Postada em: 04/03/2018

Capítulo Único

Por

- , você tem certeza? – perguntei a ela, nervoso – Amanhã vai...
- – ela colocou a mão em minhas bochechas, sorrindo –, você tava querendo contar desde o começo e agora deu pânico?
- Quando chega a hora tudo muda – eu sorri nervoso enquanto entrávamos em sua casa.
Eu e estávamos juntos há quase 02 meses, sem que Robert, pai de e meu amigo, soubesse. Nossa história aconteceu aos poucos, sou amigo e trabalho com Robert, ficando então próximo de . Não tenho ideia de como ele pode vir a reagir a uma notícia dessas, sempre foi sua princesinha, ele talvez não levasse muito bem o fato dela estar namorando com um cara 08 anos mais velho, por mais amigos de anos que fossemos ou o quanto ele goste de mim.
entrou na frente, logo encontrando Robert no sofá assistindo televisão. Ele virou em nossa direção com um sorriso no rosto, levantando para nos cumprimentar. Fechei a porta e pude ouvir sua voz quebrando o silêncio.
- Achei que não voltavam mais – ele abraçou e apertou minha mão. Sentamos então no sofá oposto ao dele, lado a lado, um pouco desconfortáveis – Então, como foi o passeio?
- Você tem que provar o sorvete da nova sorveteria! É maravilhoso! – notei que tentava impulsionar um assunto ao ver meu nervosismo, minhas mãos suavam e meu corpo quase tremia.
- Tá tudo bem, ? – Robbie voltou sua atenção para mim, para aumento do meu desespero.
- Robert, eu queria te contar que eu tô namorando – falei rapidamente olhando em seus olhos, com o fundo de coragem que achei na minha mente. Ele deu um suspiro e sorriu como se fosse me parabenizar e então lembrei de completar minha frase, mas antes que o fizesse, ouvi a voz de me cortar.
- Comigo.
procurou por minha mão e esperamos o pior. Robert não tinha expressão alguma, apenas mantinha suas sobrancelhas levantadas e eu mantinha meu olhar firme no seu. Ele desviou os olhos para nossas mãos que estavam entrelaçadas e então se levantou e saiu da sala em direção à cozinha.
Olhei para , que tentava entender a atitude do pai e se movimentava para levantar e ir em direção a ele. Segurei seu ombro, fazendo com que ela se sentasse novamente.
- Deixa que eu vou – ela assentiu com a cabeça e se manteve sentada enquanto eu andava até a cozinha.
Encontrei Robert pegando um copo e enchendo-o de água, ele se recostou na mesa, de costas para mim e virou lentamente a água. Podia ver suas costas se movimentando enquanto ele soltava todo o ar de seus pulmões e inspirava novamente.
- Robert, podemos conversar? - ele se mexeu devagar ao ouvir minha voz, se virando em minha direção.
- Acredito que não tenhamos o que conversar, – disse ríspido.
- Eu acredito que temos, Robert. Em respeito aos tantos anos que temos de amizade, você poderia ao menos me dar a palavra.
- Você realmente quer falar em respeito aos anos de amizade? - ele usou os dedos para exemplificar aspas naquela frase, soando debochado – Mas tudo bem, quero ouvir qual a justificativa maluca que você tem para essa situação absurda – ele indicou a cadeira à sua frente ao se sentar.
- Por que situação absurda? Consigo entender que possa ser uma surpresa pra você, eu mesmo me questionei muito, Robert. Sempre me preocupei com o que você pensaria, qual seria sua reação, mas não esperava que você virasse as costas e chamasse a situação de absurda – optei por ser sincero, o conhecia o suficiente para saber que ele não levaria bajulação como algo positivo, eu falaria com ele de igual pra igual, como sempre.
- , é minha filha! Você trabalha pra mim há anos, e agora aparece pra falar que está namorando minha filha? Você passou anos dentro dessa casa, conviveu como um filho pra mim, se tornou meu amigo e agora está por ai, saindo com a como se fossem amigos e estivesse me ajudando, quando na verdade está fazendo sabe-se lá o que com ela, pois prefiro nem imaginar! - ele disse se exaltando, seu rosto era tomado por uma expressão raivosa.
Antes que eu pudesse responder, senti as mãos de sobre meus ombros e pude notar a expressão de Robert se tornar pior.
- Fazendo sabe-se lá o que, pai? Quem você acha que eu sou? Você acha que eu saio por ai fazendo o quê? Quero ouvir – ela apertou meus ombros e virei em direção a ela, como em um sinal mudo pra que ela saísse, mas ela balançou a cabeça em negação.
- Não filha, eu...
- Não sei o que você acha, mas além de eu me dar o respeito, o me respeita de uma forma inimaginável. Sinceramente, eu não esperava isso vindo de você - ela saiu da cozinha e pude ouvir seus passos enquanto subia as escadas, provavelmente indo em direção ao quarto.
Robert ficou parado, enfurecido, sem reação alguma. Por alguns segundos me perdi entre ficar e continuar a conversar ou correr atrás de , mas se a conversa não continuasse agora, talvez não continuasse mais.
- Você fez minha filha se virar contra mim, isso está suficientemente absurdo pra você?
- Sinto muito, mas você fez isso, você a tratou como qualquer menina, ela tem direito a se defender. Você tem uma filha de 18 anos, completamente capaz de tomar suas próprias decisões e viver a própria vida. Ela não precisa que ninguém fale nada, ela pensa por si própria, Robert. Talvez você esteja focado demais na sua menininha que tanto sofreu e esqueceu de ver o quanto ela amadureceu.
- Por que eu deveria estar aqui ouvindo de você sobre a minha filha? - ele me encarou, nervoso.
- Porque eu sou o namorado dela, Robert – ele levou as mãos até a cabeça e passou por seus poucos cabelos –, estou tentando abrir seus olhos pra mulher que você tem em casa, pois ela não é mais uma criança como há alguns anos.
- , por favor, vai embora. Eu não quero que as coisas fiquem pior do que estão. Nós conversamos outro dia.
- Tudo bem – sem dizer mais nada me levantei e, ao invés de me dirigir até a porta, subi primeiro até o quarto de . Sabia que se fosse embora sem nem ao menos falar com ela, ela se zangaria. Notei que Robert me observava subir as escadas, e talvez eu estivesse abusando de sua autoridade, mas estava preocupado com ela.
Bati em sua porta e pude ouvi-la rosnar de dentro do quarto. Sorri comigo mesmo e bati novamente, dessa vez chamando-a e dizendo que era eu. Ela abriu a porta e se jogou em meus braços, abraçando-me fortemente.
- Vai ficar tudo bem, . Estou indo embora, tá? Ele pediu para que eu fosse e não quero desafiá-lo, ele tá bem nervoso. Fica tranquila se ele conversar com você, por favor, não piora a situação - beijei sua testa e pude vê-la assentir.
Olhei para o andar de baixo e pude ver que Robert nos observava com um olhar indecifrável. desencostou do meu peito e beijou delicadamente meus lábios, me abraçando novamente em seguida. Me afastei dela, acenando em sua direção enquanto descia as escadas. Acenei com a cabeça para Robert e então sai pela porta da frente, torcendo pra que as coisas se acertassem.

Por

- Ah, , eu não consigo me decidir! Eu sei que essa é a área que quero! Isso eu tenho certeza, mas olha, são tantos cursos maravilhosos – ele sorria pra mim, se divertindo enquanto eu estava completamente perdida.
Estávamos sentados no jardim de casa, com meu pai na janela nos olhando. Eu estava rodeada de papéis dos mais variados cursos que eu poderia fazer na Universidade de Michigan. Tinha papéis com os nomes dos cursos, as matérias que eu poderia cursar, apresentação do campus, áreas em que eu poderia trabalhar ou me especializar e eu só conseguia encher minha cabeça mais e mais, ficando esgotada para ter que tomar uma decisão.
- , vai por eliminação! Você tem tipo, seis cursos aqui – ele disse olhando os papéis que estavam próximos a mim e pegando-os –, tira alguns desses, você não quer fazer enfermagem, quer?
- Mas eu já separei, esses já são os que não quero – falei nervosa, como se ele tivesse culpa – Eu tô entre neurociência e biologia humana - rolei os olhos e isso o fez rir.
- Você é indecisa, hein? - ele colocou os outros papéis que eu já havia desistido para trás dele, para que não se misturassem. Sorri em sua direção e ele sentou com as pernas abertas, para que eu deitasse em seu peito.
Não tinha ideia de como escolher o que fazer. A intenção era me decidir e fazer um programa de conhecer a faculdade, algo assim. Eu ficaria lá por algumas semanas após os feriados de fim de ano, poderia ver algumas aulas e ter certeza se era aquilo que eu queria. Mas eu nem conseguia ao menos optar por um curso.
Sempre gostei muito da área biológica, ciências, corpo humano... Sempre fui curiosa em relação ao nosso organismo, mas nunca me senti confortável para fazer medicina, como muitos sempre pensam em primeiro lugar. Neurociência parecia fascinante pra mim, mas ao mesmo tempo não me preenchia por completo.
Enquanto fiquei recostada no corpo de , aproveitei para olhar por mais alguns minutos com atenção para os dois papéis em minha frente. Biologia humana parecia tão mais ampla, e iria matar mais minha curiosidade. Sim, eu escolheria um curso baseado no tamanho do meu interesse e curiosidade por aquilo.
- Vai ser biologia humana e pronto! - falei um pouco alto demais, assustando .
- Você tem certeza?
- Não me faça questionar quando finalmente decidi – reclinei meu corpo até que conseguisse olhar em seus olhos e pude ver seu rosto se aliviar com uma risada. Ele colocou as mãos sobre minha cintura e abraçou fortemente.
- Então pronto, agora só falta resolver os próximos passos, que são o de menos depois de toda essa demora – ele me mostrou a língua e demonstrou intenção de se levantar dali.
- Ahhhh – coloquei minhas mãos para trás, segurando seu corpo –, fica aqui, depois a gente resolve – virei meu corpo todo em sua direção - Fica um pouquinho comigo – fiz biquinho e pude ver ele rolar seus olhos de uma forma completamente fofa.
- , seu pai não para de ficar observando a gente, não é melhor não abusar? - ele ficou sério de repente e quando olhei para janela pude ver que meu pai estava lá novamente.
- Para de se preocupar com isso – virei novamente em sua direção e comecei a brincar com seus dedos que entrelacei aos meus – se formos levar o que meu pai quer ao pé da letra, não estaríamos nem nos vendo, talvez nunca mais, na verdade – ele afirmou com a cabeça, ponderando minha frase. Ele sabia que era realidade, então durante essa semana tentei mostrar para ele aos poucos o que ele mesmo havia falado para meu pai, eu tinha direito de viver minha vida.
As coisas ficaram complicadas ao longo da semana. Fiquei três dias sem nem falar com meu pai, até que ele me pediu desculpas e eu aceitei, mas ao tentar conversar sobre o assunto, me pediu para que não falássemos naquilo por enquanto. Apesar de termos feito as pazes, eu estava muito chateada com ele, já que eu e conversamos muito todos os dias e ele me contou que meu pai o estava tratando mal no trabalho. Havia cortado todo tipo de relação, evitava falar diretamente com ele e lhe dava os serviços mais simples possíveis, como se não quisesse que ele trabalhasse.
estava numa situação lamentável. Estamos tão bem, nos conhecendo cada vez mais, sentindo tudo de novo que duas pessoas podem sentir juntas, aprendendo um com o outro, e ele nem ao menos pode aproveitar sem preocupações. Não acredito que meu pai tenha essa coragem, mas ele me disse do medo de até mesmo perder seu emprego. parecia uma criança com medo de apanhar porque aprontou, sendo que nem culpa tem.
- Não queria que você passasse por tudo que tá acontecendo, – sentei com as pernas entrelaçadas em sua frente e segurei suas mãos - Nem na pior das hipóteses achei que ele agiria assim. Nunca vi meu pai agir dessa forma, principalmente perder sua ética de trabalho, que sempre foi algo tão elogiado. Ele não tem o direito de fazer isso com você e eu vou conversar com ele.
- Não, por favor, – ele torceu a boca em resposta – Eu tenho que me resolver com ele, você sabe disso. O problema dele é comigo, só quero poder entender exatamente qual é - ele sorriu tentando me confortar.
- Mas , você já viu, ele não vai querer conversar nem comigo, nem com você. Eu não sei o que fazer – deixei com que meus ombros relaxassem e me joguei para trás, deitando no chão e fechando meus olhos.
- Ei – senti que ele havia se agachado ao meu lado –, a gente vai passar por isso, – abri meus olhos e vi o sorriso em seu rosto. Ele estava tão perdido como eu, mas sorria sinceramente, tentando me animar.
Levantei e o beijei. Ele parecia receoso, mas deu espaço para que o beijo se aprofundasse. Ele se sentou, deixando espaço entre suas pernas para que eu me aproximasse de seu corpo. Levei minhas mãos para seu pescoço e as suas logo alcançaram minha cintura. Nossas línguas se encontraram, fazendo com que meu corpo inteiro se arrepiasse, e notei que seu corpo tinha a mesma resposta em relação ao meu contato. Brinquei com meus dedos em seu pescoço, podendo sentir a área se eriçar, o que me fez sorrir enquanto o beijava. Apesar das muitas sensações, cada vez mais intensas, era um beijo inocente.
era sempre inocente, sempre me tratando com o maior carinho possível. Algumas vezes era até mesmo engraçado, mas eu sabia que ele estava apenas sendo cuidadoso, e era uma das suas maiores qualidades, uma daquelas que me fazia a cada dia ter mais certeza da escolha que fiz quando o deixei entrar na minha mente e conhecer meu coração. Desde o dia em que o Lucas, meu primeiro namorado, morreu e esteve lá pra me apoiar, eu sabia que ele seria importante na minha vida. Eu só não tinha noção de que poderíamos nos tornar mais que amigos, até que ele me surpreendeu de todas as formas que poderia.

