Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo 01

O frio de Chicago fazia com que revirasse os olhos toda vez que o vento cortante batia em seu rosto, quase o congelando e fazendo seus olhos ficarem apenas com a parte branca. Ajeitou o casaco com o símbolo dos bombeiros estampado, segurou o copo de café com as duas mãos para tentar esquentá-las, mas sem sucesso. definitivamente odiava o inverno.
— Me diga um motivo plausível para eu ficar em uma cidade onde o inverno é horrível? — Sentou na mesa do refeitório com seus colegas.
— Um motivo? — Charlie falou com a boca cheia de bacon. — e sua luta para virar vegana. — Apontou para a socorrista aparentemente insatisfeita com seus bacons de berinjela.
— Me dá um tempo, Bennett. — Revirou os olhos e cuspiu a comida no prato. — Isso não dá para comer, Deus, eu quero bacon de verdade. — Levantou às pressas, indo em direção ao pequeno buffet.
— Ainda não sei por que estou aqui — resmungou, ao se levantar, indo para a bancada pegar um café. Tomou um gole e no mesmo momento que engoliu o líquido quente, quase teve um orgasmo ao sentir aquecer seu corpo gelado.
encarou a garota comendo feito um crocodilo, devorando cada pedaço de carne em seu prato. Soltou um riso nasalado e saiu juntando-se novamente aos seus colegas bombeiros.
Não era muito próximo das duas socorristas, falava sempre o básico ou quando se juntavam aos bombeiros no bar ao lado do quartel. Mas ele observava, e fazia isso até demais quando se tratava de . A morena era sorridente, sempre com bom humor e dona de uma inteligência anormal, ela sempre sabia o que fazer e como agir durante as emergências.
O homem não poderia negar que a queda já era maior que o penhasco do grand canyon. era a mulher mais linda que ele já tinha visto em sua vida inteira. E sabia que para superar esse sentimento seria quase impossível.
Terminou seu café sem açúcar com um último grande gole, querendo que fosse um whisky sem gelo. Havia prometido a si mesmo que não ia mais pensar na garota.
— Cara, você baba demais na — Noah sussurrou, tirando com a cara do melhor amigo.
Noah Stefan, melhor amigo de e capitão do Esquadrão 5, acolheu o mais novo em seu apartamento assim que chegou a Chicago. Os dois tinham uma ligação de outra vida, se entendiam, discutiam, mas se acertavam no mesmo instante; os outros colegas tinham o hábito de brincar que eles eram o legítimo casal meloso.
encarou Noah e revirou os olhos em sinal de tédio. Claro, na tentativa falha de fingir descaso. Era óbvio para todos ali no quartel a paixonite que ele tinha pela amiga.
— Me erra, cara. — Deu um soco em Noah, que ficou choramingando. — Deixa de ser maricas, cara.
— Eu não luto boxe, cara — resmungou mais um pouco, alisando o braço onde recebeu o soco.
saiu de perto do amigo pronto para arrumar suas coisas e fazer relatórios a pedido do Chefe Logan. Assim que deu meia volta com mais uma xícara de café ouviu os alto falantes.
“Caminhão 41, Carro-Pipa 91, Ambulância 31. Incêndio na rua 3 com a 5”.
— Fica aí chorando, eu vou trabalhar. — Correu até o caminhão e vestiu seus paramentos em segundos, entrou no caminhão arrumando o chapéu. Ficava nervoso em todos os chamados, não importava se era leve ou grave a situação. Ele amava o que fazia.
entrou no carona da ambulância, colocou o cinto de segurança, arrumou o cabelo em um rabo-de-cavalo, virou o rosto para o lado dando de cara com a encarando, acenou para o colega e deu uma piscadela.
— O brazilian boy está de quatro por você — Sienna falou enquanto ligava a sirene do carro. — E não adianta negar, todo mundo percebeu, é o assunto mais comentado entre todos do batalhão.
— Não viaja, Rhodes. — Revirou os olhos.
A única coisa que conseguia imaginar era que é o cara mais adorável que havia conhecido, o cavalheirismo dele era de causar inveja e querer ser a namorada do loiro. O charme do cabelo loiro com entradinhas e a pequena franja jogada para o lado esquerdo, os olhos cor de mel e a boca muito bem desenhada. Sem contar a voz grossa digna de molhar qualquer calcinha, inclusive a dela.
Meu Deus, no que ela estava pensando? Estava ficando maluca. Ela tinha namorado, não precisava desses pensamentos com o colega de trabalho.
— Chegamos, vai trabalhar e pare de falar merda, Sienna Rhodes. — olhou de forma brava, porém na brincadeira para a parceira.
Seria um plantão e tanto. A fábrica de tecidos estava em uma situação precária. estava prestes a entrar no incêndio. Olhou uma última vez para ele e rezou que tudo ia dar certo.


