13. Runaway Love
Finalizada em: 06/07/2018

Capítulo Único

sentiu falta do corpo feminino ao qual estava acostumado a aconchegar-se ao longo dos últimos meses. O homem esticou o braço para o lado da cama onde ela costumava dormir e o encontrou vazio. sempre acordava antes de , fato que causou estranhamento no homem ao notar que se encontrava sozinho no cômodo.
O homem tateou o a parte do lençol que estava debaixo do travesseiro e retirou dali seu celular, ligando a tela e vendo a hora. Eram quase dez horas da manhã. nunca acordaria antes das dez da matina em pleno feriado.
levantou da cama e seguiu até o banheiro da suíte, encontrando-o vazio. Saiu do quarto e desceu as escadas, não ouvindo nenhum barulho. Resolveu seguir até a cozinha, talvez tivesse acordado cedo, pois estava com fome.
O semblante de tornou-se confuso assim que encontrou a cozinha vazia, sem sinal algum da presença da mulher, apenas o típico aroma de seu perfume feminino. O semblante do homem tornou-se ainda mais confuso ao encarar uma folha, presa a geladeira por um imã, que possuía a caligrafia da mulher.

Se você está lendo isso, significa que eu fui embora. Eu te conheço bem, perfeitamente bem, e sei que você provavelmente está confuso com tudo isso. Nós começamos a nos relacionar já sabendo como tudo deveria ser, porém ao longo desses meses, meu coração traiu minha mente. A única coisa que eu não podia deixar que acontecesse de maneira nenhuma, era apaixonar-me por você, mas ninguém escolhe quem quer amar. O coração quer o que ele quer né?!
Eu sei que você não quer firmar um compromisso e que não se sente preparado para um relacionamento, e percebi isso ainda melhor após esperar por um mês inteiro, sua resposta para o meu pedido de namoro. Não quero que você ache que eu estou forçando-lhe a aceitar algo que não quer, longe de mim, mas eu não podia continuar com esse relacionamento aberto, onde qualquer coisa me afetaria, pois eu passei a nutrir amor por você.
No exato momento em que você acordar, eu já vou estar bem longe, dirigindo pela estrada, sem nenhum rumo aparente. Eu não quero ser uma pedra no meio de seu caminho, não quero ser um empecilho em sua vida e não quero tirar sua liberdade, muito menos quero forçar que você me ame. Eu só quero que você seja feliz e saiba que eu te amo, e por isso, eu tomei essa decisão.
Talvez a gente se esbarre de novo, com o olhar mais maduro e o coração decidido.
xxCom amor,
.

ficou atônito por um bom tempo, tentando absorver todas as palavras que despejara sobre ele naquele pequeno pedaço de papel. Lembrava-se claramente do dia que se encontraram e ficaram pela primeira vez, também se lembrava da tarde em que conversaram e chegaram à conclusão de que aquilo nunca seria um relacionamento, e sim uma amizade com benefícios.
O homem subiu correndo até o closet, vendo que a pequena parte de encontrava-se completamente vazia. Os dois não namoravam e muito menos moravam juntos, porém nos últimos meses, separou um espaço em seu closet especialmente para as roupas da mulher.
O homem sentia-se completamente culpado por não ter respondido ao pedido da mulher, pois agora corria chances de perdê-la para sempre, isso se ele já não tivesse perdido. puxou fortemente os fios de cabelo, enquanto xingava-se inúmeras vezes. Assim que propôs o namoro, não sabia o que responder, estava atônito, pois não sabia o que sentia pela mulher, mas sabia que não era amor. Ao ouvir o pedido saindo dos lábios da mulher, ele sabia que não sentia o suficiente para terem uma relação, porém ao ler e descobrir que ela tinha o deixado, ele sentiu seu coração sufocado. Se ele não amava aquela mulher, por qual motivo então, não conseguia se imaginar vivendo os próximos dias sem sua presença?
pegou o celular sobre a cama e desbloqueou o aparelho, ligando para a mulher pelo WhatsApp, tendo a ligação encerrada após longos segundos. Foi na conversa com a mulher e digitou diversas mensagens, porém nenhuma foi entregue. Bufou encarando as mensagens com apenas um tracinho, sempre recebia as mensagens imediatamente. O homem discou o telefone que ele já tinha decorado e logo ouviu a voz robótica avisando que o número se encontrava desligado ou fora de área.
rolou a lista de contatos até parar em Carla, melhor amiga de . O homem não pensou duas vezes antes de ligar para a mulher, rezando para que ela soubesse do paradeiro da amiga.