Ficamos no quintal apenas curtindo a companhia um do outro até começar a anoitecer, quando disse que preferia ir embora para que eu passasse um tempo com meu pai, mas saiu prometendo que no outro dia viria me ver. Ele se despediu com um beijo em minha testa e saiu com seu carro apenas depois de ligar o rádio e ouvir seu cd do Artic Monkeys soando pelos alto falantes.

Entrei em casa e pude sentir o cheiro de comida que vinha da cozinha. Meu pai gostava de cozinhar, por mais simples que o prato fosse. Andei até a cozinha, o encontrando com um pano de prato jogado por cima dos ombros, usando uma colher para mexer em algo que estava na panela maior. Ri, fazendo com que ele notasse minha presença e, apesar de ter a expressão emburrada, risse também.
- Enquanto você termina, dá tempo de eu tomar um banho? - perguntei parada na porta e ele afirmou com a cabeça.
Subi rapidamente as escadas e entrei no quarto. Separei minha roupa e fui em direção ao banheiro do corredor, já tirando minha roupa. Liguei o chuveiro e, apesar de não fazer frio, coloquei a água na temperatura mais quente, com a intenção de relaxar e ficar por ali um tempo. Estava decidida a conversar com meu pai, fazer com que ele me escutasse. Deixaria que conversasse o que tivesse para conversar com ele, mas essa discussão não era só entre os dois. Sabia que os dois lados apenas queriam me proteger, mas não deixaria tudo da forma como estava.

Sai do meu quarto pensando que não tinha só aquilo para conversar com meu pai, precisava lhe contar o que tinha decidido sobre a universidade, o curso, e o que poderíamos fazer. Sabia que me ajudaria em tudo, ele estava muito animado, mas não queria que ele fizesse tudo e que meu pai se sentisse de fora. Talvez um pouco de seu receio, fosse fazer tudo que fosse seu papel durante minha vida. Sorri com aquela ideia, pois tornaria tudo mais fácil, eu nunca deixaria com que meu pai se sentisse só.
- Achei que tinha descido pelo ralo junto com a água - ele riu e pude notar que já estava sentado com tudo pronto e colocado sobre a mesa. Me sentei em sua frente e logo nos servimos.
- Pai, será que você pode me ouvir? - ele olhou em meus olhos e ficou um tempo em silêncio, apenas mastigando.
- Filha...
- Uma hora ou outra vamos ter que conversar, não só sobre o – notei seus olhos desviarem dos meus ao ouvir o nome dele –, tenho que te contar o que decidi em respeito a minha carreira acadêmica também.
- Você conseguiu decidir algo? - ele parecia interessado.
- Te conto se você prometer conversar comigo sobre o , não quero viver nessa situação pra sempre. Espero que você saiba que realmente vou seguir em frente com a minha decisão, então seria muito melhor se ficássemos todos bem com isso – soltei tudo de uma só vez e pude notar ele me encarando e respirando fundo. Até que ele soltou todo o ar e concordou com um aceno de cabeça, aliviando sua expressão.
- O que você quer falar?
- Não sei se quero contar algo ou se preciso que você me diga o que está acontecendo com você, qual o grande problema – ele se manteve em silêncio, apenas dividindo seus olhares entre o prato e meus olhos - Você tratava o como um filho, era a pessoa que você mais confiava no mundo, e do nada ele não presta mais? Tudo isso porque ele está namorando comigo? - ele respirou profundamente antes de responder, parecendo ter a intenção de se acalmar.
- Exatamente, . Eu considerava como um filho e você aparece pra me contar que está namorando com ele. Eu nunca poderia imaginar isso – ele falava com raiva nos olhos, como se sentisse que fora traído.
- Mas ele não é seu filho, por mais parecido com isso que ele seja. Eu achei, pelo menos um pouco, que você poderia ficar feliz com isso. Por ser alguém que você conhece, gosta, alguém que te respeita e te admira.
- , ele tem quase dez anos a mais que você! - naquele momento senti que ele explodiria, ele soltou abruptamente os talheres e o som deles colidindo com a louça do prato ecoou. Ele colocou uma mão sobre a mesa e a outra levou até a têmpora, mostrando preocupação - Dez anos, !
- Então é esse o seu real problema, pai? A nossa idade? Inacreditável - empurrei meu prato para longe do meu corpo e afastei minha cadeira da mesa, parando para respirar.
- São dez anos! Você é uma garota de 18 anos, você tem tanto pra viver, isso não é certo!
- E eu não posso viver o que tenho pra viver ao lado dele? Me explica o que esses dez anos vão mudar no que eu tenho pra viver, quero muito saber.
- , você não ta entendendo...
- Eu não to mesmo, pai. Não to. Sabe por quê? Não tem o que entender, não tem certo ou errado pra gostar de alguém, e eu achei que você soubesse disso.
- Claro que tem, ! E o errado é uma menina como você estar com um cara mais velho que não tem nada, nem ninguém, e não pode acrescentar nada na sua vida.
- Engraçado que ele não pode acrescentar nada na minha vida, mas na hora de incentivar a melhorar e ajudar nas minhas decisões, ele está comigo, não é? – meus olhos se encheram de lágrimas, mas não poderia deixá-las cair, eu não deixaria que as coisas me afetassem dessa forma – E você, pai? Nos últimos dias eu finalmente decidi o que eu quero pra minha carreira, e você, alguém sempre presente pra mim, estava mais preocupado em maltratar o no escritório – me levantei e andei em direção à geladeira para me servir de água, precisava de muita paciência para seguir essa conversa.
- Você poderia ter me contado, . Não achei que precisássemos fazer cerimônia para conversar agora – ele disse debochado, algo que eu poucas vezes o via fazendo.
- E não precisamos, pai. Mas também nunca achei que você pudesse ser alguém com opiniões tão estúpidas. Está impossível manter uma conversa aqui.
Olhei para ele, que parecia surpreso com minhas palavras, e antes que ele pudesse falar algo, corri em direção ao meu quarto, me fechando lá dentro. Era inacreditável essa mudança repentina dele com , e até mesmo comigo. Sabia que ele não viria atrás de mim, assim como sabia que os dias que seguiriam não seriam nada amistosos.

Por


Robert parecia mais mal humorado que nunca hoje. Ele chegou no escritório sem no mínimo dar bom dia para os funcionários e parecia ter os olhos ardendo em chamas.
Os outros funcionários pareciam intrigados para saber o que estava acontecendo e qual era o motivo de sua mudança de vinho para água, como estavam carinhosamente chamando, tão repentinamente. Apenas me mantida quieto, já que sentia que não deveria contar a todos que estava namorando , a tão amada filha de Robert, me culpariam sem dúvidas por seu estado de espírito e ainda me olhariam torto já que ela era a princesinha de todos que a conheciam desde pequena. Por acaso, não era como se não fosse minha culpa.
- , o Robert pediu pra você descer e ir no Emmett pegar um café pra ele –Thomas passou por minha mesa deixando o recado e, junto ao recado, uma risada. Inacreditável, ele queria me tratar como um estagiário de filmes de comédia.
Levantei de minha mesa e decidi fazer o que me era pedido, eu estava chegando no meu limite, Robert merecia saber que eu não era mais uma criança e, apesar de todo o respeito, não aceitaria as coisas daquela forma. Tenho medo de perder meu emprego? Claro. Mas também sei que sou melhor que tolerar essa situação apenas por conta de ter me apaixonado.
Voltei com seu café e entrei em sua aula. Ele levantou seus olhos para mim e abaixou novamente, olhando para os papéis que estava mexendo. Robert indicou um lugar na mesa para que eu colocasse o café e o coloquei lá, virando as costas para voltar para minha mesa, quando ouvi sua voz me chamar.
- , eu pedi por um chá, não café – Robert estava sendo infantil e abusando de seu cargo, como eu imaginara. Assim pude perceber quanta raiva ele estava sentindo para fazer isso, ele nem ao menos toma chá – Dê esse café para alguém e me traga um chá – ele estendeu o copo para mim e eu perdi minhas travas na língua. Peguei o café e o joguei no lixo em sua frente, vendo o líquido se esparramar pelo material de acrílico – O que você está fazendo?
- Eu estou pedindo demissão, Robert – notei que nossos colegas de trabalho haviam percebido a agitação e se mexiam em direção a sala para ver o que estava acontecendo, então fechei a porta para ignorar curiosos – Eu sou homem o suficiente para não esperar que você faça isso por mim, eu sou homem o suficiente pra perceber que você não me quer mais aqui. Mas posso te dizer que também sou homem o suficiente pra sua filha, e que mesmo que você não me queira aqui, eu ainda vou fazer parte da vida dela e, consequentemente, da sua. Nunca imaginei que um homem como você pudesse se tornar tão infantil.
Virei de costas para ele, já abrindo a porta e seguindo em direção à minha mesa para arrumar minhas coisas. Senti todos os olhares sobre mim e comecei a me irritar com toda aquela atenção, sentindo vontade de perguntar o que mais queriam de mim. Sei que ninguém ali estava me tratando daquela forma como Robert, mas apenas porque não sabiam o motivo de tudo. Será que o que estávamos fazendo era tão errado assim?
- Lavoie, você vai embora dessa forma? – Robert estava em sua porta, me encarando.
- Não acredito que tenha outra forma, eu não vou aceitar continuar assim. Em uma semana espero que as coisas estejam melhores pra que possamos resolver os assuntos sobre minha saída - ele entrou novamente em sua sala e eu me despedi dos funcionários, com expressões mais que surpresas, com um aceno rápido.

