13. This Is Why We Can’t Have Nice Things

Última atualização: 12/04/2018

Capítulo Único


“Já sabemos que a fila de anda rápido e que ela costuma falar muito sobre seus ex-amores em suas canções. Mas o que será que eles têm a dizer sobre a cantora?”/“ está construindo uma péssima fama: a de não conseguir manter um namoro. , que está sempre acompanhada de um novo amor, está tornando-se especialista em relacionamentos relâmpagos.”/“Além de dona dos maiores hits e das maiores tretas, também é muitíssimo conhecida por ter namorado absolutamente todos os nossos crushes. A cantora aproveita os momentos mais românticos com os boys, termina, sofre e escreve uma música para cada um deles. É sempre assim, sem exceção.”/“De acordo com o tabloide The Sun, teria terminado o namoro de apenas três meses com o ator Hiddlestone. Com essa notícia, algumas dúvidas pairam sobre a cabeça das pessoas: Qual seria o problema da cantora para seus namoros nunca vingarem, já que ela é bem sucedida, linda, caridosa e carismática? Separamos uma lista de bonitões que a cantora já fisgou, mas que o namoro não vingou.”

Suspirei, inconformada, assim que terminei de ler as postagens nos sites de fofocas, todas elas citando novamente minha vida amorosa, pois Joe terminou comigo ontem e já deu uma entrevista. Respirei fundo ao lembrar todas as vezes que Barbra, minha assessora, pediu para que eu ficasse longe dele. Ri, irônica, assim que me lembrei da primeira vez que o conheci pessoalmente, quando tivemos nosso primeiro contato.

Flashback


A melhor parte das premiações era o momento que eu recebia todos os prêmios aos quais fui indicada. Porém, melhor que isso, apenas a afterparty que sempre acontecia na casa de alguém. Aproveitei minha cobertura recém-comprada e chamei boa parte do pessoal da premiação. Logo Barber, minha assessora, saiu comigo da premiação, e seguimos até minha casa.

– Isto está incrível. – murmurei para Barber assim que adentramos em minha cobertura.

A sala estava sem nenhum móvel que fazia parte daquele espaço nos dias normais. Uma mesa grande estava no centro da sala, com vários aperitivos e bebidas. Alguns pufes espalhados pela sala e até mesmo um mini bar com barman.

– Não acredito que você conseguiu alugar uma tão rápido. – comentei, animada, enquanto encarava a cabine de fotos.
– Diga-me o que quer que ela não consegue. – minha assessora comentou, irônica, e eu apenas ri, concordando com a cabeça. – Vai trocar de roupa, acredito que você não vá passar essa afterparty com um vestido de gala.

Segurei a barra do vestido para não pisar nele com os saltos e subi as escadas de modo mais rápido e cuidadoso que consegui. Abri a porta da suíte e desfivelei os saltos, abrindo em seguida o zíper do meu vestido, deixando com o que o mesmo caísse no chão.
Eu deveria tomar um banho, mas as chances que eu perdesse a hora e borrasse a maquiagem, tendo que fazer uma nova, eram muito grandes. Bufei, segui para o banheiro da suíte, eu tomaria uma ducha e tiraria toda a maquiagem.
Minutos depois saí do banheiro, indo até minha cama e pegando a roupa que meu estilista tinha separado, acompanhado de um salto que estava aos pés da cama. Olhei para o salto que eu julgava ser mais alto que o necessário e segui até meu closet, pegando uma sapatilha para acompanhar a roupa.
Passei um perfume e saí do quarto, com o cabelo solto e o rosto limpo, sem resquícios de nenhuma maquiagem. Desci as escadas e atraí todos os olhares, fazendo com o que algumas pessoas já me viessem cumprimentar.

– Você pode trancar meu quarto? – perguntei a Barber assim que me desvencilhei das pessoas, vendo minha assessora apenas concordar com a cabeça. – Você é a melhor.

Boa parte da noite já se tinha passado quando a porta do meu apartamento foi aberta no exato momento em que a música parava, causando um efeito digno de filme para o homem que chegava. Encarei indiscretamente o homem que chegava com os cabelos bagunçados e a típica jaqueta de couro, fazendo o mesmo sorrir na minha direção.

– Tenho a rara impressão que não te convidei. – comentei com o ar divertido assim que ele parou a minha. Eu tinha certeza que não o convidei.
– Seria uma pena para você eu não estar aqui. – ele sorriu, mostrando todos seus dentes perfeitamente brancos e alinhados.
– Por qual razão sua presença ou a falta dela me afetariam em algo? – sorri, irônica, vendo o sorriso dele morrer, mas logo um sorriso irônico aparecer em seus lábios.
– Pelo fato que eu sou uma ótima inspiração para suas músicas. – comentou, presunçoso, e eu ri.
– Eu nem sei quem é você.
, estrela principal dos últimos lançamentos do mundo cinematográfico. – segurou minha mão e depositou um beijo ali, fazendo-me encará-lo desconfiada. – Eu sei que você tem uma longa lista de ex-namorados, mas você tem um espaço em branco, que tal escrever meu nome nele?
– Você não vai me conquistar com a letra da minha própria música. – murmurei, divertida, e o vi dar de ombros, sorrindo.
– Não custava nada tentar. – seu tom de voz saiu mais alto, enquanto ele se afastava.
– Mantenha distância. – a voz de Barber surgiu sem que eu esperasse, fazendo-me soltar um pulinho de susto.
– Você me assustou, não faça mais isso. – murmurei, emburrada, enquanto a assessora ria e parava na minha frente. – Mas do que você está falando?
– Dele, , não se faça desentendida. – Barber respondeu, porém sem nenhum toque de humor na voz.
– É a primeira vez que tivemos contato. – comentei, desentendida.
– E eu espero, para o seu próprio bem, que seja a última.