Capítulo 02

As luzes do bar faziam com que o ambiente ficasse mais aconchegante, as mesas com assentos estofados e fofinhos com lugar para seis pessoas e o cardápio cheio de drinks que adorava. Todo esse combo fazia a socorrista ter o lugar como o preferido, só perdia para a cama dela.
Agradeceu a garçonete e pegou seu mojito, o bebendo em um grande gole, acenou para o namorado que acabara de entrar no bar, tirou o casaco e sentou-se ao lado da morena.
Robert e estavam namorando há seis meses. O homem era um sonho. Companheiro, compreensivo com o serviço dela, fazia de tudo para agradá-la e tinha sempre uma surpresa para ela depois de cada plantão. Seu único problema era o ciúme, que por vezes era exagerado, mas nunca havia a colocado em maus lençóis. Tudo isso, claro, no ponto de vista da mulher.
— Oi, baby. — Deu um selinho no namorado. — Como foi o plantão hoje?
— Agitado, quase não saí na hora certa, as intercorrências estavam todas difíceis. — Soltou um riso.
— Pra você não existe nada difícil, você é ótima no que faz. — Olhou para o balcão e avistou os dois colegas da namorada encarando os dois. — Seus amiguinhos estão nos encarando.
— São meus amigos, Rob, não amiguinhos — defendeu os bombeiros. — É e Noah, eles são gente boa, vou chamar eles aqui.
— Claro que não, . Passou o dia todo com eles e ainda quer mais?
— Mas daqui a pouco chega o resto do pessoal, amor.
— Ótimo, então fica apenas você com eles, porque eu estou indo para casa. — Se levantou, colocando o casaco e deixou uma nota de vinte dólares na mesa para pagar as bebidas que estavam tomando.
— Para com isso, Robert. — Andou atrás do namorado. — Para que fazer essa cena?
Caramba, como estava frio, pensou . Havia esquecido seu casaco na cadeira. Encarou o namorado virando o rosto para si. Nunca tinha visto o homem daquele jeito, furioso, com os olhos arregalados, visivelmente irritado. Isso era ciúme, pois gostava dela, sentia falta dela por passar dias sem vê-la. Queria muito acreditar nisso.
Ele pegou nos braços dela, forte e bruto. estava com medo, Robert nunca agiu daquele jeito. O odor de bebida alcoólica exalou, não estava acreditando que o homem à sua frente havia entortado o caneco antes de encontrá-la.
percebeu a movimentação entre o casal, é claro que estava sempre com a atenção em .
— Já volto — avisou Noah, se levantando do banco, saiu depressa em direção à saída do bar.
Caminhou a passos largos e rápidos até a calçada, o vento congelando bateu em seu rosto. Definitivamente, odiava o frio de Chicago. Olhou para todos os lados e não avistou , caminhou mais um pouco, a procurando, e espiou o lugar onde Noah costumava se esconder para fumar.
estava lá, sendo encurralada pelo namorado. Ele tinha que fazer algo. Espiou novamente, não conseguia ouvir o que falavam, mas a mulher estava chorando e se encolhendo de medo como se a parede fosse a proteger de algo.
, você está bem? — No momento em que abriu a boca, se sentiu patético.
“É sério, , pedir se a garota estava bem?” Pensou.
— Ela está bem. Agora pode sair, moleque — Robert o respondeu grosseiramente.
— Vá embora, . — olhou para ele em súplica.
— Escutou ela? — Robert foi até , o empurrando. Ótimo, o nojento estava querendo brigar. deu um sorrisinho de lado, visivelmente irritado. — Vá embora. — Empurrou o bombeiro mais uma vez.
Não me empurra — sussurrou, soando praticamente inaudível.
respirou fundo, cerrando os punhos. Tinha que se acalmar por , que já estava assustada o suficiente. Fechou os olhos para se acalmar.
— Robert, vamos para casa, amanhã conversamos melhor — falou com a voz falhada.
— Eu vou para casa, para mim já chega. — A empurrou contra a parede. — Fica aí com seu namoradinho — falou, apontando o dedo em seu rosto.
— Robert… Espera. — tentou fazê-lo parar.
— Hey. — a impediu, a abraçando. — Deixe ir, ele não te merece.
A mulher o abraçou de volta, chorando. Não estava acreditando no que acabara de acontecer. Robert nunca encostou um dedo nela, o que diabos havia acontecido lá?
— Vem, eu te levo pra casa.
a guiou até seu carro. Ele não deixaria que nada e ninguém fizesse mal a ela.