Por

Ouvi a campainha tocar e sai correndo em direção à porta, desconfiada. Odeio quando a campainha toca em dias que eu sei que não tem a possibilidade de ninguém conhecido aparecer. Olhei pelo olho mágico e me surpreendi ao me deparar com os cabelos de .
- O que você tá fazendo aqui? - perguntei quando abri a porta e senti seus braços se enroscarem em meu corpo num forte abraço.
- Não trabalho mais, pelo menos não pro seu pai – ele encarou meus olhos e sorriu ao ver minha expressão surpresa. Como?
- Ele te demitiu? Eu não acredito nisso, ! - sai correndo em busca do meu telefone, com a intenção de ligar para o meu pai, e pude ouvir a porta bater e correr atrás de mim, me puxando.
- , fui eu quem pediu demissão, calma – ele tirou o telefone da minha mão enquanto eu parei, estática, para encará-lo.
- Você é louco? Por que você fez isso?
- Quem sabe é algo a menos pra incomodar ele? Eu não poderia deixar ele continuar me tratando desse jeito, – ele passou a mão em meus cabelos, parecendo preocupado.
- Espero que o que você tenha feito não seja precipitado – soltei o ar que estava prendendo, suspirando – Mas e agora, senhor desempregado? Como um senhor de idade de 26 anos sobrevive sem trabalhar? - ele deu o sorriso mais sincero que poderia e eu só consegui sentir todas aquelas sensações mais que bagunçadas dentro de mim mais uma vez. Como era em todos os dias que passávamos juntos.
- Bom, até encontrar outro, eu tenho mais tempo pra menina linda que eu tô namorando – ele sorriu e passou os braços por baixo das minhas coxas, me levantando para ficar em seu colo. Passei a mão delicadamente por seus cabelos, sorrindo inconscientemente.
me levou até o sofá, se sentando da mesma forma em que eu estava no colo dele. Seu sorriso mudou de inocente para descarado e em segundos ele estava por cima do meu corpo. Ele me beijou ferozmente, deixando pra trás toda sua usual delicadeza. Suas mãos passeavam sobre o tecido do vestido que eu usava, ocasionalmente passando por baixo deste também. Nossas línguas se enroscavam e eu me sentia extasiada de sentir seu gosto novamente, toda vez parecia que ele conseguia me deixar mais fora de mim. Deixei com que minhas mãos deslizassem por seu corpo também, fazendo com que ele se arrepiasse e reprimisse alguns gemidos de aprovação, principalmente quando levei minhas mãos por debaixo de sua blusa cinza, carregando-a até seu peito.
afastou-se de meus lábios e me encarou enquanto recuperava seu ar. Ele parecia cansado e pensei em brincar e chamá-lo de velho, até perceber que não estava cansado e sim excitado e parecia tentar se controlar. Ele jogou seu corpo por cima do meu e enterrou sua cabeça entre meu pescoço e o sofá, resmungando baixinho. Pude sentir sua excitação entre minhas pernas e imaginei o quanto deveria ser difícil. Coloquei minhas mãos em seus cabelos e deixei um carinho ali. Sabia que ele não ficava bravo ou triste, mas com certeza era frustrante. Conversamos sobre sexo uma vez e ele disse que esperaria até que eu estivesse pronta, afinal, seria minha primeira vez e não queríamos que fosse de qualquer jeito. Não queríamos que fosse transar por transar. Então nossos momentos mais baixos não passavam disso.
- Só passei aqui pra te contar a novidade, . Não quero que seu pai chegue e eu esteja aqui, vamos dar o tempo dele – ele disse se levantando – Se você quiser, podemos ajeitar as coisas e ir conhecer a universidade e finalmente perguntar do programa para saber se você pode participar.
- Tá se achando só porque agora tem todo tempo livre do mundo? – joguei meus braços em volta de seu pescoço e lhe dei um selinho. – Obrigada por me apoiar nisso e correr atrás de tudo comigo, você não existe, – abracei-o forte, quase esmagando sua cintura, onde meus braços estavam agora. Levantei meu olhar para ele e ficamos por algum tempo apenas nos encarando, curtindo o contato com o outro e sorrindo como todo ser humano apaixonado faz. E gostoso como a sensação de estar apaixonado, só a sensação de poder falar e pensar isso com tanta certeza.

Por

Duas semanas se passaram desde minha demissão. Eu e já havíamos ido até a Universidade de Michigan duas vezes, uma para saber mais sobre o programa, em que ela passaria um mês conhecendo o local e assistindo um pouco das aulas para se habituar e decidir se era mesmo sua opção, e outra para encontrar um lugar para ela ficar. Eu disse que poderia levá-la e buscá-la todos os dias, eram apenas cinquenta minutos, mas ela insistiu que não poderia fazer isso e gostaria de ficar por lá. Ela disse que eu poderia visitá-la quando quisesse e eu ainda a buscaria aos fins de semana, mas ela precisava fazer isso. Sorri com sua teimosia e apenas concordei, ela queria finalmente se mostrar independente, e eu me orgulhava disso.
Ainda não havia conversado com Robert sobre a saída do escritório. Nos encontrávamos em sua casa, mas eram sempre acenos de cabeça como sinal de respeito pela presença um do outro, sem conversas. Ele estava feliz por ,e nem ao menos tentou contestá-la quando ela disse que ficaria próximo à universidade durante a semana e voltaria aos fins de semana. Era apenas uma experiência mensal, ela ainda não tinha certeza do que faria se realmente gostasse da experiência e se matriculasse para o início das aulas no próximo ano letivo.
O natal se aproximava e parecia mais animada que nunca, não sabia se apenas para o natal ou se ela estava animada com a ida para a universidade após as festas. Ela parecia se iluminar cada vez que passávamos por alguma decoração, e seu sorriso se libertava ao ver toda aquela paisagem branca de neve. No primeiro dia em que começou a nevar, ela parecia uma criança vendo o gelo pela primeira vez, e não posso negar, era lindo ver seu sorriso somado as bochechas coradas que ela carregava em decorrência do vento gelado.
Na semana anterior fui acordado com o toque do meu telefone e atendi acreditando ser querendo me acordar. Mas me assustei ao ouvir a voz de meu irmão no telefone, dizendo que estava no Novo México com nossos pais e que eles viriam passar o natal comigo aqui em Detroit. Fiquei animado, sentia falta de todos, mas sabia que meus pais ficariam tão preocupados quanto Robert quando soubessem de meu relacionamento. Conversei um pouco com Lucas no telefone e soltei a bomba primeiramente pra ele, querendo saber o que ele achava, e claramente ele achava o máximo e surpreendente o simples fato de alguém gostar de mim. Irmãos são irmãos. Ele disse que infelizmente sua namorada não poderia passar o feriado conosco, porque ficaria com os melhores amigos na Califórnia, mas estava ansioso pra que todos a conhecessem em outro momento.
Estava na porta de casa, esperando que meus pais e meu irmão chegassem. Lucas me ligou dizendo que o táxi já estava perto, então desci para esperá-los. Os vi a alguns metros e já pude notar a expressão de felicidade de minha mãe, ela parecia extremamente ansiosa. Claro, ela foi a primeira a sair correndo do carro para me abraçar, jogou seus braços em volta do meu corpo e deixou meu pai e Lucas para trás pegando as malas.
- Ai meu filho, que saudade! Família Lavoie finalmente reunida! - ela me soltou, dando espaço para que meu pai me abraçasse e logo em seguida Lucas.
- Ela mal pode esperar pra ver a nova integrante da família - ele riu, falando baixo para que só nós ouvíssemos, decidindo me importunar com o segredo que só ele sabia. Dei um peteleco em sua cabeça e ele gargalhou.
- Vamos subir, colocar as coisas lá em cima e podemos almoçar em algum lugar – entrei primeiro para que eles me seguissem.
Minha mãe falava sem parar, contando todas as novidades que poderia pensar. Ela falou incessantemente sobre a namorada de Lucas e o quanto ela era maravilhosa, como eles ficavam bem juntos, acredito que nem ele aguentava mais ouvir sobre. Enquanto eles deixavam as coisas no quarto, mandei uma mensagem para para avisá-la que eles já haviam chegado. Minha intenção era que ela fosse almoçar conosco e, mesmo a contragosto e morrendo de vergonha, ela havia aceitado.
Não tínhamos problemas com o fatídico "conhecer a família", a partir do momento em que decidimos ficar juntos, não era pra se conhecer. Queríamos, claro, nos conhecer mais a cada dia, acredito que isso seja o foco de um relacionamento, mas sempre concordamos que não era como se fosse se conhecer pra ver se vai dar certo, o bom é se conhecer e acreditar que por isso está dando certo. Não existiriam planos.
Quando chegamos, pude ver já esperando em uma mesa com mais quatro lugares livres. Acenei para o dono do restaurante que estava na entrada, indicando que estava com a garota. Meu pai foi o primeiro a vê-la e me lembrei de uma semana há uns dois anos, em que ele ficou na cidade comigo e jantamos na casa de Robert. Claro que ele conhecia , eu apenas não me lembrava.
- Aquela não é a filha do seu chefe? - ela sorriu tímida de longe quando o viu apontando e ele acenou em sua direção - Como ela está crescida!
- Ela está nos esperando, espero que não se importem – sorri amarelo para eles, que estranharam, mas não se incomodaram.
Deixei com que meus pais e Lucas fossem na frente para cumprimentar . Ela se apresentou para minha mãe e meu irmão, e meu pai a elogiou, dizendo que era um prazer revê-la. Minha mãe parecia indiferente, mas curiosa do motivo da presença da garota. Meus pais se sentaram e Lucas deixou um lugar ao lado de para mim, quando cheguei até ela decidi tirar logo o curativo de uma vez para dor ser menor. Segurei a mão de e pude ver minha mãe mais surpresa que nunca e meu pai parecer um pouco assustado.
- Mãe, pai, criatura nojenta – Lucas revirou os olhos rindo –, como ela se apresentou, essa é a . Ela é minha namorada.
- Uma menina tão linda, com tanto mau gosto – Lucas brincou enquanto pude notar meu pai engasgar com a própria saliva, solicitando uma garrafa de água para ele e minha mãe, que se manteve estática.
- , querido, me desculpa a pergunta, mas quantos anos essa bela jovem tem? – minha mãe perguntou, fazendo com que se remexesse inquieta na cadeira. Ela parecia envergonhada, não pensei que meus pais pudessem agir assim em sua frente.
- 18 anos, e espero muito que vocês não façam a linha como a de Robert que decidiu que isso é muito errado, transformou minha vida em um inferno em duas semanas de trabalho, até eu me demitir. Se deixem nos conhecer antes de apontar erros – joguei todo meu peso nas costas da cadeira, bufando.
- Olha, se vocês quiserem, eu posso ir embora, pra vocês conversarem... Não sei. Falei para o que não era uma boa ideia já dar a notícia quando vocês chegassem. Me desculpem – ela estava se levantando quando minha mãe, que se sentava ao lado dela, a puxou pelo braço pra que se sentasse novamente.
- Querida, nos desculpe, é só que são muitos anos de diferença, você é tão novinha! A princípio é um susto, mas não quer dizer que vamos sair apontando erros – ela me lançou um olhar capaz de me fazer encolher na cadeira – Que historia é essa de se demitir, ?
- Não aguentou o sogro logo de cara? – meu pai parecia se divertir.
Expliquei a eles o que estava acontecendo e sobre a reação de Robert, que sempre foi meu amigo. Meu pai parecia pensativo, mas disse que entendia o ponto de vista do homem, já que pra eles e era mais fácil, afinal, ele era o garoto da história. Infelizmente, as coisas ainda funcionavam assim e o pai da menina, apesar de muito conhecer e confiar em , devia estar assustado.
Durante o almoço meu pai questionou sobre tudo de sua vida desde que a vira, ele parecia adorá-la. Mas não mais que minha mãe, que aparentemente teria muito a falar para namorada de Lucas sobre , da mesma forma que falou dela para nós. Todos conversavam animadamente sobre tudo, a nova experiência de que estaria por vir, a quase queda de minha mãe ao entrar no avião, a briga de meu pai com o vizinho, a nova exposição de arte de Lucas e até mesmo sobre o clima frio que estava. Eu me sentia bem ali, mais do que nunca. Segurei a mão de e sorri para ela, que me devolveu o sorriso na mesma intensidade, que misturado as suas bochechas coradas, a deixava ainda mais linda.

Por Robert

Ouvi a campainha tocar e corri para atender a porta. estava fora com , mas talvez tivesse esquecido algo e estivesse voltando, já que ela nunca se lembrava de levar as chaves.
- Olá, Robert, como vai? – olhei para o homem parado na porta e me lembrei de seu rosto imediatamente.
- Olá, Phill, que surpresa! Entre! – dei espaço pra que ele passasse e indiquei o sofá pra que se sentasse, logo o seguindo – Quer beber algo? – apesar de ressentido e enraivecido com , nunca trataria mal seu pai. Nos conhecemos algum tempo atrás e me dei tão bem com o pai como costumava com o filho.
- Não, obrigado – ele balançou a mão como sinal de negação – Meu assunto não vai se demorar, mas eu precisava vir até aqui. Nós dois sabemos que temos pouca diferença de idade, sou alguns anos mais velho que você, mas isso não quer dizer que tenha mais experiência, por isso não acredito que seja certo que eu tenha que vir até aqui te dar sermão. Somos adultos, Robert, e eu gostaria muito de saber qual o seu problema com meu filho. E, principalmente, o que há de tão errado nele pra que ele não possa namorar sua filha, que está muito linda por sinal, uma pena ela andar parecendo tão triste com tudo que você os vem fazendo passar.
- Olha, eu não sei por que você se acha no direito de fazer isso, Phillip – antes que eu pudesse continuar, ele me interrompeu.
- Porque o é meu filho, e eu tenho direito de falar sobre ele com quem eu quiser. Assim como você fala com ele sobre a sua filha ,pelo simples fato dela ser sua filha.
- Como você pode achar esse relacionamento certo? Ele está com uma garota de 18 anos!
- Uma mulher, Robert. Sua filha não é uma garota, sinto em ter que te acordar pra realidade. Ela tem 18 anos e pode muito bem escolher quem ela decide amar ou não. O vive na sua casa há anos, ele te ama tanto quanto me ama, ele tem puro respeito por você, e você o trata dessa forma.
- Se me respeitasse não agia pelas minhas costas e ficaria com a .
- Sério? Agora entendo porque os dois desistiram de conversar com você. Você vai perder os dois se não acordar. Acredite, eu também me preocupo com essa relação, mas não é por isso que eu os proibiria de tentar. A vida ensina mais do que nós, como pais. Mas tente ver os dois juntos e perceba como as coisas funcionam, se dê a chance – Phillip esticou o braço para que eu apertasse sua mão e, sem me dar direito à resposta, saiu pela porta da frente.
Aparentemente o mundo estava ficando muito louco. Ou era apenas eu?