- ? - a voz de Carla saiu sonolenta, pois o homem acabara de acordá-la com aquela ligação.
- Você sabe onde está? - ouviu a mulher dar um suspiro e calar-se por alguns segundos.
- Ela não estava na sua casa? - Carla tentou usar seu melhor tom falso, porém não foi o suficiente para o homem.
- Sim, estava, no passado. - passou as mãos nervosamente pelo cabelo. - Ela está na sua casa?
- Não. - Carla respondeu de modo direto. - Vai agir como alguém que se preocupa com ela?
- Eu sempre me preocupei com ela, só queria que ela soubesse disso. - o homem murmurou triste, causando o longo suspiro da mulher
- Acho que agora já é tarde.
- Se eu soubesse que ela iria embora, teria aceitado no exato momento em que ela me propôs. - comentou arrependido.
- Se você iria aceitar por pena ou por se sentir obrigado, foi melhor você ter deixado ela sem resposta. - Carla lhe respondeu. - Mas seja sincero, por que você quer saber onde ela está?
- Porque eu não consigo me imaginar vivendo sem saber onde ela está e principalmente onde ela está. - murmurou.
- Seja sincero sobre o que você sente por ela, e talvez eu possa te ajudar. - Carla falou simplesmente e abriu um enorme sorriso, mesmo que a mulher não pudesse ver.
- Sinceramente, eu sempre nutri algo pela , mas nunca soube classificar aquele sentimento. No dia que ela me propôs o namoro, eu fiquei sem reação, não sabia o que responder, pois eu não sabia o que sentia por ela. Não se deve começar um relacionamento sem amor, então eu acabei não respondendo sua amiga. - o homem falou tudo de uma vez, soltando o ar apenas quando terminou de falar tudo.
- E o que você sente por ela? - Carla questionou novamente.
- Eu não sei. - murmurou frustrado.
- Então deixe-a, deixe livre. - Carla comentou com desdém.
- Eu não posso! - o homem praticamente gritou.
- Por quê?
- Porque eu não consigo me imaginar acordando todos os dias, onde em nenhum deles eu esteja ao lado de . Não consigo acostumar-me com a ideia de que nunca mais a terei reclamando de minha comida sempre que eu cozinhar, ou de nunca mais ver sua feição sapeca sempre que quebrava algo sem querer, muito menos de não estar mais acostumado com a sua presença constantemente. - soltou o ar fortemente, recuperando-se após falar tudo de uma só vez. - Não poderei mais observá-la dormindo calmamente enquanto baba o travesseiro todo, ou quando ela bebe chá e fala durante a noite.
- Eu vou perguntar novamente, o que você sente por ela? - Carla questionou, escutando por longos segundos apenas o silêncio. - Pois na minha opinião, isso é amor.
ficou em silêncio, absorvendo as palavras da mulher. Ele dizia não amar quando a mulher lhe propôs um relacionamento, então qual seria o motivo para que ele estivesse tão incomodado com a “fuga” da mulher? Por que ele não conseguia simplesmente ignorar a decisão de , e continuar com a sua vida? Por que ele se sentia tão tentado em entrar em seu carro e percorrer, nem que fosse o país inteiro, só para tê-la novamente em seus braços?
- Eu acho que acabei de perceber isso. - murmurou fraco, fazendo a mulher soltar uma risadinha. - Eu a amo.
- Sim, você só era otário demais. - Carla riu, fazendo o homem soltar um muxoxo indignado.