Capítulo 03

— Ótimo, quem trouxe as cervejas? — Crowford gritou para o grupo de amigos desesperados pelas benditas bebidas.
O dia seguinte da noite em que mais chorou na vida havia amanhecido radiante, passarinhos cantando, o sol de inverno que aquecia todos no parque. Um tempo com os amigos seria bom para não ficar pensando na cena a todo momento.
Ela tinha em mente agradecer a por todo suporte que o bombeiro havia dado ontem. Ele ficou perto dela até que a mulher arrumasse tudo para dormir.
— Como vocês conseguem tomar cerveja nesse frio? — surgiu do além e pousou uma mochila na mesa de madeira do parque, tirando de lá uma térmica. Se o conhecesse o suficiente, sabia que era café.
— Eu quero café. — foi logo se apressando em pegar um copo para se servir.
— Isso não é feito de café orgânico — brincou com a colega, recebendo uma revirada de olhos.
— Deixa de ser chato, loirinho. — Deu um leve tapa em seu ombro.
— Você está bem? — Ficou de frente a mulher
Ela sorriu, gostava do jeito que ele se preocupava com ela, principalmente por eles nunca terem tido uma proximidade.
— Estou melhor — afirmou. — De todas as coisas que pensei hoje, concluí que não quero mais ver Robert em minha frente.
— Muito bom ouvir isso. — Sorriu e olhou para baixo.
— Pombinhos, vamos tirar uma foto — Noah chamou, alguns metros longe dos colegas.
Eles foram até o restante do grupo, rindo. Stefan era um palhaço no pensamento de , obviamente estava tirando com a cara do amigo.
e conversaram o almoço inteiro, pareciam amigos de décadas. Cada um falou de tudo sobre a vida um do outro. explicou várias coisas sobre o Brasil, tirou dúvidas sobre mitos e boatos sobre o povo brasileiro e claro que reclamou do frio de Chicago, por mais que a região onde vivia no país de origem fizesse um frio horrendo no inverno, mas apenas no inverno.
Os dois sentiram, ali naquele momento, que ficariam muito próximos.
— Vamos jogar futebol? — Logan Herrmann, o chefe dos bombeiros, deu a ideia. Todo mundo concordou, menos , que estava cansada demais para correr pelo gramado enorme do parque.
Sentou nas cadeiras de praia que Sandy, esposa de Logan, trouxe. Caramba, como era bom passar a tarde com seus amigos. Sabia que se estivesse com Robert iria perder esses momentos, ele a privava de quase todos os eventos do Quartel, o ex namorado só não reclamava e fazia chantagem para não ir quando era extra oficial.
Entre risadas e conversas, o começo da noite havia chegado e junto dele o cansaço de todos. E ali, nesse momento, estava arrependido de ter dado a vida naquele jogo, sua competitividade o tirava do sério, era uma das coisas que ele trabalhava muito.
O grupo do turno 2 tinha de trabalhar no dia seguinte e estava claro para todos que de manhã iriam fazer os serviços à sociedade de ressaca.
— Caramba, estou morta e nem joguei. — soltou um sorriso bobo, vendo se alongar.
— Estou fedendo demais? — Ergueu o braço e fez a coisa mais nojenta que Noah e Sienna presenciaram em meses. Como a mulher estava bem perto do loiro, simplesmente inclinou o pescoço para o lado e deu um cheiro na axila do amigo.
— Porra, , não acredito que você fez isso — Sienna falou, fazendo ânsia.
— O que é um cheirinho de suor quando se vê sangue todo dia? — Deu de ombros e olhou para . — E você não está fedendo!
— Credo, vão para um quarto. — Noah resmungou. — Porque eu vou para casa, amanhã tenho um esquadrão de resgate para comandar.
— Eu também. — Sienna olhou para Noah com carinha de cachorro sem dono. — Pode me dar uma carona, vizinho?
— Claro, vamos. — Deu as costas, se despedindo e no seu encalço uma Sienna com suas petulâncias de sempre pra cima do homem.
olhou o celular pensando se pedia ou não um Uber, sua casa era a 4 quadras do parque. percebeu a indecisão do rapaz e resolveu fazer sua boa ação do dia.
— Quer uma carona, senhor ?
— Se não for ruim pra você — deu de ombros —, eu aceito.
— Então, vamos!
Se despediram do resto do grupo que ainda estava bebendo. Andaram lado a lado, conversando, não sabiam como conseguiam emendar um assunto no outro, e foi assim até chegar ao estacionamento em frente ao prédio em que morava.
— Está entregue, bombeiro. — Desligou o carro e encarou .
— Obrigado pela carona. — A encarou de volta e sorriu. — E obrigada pelo dia também, foi legal te conhecer melhor.
— Também gostei muito de te conhecer. — Sorriu de volta.
— Até amanhã, .
— Até amanhã, . E obrigada, por tudo.
estava saindo do carro, quando o puxou pelo braço. O rapaz ficou surpreso com a atitude da amiga e, lá no fundo, quase na superfície, ficou muito feliz.
— Quero um abraço de amigo. — Abriu os braços com um sorriso largo que fez abrir o mesmo.
O abraço durou muitos segundos, colocou seu rosto na volta do pescoço dela. Incrível como a moça ainda estava cheirosa depois de um dia agitado como aquele. Desfizeram o abraço, com relutante em deixá-la longe de si mesmo. Encarou seus olhos verdes novamente e jurou para si que sempre a protegeria de tudo e todos.
— De novo… quero agradecer por todo suporte que anda me dando nessas últimas vinte e quatro horas. — Acariciou seu ombro.
Ótimo… estava boiola por .
E nesse mesmo momento teve a brilhante ideia. Não custava nada tentar um vínculo maior com a mulher à sua frente.
— Eu tenho um juramento de amizade para nós fazermos… — Sorriu amarelo.
— Fala que eu topo. — Riu da cara do amigo.
achava o sorriso de a coisa mais encantadora desse mundo.
— Que tal a gente jurar… — Se ajeitou no banco do carona, tentando fazer suspense. — Sem tempo para lágrimas daqui em diante?
fingiu de pensar e o abraçou novamente adorando a ideia.
— É claro que eu topo!


FIM



Nota da autora: Olá, meus nenéns! Só pra avisar que terá continuação em breve em outro ficstape. Colocarei aqui quando for postado!
Obrigada pela leitura!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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