Por

Menos de uma semana para o natal, queria poder dizer que eu não poderia estar mais ansiosa, mas não é possível, já que nem ao menos sei o que fazer. Há 3 anos nós fazíamos uma festa em casa para várias pessoas, e entre elas o essencial era . Agora meu pai nem ao menos se pronunciou sobre a data, quanto menos sobre a presença dele aqui. A família de ficaria por aqui e todos estavam animados com a possibilidade de passarmos juntos, mas ele nem ao menos parecia me cobrar isso, já que não sabia o que fazer.
- Pai? A gente pode conversar? - bati na porta de seu quarto, enquanto digitava uma mensagem para , que parecia animado em falar sobre seu dia com a família.
- Entra – abri a porta e o encontrei sentado em sua cadeira de frente para a escrivaninha. Ele continuava focado no que fazia, então apenas me sentei na ponta de sua cama e esperei que ele prestasse atenção em mim – Pode falar – ele virou a cadeira, ficando de frente para mim.
- O que a gente vai fazer no natal? - perguntei sem enrolação.
- Uma festa, como sempre – ele sorriu, se aproximando e passando a mão em meus cabelos – Mas dessa vez seremos nós, e sua família - eu abri minha boca em um perfeito "O", assustada com sua resposta. Ele riu de minha reação, mas continuou a falar - Não pense que mudei do nada, . Nós temos muito a conversar e resolver ainda, mas descobri que a família dele está aqui para o feriado e acho que seria legal comemorarmos todos juntos, já que provavelmente eles teriam somente . Convide-os para vir aqui.
Abracei meu pai, pegando-o de surpresa. Ele me abraçou também, parecendo satisfeito com sua decisão, e eu não poderia estar mais feliz. Tudo estava acontecendo tão rápido, apesar de saber que meu pai iria ceder uma hora, não achei que pudesse ser tão cedo. Seria esse um milagre de natal? Ri com meu próprio pensamento e sai rapidamente do quarto para ligar para e contar a novidade.
- Como assim? - ele parecia animado, surpreso e indignado ao mesmo tempo.
- Eu não sei o que aconteceu, mas eu tô muito feliz! Já avisa sua mãe, seu pai e o Lucas, por favor! Esse natal vai ser ótimo
- percebi que ria de minha animação, mas parecia mais que tentava esconder a sua própria.
Conversamos mais um pouco e desligamos, ainda animados como no começo da ligação. Por mais bobo que pareça, algumas vezes me sentia nas nuvens em tudo relacionado a . Minha vida parecia começar agora, um recomeço, na verdade. Nossa relação era tão recente, mas ainda assim sentia tudo numa intensidade desproporcional ao tempo.

Por

Avisei assim que sai de casa com minha família, pra que ela soubesse que estávamos a caminho de sua casa. Ainda não havia entendido o que acontecera com Robert, mas estava feliz por notar que ele pelo menos estaria tentando. Meus pais pareciam contentes também e animados para que, além de passarmos juntos, pudessem ficar próximos a e seu pai. Minha mãe sempre me ouvia falar muito de Robert e do quanto ele me acolhera, então ela sempre quis muito o conhecer.
Bati na porta e pude ouvir gritando que já viria abrir. Ouvi a chave girar na fechadura e um barulho forte de sua mão batendo na maçaneta, assim que a porta abriu pude a ouvir correndo em direção a cozinha. Olhei pra minha mãe, dei de ombros e todos entramos rindo, tentando entender a garota.
- Desculpem – ela disse voltando até a sala – Eu e meu pai estamos brigando com a comida – ela sorriu amarelo e cumprimentou um a um, se demorando ao me abraçar. Acho que nunca me senti tão feliz com um natal; Não desde que era criança, pelo menos.
Robert também apareceu na sala, passou ao meu lado e esticou a mão para que eu apertasse, sem muitas delongas. Em seguida se apresentou para minha mãe e Lucas, que prestava atenção no especial de natal que passava na TV, e após uma severa troca de olhares, cumprimentou meu pai.
- Espero que se sintam à vontade! Vou só terminar a comida para colocar na mesa – ele apontou para uma mesa toda enfeitada, como em todos os anos, que ficava no canto próximo a escada – Filha, eu termino – ele passou a mão no ombro de e saiu em direção à cozinha, indicando que a garota poderia ficar ali. Não a via há três dias, então agradeci, qualquer segundo a mais com ela era algo maravilhoso.
sentou no braço do sofá ao meu lado, passei a mão por sua cintura e fiquei encostado em seu colo enquanto conversávamos todos animadamente. A garota ao meu lado parecia radiante, era encantador ficar a observando, em alguns momentos percebi que eu nem mesmo interagia na conversa, e sim passava a maior parte do tempo a olhando. Ela bateu delicadamente em minha cabeça, brincando sobre eu parecer um maníaco e eu apenas ri e mandei um beijo para ela. Notei que Robert estava na porta da cozinha, nos observando e quando percebeu que eu olhava, virou de costas e voltou para dentro do cômodo, mas não sem antes que eu visse um meio sorriso em seu rosto. Talvez fosse ilusão, talvez não.
- Vem, vamos comer – levantou, agarrou minha mão e nos levou até a mesa onde Robert nos esperava, uma mesa cheia de comidas maravilhosas, pude ouvir minha mãe dizer isso a ele enquanto me perdia em pensamentos sobre o que comeria primeiro.
Todos nos servimos e nos sentamos em volta de uma mesa redonda, uma mesa que Robert só colocava em datas muito especiais como o natal. Ele trocava a mesa comum da cozinha por essa, por mais trabalho que desse, pois dizia que era importante e não poderíamos comer no lugar de sempre. Tradições são tradições, e percebi que já estava mais que acostumado com aquela.
- Robert, meus parabéns, você cozinha muito bem – Lucas foi o primeiro a se pronunciar.
- Não sou só eu – ele piscou e apontou para , que sorriu envergonhada.
- Mãe, você tem que ver, a faz um hambúrguer maravilhoso – coloquei minha mão sobre a sua por cima de mesa e pude ver o olhar de todos sobre nós, enquanto Lucas fazia sinais de vômito.
- Pelo menos você não vai morrer comendo só macarrão com queijo, né? - meu pai disse e pude ver Robert rindo em acordo.
- Se o macarrão com queijo ao menos fosse bom – quase não acreditei quando notei que ele estava brincando comigo, um alívio passou por mim e pude notar que por também, já era meio caminho andado.
- Mas ele vai ter que aprender a cozinhar, porque não vou ficar cozinhando o tempo todo pra ninguém não - a garota mostrou a língua pra mim e ri me lembrando do dia em que conversamos sobre isso. Foi no mesmo dia em que, sem querer querendo, um pedido de namoro saiu no meio de minhas palavras.

FLASHBACK ON

- , olha a zona que tá essa cozinha – olhava a pia cheia de copos e todos os sacos de salgadinho que tinham jogados próximo ao lixo, mas nunca dentro. Sou muito organizado pra certas coisas, mas minha preguiça algumas vezes é absurda.
- Ah, – abracei-a por trás e beijei seu pescoço –, eu tava com preguiça ontem.
- Você só come salgadinho? – ela se virou pra mim, colocando as mãos na cintura.
- Não – olhei para o teto e comecei a rir – Não gosto de cozinhar – sorri em sua direção.
- Mas então por isso você só come salgadinho e joga tudo por aí? – ela apontou para a bagunça novamente e eu afirmei veemente com a cabeça, fazendo com que ela tentasse reprimir o riso – Só quero te contar que não vou ficar fazendo as coisas pra você não, viu? Se um dia a gente... – ela parou sua frase no meio e riu sozinha.
- A gente o quê? – a peguei no colo e a coloquei sentada na bancada, me encaixando entre suas pernas.
- Ah , deixa pra lá, muito cedo pra fazer planos – ela sorriu envergonhada.
- E quem disse que precisam ser planos? A gente não precisa fazer planos, . A gente pode conversar sobre, discutir, mas não precisamos levar nada como um plano. Talvez ideias, não sei, mas nossa vida não precisa ser planejada ou sempre grudada. – passei a mão por seus cabelos, desembaraçando-os em algumas partes enquanto a via sorrir timidamente e levar as mãos em minha nuca para acariciar ali – Minhas coisas ainda vão ser minhas e as suas ainda vão ser suas, a gente ainda vai dividir tudo, mas do nosso jeito. Sem planejar ou forçar qualquer coisa – sorri para ela, que me abraçou fortemente.
- Fico feliz de ter algo assim, com você – ela disse em meu ouvido.
- Não sou a experiência em pessoa, mas acredito que namoros devam ser assim – ela se soltou de mim para encarar meus olhos – Ah – eu sorri envergonhado e enfiei meu rosto em seu ombro. Não acredito que havia saído.
- Namoros são assim... Mas relacionamentos sem denominação prévia também? – pude sentir seu peito subindo e descendo enquanto ela ria de minha reação.
- Se você aceitar namorar comigo ele vai ter uma denominação – olhei em seus olhos e acariciei seu rosto com meu polegar, enquanto ela se envergonhava e parecia surpresa ao mesmo tempo – Sei que não é o pedido dos sonhos, mas você pode ver que a vontade é tanta que até mesmo escapa – ela assentiu com a cabeça, rindo – Mas então, você vai ser minha namorada agora?
- Vou – ela pulou em meu colo e encostou sua boca na minha, iniciando um beijo mais romântico que qualquer outro que já tivéssemos dado. Rodopiei com ela pela cozinha até que ela pedisse pra parar, quando a coloquei no chão – Então agora você é meu namorado?
- Não só agora. Mas sem planos – coloquei a mão sobre a boca pra demonstrar que ficaria calado, fazendo-a rir e repetir meu gesto antes de me abraçar novamente.

FLASHBACK OFF

- Vou aprender tudo pelo YouTube, já que você não tem paciência pra me ensinar – rolei os olhos em sua direção e pude ver minha mãe fazer o mesmo para mim.
- Talvez porque não tenha o que ensinar, filho, é só fazer – concordou com ela e mandou um beijo em minha direção, fazendo com que todos rissem. Agora eu estava completamente sozinho, nem mesmo minha mãe pra me defender.
O resto do jantar foi agradável, passamos o tempo todo conversando, todos ajudamos na limpeza, contra a vontade de Robert e , e terminamos a noite sentados no sofá esperando para fazer a troca de presentes. Mesmo que minha mãe e Lucas não conhecessem Robert e vice versa, todos trocaríamos presentes, eu havia os ajudado e havia ajudado Robert.
- Quem quer começar a abrir? – perguntei e todos me ignoraram e começaram a abrir ao mesmo tempo. Minha mãe disse que não éramos mais crianças pra fazer cena na hora da troca de presentes, não era como se alguém ali ainda acreditasse que vinha do Papai Noel.
Vi Lucas ganhar diversas roupas e se animar com o relógio que eu havia dado, minha mãe estava encantada com o celular novo que meu pai havia comprado para ela e o cachecol extremamente lindo e delicado, suas palavras, que havia lhe dado. Meu pai estava em êxtase com o engradado de cervejas importadas que Robert lhe comprara, e Robert estava extremamente feliz com uma gravata que havia recebido. parecia querer chorar ao abrir o porta-retrato que eu dera. Era algo simples, mas sabia que, além de significativo, ela estava encantada com a carta escrita a mão que viera junto, mesmo que não fosse ler agora.
Abri todos os meus presentes e, apesar de ficar muito feliz com o de , o de Robert me surpreendera de maneira absurda. Quando abri o envelope fino com laço vermelho imaginei que aquilo fosse tudo, menos uma aceitação. Ele havia me dado passagens para uma viagem, passagens, duas. Quando ele percebeu que estava abrindo seu presente, ele passou a me observar e assim que pôde ver minha expressão duvidosa começou a rir e se aproximou, esticando sua mão para que eu apertasse. Me levantei para apertá-la e o senti me puxando para um abraço enquanto exclamava um pedido de desculpa para mim, se mostrando arrependido por toda a situação.
- Eu te conheço muito bem, , eu não poderia ter feito isso com você. Minhas sinceras desculpas e, apesar de ainda termos muito que conversar, pois as coisas não serão bagunçadas, espero que possa me deixar fazer parte da vida de vocês – ele puxou para nosso abraço e pude ver ele trocar rapidamente um olhar com meu pai, que apenas acenou levemente com sua cabeça.
Quando todos haviam aberto seus presentes, decidimos colocar minha família na tradição que eu, e Robert tínhamos... Jogar banco imobiliário, o que sempre fazíamos em nossas noites antes de eu e começarmos a namorar. Jogamos até todos estarem cansados e falidos por conta de Lucas, que deveria dominar sua vida financeira real como dominava a fictícia do jogo.
- , será que posso ficar com vocês amanhã? Meu pai vai até uma cidade vizinha visitar o túmulo da minha vó e não queria ficar sozinha – ela disse quando me aproximei para me despedir dela enquanto minha família já entrava no carro.
- Claro, , amanhã por volta das nove passo pra te buscar, tomamos café em algum lugar e depois ficamos em casa – lhe dei um selinho e entrei em meu carro, logo dando partida e dirigindo para casa. Mais feliz que nunca, as coisas pareciam não poder melhorar, que natal incrível!