- Eu preciso ir atrás dela. - falou firme. - Onde ela está?
- Eu não sei. - a mulher falou e ouviu a risada irônica do homem. - Bem, não exatamente.
- Como assim? - o homem questionou nervoso.
- Ela disse que iria ao lugar das fadas, eu não entendi nada. - Carla contou com o tom de voz confuso.
- Eu sei onde ela está, preciso ir. - murmurou rápido, encerrando a ligação logo em seguida.
A mente de parecia prestes a explodir desde que Carla falou sobre as fadas. O homem entendeu na hora o que significava, depois de ouvir falando sobre aquele lugar tantas vezes. A mulher cresceu na cidade de Portland, e perto de sua casa tinha uma cachoeira onde seu pai sempre a levava quando estava triste, pois dizia para a pequena menina que ali era um local mágico, não era à toa que a grande cachoeira possuía o nome de Fairy Falls.
entrou rapidamente no aplicativo do mapa e traçou a rota que deveria percorrer. De Denver até Fairy Falls, seriam exatamente 1231 milhas percorridas. O homem questionou pegar um avião, mas talvez pudesse ter algum problema no meio da estrada e ficar sozinha e desamparada, esperando por ajuda. Desistiu da ideia do avião e respirou fundo, vendo que seria em torno de vinte horas de viajem.

Algumas horas depois
estava na interestadual 25 já fazia um bom tempo. Após ir até uma loja, já que o homem achava necessário, ele guardou em seu carro o objeto que tinha acabado de comprar e caiu na estrada, indo à busca do seu amor fugitivo.
Após uma hora de viagem e um pouco mais de setenta milhas percorridas, saiu da interestadual e virou à esquerda, seguindo pela estrada Owl Canyon até que avistou a estrada W Colorado 72, a vista antes formada por casas, agora fora substituída por uma área terrosa e montanhosa. estacionou o carro no posto que parecia mais uma casa e decidiu logo abastecer. Enquanto o frentista enchia o tanque, foi até o banheiro aliviar-se, ele não sabia se tão cedo encontraria algum lugar para que pudesse fazer isso novamente.
pagou o frentista e agradeceu, desejando-lhe um ótimo dia e seguindo seu caminho, que no momento era rodovia estadual 287. Fazia em torno de uma hora que deixou Livermore, local onde abasteceu seu veículo, quando ele trocou a rodovia estadual pela interestadual 80, em direção a Rawnlins. Após uma hora sem parar pela interestadual e um pouco mais de três horas pelas estradas, sentiu seu estômago roncar. O homem acordou um pouco antes das dez da manhã e não comeu nada, e segundo seu celular preso no painel do carro, já passava de três horas da tarde. O homem estacionou no posto de conveniência em Elk Mountain e só então percebeu que já tinha saído do Colorado, encontrava-se atualmente em Wyoming.
estacionou o carro ao lado da bomba de abastecimento e adentrou a pequena loja conveniência, indo até o refrigerador e pegando uma garrafinha de água e uma lata de refrigerante. Pegou dois sacos de biscoito salgados e uma barra de cereal, indo até o caixa e pagando os itens. Aquilo teria que saciar sua fome. Após matar a garrafa de água em uma golada só e comer a barra de cereal, e logo após o biscoito, voltou para o carro e seguiu sua viagem, voltando para a interestadual 80.
O homem passou por uma área de descanso e sentiu-se tentado a parar ali e descansar, pois ele nunca tinha estado tanto tempo assim atrás de um volante, porém estava tentando encontrar seu doce amor enquanto corria contra o tempo, passando pelos altos e baixos daquelas estradas e avenidas, mas de uma coisa era certa, ele não iria desistir.
