aquela situação, que cada vez se tornava mais difícil, eles iriam se resolver e ele iria voltar a apoiá-la, como sempre, mas aquilo tudo estava ferrando a cabeça dele.


Ele não tinha a força que achava que tinha, ela não era tão forte quanto todos achavam e eles não iam sair dessa. virou uma estatística, e virou mais uma pessoa machucada, que se sentia culpado e impotente. E a história deles se transformou em mais uma história triste para ser contada. Se ele pudesse trazer os dois de volta, se ele pudesse apenas fazer isso, então talvez, eles não teriam sido apagados desse jeito. Ele não teve muita cabeça para ajudar a família com as coisas do enterro, que seria no dia seguinte, apenas foi para sua casa. Sabia que se algo acontecesse com ela, ele seria a primeira pessoa que Lucy chamaria, seus pais já não falavam com ela tinha um tempo. Lucy e ele eram sua única família. Enquanto ele chorava deitado na cama, ele adormeceu. Acordou no dia seguinte, pronto para ir ao enterro. Quando desceu as escadas, sua família estava rindo e brincando no café da manhã, exatamente as mesmas brincadeiras do dia seguinte.

— O que estão fazendo? — Perguntou .
— Tomando café, por que não se junta a nós? — Perguntou Meredith, sua mãe.
— E a ? — A cara dele era de desprezo.
— Vocês vão se acertar. — Respondeu George, seu pai. — Vocês sempre se acertam! Agora vem tomar café da manhã.
— Ei, ! Olha essa mágica que o papai me ensinou.
— Você aprendeu isso ontem. — virou os olhos.
— Não! Eu acabei de ensinar isso a ele. — George riu. — Não ligue, Liam! Ele está com ciúmes!
— Que dia é hoje? — Perguntou.
— Quarta-feira. — Respondeu Meredith.
— Quarta-feira, dia 19? — Seus pais assentiram.
— Qual o problema, ? — Perguntou George.
— Ela está viva ainda. — Ele correu pela porta da frente, pegando sua bicicleta e pedalando o mais rápido possível até a casa dela. Bateu na porta diversas vezes, mas não teve resposta. Deu a volta pelos fundos, pegou uma escada e subiu até a janela do quarto dela. Após empurrar a janela, ele conseguiu entrar. Ela não estava no quarto, muito menos no banheiro, ele foi até o quarto de Lucy, onde a encontrou com uma lâmina na mão.
?! — Exclamou quando viu o garoto cruzar a porta.
, não faz isso. — Ele pediu.
— É tarde demais, só assim eu vou conseguir parar de machucar todo mundo.
— Machucando você mesma?
— Como se você se importasse. — Ela correu para o banheiro de Lucy e trancou a porta. — Vai embora, ! Eu não quero falar com ninguém! — Ele batia na porta tentando abrir, ele não sabia como salvá-la, mas ele queria. Mas era só uma tentativa em vão, ele não entendia o motivo daquele dia estar se repetindo, mas ele tentaria salvá-la. Quando finalmente abriu a porta, ela estava deitada em uma banheira cheia d’água, com os pulsos cortados, não tinha dado tempo suficiente dela morrer, não podia… Ele tocou seu rosto, que estava gelado, e Lucy apareceu na porta do banheiro. Ele abriu os olhos, estava deitado em sua cama, e aqueles dias se repetiram por diversas vezes, ele a perdeu de tantas formas diferentes em tantos dias diferentes, mas todos eles eram dia 19. Existiram dias que ele simplesmente não tentou nada, ficou em sua cama, foi até a escola, agiu como se tivesse enterrado ela e estivesse tentando superar sua morte. Aquele pesadelo parecia não ter fim.

Era quarta-feira, novamente, mas algo estava diferente. despertou mais cedo e ligou para Steve e Erica, pais de . Pediu para que eles ficassem com ela até que ele chegasse lá. Eles não entenderam, mas ele insistiu tanto. Não sabia se aquilo iria ajudar em algo, mas todas as suas tentativas haviam sido esgotadas. Ele enviou uma mensagem dizendo que estava indo até lá para conversarem. Pegou a bicicleta e pedalou até lá, aquela seria sua última tentativa. Lucy o recebeu na porta de entrada. Estavam todos sentados na sala, o olhar abatido de , o fazia querer chorar, porque todos esses dias, ele só queria que ela soubesse que ele nunca a deixaria ir, e por isso estava ali, tentando escapar desse pesadelo.


— O que é, ? Se arrependeu de ter me abandonado? Sentiu culpa?
— Na verdade, sim. — Ele abaixou no chão, segurando a mão da garota que estava sentada no sofá, ele não teve tempo para se despedir nas outras vezes e muito menos para pedir desculpas, se acontecesse, dessa vez ele teria feito de tudo. — Eu olho para nós dois, esses dias têm parecido pedaços de um relógio quebrado. — Uma lágrima escorre pelo seu rosto. — Meu único arrependimento, foram as coisas que eu não te disse! Eu queria que você soubesse, que eu nunca te deixaria ir, e nunca deixei, talvez seja por isso que estou aqui hoje, eu não sei! Não consigo entender as coisas que estão acontecendo nesses dias, mas eu sei que não quero que o tempo nos apague, não quero esquecer tudo que passamos, , eu preciso que você lute! Eu não posso lutar sozinho, eu sempre me dispus a te ajudar, porque eu te amo! Sua família te ama e por isso nós estamos aqui, porque não queremos te deixar ir! Você precisa lutar, por você, por nós. — Os olhos da garota estavam cheios de lágrimas.
— Eu tinha tomado uma decisão, que eu não ia mais fazer vocês sofrerem, porque eu ia acabar com a minha vida.
— O que?! — Perguntou Steve.
, minha filha… — Erica a abraçou. — está certo, você precisa lutar, mas não precisa lutar sozinha! Desculpa por ter te deixado sozinha, nunca pense nisso, nós te amamos!
— É difícil para nós ver você acabar com a sua vida aos poucos desse jeito, olhe para sua irmã mais nova… — Lucy chorava. — Não queremos te perder, e é por isso que tudo isso é tão difícil para nós. Eu pago quanto for para o seu tratamento, mas não faz isso! Não acabe mais ainda com a gente, não termine de acabar com a sua vida! — Disse Steve.
, por que você voltou atrás? — Perguntou ela, encarando o namorado.
— Porque não quero que nossas últimas memórias um do outro sejam aquelas, porque não quero te perder, porque eu te amo e não quero que você fique sem escutar o que eu tinha para te dizer. — As lágrimas escorriam pelo rosto do garoto, abaixou a cabeça, colocando as mãos no rosto e soluçando. Olhou para todas as fotos pela sala, e encarou seu reflexo no vidro da mesa; ela estava acabada. Aquela não era a mesma das fotos, não era a que todos se orgulhavam.
— Eu aceito sua ajuda. — Todos sorriram e abraçaram a garota, ficou olhando mais afastado, sorrindo em meio às lágrimas. Ele passou a noite com ela, não sabia se iria acordar no mesmo dia de novo, mas ela estava viva e aquilo era apenas o que importava. O despertador tocou, era 7:00 do dia 20, eles haviam ganhado uma parte daquela batalha, mas agora a luta seria maior. Ele a abraçou forte na cama, como se dissesse que sempre estaria ali, e ele estaria.




Fim.



Nota da autora: oii gente, tudo bem? essa música é meu sofrimento e eu tentei fazer algo bom nela, espero de verdade que tenham gostado, vou deixar o link do meu insta aqui pra vcs conferirem minhas outras fics! beijos!

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