Por

Estava indo tomar banho para me arrumar e esperar que passasse aqui pra me buscar quando vi uma mensagem sua dizendo que estava chegando. Avisei a ele que a porta dos fundos estava aberta, pra que ele entrasse. Entrei no banho e enquanto senti a água quente correr por meu corpo comecei a me lembrar das palavras de na carta do presente de ontem. Assim que cheguei em meu quarto corri para ler, pois nunca havia imaginado algo tão delicado assim vindo de , por mais romântico que fosse, ele odiava a própria letra. “Às vezes me pego acordado durante a noite pensando em como o acaso pode ter nos juntado, era impossível imaginar que aquela pequena garota que conheci se tornaria essa mulher maravilhosa que estou aprendendo a amar” nunca havíamos sequer falado de amor, mas ele insistia em derreter meu coração. “O destino gosta de brincar né? Uma situação estranha como a nossa parece impossível de ser verdadeira, mas é muito real, e hoje meu presente de natal é poder te ver nesse dia tão especial que significa família”algumas frases rondavam minha mente, me fazendo sorrir mais do que achava possível. “Você é especial para mim, . Tudo que nos aconteceu foi planejado pelo homenageado do dia de hoje, e sei que Ele está olhando por nós e não vai nos deixar fracassar mesmo quando todos olharem contra nós. Sei que não sou a pessoa mais religiosa, mas eu acredito nele e acredito mais ainda em nós e no que nos foi escrito. Obrigada por ser você e por querer entrar na minha vida, fazendo toda essa linda bagunça” foram suas últimas palavras, me fazendo suspirar inúmeras vezes e abraçar aquele simples papel todo rasurado por suas indecisões na hora de colocar os sentimentos no papel.
Sai do banho enrolada em minha toalha, pronta para vestir minha roupa que estava em cima da cama quando ouvi soltar uma exclamação e fechar os olhos rapidamente, deitado em minha cama.
- ! Me desculpa, você falou que tava aberta, achei que você já tivesse pronta – ele estava vermelho como uma cabine telefônica de Londres, parecia envergonhado como nunca antes – Me desculpa mesmo.
- Tá tudo bem, , relaxa – pude notar que ele espiava por entre seus dedos, sorrindo em minha direção, ele estava brincando e eu sabia disso. Coloquei minha lingerie e minha calça e falei para ele que podia abrir os olhos, afinal, estava de certo modo vestida, não é como se ele não conhecesse meu corpo, por mais que nunca tivéssemos transado, ele já havia me visto de biquíni, por exemplo. Ele abriu os olhos como mandei, mas ao me olhar fechou-os novamente, se encolhendo na cama – O que é?
- Você ainda não tá vestida – ele resmungou.
- Não é como se você nunca tivesse visto, . Por favor, né – eu tirei sua mão de seu olho, rindo de seu comportamento infantil.
- Mas, – ele tampou os olhos novamente, bufando –, você não entende.
- Não entendo o quê? – subi em cima de seu corpo na cama, sentando-me sobre ele e fazendo com que ele me encarasse nos olhos. Ele suspirou olhando para meus seios dentro do sutiã, que roçavam em seu peito e sua mão automaticamente grudou em minha cintura, fazendo meu corpo se arrepiar pelo contato de sua mão com minha pele quente e ainda úmida do banho.
- , não me provoca – ele parecia se controlar ao extremo e falava com toda calma existente, mesmo estando em uma situação apertada, literalmente. Mexi meu quadril superficialmente em seu colo e pude notar sua ereção começar a aparecer, e ainda nem tinha acontecido nada. Ele rapidamente inverteu a situação e colocou meu corpo por baixo do seu, apoiando seus braços ao meu lado pra não deixar que seu peso caísse sobre mim – Não me provoca, por favor – ele suplicou, parecendo no limite.
- , eu quero – encarei seus olhos que mostravam desejo e contei o que já sabia há alguns dias. Eu queria, estava pronta. Ele parecia assustado com o que havia ouvido, mas soube que ele nunca me perguntaria se eu tinha certeza quando ele me soltou um sorriso até outrora desconhecido. Um sorriso de lado, cheio de desejo e impropriedades.
começou seu caminho trilhando beijos por meu pescoço e chegando rapidamente em meus seios. Coloquei a mão sobre seus cabelos e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, puxei-o para mim, para que nos beijássemos. Não houve rodeios, ele nem ao menos me deu tempo para que tomasse ar, enfiou sua língua em minha boca e sem complicações enrolou-a na minha. Nossas línguas se enroscavam arduamente, suas mãos passeavam por entre minhas coxas e minha virilha e subiam agilmente para meus seios, apertando-os.
Cortei o beijo para que pudesse tirar a camiseta branca que ele usava, a jogando em qualquer canto e voltando novamente para perto de seu corpo, colando nossos lábios novamente. O beijo já se tornava ofegante quando colocou as mãos por trás de meu corpo e alcançou o feixe do meu sutiã e o soltou, olhando cobiçosamente para meus seios agora livres. Me encolhi um pouco, envergonhada, mas ele sorriu em minha direção negando com a cabeça e se esticando um pouco para me dar um selinho.
- Não tenha vergonha – ele piscou e, antes que pudesse responder ou pensar em sentir vergonha, ele abocanhou meu seio direito, fazendo com que meu corpo todo se arrepiasse e meus mamilos se enrijecessem. fazia movimentos circulares com sua língua em meu mamilo direito e arranhava sem dó o esquerdo. Eu só conseguia soltar sons desconexos e dividir minhas ações entre puxar seus cabelos e arranhar suas costas, que provavelmente ficariam vermelhas quando saíssemos dali. Mas eu nem conseguia pensar em sair dali – Hoje, é tudo pra você – não soube entender o que ele dizia, até que ele se afastou de meus seios e eu soltei uma reclamação baixa que nem mesmo percebi, o fazendo rir.
trilhou beijos do meio de meus seios até minha barriga, beijando e lambendo todas as partes por ali. Ele circulou beijos em volta do meu umbigo, antes de descer sua língua até onde a calça que me cobria o permitia. Ele soltou o botão da calça e abaixou o zíper sem desfazer o contato de sua língua com minha pele, pois quando sentiu mais espaço livre, continuou descendo e trilhando seu caminho. se afastou então e puxou minha calça, jogando-a junto das outras peças que já estavam espalhadas pelo quarto. Ele colocou seus braços por baixo de minhas pernas e, se deitando no meio delas, puxou-me para perto de seu rosto, me deixando constrangida e ao mesmo tempo excitada. Estava acostumada a sentir minha intimidade molhada, pois qualquer contato com me deixava assim, mas agora sentia o líquido quase escorrer por minhas pernas, e notando isso ele passou os dedos pela beirada de minha calcinha e espalhou aquele líquido em seus dedos, sorrindo descaradamente para mim.
Me remexi na cama, incomodada com o turbilhão de sensações que passavam por todo meu corpo. Tudo aquilo era novo, tudo aquilo era intenso. Quando ele encostou sua língua quente em minha intimidade, puxei minhas pernas brutamente, fazendo com que ele se assustasse e risse, mas sem perder o que estava fazendo, já que ele puxou minhas pernas de volta e continuou o que iria fazer, mas antes puxou minha calcinha com certa força, jogando-a longe. começou a fazer movimentos circulares com sua língua em meu clitóris, me fazendo gemer mais do que um dia imaginei que fosse possível, nem filmes te dão ideia do que acontece nessa hora, é insuportável o prazer que toma conta do corpo. É insuportável de bom, mas ainda assim insuportável. Eu não conseguia ficar calada ou parada, mas não parava por um segundo sequer de fazer movimentos com sua língua.
Quando achei que as coisas não poderiam se tornar mais prazerosas, ele continuou os movimentos com a língua, mas começou a acariciar lentamente minhas coxas, fazendo todos os pelos do meu corpo se eriçarem, e então ele colocou um dedo em minha intimidade, fazendo movimentos de ida e volta lentamente. Nem nos momentos mais intensos de masturbação eu havia chegado perto disso, conhecer seu próprio corpo é maravilhoso, mas ter alguém o conhecendo por você é sensacional.
colocou mais um dedo e logo colocou o terceiro. Ele alternava entre movimentos de ida e volta e movimentos giratórios que me faziam atingir notas agudas desconhecidas com meus gemidos. Ele fazia tudo olhando para mim, o que me deixava constrangida, mas sem tempo para pensar sobre. Era estimulante perceber que ele se excitava em ver o efeito que tinha em mim.
- Vem cá - coloquei as mãos em seu pescoço, com um pouco de dificuldade, e o puxei em minha direção, precisava beijá-lo, precisava sentir sua pele na minha, nossos corpos roçando.
aproveitou e, antes de jogar seu corpo sobre o meu, deixou suas calças caírem pelo chão e então me beijou com voracidade. Nossos corpos pareciam um só, o atrito entre nossa pele parecia magnetismo. A atração era inevitável e os gemidos se tornavam mais altos a cada segundo. Estiquei meu braço e toquei seu membro duro, fazendo com que xingasse baixinho encostado em meu ouvido, lhe dei meu sorriso mais descarado e comecei a movimentar minha mão na mesma intensidade em que roçávamos nossos corpos. Rapidamente senti meu braço sendo puxado, e mesmo com uma expressão de prazer intensa e decepção pelo que estava fazendo, ele repetiu as palavras em meu ouvido.
- Tudo pra você.
Foi então que entendi, ele não queria que eu fizesse nada, tentasse nada. Era minha primeira vez e ele iria me agradar, me faria sentir prazer, sem que eu fizesse nada. Aquele homem me faria explodir, não só sexualmente falando, meus sentimentos afloravam até mesmo em coisas simples como essas, porque só eu sei o tamanho da minha insegurança em relação a fazer oral em um cara, o quanto eu tinha medo de chegar a esse momento e dar tudo errado, seria pior ainda na minha primeira vez, que todos sempre disseram que é um desastre. No fundo, eu estava muito aliviada de não ter que fazer aquilo hoje, nunca admitiria, mas agradeci mentalmente enquanto se levantava e procurava por algo em sua calça. O preservativo.
rasgou a embalagem e olhou em minha direção parecendo incerto. Por um segundo pensei que ele iria tontear, então levantei meu corpo da cama e me arrastei até ele, jogando meus braços em seu pescoço e beijando-lhe intensamente, um beijo cheio de carinho e sentimento.
- Eu sei que é você, . É você – sorri para ele, que encorajado me empurrou sem delicadeza para cama e deixou sua cueca finalmente junto a todas as peças de roupa que estavam ali.
Quando se pôs entre minhas pernas, notou meu nervosismo, ele acariciou meu rosto e percebi que esperava um sinal. Balancei minha cabeça e pude ver seu sorriso se expandir. Ele beijou minha barriga e finalmente colocou o preservativo em seu membro, se posicionando na entrada de minha intimidade.
fez o primeiro movimento aos poucos, olhando para meu rosto e sendo o mais delicado possível, mas minha ansiedade não me permitia tanto suspense, então antes que ele pudesse finalmente me foder, empurrei meu corpo em direção ao seu membro e senti algo rasgar dentro de mim, algo bom, mas doía quase insuportavelmente. preparava para sair de dentro de mim, já que havia o assustado com meu grito, mas balancei a cabeça freneticamente para que ele entendesse que deveria continuar. Ele parecia com medo, inseguro, mas fez o que mandei e aos poucos eu me acostumava com aquela sensação dolorosa, mas cheia de prazer.
movia rapidamente seu membro para dentro e para fora, posicionado entre minhas pernas e apoiando as mãos em meus seios. Ele os arranhava, ora beliscava ou só provocava passando seus dedos por entre eles e me levando a loucura ao misturar tantas sensações ao mesmo tempo. Eu gemia intensamente e percebi que isso o estimulava, então gemia mais alto para lhe atingir no ponto máximo de desejo. saiu de dentro de mim e me fez ficar com uma expressão perdida no rosto, mas sorrindo com escárnio ele me puxou pelas pernas e me virou de costas pra ele, me posicionando de bruços com as pernas meio abertas. Ele colocou dois dedos em minha intimidade como se a procurasse e então colocou seu membro e me fodeu sem preocupações, ele agora parecia nem ao menos lembrar que era minha primeira vez, era possível ver luxúria em seus olhos, ele se transformara em outra pessoa. Quando as pessoas dizem que entre quatro paredes tudo muda, ninguém acredita.
Ele fazia movimentos intensos enquanto sussurrava palavras desconexas acoplado ao meu ouvido. segurava meus ombros e ora os mordia, ora mordia o lóbulo de minha orelha. Ele apoiava todo seu peso em meus ombros, se segurando para fazer os movimentos de vai e vem que se tornavam cada vez mais lentos e fortes, e cada vez mais agradáveis para mim.
Comecei a sussurrar coisas sujas entre meus gemidos e senti o corpo todo de endurecer e tudo ficar mais lento aos poucos. Eu sentia dor quando ele tirou seu membro de dentro de mim, mas me sentia mais feliz que nunca na minha vida. Me sentia uma mulher, me sentia dele. Virei meu corpo de frente para ele e reparei em seu corpo suado, as gotículas de água escorrendo em seu peito, sua respiração ofegante se misturando a minha e meus ainda gemidos baixos. Meu corpo doía, tudo parecia estranho, os quase gemidos não paravam de escapar por entre meus lábios mesmo que a transa já tivesse terminado. sorriu em minha direção e se mexeu, indo até o banheiro para jogar a camisinha no lixo. Livre do látex, voltou até a cama e se deitou ao meu lado, me fazendo apoiar em seu peito.
Ficamos por alguns minutos apenas esperando toda a adrenalina se esvair, curtindo o corpo um do outro e sentindo a presença daquele momento como se não tivesse acabado. Poderíamos passar o dia ali, tenho certeza.