Quase duas horas após a parada anterior, parou na área de descanso Bitter Creek. O homem deixou que enchessem o tanque do carro, enquanto ele esticava as pernas e aproveitava para ir até o banheiro. comprou mais duas garrafas de água, decidido a não parar tão cedo. Saiu da pequena estrutura na beira da estrada e pagou o frentista, logo voltando a fazer sua viagem.
dirigia sem parar, e a paisagem rochosa agora começava a dar, vez ou outra, espaço para as áreas rurais e residenciais. Porém não muito tempo depois, a paisagem voltou a tornar-se rochosa completamente. O homem odiava aquelas rodovias e estradas, era o nada cercado por coisa nenhuma.
No final da rodovia Lincoln, pegou a saída 168, no sentido Ogden, adentrando a interestadual 84 e sentindo-se melhor, após ver pela janela que o tom marrom e rochoso fora substituído pelo verde e pela civilização.
O relógio marcava um pouco mais das sete e o céu já estava escuro, quando a interestadual 84 foi trocada pela 15, na altura de Riverdale. Para foi impossível não pensar em e sentir seu coração falhar, ao ler o nome da cidade de mesmo nome da série que a mulher tanto amava. Após passar o aeroporto de Brigham, a paisagem tornou-se campos verdes e de plantações. A paisagem raramente mudava, aparecendo uma cidadezinha ou vizinhança vez ou outra pela janela, mas logo os campos totalmente verdes ocupavam a paisagem novamente.
não sabia dirigir por aquelas áreas, então o que o mapa o ordenasse fazer, ele faria. Motivo pelo qual o homem ficou confuso ao abandonar a interestadual 15 e voltar para a 84, questionando-se se não seria mais fácil ter continuado na 84.
O relógio indicava oito horas da noite quando tirou o carro da interestadual e estacionou-o no posto, pedindo para o frentista encher o tanque enquanto ele ia ao McDonald’s ao lado e pedia um combo para viagem. sabia que seria tachado de louco por todo mundo quando contasse o tempo que levou e o dinheiro que gastou, mas ele não se importava, ele daria tudo por ela, daria tudo por eles, daria tudo para que existisse novamente eles.
Com o carro devidamente abastecido e o estômago forrado, voltou para a interestadual e continuou seu caminho. O homem tinha saído do Colorado, passado por Wyoming, entrado no estado de Utah, e agora cruzava a fronteira para chegar a Idaho.
A paisagem cercada por áreas e mais áreas vazias e rochosas ocupavam os dois lados da rodovia. Já fazia uma hora desde a última parada de e após o refrigerante gigante que o homem consumiu, ele sentia extrema necessidade de aliviar-se. logo avistou uma pequena construção verde e amarela com algumas bombas de gasolina e estacionou ali. Cumprimentou o homem e pediu para que o mesmo enchesse o tanque, recebendo um aceno de concordância do homem. entrou no estabelecimento e livrou-se do lixo que tinha em seu carro na pequena lixeira do local. Em seguida foi até o banheiro, sentindo-se melhor. Foi até o pequeno caixa dali e abriu um sorriso mínimo ao ver a máquina de café expresso, logo pedindo um, acompanhado de duas garrafas d’água. bebeu rapidamente o café, depositando a xícara no balcão e logo em seguida o dinheiro.
saiu do posto e seguiu reto até um cruzamento, onde passou pela 86 e pegou a saída novamente para a 84, porém em direção a Twin Falls. Após um bom tempo tendo apenas solo rochoso a sua volta, foi agraciado pela civilização após passar pelo aeroporto de Boise. riu da ironia ao passar pela cidade de Sand Hollow e logo a paisagem tornar-se arenosa novamente, mas na altura de New Plymouth, as áreas verdes voltaram a aparecer.
Após três horas e meia direta de viagem, parou na parada de caminhão Love’s Travel, em Oregon. O homem estacionou o carro ao lado da bomba, e deixou que o frentista enchesse o tanque, e foi até o caixa eletrônico, do lado de fora da loja, para retirar dinheiro para o resto de sua viagem. sacou o dinheiro e entrou no estabelecimento. O relógio que ficava de frente para a porta de entrada marcada meia-noite e alguns quebrados. O homem aproveitou para usar o banheiro, pois tinha acabado com as duas garrafas d’água, e comprou alguns biscoitos junto com quatro garrafinhas d’água, disposto a não parar nas próximas horas, já que só faltava um pouco mais de cinco horas de viagem.
pegou a sacola com os mantimentos e depositou o dinheiro no balcão. Saiu da loja e pagou o frentista, desejando uma boa madrugada e voltando para a estrada. Logo após a parada, os terrenos vazios e arenosos voltaram a ocupar as paisagens através das janelas. agradeceu mentalmente por ter feito a parada na loja em Ontário, no Oregon, pois os dois lados da estrada estavam vazios já fazia um bom tempo. já tinha acabado com duas garrafas de água, e agora se controlava para que as outras duas durassem até seu destino final, pois não queria fazer outra parada.
Após a rodovia estadual parar de acompanhar a interestadual após um bom tempo, viu a placa de Baker City, após uma hora de apenas terra e mais terra. Logo a cidade de Baker passou, deixando apenas uma casa ou outra espalhada entre as terras de plantio até o aeroporto municipal. avistou uma área de repouso logo após o aeroporto e passou reto, mesmo seu corpo pedindo para que fizessem uma parada, pois raramente o homem dormia tarde.
avistou uma loja de cafés, porém ainda não eram nem duas horas da manhã e fazia pouco mais de uma hora desde fizera a última parada. Ignorou o North Powder Café e acelerou, sendo acompanhado apenas pelos campos ora verdes, ora arenosos. A paisagem mudou novamente um pouco após o homem passar pela parada de caminhão Flying J Travel Plaza, logo entrando na cidade de La Grande.
Assim que passou pelo Parque Union Country Fairgrounds, a paisagem arenosa e verde voltou, indicando que a cidade por que passara já tinha terminado. continuou seguindo pela rota 84, que no momento parecia não ter fim. Após uns bons minutos, viu uma placa indicando uma parada, porém ao olhar para o banco do passageiro e notar que ainda possuía dois biscoitos e uma garrafa e meia d’água, o homem ignorou a parada. Faltava um pouco menos de três horas para que finalmente encontrasse .
Alguns minutos após passar à parada, passou pela cidade de Pendleton. A essa altura do campeonato, o homem já tinha perdido a contagem de quantas cidades ele visitara nessa pequena e inesperada viagem. Próximo a Echo e a Stanfield, possuía outra placa avisando sobre uma parada de caminhões, porém a ignorou também.
passou por Boardman, e após o fim da cidade, o homem viu o Rio Columbia, e percebeu que não estava tão longe. Passou pela minúscula cidade de Arlington e passou por Rufus, que parecia mais um vilarejo. Ao passar por Biggs Junction, o homem não pôde deixar de rir na ironia do nome da cidade e com o fato dela possuir menos de cinquenta habitantes. Continuou a dirigir, sendo acompanhado pelo rio sempre ao seu lado esquerdo e ao ver algumas casas, logo viu a placa de The Dalles.
O relógio marcava um pouco mais de cinco da manhã, seus olhos já ardiam e ao olhar no retrovisor, percebeu que eles já até se encontravam vermelhos, porém agora faltavam minutos para que eles se encontrassem, menos de sessenta milhas. Passou por Rowena e lembrou-se imediatamente de Supernatural e da mãe de Crowley, tendo em mente que quando chegasse em casa, faria maratonar essa série com ele.
Ao encontrar a última garrafa pela metade, desejou que logo chegasse e que não sentisse sede até o destino final. Logo passou por Hood River, uma cidade bem grande em comparação a todas que tinha passado por último. O verde logo tomou conta da paisagem novamente, sendo apenas as floretas, e o rio.
Assim que se encontrava no centro de Cascade Locks, bateu as mãos animadamente repetidas vezes no volante ao ver que o mapa indicava que ele só deveria seguir por mais quinze minutos.
Passou por Bonneville, Warrendale e Dodson, sentindo o nervosismo aumentar a cada minuto e milha que diminuía. Apertou o volante fortemente assim que avistou o Multnomah Falls Lodge. sabia que era errado, porém a necessidade de ver logo e o sonho que lhe acompanhava, fizeram com o que o homem jogasse o carro na rua que o levaria até o restaurante, ignorando o retorno bem mais a frente, e entrando na rua vazia pela contra mão.
O celular mostrava no visor um pouco mais de seis e dez quando estacionou. O homem respirou fundo e colocou o objeto que tinha adquirido horas atrás em seu bolso. O céu ainda encontrava-se azul, mas logo os primeiros raios de sol apareceriam. O homem seguiu até a média construção de pedras, que mais lhe lembrava de uma casa, e pediu um café forte.
- Sete dólares. - a atendente lhe respondeu animada e entregou-lhe a nota de dez.
- Pode ficar com o troco. - o homem respondeu, após beber metade do conteúdo do grande copo. - Você sabe me informar como chegar na Fairy Falls?
- Eu sou péssima dando instruções, e como não quero ver o senhor perdido no meio da floresta, recomendo que você procure o guia da trilha ali fora. - a mais jovem respondeu sorrindo. - Se eu fosse o senhor, iria logo, pois o guia sai minutos cronometrados antes do sol nascer, para observá-lo de lá.
agradeceu a jovem e saiu rapidamente, bebendo o café e procurando por um homem que parece um guia. De frente para a construção e perto de um carro, um homem encontrava-se cercado por algumas pessoas, todas elas com lanternas nas mãos. caminhou apressado até o grupo ao ver que eles se preparavam para sair e suspirou aliviado ao receber a resposta do homem de que ele era sim o tal guia que a jovem tinha falado.
O grupo atravessou a interestadual correndo e passou pela área de recreação da Multnomah Falls, seguindo agora por um caminho onde as árvores estavam a sua volta. Após passar pelo Parque Wahkeena Falls, eles adentraram de vez na floresta, seguindo por um caminho fácil, porém muito parecido.
Um pouco mais de meia hora depois, o grupo chegou ao destino. O local estava praticamente vazio, com umas cinco pessoas por ali. A queda d’água era linda, cercada por rochas tomadas por verde, por flores e árvores. A cachoeira era pequena, porém era absurdamente linda. A água caía por várias pedras, uma enfileirada sobre a outra. A água que se encontrava ao solo era pequena, capaz de nem tampar totalmente um pé.
Porém, mesmo com toda essa paisagem maravilhosa, o que chamou a atenção de não foi a cachoeira, e sim a garota parada um pouco a frente dela. Com um gorro amarelo que combinava com a mochila, um casaco preto, uma calça jeans e botas marrons de cano curto, encarava fixamente a cachoeira e o céu que começava a clarear cada vez mais. caminhou silenciosamente na direção de e parou poucos passos atrás da mulher. Coçou a garganta e atraiu a atenção da mulher, que arregalou os olhos, não acreditando no que via.
- Você me achou. - murmurou um pouco atordoada.
- Sim, Carla me deu uma ótima dica. - riu nervoso, ele não sabia o que falar.
- Por que você veio? - a mulher foi direta, rompendo o contato visual que tinham ao encarar o chão.
- Porque eu não podia ficar sentado e seguir minha vida, fingindo que nada aconteceu enquanto eu não faço ideia de onde você está. - falou rapidamente, passando a mão nos cabelos e bagunçando-os.
- E agora você se importa para onde eu vou? - o tom de voz seco de fez respirar fundo, contendo a vontade de beijá-la naquele momento.
- Sim eu me importo, e isso não começou agora. - o homem falou firme, fazendo com que ela levantasse a cabeça e o encarasse novamente. - Eu me importo com você, desde o dia em que você propôs essa amizade diferenciada. Também me importava no dia que você se acidentou e precisou de uma transfusão de sangue, e eu rodei Denver inteiro até achar um doador compatível com você. Também me importava sempre que acordava mais cedo que você, para fazer seu café da manhã, para que você não precisasse comer na rua e pudesse passar mal. Eu me importei com você, cada dia da minha vida, desde que nossos caminhos se cruzaram. Mas eu me importei principalmente hoje, pois eu ainda não dormi, quando li aquela carta e constatei que a minha garota tinha ido embora.
- Sua garota? - riu irônica, interrompendo o monólogo de . - Para ser sua garota, nós teríamos que ter algum compromisso. Como você espera que eu simplesmente acredite que você se importa comigo, quando você ignorou meu pedido, não me dando nenhuma resposta e fazendo com que eu remoesse minhas palavras e me achasse uma idiota durante um mês?
- Eu fui um idiota com você, . - falou e a mulher arqueou uma sobrancelha, esperando que o homem continuasse. - Mas eu fui um idiota maior ainda comigo, por não enxergar por tanto o amor que eu sinto por você.
- Você está dizendo isso só pelo fato de que se sente pressionado após minhas palavras. - rolou os olhos demonstrando indiferença, porém ela não podia negar que seu coração bateu mais forte ao ouvir aquela declaração.
- Não, , eu cheguei a esta conclusão após conversar com Carla e falar que não conseguiria conviver sem você, e que eu sentiria falta até de seus defeitos. - soltou uma risadinha baixa, sendo acompanhado. - Eu percebi que nos últimos meses, nós já agíamos como namorados, você até tinha uma escova de dentes na minha casa.
- Sim, ela está na minha bolsa. - riu, apontando sutilmente para a mochila em suas costas.
- Eu não conseguia me imaginar em uma rotina sem você, e isso me fez perceber, que eu te amo já faz um tempinho, e que não estou preparado para uma vida sem você. - ajoelhou no chão, sentindo a água estupidamente gelada tocar seu joelho, e observou o encarando com a feição duvidosa. O homem direcionou sua mão até bolso e tirou a caixinha de veludo dali, abrindo-a e revelando um par de alianças. - , você aceita namorar comigo?
- Não, eu não aceito. - a mulher cruzou os braços na frente do corpo e encarou-a com o semblante triste, abaixando a cabeça logo em seguida e levantando-se do chão. - Eu não aceito, pois eu pedi primeiro, e quem deve aceitar é você.
- Isso não se faz, você quase me matou do coração. - o homem respirou aliviado, logo sentindo o corpo da mulher junto ao seu, e abraçando-a fortemente. - Por Deus, eu saí do meu estado e passei por mais quatro só para te encontrar. Se você dissesse não, eu te afogaria nessa água.
- Duvido, você acabou de dizer que não consegue se imaginar vivendo sem a minha preciosidade. - a mulher piscou marota para seu parceiro.
- Droga, pra que fui falar isso, agora você vai encher meu saco com isso. - selou seus lábios em um simples selinho e sorriu, colocando a aliança de compromisso no dedo da namorada e no seu.
- Acho que devíamos selar isso com um beijo de verdade. - comentou após estarem lado a lado.
- Querida, eu viajei por mais de dezoito horas para estar aqui e não escovo os dentes desde dez horas da manhã. - fez bico e aproximou-se da namorada, que colou a mão na boca do homem, parando-o.
- Que tal nós irmos até o Multnomah Falls Lodge e eu te empresto minha escova de dente? - sorriu e entrelaçou suas mãos, recebendo apenas um aceno de cabeça do namorado. - Tão obediente, é por isso que eu te amo.
- Também te amo, minha runaway love.




Fim.



Nota da autora: Então galeris, eu sei que a história ficou um pouco curtinha, porém eu não possuía um prazo muito longo para produzir algo maior e de bom conteúdo. Eu adorei escrever essa história, pesquisar todas as cidades e seguir pelo maps toda a trajetória haha. Espero que vocês tenham gostado de ler, e que comentem. Aqui eu vou deixar algumas das minhas outras histórias e algumas formas de entrar em contato.




Outras fics:
Are You The One
13. This Is Why We Can’t Have Nice Things
MV: Give Me Love

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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