...


Já estava de madrugada, as pessoas começavam a ir embora aos poucos. Barber foi uma das primeiras, indo embora logo após o pequeno aviso que me deu sobre . Agradeci mentalmente por não ter usado os sapatos que meu estilista tinha separado, pois eles estariam matando-me.

– Que tal tirarmos uma foto? – praticamente se materializou na minha frente, enquanto indicava a cabine de fotos com a cabeça.
– O que eu não faço por um fã, não é mesmo? – questionei, divertida, e riu enquanto negava levemente com a cabeça.
– Você é mais divertida do que falam.
– É, eles não costumam falar muito bem sobre mim. – comentei com descaso.
– E você não se importa? – perguntou enquanto me encarava.
– Com o tempo você aprende a acostumar-se e fingir que não se importa. – dei um sorriso de lado e logo entrei na cabine, cortando de vez aquele assunto.

Sentei no banco da cabine e sorri na direção da foto, apertando o botão para que as fotos começassem assim que sentou. O primeiro clique saiu com nós dois sorrindo; antes do segundo, chegou para mais perto e me abraçou; no terceiro clique, saí encarando ele com um olhar confuso; e segundos antes do quarto e último clique, aproximou seus lábios dos meus, colando-os no exato momento em que o clique saía.

– Desculpa, não deveria ter feito isso. – sussurrou assim que afastou seus lábios, fazendo-me rir.
– Na verdade, você não deveria pedir desculpas por algo que queria fazer. – sorri, divertida.
– Mas eu não sabia se você queria.
– Pergunte da próxima vez.
– Você quer que eu te beije agora?
– Quero
.

Flashback off


Fui tirada das lembranças pelo celular tocando e respirei fundo ao ver o nome de piscando na tela. Fechei os olhos e contei até cinco, atendendo o celular logo em seguida.

– Como você tem coragem de terminar comigo ontem, por ligação, e dar uma entrevista logo em seguida falando sobre aquilo? – soltei tudo de uma vez, só respirando após terminar a frase.
– Não foi minha intenção, . – sua voz saiu em um tom arrependido e eu ri, irônica. Ele só podia me achar muito idiota. – É sério, eu estava chateado com você, foi só por isso.
– Então quer dizer que, toda vez que você se chatear comigo, você vai sair por aí dando entrevistas falando sobre a minha vida e caluniando-me? – minha voz pingava ironia, enquanto eu escutava suspirando baixo.
, você se lembra do dia que a gente se conheceu? O que nós fizemos? – fechei os olhos, lembrando de nós dois subindo no balcão da varanda para que nos jogássemos na piscina. – Quando eu abri o champanhe e dei um banho em você e logo após isso, você fez o mesmo comigo.
– Lembro. – murmurei, enquanto minha mente era inundada pelas memórias. – E não havia regras quando você aparecia aqui.
– Ligávamos o som e ficávamos nós dois aproveitando a música. – murmurou com saudade. – A música tão alta, o grave fazendo o lustre tremer. Era tão bom.
– Era sim, então por que você teve que estragar tudo? – questionei, ácida, enquanto balançava a cabeça negativamente.
– Eu nunca errei com você, isso foi um deslize, isso nunca acontecerá novamente.
– Não irá mesmo, eu não quero mais ter contato com você.
, chega à sua varanda.
– Mas...
– Aparece aqui em baixo.

Desliguei o celular e bufei, saindo da cobertura e pegando o elevador, indo até o estacionamento. As portas abriram e eu dei de cara com um enorme buquê quadrado de flores brancas. Fiquei encarando aquilo, perdida, por alguns segundos, até que o buquê abaixou e eu puder ver perfeitamente ali atrás com o famoso sorriso de cachorrinho que caiu da mudança.

– Se você acha que me comprará com isso, você está bem enganado. – murmurei, ácida.
– Eu não peço para que você me desculpe de imediato.
– Até porque você não está no direito de pedir nada. – sorri, irônica, e deixou que a expressão triste ocupasse seu rosto.
– Como eu ia dizendo. – ele estendeu as flores em minha direção. – Eu só quero continuar seu amigo, dê-me essa chance.
– Barber estava certa em não querer que eu me envolvesse com você. – empurrei as flores, fazendo com o que elas batessem em seu peito.
– A gente brigou, o diretor não apoiava nosso romance, tudo juntou e eu falei o que ele queria ouvir, mas não era para você ouvir. – tentava se explicar, porém eu não aguentei a risada por muito tempo.
Você achou que eu não ouviria todas as coisas que você falou sobre mim? se aproximou e segurou minha nuca, fazendo-me encará-lo nos olhos.
– Só uma chance. – murmurou e soltou minha nuca. – Não dá para segurar esse buquê só com uma mão.
– Tá bom, só uma mínima chance. – rendi-me ao encarar seus olhos. – Mas, se eu ousar pensar que você está falando coisas desse tipo por aí, você vai ver que eu sou um pesadelo vestida em um sonho.
– Hm, agora você cita suas próprias músicas nas conversas? – perguntou, divertido, e eu dei de ombros.
– Um amigo me mostrou que isso é muito bom de fazer. – sorri e comecei a caminhar em direção ao elevador. – Que tal você levar essas flores lá para cima, adoraria publicar essa foto.
– Acho que elas ficariam ótimas no seu quarto. – murmurou com um sorriso sacana nos lábios.
– Talvez eu concorde com você.


Um mês depois


A voz de Barber gritando ao telefone, mandando-me colocar no E! e culpando-me pelo o que acontecia na entrevista ainda ecoava no fundo da minha mente, enquanto cada palavra que falava parecia chegar em câmera lenta em meus ouvidos.

– Então quer dizer que você e ainda estão juntos? – o entrevistador perguntou e riu.
– Eu nunca estou realmente junto com alguém. – falou enquanto piscava na direção da plateia, arrancando alguns gritos.
– E como foi esse seu pseudorrelacionamento com ela? – o entrevistador riu ao ver a careta que fazia. – Sabemos que ela não é muito fácil de lidar, percebemos isso pela longa lista de ex-namorados que ela possui.
– Ela é muito temperamental, demonstra ser muito forte, mas é tudo fachada. – senti minha boca abrir e formar um perfeito “o” enquanto ele falava aquilo. – Ela age como se não ligasse para o que falam, mas ela liga mais do que deveria.
– E como foi aguentar ela por esses longos três meses?
– Posso dizer que foi mais difícil do que as próprias filmagens do filme. – comentou, rindo, fazendo a plateia e o apresentador rirem com ele.
– Por enquanto é só, pessoal, daqui a pouco voltaremos. Não saíam daí, pois irá responder as perguntas de todas vocês.

Eu não acreditava em tudo que ele tinha falado, e segundo Barber, antes que eu ligasse a televisão, ele já tinha denegrido minha imagem. Respirei fundo algumas vezes, até que peguei meu celular e disquei seu número rapidamente, sendo atendida no segundo toque.

– Querida, que...
– Não vem de papo furado, . – tentei controlar minha voz. – Eu vi a porra da sua entrevista.
– Não é nada...
– Quem fala aqui sou eu, ok?! – questionei retoricamente e respirei fundo ao ouvir o silêncio do outro lado da ligação. – Foi tão bom ter sua amizade de novo, eu estava dando-lhe uma segunda chance.
...
Mas você me apunhalou pelas costas enquanto apertava minha mão. – soltei o ar, nervosa.
– Nós éramos amigos, , eu só disse as verdades.
E aí está o problema, amigos não tentam te enganar. – respirei fundo. – Se ao menos você não fosse tão venenoso.
– Barber, preciso que marque uma entrevista para amanhã, tenho uma música nova. – murmurei, animada, enquanto rabiscava a letra no caderno.
– O que você está arrumando?
– Barber, só consiga a apresentação.
– Certo. – murmurou a contragosto e desligou.

...


– Quer dizer então que mais uma cara saiu de sua vida? – Jimmy Fallon perguntou e eu ri, fingindo estar tímida.
– Não quero falar sobre isso. – abaixei o olhar e fixei no meu salto.
– Sério?
– Claro que não. – murmurei, rindo. – Mas eu não vou falar, eu vou cantar. Sendo que, diferente de certas pessoas, eu não preciso mentir.
– Então senta que lá vem hino, pois quebraram o coração de . – Jimmy falou, rindo, e eu me levantei, caminhando até o banco que tinha ali, pegando o violão que me foi oferecido e colocando o microfone no suporte à minha frente.
– Bom, hoje eu vou cantar uma música nova e gostaria de agradecer à pessoa que me inspirou a compor. – tentei dar o meu melhor sorriso enquanto encarava fixamente a câmera. – Eu dedico essa música a você, que disse assim que nos conhecemos: “Eu sou uma ótima inspiração para suas músicas”. – pelo canto do olhar, eu podia ver Barber nervosa, balançando a cabeça repetidas vezes em negação. – , essa música é para você. Apreciem This Is Why We Can’t Have Nice Things!


Fim.



Nota da autora: Eu sei que ficou um pouco a desejar e que foi bem curtinha, mas o intervalo de tempo que eu tive para escrever foi bem corrido e eu perdi o arquivo, pois estava no meu celular e eu fui roubada, mas vida que segue. Me digam o que acharam haha.

Outras Fanfics:
Are You The One?

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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