Por

Sai do escritório mais cedo, depois de muito ouvir dos meus colegas de trabalho a respeito de estar namorando com , como eu disse que aconteceria. Ela parecia ser filha de todos ali, inclusive, Lucius quase voou em cima de mim quando ficou sabendo. Ele era quase um padrinho para e eu nem sabia disso, senão teria me distanciado quando Robert chegou no escritório dizendo que eu estava de volta e ainda como seu genro. Todos os olhos se viraram pra mim indignados, alguns brincaram perguntando se Robert tinha um outro filho e havia escondido de todo mundo. Demoraram para levar a sério, mas quando levaram, foi insuportável. Primeiro um silêncio mortal, depois uma indignação geral e depois palavras de incentivo e apoio, mas com respeito. Se fosse qualquer outra situação em que eu estivesse namorando qualquer outra mulher os comentários seriam baixíssimos e garanhão seria meu apelido do século.
Não sabia quanto tempo ficaria no escritório, pretendia arrumar outro trabalho já que não tinha intenção de trabalhar para o meu sogro para sempre, mas quando ele me disse que deveria voltar, aceitei, pois não aguentaria ficar sem fazer nada. Ainda mais agora, que iria passar a semana na universidade tendo sua experiência, como ela chamava.
Robert havia me liberado mais cedo para que eu fosse com ela. Ela teria que levar algumas coisas para o quarto que dividiria com uma garota chamada Alex que procurava uma colega de quarto temporária, já que a sua estava viajando e não voltaria logo. Mesmo que fosse apenas por três semanas, Alex aceitou de bom grado e as duas parecerem ter uma ligação quase que instantânea. Eu levaria minha namorada para lá hoje, ficaria por lá no fim de semana, a seu pedido, e voltaria no domingo para casa. Não sei se Robert sabia de minha companhia para o fim de semana, mas depois que nos resolvemos, tentei me concentrar em namorar , não Robert, como ela dizia que eu fazia.
Dirigi até a casa dos e toquei a campainha, mas ouvi me gritando do fundo da casa, dizendo que estava lá. Dei a volta na casa e a encontrei sentada no degrau da porta dos fundos, olhando pras suas botas.
- Qual eu levo? – ela me perguntou, parecia agoniada com a própria indecisão.
- Eu gosto mais da com detalhes rosa – dei de ombros.
- Então vou levar a azul – ela sorriu, pegando a bota e entrando em casa, me deixando plantado na porta encarando o lugar onde ela estava.
Entrei a procurando e não a vi, então subi as escadas e a encontrei colocando a bota na mala menor, onde ela parecia enfiar de qualquer jeito as coisas que lembrou de última hora. Me aproximei dela e a abracei por trás, sentindo seu cheiro e depositando um beijo suave em sua nuca. Vi que os pelos ali se eriçaram e ela respirou fundo, remexendo seu corpo de uma forma engraçada.
- É assim? – falei, me referindo as botas.
- É – ela se virou sorrindo como se não tivesse feito nada e eu lhe mostrei a língua – Ah , eu gosto de te contrariar, você sabe.
- É, eu sei – rolei os olhos infantilmente e antes que ela pudesse reclamar de meu gesto, a joguei em cima da cama e depositei todo meu peso em seu corpo – Pede desculpa! – sussurrei em seu ouvido e vi que ela muda a cabeça negativamente, buscando ar para poder rir – Pede desculpa! – ela negava freneticamente a cabeça, deixando claro que não pediria, então olhei em seus olhos, me levantei e sai correndo escada abaixo.
Percebi que ela me seguia e então sai e bati a porta da frente. Entrei em meu carro e o liguei quando vi que ela saia pela porta com a expressão mais perdida do mundo.
- Aonde você vai? – ela gritou da porta antes de alcançar minha janela.
- Embora que não vou, mas se você gosta de me contrariar, eu também tenho o direito – vi sua expressão e nada poderia me agradar mais. Comecei a gargalhar enquanto saia do carro e fui recebido a tapas enquanto fechava a porta e travava o alarme novamente. Ela me batia e ao mesmo tempo ria, não dava pra entender aquela garota.
- Só me fez perder tempo! – ela disse, fazendo o caminho para dentro novamente.
- Vamos acelerar então - peguei-a no colo, aos berros, e a coloquei em meus ombros, correndo para dentro de casa. Quando a coloquei no chão, nem ar a garota tinha, assim como eu – Vai , vamos arrumar tudo senão a gente não chega lá hoje! – sorri para ela, que agradeceu e então começamos a guardar suas coisas restantes e preparar tudo para pegar a estrada.

Por

Bati na porta do meu novo quarto por algumas semanas e Alex gritou que já ia. Ela abriu a porta e se jogou em meu pescoço para um abraço caloroso, quando me soltou abraçou também, que riu de seu entusiasmo.
- Finalmente, ! Nossa, você trouxe pouca coisa – ela disse olhando para minhas malas que estavam atrás de e eu. Entramos no apartamento carregando as coisas e Alex nos guiou até o quarto, falando o quanto estava animada e que eu ia amar a universidade. Ela cursava pré-enfermagem e idolatrava aquele lugar, assim como todos que estudavam ali, aparentemente.
- São só três semanas, Alex! Não podia trazer a casa toda... Mas quem sabe no início do próximo ano letivo – a garota bateu palmas, animada com a ideia.
- Você não sabe o que descobri, a menina que viajou e sumiu não vai ficar no próximo ano! Ou seja, tô com o quarto livre! Se você ficar, e eu sei que você vai, você pode ficar comigo – ela me abraçou apertado e notei que apenas ria, no canto da sala, vendo a animação de Alex. Esperava que realmente ficássemos bem juntas, ela parecia uma boa amiga.

Alex e me ajudaram a arrumar minhas coisas no quarto, em meio a conversas e apresentações de vida. Alex ficou louca de ouvir que trabalhava para o meu pai e era anos mais velho que eu, ela disse que parecia aqueles filmes de romance proibido e aquilo era maravilhoso. Ela elogiava-nos, falava que fazíamos tudo em sincronia e quando eu já não aguentava mais ouvir ela falando de nós, perguntei de sua vida amorosa. Não sei o que era pior, os elogios em excesso ou a tragédia que era a vida amorosa daquela garota. Pelo que entendi de tudo que ela disse, dois se assumiram homossexuais depois de namorar pelo menos três meses com ela, um se mudou para a Tailândia, um namorava agora a garota com quem ela dividia o quarto e o último aparentemente a estava traindo. Era uma vida bem ativa, mas nada feliz. Alex contava tudo rindo, e apesar de assustador, me fazia ficar confortável com a presença de alguém tão positiva como ela.
disse que dormiria em um hotel próximo ao nosso apartamento, pois não queria incomodar, concordei, pois só ficando ali três semanas, não conversaria com Alex sobre isso. Quando tentou se despedir dela, ela o chamou de louco e disse que ele deveria ficar ali, que ela não se importava nem um pouco e que ele nem ao menos dormiria no sofá, pois “já são grandinhos o suficiente pra saberem o que fazem”, palavras dela. Tentamos argumentar, mas sem sucesso, então tirou suas coisas do carro e colocou em meu quarto.
- Você tá animada? – sentou em minha frente na cama assim que saiu do banho, secando os cabelos com a toalha – Com tudo...
- Demais! Você não tem ideia – sorri para ele timidamente – Apesar de estar morrendo de medo, principalmente da parte de conhecer pessoas novas, fazer amizades...
- Isso sempre vai acontecer, – ele passou a mão por meus cabelos e depois a deixou pousada em meu rosto, fazendo um carinho delicado –, mas sei que você vai se dar bem – sua postura mudou e ele fez uma expressão engraçada, deixando seu corpo ereto – Não vá se envolver com drogas, festas regadas a sexo, meninos abusados – ele levantou seu dedo indicador em minha direção, deixando avisos como instruções de um pai. Gargalhei alto.
- Pode deixar, papai – afirmei com a cabeça como se levasse a sério.
- Papai não. Senhor papai! – começou a rir comigo e terminamos nossa noite abraçados na cama, sussurrando palavras carinhosas e trocando carícias inocentes em nossa primeira noite dividindo a cama. Foram muitos edredons puxados, bundadas para brigar por espaço e eu só torcia pra que aquela fosse a primeira de muitas outras noites.

Eu não costumava beber. também não. Então ficou tudo meio estranho quando notei que estávamos em uma festa e nada parecia fazer sentido. Via em minha frente, mas pareciam ter dois, procurei Alex pelo ambiente, mas ela havia sumido fazia algum tempo. Vários copos de bebida estavam em nossa frente no balcão e o barman nos olhava engraçado.
tinha o olhar perdido, mas era entre minhas pernas. Ele passava a mão suavemente por minhas coxas e ora beliscava, ora arranhava. Ele começara a me deixar excitada e parecia que a bebida só influenciava mais para aquilo.
- Queria estar em casa – ele se aproximou, grudando nossos corpos e sussurrando em meu ouvido.
- Vamos, por favor – grudei minhas unhas em seu pescoço, desesperada por mais contato, nada parecia suficiente naquele momento.
- Não posso dirigir assim, – pelo menos alguma parte dele estava consciente ainda, ele se afastou e buscou desesperado por meus olhos – Vem comigo – ele se levantou e sorriu para o barman antes de me puxar pela mão por entre as pessoas da festa.
A festa acontecia em uma casa que havia sido transformada em um tipo de boate, mas que na verdade nesse momento parecia mais um motel, já que as pessoas se pegavam até mesmo jogadas no chão em posições estranhas. desviava das pessoas e procurava pela escada para alcançar o andar de cima, sorri sozinha pensando no que ele queria. Depois de subir as escadas, que também estava recheada de pessoas bêbadas como Alex, que vi de relance, percebi que andava rapidamente pelo longo corredor e que à sua frente não achou nada que lhe interessava, todas as portas pareciam carregar ruídos em seu interior. Não ruídos, gemidos. Irritado, o homem me colocou de costas no fim do corredor e me presenteou com um beijo de tirar o fôlego.
- Desculpa, , vamos ter que esperar a bebedeira passar – ele disse parecendo quase sóbrio.
Assenti com a cabeça e recostei meu corpo no seu, tentando recobrar por completo minha consciência. me puxava novamente em direção à escada quando notou um pequeno corredor entre a escada e uma parede de quartos; Curioso, me puxou entre ali e logo senti uma puxada bruta e estava dentro de um cubículo que parecia ficar em cima da escada.
O quartinho estava escuro, mas era possível ver algumas toalhas e outros utensílios de casa por conta da fresta de luz que passava pela porta. Por causa dessa mesma fresta, pude notar sorrindo maliciosamente para mim. Ele me empurrou contra a porta e começou a distribuir beijos por meu pescoço antes de chegar em meus lábios e me tirar o fôlego. Nossas línguas se acariciavam em um beijo cheio de desejo, um beijo cheio de malícia e toques impróprios. Minhas mãos passeavam por baixo da camisa de e sua mão direita estava em minhas coxas, e tudo que eu desejava era que aquela calça não estivesse ali e sua pele pudesse estar em contato direto com a minha.
roçava seu corpo no meu com agressividade e, apesar de já ter me acostumado a isso nas últimas semanas, parecia diferente, parecia mais intenso. Pude sentir sua ereção pressionando em minha pele, me fazendo levar a mão até ali como em um reflexo. gemeu alto, fazendo com que meu corpo se excitasse e eu decidisse descobrir o novo. Lentamente tirei minha boca de sua boca e olhei diretamente em seus olhos, ele piscou diversas vezes tentando entender por que havia me afastado, então me agachei em sua frente e buscou por meus olhos, desesperado, chacoalhando a cabeça dizendo que se eu não gostasse, não era necessário. Sorri para ele e comecei minha descoberta abrindo sua calça e descendo-a até seus pés. Eu não sabia exatamente como fazer sexo oral em um homem, mas eu poderia aprender. Massageei seu membro por cima do pano de algodão de sua cueca preta, movimentava minha mão por toda a extensão de sua virilha, fazendo com que seu corpo se arrepiasse e vibrasse a cada toque.
Desci lentamente sua cueca até os joelhos e pude ver seu membro se soltar ereto. Olhei em seus olhos e antes que a vergonha passasse a me controlar, coloquei minha mão na base de seu membro e movimentei-a lentamente para cima e para baixo. mexia seu corpo incontrolavelmente e por um segundo achei que ele gozaria sem nem mesmo me deixar terminar o trabalho. Tentando me sentir confiante, levei minha língua até a ponta de seu membro e comecei fazendo movimentos circulares por ali antes de colocá-lo em minha boca. tinha um tamanho médio e a minha nenhuma experiência não colaborava com a situação, me fazendo ir até a metade e voltar novamente. Comecei a masturbá-lo, conciliando minha mão em sua base e movimentos de ida e volta em sua ponta. gemia descontrolado como nunca havia visto e comecei a imaginar se as pessoas do lado de fora já não ouviam o que estava acontecendo ali. Não era como se alguém fosse se importar, mas sentia que era um pouco constrangedor.
- , para – ouvi falar entre dentes e separar seu corpo de onde eu estava. Olhei para ele assustada e pude ver ele agachar até encontrar o bolso de sua calça e tirar dali um preservativo. Me levantei e andei em sua direção, lhe dando um beijo enquanto acariciava sua nuca. Ele estava suado e seu corpo tremia absurdamente em prazer.
me virou de costas para ele e me empurrou em direção às prateleiras que tinham ali, me fazendo curvar meu corpo e deixar com que minhas costas se arqueassem e minha bunda ficasse numa altura propicia. Ele abaixou minha calça rudemente e vestiu o preservativo com agilidade. Senti dois de seus dedos invadirem minha intimidade e se movimentarem com força ali, antes que ele finalmente encaixasse seu membro e começasse a me foder lentamente. não se preocupava com o barulho de sua virilha batendo fortemente em minha pele, não se preocupava com o barulho dos meus gritos que ecoavam por aquele pequeno espaço e não se preocupava nem um pouco com a brutalidade de seus movimentos. Ele alternava entre movimentos fortes e rápidos e torturas lentas e agonizantes para a quantidade de tesão que ocupava aquele ato.
estocou pela última vez e então saiu de dentro de mim. Antes que eu pudesse me mexer, senti seus dedos tomando o lugar de seu membro, massageando meu interior. Virei minha cabeça para trás e pude ver que ele se abaixava, logo senti sua língua em meu clitóris e só pude aumentar o tom de minha voz. acariciava meu clitóris com sua língua quente e me penetrava com dois dedos ao mesmo tempo. O prazer era absurdo e minhas pernas amoleciam a cada novo movimento que ele realizava. Todas as vezes em que se encontrava com minha intimidade eu tinha a sensação de que meu corpo ia ceder, mas nunca havia chegado ao fim. Senti minhas pernas amolecerem completamente enquanto ele sugava meu clitóris sem delicadeza alguma, me levando à loucura.
Pude sentir meu corpo todo se comprimir e então minha mente pareceu explodir em um misto de felicidade e prazer. Pude sentir minha intimidade se tornar mais lubrificada que nunca e os dedos de escorregarem para fora. Olhei para ele, que sorria de um modo completamente safado para mim e terminou com um leve tapa em minha bunda. Continuei naquela posição por um tempo, apenas aproveitando a sensação que passava por meu corpo e então me levantei. subiu minha calça e deixou um selinho em meus lábios antes que eu me sentasse no chão para descansar, ele se sentou ao meu lado, me encostando em seu colo e acariciando meus cabelos. Estava tão cansado quanto eu estava, mas pude ouvir ele perguntar se estava tudo bem antes de adormecer em seu abraço sem nem ao menos responder.

Por

- Amanhã você vem cedo me buscar? – ouvi a voz de no telefone assim que atendi, sem oi, sem nada, parecia ansiosa.
- Claro, ! – sorri para a parede, estava sentindo sua falta já, e ela parecia sentir o mesmo.
- Tudo bem então, vou dormir pra passar rápido! Tá tudo bem ai?
- Tá sim, o Steve, o Sebastian e o Justin decidiram aparecer por aqui do nada. O Justin tá namorando, acredita?
ainda não conhecia meus amigos, mas já sabia tudo sobre eles, inclusive das poucas chances que existiam de alguém gostar de Justin. Ela ria toda vez que contava algo sobre nossas saídas e como ele tomava incontáveis foras.
- Jura? Não acredito! – ouvi sua risada seguida de um bocejo e pude imaginar que ela estava cansada –Não tô mais me aguentando em pé, a semana foi muito cansativa, . Tô louca pra te contar tudo!
- Amanhã chega logo! Vai dormir, descansa, que logo cedo tô aí! Vou expulsar os caras logo pra ir dormir também –
ouvi os três me chamando da sala, fazendo gracinhas sobre eu não largar o telefone.
- Boa noite – ouvi sua voz de sono desejar.
- Boa noite, .
Desliguei o telefone e andei em direção à sala novamente, sendo recebido com almofadas me atacando.
- Tá com saudades da namorada, ? Onde ela tá? – Steve perguntou enquanto Justin e Sebastian travavam uma guerra de soquinhos.
- Ela tá fazendo um programa na Universidade de Michigan, conhecendo o campus, se adaptando, acho que no próximo ano letivo ela começa a cursar biologia humana lá – falei orgulhoso, fazendo com que Justin e Sebastian parassem o que estavam fazendo para rir com Steve.
- O bom é que é perto né, ela não precisa se mudar pra outro estado pra cursar faculdade – Justin sacudiu os ombros, prestando atenção à conversa.
- O bom de ser perto é que a gente pode se ver nos fins de semana, mas vocês tem que ver como a é uma mulher incrível – fui interrompido por Steve que resmungou “garota” e Sebastian tossindo “criança”, os ignorei e continuei meu pensamento – Ela poderia ir e voltar todos os dias em pouco tempo, mas ela preferiu se mudar pra lá pra ter o próprio espaço, criar independência... Ela é demais!
- Ela se mudou pra lá?–Sebastian questionou rindo e eu afirmei com a cabeça – Cara, é pior do que eu imaginava, você tá cego de tão apaixonado.
- Ah, eu gosto dela – sorri bobo, não tinha vergonha dos meus amigos, não deveria, pelo menos, estar apaixonado não me faz menos homem.
- Mas cara, isso tá muito errado. Ela vai morar sozinha em outra cidade? Numa faculdade nova? Festas, bebidas...
- Ela tem 18 anos, com certeza tem muito o que aproveitar disso, , você não se preocupa? Essa diferença de idade, não sei...
Percebi onde eles queriam chegar com aquela conversa e notei que nunca havia me perguntado a respeito daquilo. Desde o momento em que comecei a realmente gostar de , eu confiei nela. Ela nunca me deu motivo para não confiar, agora seria diferente? No começo tive medo da minha idade nos atrapalhar, ela cansar, não gostar mais... Mas daqui muitos anos, não agora. Tentei afastar meus pensamentos, mas algumas imagens rondaram minha mente e me senti incomodado.
- Eu confio nela, agora vão pra casa de vocês dormir que amanhã tenho que ir buscar ela cedo em Michigan – levantei, um pouco irritado, e abri a porta. Eles pareceram surpresos, mas pareciam ter percebido que pisaram na bola com o assunto – A única coisa errada por aqui é vocês falando sobre o que não sabem – falei quando todos eles passaram pela porta – Até mais.
Antes de fechar a porta pude ver Justin virando para trás e sussurrando desculpas, acenei com a cabeça e bati a porta, me fechando em meu apartamento. Limpei rapidamente as coisas que havíamos sujado e no banho os pensamentos pareciam apenas se intensificar. Algo que eu não duvidava era de minha confiança em , mas e se eu não fosse bom o suficiente?

Por

Vi estacionar o carro e acenei para ele pela janela, avisando que já desceria. Peguei minha mochila e me despedi rapidamente de Alex, descendo correndo as escadas para finalmente ir de encontro a . Me joguei em seus braços que pareciam tão saudosos quanto os meus e ganhei um beijo que tanto já parecia me fazer falta.
Abri a porta do carro e em cima do banco onde me sentaria vi um ramalhete de rosas e fiquei completamente surpresa e apaixonada. Me virei para e me joguei novamente em seus braços, ele sorria abobalhado e eu me sentia nas nuvens.
- Não acredito – falei ainda agarrada ao seu pescoço – Você não existe, ! – apertei-o mais forte e o ouvi reclamar em brincadeira.
- Gostou?
- Tem alguma dúvida? Obrigada – o larguei e entrei no carro, posicionando as rosas em meu colo. Quando entrou no carro, olhou para mim como se pedisse por permissão e colocou então as rosas no banco de trás, junto com minha mochila – Tô com tanta saudade do meu pai – disse enquanto ele ligava o carro e iniciava nosso caminho para Lake Orion.
- Essa saudade aguenta um passeio com um almoço? – assenti com a cabeça e vi um sorriso se expandir em seu rosto – Você acredita que notei ontem que já se vão mais de quatro meses desde o nosso primeiro beijo? – fiquei espantada que o tempo houvesse passado tão rápido e me peguei recordando tudo que já tinha acontecido até ali, até mesmo antes desses quatro meses.
Algumas vezes me perguntava se Lucas, meu ex-namorado que havia infelizmente falecido, estava feliz com a pessoa que me tornei, se ele aprovaria ... Lucas era alguém muito importante para mim ainda, mas finalmente eu sentia que estava me desprendendo de sua memória. Sempre seria meu primeiro amor, mas eu estava conseguindo seguir em frente, pois eu sabia o que sentia por , e o quanto meus sentimentos não eram nem mesmo precipitados depois de tudo que já nos aconteceu.
resumiu para mim, no caminho até o shopping de Detroit, como havia sido a semana no escritório. Contei a ele como era tudo na universidade e o quanto tinha gostado do lugar, do curso e das pessoas, e me lembrei de perguntar como havia sido a noite com os meninos. Ele se encolheu no banco e murmurou algo como “legal”, mas parecia não querer falar sobre o que o incomodava, então decidi deixar quieto.

Almoçamos, tomamos sorvete como sempre e mais rápido do que eu imaginava, já estava estacionado em frente à minha casa. Ele desceu e pegou meus pertences no banco de trás antes de travar o carro e me seguir em direção à porta da frente. Quando entrei, vi meu pai sentado no sofá e antes que pudesse lhe dar tempo para pensar, me joguei em seu colo.
- Que demora, minha filha – meu pai me abraçou forte e beijou meus cabelos.
- Desculpe, Robbie, a levei para almoçar. Culpado! – deu um sorriso lindo como se estivesse sendo julgado, meu pai apenas riu.
- Agora me conta tudo, – sentei no sofá ao seu lado e vi sentar no braço do sofá do outro lado.
Repeti tudo que havia contado para , para meu pai. Falei de como era tudo e como as aulas eram incríveis e os professores eram bons. Passamos bastante tempo conversando até meu pai se levantar dizendo que terminaria algumas coisas que havia começado mais cedo no computador e deixasse eu e sozinhos.
escorregou do braço do sofá para o lugar que lhe dei ao meu lado. Tirei meus sapatos e me deitei em seu colo, jogando meus pés para cima do sofá. começou a acariciar meus cabelos e eu quase me sentia dormindo confortável em seu colo quando sua voz invadiu a sala quase como um sussurro.
- , você acha que vai cansar de mim só porque sou velho?
- Oi? – estapeei sua mão e me levantei bruscamente, sentando de frente para ele – Como assim ? – o encarei.
- Eu... Não sei – ele olhava para baixo, parecendo pensativo – Eu tô confuso, não sei.
- Insegurança de novo? Eu achei que já tínhamos passado disso – acariciei seu rosto, mesmo que ainda me sentisse nervosa com o que ele havia dito, eu o conhecia. Vi ele balançar a cabeça e sorrir torto – Eu não vou cansar de você, meu amor – ele sorriu ao ouvir o apelido, já que não tínhamos o costume de usar. Ele me chamava de e eu não tinha algo parecido para ele, nada delicado e único – Não entendo, sabe? Não é como se tivéssemos vinte anos de diferença.
- Mas são quase dez. – ele sacudiu os ombros e eu dei um tapa em sua cabeça – Eu não sei... Olha , os caras que ficaram pesando em mim, dizendo que era errado, que você é jovem e se mudou, vai aproveitar festas e essas coisas, sozinha... Eu falei pra eles que confio em você, e realmente confio, mas acabou me levando a pensar nisso, me desculpa.
Sabia que só poderia ter dedo alheio nessa conversa, afinal, eu e não parecíamos ter problemas com nada, sei que era cedo no relacionamento, mas nunca nem havíamos brigado. Eu respeitava muito seus amigos, mesmo não os conhecendo, mas quem eram eles pra dizer que havia algo errado?
- Você confiar em mim não deveria ser o suficiente? – me sentei ereta em sua frente e segurei sua mão – Você tem ideia do quão bem me faz? Desde sempre, . Você me ajudou quando ninguém mais pôde, em meses você lutou por mim, pra ficar comigo. Você me ajudou a decidir tudo que preciso pro meu futuro e sempre tá aqui, sem me cobrar nada, só me incentivando. Você é algo como um cara que merece uma estátua. Se eu pudesse, eu te grudava na minha parede, sabe? Só aquele porta-retrato não é suficiente. Sabe o que é pior? É que eu sei que você se preocupa até mesmo com beleza – notei ele revirar os olhos para disfarçar e fingir que não se importava – Sendo que eu tenho certeza que até cheio de rugas e com a pele flácida, você vai ser a coisa mais linda e adorável desse planeta – beijei a ponta de seu nariz e senti como se estivesse falando com uma criança – Eu não me importo com o que ninguém acha ou fala, e parte disso eu amadureci por nós dois a partir do momento que soube que você se importaria mesmo anos depois. Sei que daqui anos a gente vai tá casado e você ainda vai se importar – pude ver um sorriso brotando em seus lábios – Sei que a gente fala de não fazer planos, mas eu não me importo de falar isso pra você – dei de ombros.
juntou nossos corpos em um abraço apertado. Senti toda sua insegurança se esvair ali, ao menos temporariamente. Eu me sentia tão sortuda por encontrar alguém como ele, algumas vezes parecia mais jovem que eu, tão inocente e tão ansioso e inseguro. Mas algumas vezes ele parecia tão mais velho do que realmente era, ele era tão decidido e tão calmo que nem parecia estar no auge da vida. Eu não acreditava que ele realmente havia se apaixonado por mim. Ele pensava no lado do cara de 26 anos sem nada que conseguiu a garota de 18 anos com muita vida pela frente... Enquanto eu pensava no cara de 26 anos com a vida completamente estável e possibilidade de conhecer alguém para fazer planos e em no máximo 3 ou 4 anos estar casado com filhos, que conheceu uma garota de 18 anos perdida, sem vontade de nada e decidiu bagunçar tudo que podia ser perfeito para ele.
Mas o que era perfeito, não? Falar de amor é fácil, todo mundo fala. Apontar os erros dos outros é fácil, todo mundo faz. Mas quem são as pessoas pra achar algo ou não da vida de outras? Quem são as pessoas pra apontar o que é ideal em certa idade ou a idade certa entre dois seres humanos? Quem são as pessoas pra dizer que estamos amando errado? Amar era pra ser simples e as pessoas complicam.
separou nosso contato, mas antes que pudesse pensar em algo para dizer, senti seus lábios nos meus e sua língua pedindo passagem para um beijo calmo e delicado. Era um beijo quente e romântico. Suas mãos estavam em minha cintura e minhas mãos se acomodaram em sua nuca. Nossas respirações pareciam se acompanhar, nossos batimentos cardíacos pareciam os mesmos e pareciam ecoar pela sala. Senti sua mão sair de minha cintura e se deixar em meu rosto, acariciando. afastou nossos lábios e me encarou, sorrindo. Percebi que, assim como eu, ele sentia o quanto tudo ali era certo.
- Eu amo você, – pisquei algumas vezes e ouvi aquelas palavras ecoando em meus ouvidos. Não estava surpresa, acredito que nós dois guardávamos esse sentimento, mas ouvi-lo falando era como se tornasse tudo a realidade mais real que eu já havia vivido.
- Eu amo você, – ele sorriu de orelha a orelha e juntou nossos lábios mais uma vez.

Por

parecia inquieta no banco ao meu lado, como se estivesse para desbravar o desconhecido.
- , você já passou três semanas aqui, por que o nervoso? Já conhece até a maior parte dos professores - coloquei minha mão sobre a sua em seu colo enquanto virava a esquina de sua nova rua, onde moraria definitivamente com Alex, que parecia mais animada que nunca.
- Ah, , agora é pra valer, poxa! Vou ser uma caloura!
- Uma caloura muito linda, por sinal – estacionei o carro em frente ao prédio e me virei em sua direção, soltando o cinto e vendo ela fazer o mesmo com um sorriso nervoso no rosto.
- Promete que vem me visitar até mesmo no meio da semana quando der saudade?
- , se eu for fazer isso, vou morar aqui – ela riu e assentiu com a cabeça, ela sabia que era a mais pura verdade.
- Vou sentir sua falta.
Havíamos nos acostumado a passar muito tempo juntos, já que havia ficado sem fazer nada durante todo o tempo de espera até o início do ano letivo. Eu sabia que ela sentiria falta, assim como eu, mas estávamos tão animados com tudo que estava acontecendo, com esse ano que já havia passado desde quando começamos a nos envolver. Era tão pouco tempo, mas parecia tanto. Eu não me via sem aquela garota. Quando um dia pensei que a amaria, nunca imaginei que seria tanto quanto amo. Ela era uma parte de mim, e eu não tinha vergonha de falar isso pra ela. Seu sorriso tímido era uma das maravilhas do mundo e eu não me cansava de vê-lo.
- Eu também vou sentir sua falta, – acariciei sua mão que estava entre as minhas –, mas sabe o que é bom de você estar livre, leve, solta, independente? – ela riu, curiosa – Sabe o que é o melhor nisso? – ela negou com a cabeça – Ver você voltando pra mim.
se jogou em meu colo mesmo por cima do câmbio que nos separava e me abraçou, me enchendo de beijos no rosto. Ela acariciava minha nuca e sorria me encarando.
- Eu sempre vou voltar, . Seja no fim da semana, no meio da semana ou só no final do mês. Eu sempre vou voltar pra você.


Epílogo

Por

- ?
- Oi, , tô saindo da universidade agora, pode falar! Desculpa não atender antes, tava em aula, só faltava a matéria de hoje pra última prova. Finalmente!
– pude ouvir o alívio em sua voz e a ansiedade passava cada vez mais por meu corpo.
- Que bom, ! Olha, eu tô aqui perto do seu apartamento com a Alex, será que a gente pode se encontrar no endereço que vou te mandar por mensagem?
- Você tá aqui? Não acredito!
- ela parecia animada e eu já quase não podia aguentar me segurar –Pode mandar que já tô indo!
- Tudo bem, amo você!
- Também amo você, !
Desliguei o telefone e rapidamente mandei o endereço para ela. Sentei no sofá do apartamento todo mobiliado e esperei por ela. Parecia que meu coração saltaria para fora do peito e o medo ultrapassava todas as barreiras que deveria.
Vi uma mensagem chegar em meu celular e desci até a entrada do edifício, avisando ao porteiro que ela poderia entrar. parecia confusa com o lugar, provavelmente esperava algum restaurante ou escritório. Quando o portão se abriu, ela saiu correndo em minha direção e se jogou em meus braços, me fazendo tontear no lugar e tropeçar no degrau em que estava. Fazia quase um mês que não nos víamos, era seu último mês de aulas e ela estava completamente focada em passar com as melhores notas possíveis. O orgulho não cabia em mim, me sentia Robert quando se tratava do orgulho daquela garota. Bom, daquela mulher, que recém completara 23 anos, apesar de ainda ostentar a mente daquela menina que conheci há quase 10 anos e sofria com as lições da escola.
- Aonde a gente vai, ? – ela perguntou quando entramos no elevador de mãos entrelaçadas. Apertei o número 7 e esperei que as portas se fechassem, em silêncio – Me responde – ela rolou os olhos.
- Para de ser curiosa, menina! – apertei sua bochecha e a puxei para fora do elevador, parando em frente à porta de número 73. Ela parecia confusa ao meu lado, mas ao mesmo tempo parecia ansiosa, só não tanto quanto eu.
- Quem mora aqui? – ela perguntou, tentando entender. Abri a porta e deixei com que ela entrasse e visse a beleza do lugar todo decorado, mobiliado e a vista da janela. Ela parecia receosa em andar pelo apartamento sem saber a quem pertencia, então a empurrei e falei que poderia ficar a vontade.
- Que vista linda, – ela estava parada olhando para as ruas em volta, já que a altura nos permitia uma bela visão.
- Agora me deixe lhe contar a novidade – falei virando-a para mim.
- Primeiro me fala o que a gente tá fazendo aqui – ela disse impaciente.
- Me deixa contar primeiro, por favor – fiz biquinho e ela assentiu me dando um selinho.
- Michael me transferiu de filial – ela abriu a boca, espantada. Michael era meu chefe, meu novo chefe, já que eu havia deixado a empresa onde trabalhava com Robert para evitar desconfortos um ano depois de começar a namorar com , quando consegui esse novo emprego com ajuda de Robbie.
- E agora? Pra onde você vai? – segurei seu ombro e a virei para a janela novamente, apontando para um prédio a certa distância dali.
- Tá vendo aquele prédio ali? O todo espelhado? – ela assentiu com um enorme sorriso no rosto – Então, é nele – beijei o topo de sua cabeça e esperei sua reação.
- Esse apartamento é seu, ? – ela parecia explodir em felicidade, conseguia imaginar a tranquilidade e excitação que se passava por seu corpo, já que estávamos preocupados com a distância agora que ela estava para terminar o curso, mas já estava com trabalho e vida feita aqui em Michigan. Neguei com a cabeça para sua pergunta e pude ver sua expressão se tornar confusa.
- É nosso, desde que você aceite morar comigo – sorri para ela, dando de ombros, ela tinha os olhos marejados. Não sabia se era surpresa, felicidade, ansiedade ou tudo junto. tremia e estava visivelmente desestabilizada. Segurei seu corpo e o recostei no meu – Se você quiser um tempo pra pensar, tudo bem, sei que é um grande passo.
- Eu não preciso pensar , eu quero – ela apertou seus braços em volta de mim e pude sentir sua boca encostar próxima ao meu ouvido – Sabe o que seria legal também? Se você aceitasse casar comigo – ela se afastou do meu corpo e deu de ombros, me deixando mais surpreso do que já pude ficar em toda minha vida. Eu havia sido pedido em casamento?
- Isso é sério? – ela assentiu, rindo envergonhada. Suas bochechas ficaram vermelhas e eu apenas senti vontade de a apertar até não poder mais.
- Sei que não é um grande pedido, mas se fosse, ou se fosse você pedindo, seria tudo feito com planos... E a gente sempre disse que não precisávamos de plano nenhum – ela sacudiu os ombros mais uma vez, parecendo nervosa.
- Você é a mulher mais incrível do mundo, ! E vai ser a noiva mais linda desse mundo – pisquei para ela, que entendeu que aquilo era um sim e se jogou em meu colo, beijando meus lábios animadamente – Eu quero casar com você e viver a vida toda ao seu lado, sim. Eu estou planejando e não estou nem aí – encarei seus olhos, que pareciam reluzir a felicidade estampada em seu sorriso, e neles encontrei a maior certeza da minha vida: ela.


Fim.



Nota da autora: Ai, esse final me deixou toda apaixonada! Quem leu She Will Be Loved sabe que depois de tanta insegurança desse pp, é lindo ver como eles superaram, graças a essa mulher maravilhosa! Espero muito que vocês tenham gostado e fiquem tão felizes quanto eu com esse final! Me contem o que acharam, por favor <3
Obrigada por ler, e até o ficstape do Don't Forget da Demi Lovato, onde está minha próxima short hahaha <3

Outras Fanfics:

04. She Will Be Loved
Mixtape: Uma Criança Com Seu Olhar

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus