Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Parte um



chegou à fazenda bem irritado. O mesmo odiava quando o irmão mais novo entrava em uma fria e ele tinha que viajar até a cidade para limpar as merdas deixadas pelo caminho. Nem os próprios pais tinham controle sobre o irresponsável de vinte anos que agia como uma criança de oito.
— Carlos! — chamou pelo irmão que estava com os fones de ouvido e o que ele não sabia era o quanto isso irritava o mais velho.
puxou com força os fones de ouvido e tacou pela janela, sempre se achou um homem, calmo, porém nas últimas semanas perderá as contas das ligações de sua mãe aos prantos, do seu pai estressado ao ponto de ter um treco. Pensando em evitar que o pior acontecesse a Carlos devido suas má companhias, cedeu aos choros de sua mãe e os gritos do pai impaciente pela irresponsabilidade do irmão. E contra gosto trouxe consigo o seu irmão para uma temporada em sua fazenda.
— Caralho! — Carlos encarou o irmão que não deu chances para mais reclamações.
— Odeio essas coisas eletrônicas — o mais velho disse já passando pela porteira da fazenda — fones de ouvidos que as pessoas colocam nas alturas, celulares que andam por aí e esquecem-se de olhar até mesmo pra rua.
—Já eu penso diferente — Carlos disse impaciente — fones de ouvido são maravilhosos para não ouvir baboseiras como essas que acabou de dizer e outra, quero um fone novo.
acelerou mais a caminhonete e soltou umas das suas risadas por ver que o irmão ainda não tinha percebido que não tinha o direito de exigir nada.
— Isso aqui não é Colônia de férias — disse impaciente — e não vou comprar porra de fone nenhum, você não vai ter tempo para ouvir suas músicas ou sei lá o que você faz com essa porcaria desse celular. Ou você esqueceu das suas dívidas com as apostas? Porque eu não esqueci, paguei por todas e escondi dos nossos pais por medo que não aguentassem mais desgosto.
Estaciona sua caminhonete e, antes de descer, fica alguns segundos se divertindo com a expressão de Carlos, sem empregados esperando prontos para o servir. Até que será um pouco divertido pensou ao descer da sua caminhonete.
— Não dura uma semana — Dante, melhor amigo e veterinário da fazenda de , disse.
— E acha que eu não sei? — Diz impaciente e sorri ao ver o mais novo procurando por sinal de Internet.
— Tem mesmo necessidade? — Dante pergunta sobre a proposta do melhor amigo. — Dou conta do meu trabalho sozinho.
— Esse fedelho precisa aprender a valorizar o dinheiro — diz já subindo as escadas, acompanhado pelo melhor amigo. — Meus pais sempre deram tudo de bandeja pra ele, esquecendo que mesmo já nascendo rico o trabalho e indispensável porque se não cuidar o dinheiro acaba.
O almoço foi servido, e e Dante se serviam enquanto Carlos olhava com uma feição enojada para a comida a sua frente, mas chamou pela empregada, a única da casa. Pediu para a mulher o servir, mas imediatamente ordenou que a mulher voltasse para a cozinha.
— Qual é, ? — Carlos disse como uma criança birrenta
— Você não está em casa, não tenho essas frescuras em minha fazenda, a empregada faz a comida, mas não tem obrigação de servi-lo ou fazer os seus caprichos.
— O garoto da cidade vai dar trabalho. — Dante brincou na tentativa de melhorar o clima.
— Quadrilha formada. — Carlos apontou para o irmão e o melhor amigo.
Dante e deixaram um sorriso escapar, o garoto não sabia que aquilo não era nem o começo do que tinha sido planejado para o mesmo.
— Não nos confunda com seus amiguinhos, projetos de bandidinhos de merda.



♡ ♡




Apenas oito dias na cidade cuidando da vida do irmão, foram suficientes para uma pilha de trabalho acumular sobre a mesa de e a vontade de socar o irmão aumentou gradativamente. Pegou os óculos de grau dentro da gaveta, e começou a analisar os papéis, contratos e mais contratos. E o orgulho crescia dentro de si ao perceber o patamar que com muito esforço e trabalho conseguiu levar a sua Fazenda.
Uma batida na porta, respondeu para que entrasse, Dante apareceu vestindo seu jaleco e já pensou o pior ao ver o amigo coberto de lama.
— Carlos! — Disse irritado, largando os papéis e notou que a expressão do melhor amigo, não era das melhores.
— Eu juro que tenho me segurado para não socar seu irmão, mas, porra ta difícil — Dante disse ainda de pé e riu ao perceber que hora ou outra de fato aconteceria, conhecia a paciência do amigo. — Fui ver os filhotes dos porquinhos, pedi para o Carlos segurar um dos bichos para examiná-lo e simplesmente seu irmão deixou o pobre coitado do porco cair na lama, a mãe se enfureceu e correu atrás da gente.
gargalhava e o melhor amigo lhe mostrou o dedo do meio, mas prometeu que teria uma conversa com o irmão, e que descontaria do salário do mesmo. Aproveitaram para colocar algumas coisas em ordem, Dante passou para o amigo os pedidos de remédios, vacinas que precisava para repor o estoque da fazenda.
— Mas mudando de alho pra Caralho — Dante tirou o jaleco e pegou uma dose de cachaça para ambos — final de semana tem aquele forró maroto.
— Umas cervejas e uma morena, gostosa e sempre bem-vindo. — diz e o melhor amigo concorda.
— Senti falta do meu companheiro de crime — Dante serviu mais uma dose — e outra que Rosa ficou no meu pé a noite inteira, empatou bonito.
gargalhava ao imaginar a cena, Rosa dona do bar onde acontecia o melhor forró da redondeza era caidinha por Dante desde a adolescência, porém o cara fugia da mesma como o diabo foge da Cruz.
— Você ainda vai se amarrar com ela. — O amigo debochou.
— Deus me livre me amarrar e com ela então. — Dante se benzeu enquanto o melhor amigo gargalhava.
O celular de apitou e ao abrir a mensagem sentiu algo que alguns anos não sentia.
disse e virou uma dose de cachaça — está de volta.
— putaquepariu! — Foi a única coisa que Dante conseguiu dizer.
um dia pode se dizer que fora a melhor amiga de infância de , mas a alguns anos a mesma foi embora com a tia para os Estados Unidos deixando uma carta furreca, bem depois do mesmo se declarar para ela.



Parte dois



cantarolava uma música do Jorge e Mateus, enquanto terminava de ajeitar o cabelo para ir curtir o forró de sábado, era sempre muito movimentado e uma ótima diversão para uma noite. E foi interrompido pela risada do seu irmão que olhava com desdém para a sua roupa e animação.
— Blusa xadrez? — Carlos zombou do irmão que o ignorou. — Você consegue comer alguém vestido igual um peão?
O mais velho deixou uma risada escapar, a cama de era visitada com frequência e disputada pelas mulheres da redondeza.
— Mais que você vai comer a sua vida inteira — coloca o chapéu e alcança as chaves da camionete — e sai do meu caminho que já me estressou o suficiente.
Carlos saiu irritado, enquanto o irmão apenas o ignorou e andou apressado até onde guardava sua caminhonete. Mas a lembrança de o perturbou, na época era apenas um garoto de dezoito anos que não conhecia a vida, muito menos o quanto dura poderia ser. E ignorou os pensamentos, estava determinado a se divertir não em pensar em assuntos do passado.

— Achei que fosse ficar em casa. — Dante entregou um copo de cerveja ao amigo.
— E perder isso aqui? — Apontou para o bar cheio e o forró no último volume. — Nunca.
Uma morena puxou para dançar e o homem não pensou duas vezes, segurou firme a cintura da mulher e seus corpos colados dançavam. A mulher era alta e seus olhos chamavam a atenção do mesmo, seus lábios marcados em vermelho praticamente o convidava para borrar com gosto o batom da mesma. E foi isso que o mesmo fez, segurou o pescoço da mulher que se derreteu nos braços dele, a beijou com intensidade sendo correspondido.
— Vou ao banheiro — a morena disse e apenas assentiu com a cabeça.
Dante riu ao ver o amigo voltando com um copo de cerveja na mão, e limpando a marca de batom que havia ficado em sua boca. E na metade do caminho piscou para Rosa que não tirava os olhos de Dante.
— Enquanto uns se divertem — Dante apontou para Rosa que cuidava de algo com um dos garçons.
— Não se diverte porque não quer — faz cara feia ao ver que a cerveja está quente — Rosa e gente boa, gostosa e arrasta um bonde por você.
O amigo riu e já se preparou para uma das suas explicações sobre não se envolver com ela.
— Não a acho tudo isso — encarou o amigo e ele mudou o discurso — tá bom, caralho. Ela é gostosa, mas tem sentimento da parte dela e odiaria arrumar barulho pro meu ouvido, imagina o pai dela sabendo que eu comi a filha dele.
— Realmente – concordou, o pai da garota era um dos fazendeiros da cidade conhecido por sua superproteção a honra da filha.
Dante deu um gole na cerveja, deu um tapinha nos ombros do amigo e caminhou em direção onde um grupo de garotas estava e uma loira cedeu as suas cantadas, sumindo de vista e provavelmente pela noite toda.
— Voltei. — A morena se aproximou de e o puxou novamente para dançar.
Os corpos colados, dançavam em meio aos beijos, a morena estava deixando a loucura com o balançar dos seus quadris. E se tinha algo que ele gostava era dançar, sempre disputado pelas mulheres e odiado por alguns caras.
— Dante sumiu. — Rosa disse ao ver pagando a conta.
— Acho que já foi pra casa. — disse e bebeu a dose de cachaça enquanto esperava a morena voltar do banheiro, para enfim fechar com chave de ouro a noite.
— Já viu quem está ai? — negou e a mulher apontou o dedo em direção a uma mulher que vestia um vestido caro e saltos altos.
E ele encarou a morena dona dos olhos , continuava linda, porém apenas alguns traços permaneceram, suas roupas caras, sapatos e até mesmo o nojo ao encostar no copo da cerveja denunciavam que não era mais a menina que costumava ser.
— Que bom pra ela. — pede mais uma dose de cachaça, odeia a demora da morena para voltar da ida ao banheiro.
Rosa encara o amigo e ele permanece encarando com frieza a mulher a sua frente.
— Não sente mais nada? — Rosa perguntou, recebendo um sinal negativo com a cabeça.
— apontei para a mulher — se tornou o que eu desprezo, mimada, arrogante e que valoriza o dinheiro acima de qualquer coisa.
Rosa permanece calada e se afasta conforme a morena se aproxima de , e ao chegar ele não pensa duas vezes e beija a dona dos olhos , consumido pela raiva do sorriso lançado em sua direção dado por .
— Demorei muito? — A mulher aperta os ombros do homem e ele aperta sua cintura.
— Um pouco — sorri e ela retribui com um sorriso malicioso nos lábios — mas nada que não possa ser resolvido.
A mulher agarrou o braço de , caminhavam juntos em direção a saída do bar, observou o homem caminhando e soltou um sorriso ao perceber que ele estava com raiva dela. E naquela noite transou com a mulher, tomado pela raiva de reencontrar seu passado e dando a mesma uma noite inesquecível. Com certeza seria mais uma que aumentaria sua fama de foda inesquecível.




♡ ♡




Uma gritaria que parecia vir da sala chamou a atenção de , o mesmo deixou os óculos em cima da mesa do escritório e correu até a sala e entendeu o motivo dos gritos. tentava passar no caminho que dava pro escritório enquanto Dante tentava conter a mulher. E então observou que a menina do interior se tornou uma verdadeira patricinha, montada em suas roupas de marca e sem perder a pose em seus saltos.
pigarreou e a mulher o encarou com um sorriso vitorioso.
— Saí. — limitou suas palavras e voltou para o escritório. A mulher ainda balançava o seu coração, constatou isso na noite do forró onde transou com a morena dos olhos imaginando a perturbada que o abandonou.
Só deu tempo de sentar, os barulhos irritantes do salto de preencheram o ambiente e ele respirou fundo antes de encará-la.
— Tudo bem — levantou com calma, passou pela mesma e trancou a porta.
A mulher foi pega despercebida com um beijo avassalador, a boca de procurou pela de com intensidade, o homem sentia necessidade em dar a ela o que tanto queria para que enfim, o deixasse em paz, porém havia algo mais a necessidade em mostrar o quão bom havia a tornado, e não era mais um menino inexperiente.
… — foi tudo que conseguiu dizer, mas o homem sorriu debochado.
— Já teve o que veio procurar aqui — abriu a porta, segurando a mesma para que a mulher saísse — agora pode ir embora.
E foi a vez dela sorrir, parou diante do homem, o suficiente para deixa-lo com vontade de jogar tudo pro ar e foder com a mesma.
— Isso não é metade do que eu quero, mas gosto assim, tem um sabor a mais quando é difícil — passou a mão pelo abdômen de — eu consigo tudo que eu quero, .
— Não posso ser comprado com seu cartão de crédito — praticamente grita e a mulher para na metade do caminho — e não me confunda com os capachos que beijam o chão que você pisa.
— Tudo. — A mulher sorriu, aumentando a fúria de . — Guarde bem essas palavras que serão usadas contra você.
A mulher volta a caminhar, e o movimento dos seus quadros leva a loucura, os sentimentos voltam triplicados. E parado observando o caminho feito pela mesma, se deu conta que beijá-la não foi uma punição, mas sim munição para o que ele sente. Quem ele queria enganar, a única mulher que ele amou está de volta, e mesmo carregando a dor do abandono, sentiu-se feliz por vê-la e beijar sua boca uma outra vez.

— Carlos adentrou o escritório do irmão — pode adiantar o pagamento da semana, estou precisando…
— Hoje não, Carlos — disse cabisbaixo, se retirando do escritório — amanhã a gente conversa.
Carlos não entendeu a postura do irmão mais velho, sempre tão indiferente a tudo, pela primeira vez viu que algo o atingiu e não qualquer coisa.
— Impressionante — Dante bufou ao perceber que realmente, o mais novo havia ido pedir o adiantamento ao irmão, para ir a uma festa na cidade — seu irmão cheio de problemas, a porcaria da mulher que o estragou por dentro de volta e ainda tem você que só sabe pedir dinheiro.
— Como assim mulher que estragou meu irmão está de volta? — Dante deu um tapa na testa percebendo merda que havia dito e saiu andando, mas Carlos o seguiu o deixando sem escapatória.
— As pessoas têm problemas — Dante diz — então, se puder não criar mais problemas pro meu amigo, juro que não soco a sua cara porque se você for nessa festa ou pra caralho qualquer que envolver tendo que ir te buscar, vou arrebentar sua cara.
E ao terminar de dizer o que tinha pra dizer, Dante deu partida na sua caminhonete seguindo o caminho de volta pra sua casa. E Carlos ficou ainda mais curioso, com o que poderia ser uma forma de perturbar o irmão.

— Foi por ela que você foi pro Estados Unidos? — Carlos disse ao adentrar o quarto de — lembro-me de uma conversa da mamãe com o nosso pai sobre você abandonar tudo para ir atrás de uma menina, que já estava envolvida com um rapaz em menos de dois meses.
fechou a mão em punho, segurou o irmão pelo colarinho e o mesmo sorria ao perceber que havia confirmado tudo. E deu um soco no rosto do irmão que levantou com um sorriso vitorioso nos lábios e limpou o sangue da sua boca.
— Cala a boca! — disse nervoso e o irmão continua com o deboche.
— Você é patético — Carlos diz com raiva — vem me julgar, me dar esporro quando largou tudo por uma buceta?
acerta o irmão mais uma vez, mais forte e o deixa caído no chão.
— Você é patético! — Grita enfurecido. — Eu abandonei tudo por um sentimento de verdade, mas eu deixei minhas responsabilidades com pessoas de minha confiança. Eu não sai por ai bebendo, usando droga, roubando, batendo carro, apostando e me endividado, não liguei pra porra do meu irmão mais novo ir me buscar depois de ser ameaçado de morte.

— Tem mais: eu fui sim, abandonado, escorraçado nos Estados Unidos — chorava — briguei com meus pais, cheguei em outro país e descobri que alguém jurou amor falso, ela já estava com alguém mais bonito, mais estiloso, fingiu não me conhecer e eu voltei e mesmo cheio de merda na minha vida, eu não fiz o que um pirralho, mimado fez. Você nunca pensou nos choros da mãe ou no que o papai não aguentaria?
— Eu não sabia que você ia ficar assim…
— Você não sabe de nada, garoto — o empurra pra fora do seu quarto — e faça o que quiser com o que descobriu, mas você está fodido na minha mão, seu merda.
bateu forte a porta do seu quarto e chorou como anos não fazia, seu peito foi atingido por um aperto, um vazio. E não pensou duas vezes, vestiu uma roupa qualquer e pegou as chaves da caminhonete.
— Bora beber nessa porra. — Repete pra si mesmo, dando partida com velocidade.

A bebida descia queimando por sua garganta, Rosa observava o amigo se afundando na bebida. Uma música sofrência tocava no ambiente e o homem cantarolava como se a mesma definisse a sua história de amor, cheia de buracos e lágrimas.
! — A voz de o deixou ainda mais perturbado, levando mais uma dose de cachaça até a boca.
! — ofereceu uma dose de cachaça para a mulher, sorriu ao ver a cara de nojo do copo simples, mas, mesmo assim, tomou de uma só vez.
— Você mudou bastante — a mulher diz e ele debocha.
— Não sou mais virgem e fiquei mais gostoso.
Lavinia soltou uma risada e o homem não disse, mas sentiu falta do sorriso dela e o quanto um dia eles foram o motivo da sua felicidade.
— Eu queria sumir, desaparecer dessa merda toda — diz e a mulher o encara — Não te responder nunca mais, sair dessa mesa e me sentir bem em não falar com você, mas eu não consigo. Assim como deixar essa história toda para trás e algo que não consigo. Eu queria gritar bem alto: sua filhadaputa, desalmada que me destruiu quem perdeu foi você, mas…
O homem estava bêbado, mas sempre ouviu dizer que um bêbado solta as verdades que não tem coragem de dizer, mas sabendo do arrependimento na manhã seguinte, o homem a puxou para seus braços, a beijou com saudade e todo desejo que reprimiu dentro de si mesmo por doze anos. As mãos da mulher apertaram firme os cabelos do homem a sua frente, enquanto o mesmo apertava forte a cintura da mulher que continuava amando.
— Você dirige — joga as chaves para .
A mulher sorri de forma vitoriosa, já imaginando que conseguiria de fato o homem na sua cama, tudo bem, não seria na sua cama e sim na dele, mas já estava de bom tamanho.

— Aonde estamos, ? — A mulher estranhou ao ser puxada para um cômodo pequeno e afastado da casa principal da Fazenda
— Achou mesmo que te levaria para minha cama? — Debocha e abre a porta de um antigo celeiro, a mulher olhou com uma cara de poucos amigos
— Eu sou uma Lady, — a mulher tentou sair do cômodo, mas o homem a puxou pelo braço, beijando-a com vontade e por um momento se viu deixando todos os seus nojos de lado, queria mesmo estar nos braços de .
— Adoro ver como uma Lady gosta mesmo e de um homem de verdade, não esses que são cheios de frescuras e roupas de marca. — a pegou no colo e sentou a mesma em cima de uma mesa de madeira.
apertou forte os ombros de , ao sentir sua boca descendo pelo seu corpo, parando perigosamente perto de sua coxa, voltando até sua boca com vontade e ele queria ouvir a mulher.
— apertou forte os cabelos do homem — para de joguinho.
O homem abriu as pernas da morena, tocou com mão a calcinha da mulher e sorriu ao vê-la se contorcer na sua boca, estava molhada, muito. E ele imaginou muitas vezes em estar com aquela que destroçou sua vida.
— Como eu imaginava — a beijou para que sentisse seu próprio sabor — gostosa.
A mulher tentou descer suas mãos, mas a parou. Não queria deixar que a mesma percebesse que o tem nas mãos. Tirou da sua carteira um preservativo, deslizando sobre o pau já duro e beijou ao mesmo tempo que lentamente se acomodou dentro da mulher.
...
se afundava dentro de , ambos estavam loucos pelo outro, por muitos anos ele imaginava estar com a mesma, gemendo, suando e sentindo o que mesmo dormindo com metade da população feminina das redondezas jamais sentiu. E a mulher em meio ao prazer sorria ao ter mais um dos seus caprichos realizados.
— Tudo. — disse ao vestir suas roupas.
— Vai com minha caminhonete — não olhou pra trás — mando alguém buscar na Fazenda do seu pai.
E ainda de costas ouviu o ranger da caminhonete e se permitiu olhar pra trás, vendo novamente ela partir levando ainda mais dele consigo.





Parte três



O clima na Fazenda não era dos melhores, o céu cinza denunciava que muitas coisas não iam bem onde costumava dizer ser o seu paraíso particular. E o mesmo lutava para manter o foco diante e uma reunião com um possível novo contratante, e era algo bem importante para os negócios que melhoraram gradativamente.
apertou a mão do contratante, e o homem deixou o escritório do mesmo. Ambos contentes com um negócio que seria bom para os dois lados.
! — Dante adentrou o escritório do melhor amigo e o mesmo fez sinal para que o mesmo sentasse.
Dante notou o olhar cansado do amigo, os anos de amizade fazia com que um conhecesse o outro, ao ponto de saber por uma feição quando o outro não estava bem.
— Meu irmão fez o que dessa vez? — disse cansado dando um gole no café puro. A ressaca havia pegado o mesmo com força, sua cabeça doendo e o estômago embrulhado.
Dante soltou um sorriso ao lembrar de ver Carlos mais participativo, inclusive deu banho em alguns cavalos.
— Por incrível que pareça, nunca vi Carlos tão participativo quanto hoje. — Dante olhou curioso para o amigo, afinal os hematomas no rosto do mais novo alertava que algo havia acontecido
— Tomara que os socos que acertei nele tenha colocado alguma coisa naquela cabeça de vento — disse e Dante o encarou — o fedelho descobriu a merda toda, cara eu juro pra você que mesmo quando eu encontrei Carlos jogado ao ponto de ser calado pelas merdas que andou fazendo, eu na ao senti raiva, mas ontem quando ele jogou aquilo na minha cara, foi a primeira vez que eu senti raiva dele porque você sabe o quanto eu sofri naquela época.
Dante encarou o amigo e viu quando uma lágrima rolou pelo rosto do amigo. A merda era seria, pior do que imaginou.
— Cara eu sei que e seu irmão, mas você fez certo em bater nesse moleque — Dante foi sincero em suas palavras, inclusive já havia tempos que queria fazer isso. — E odeio ser o porta-voz de notícia ruim, mas a diaba está lá fora.
Pela primeira vez no dia sorriu de verdade, realmente Dante era um homem de guardar rancor e com certeza, estava na lista negra do homem, fadada a ser sempre a “diaba”.
— Diaba do beijo bom — admitiu e o amigo sacudiu a cabeça, já imaginando o motivo da mesma ter chegado com a caminhonete de estimação do melhor amigo — quem eu quero enganar, eu tô inventando desculpa pra vê-la. Deixei que fosse com a caminhonete quando poderia ter a levado, porém eu queria uma desculpa para encontrar novamente com ela.
Dante bateu no ombro do amigo e o acompanhou em direção a mulher que vestia um short bem curto, sentada em cima do Capô e sorrindo maliciosa.
— Diaba — Dante chamou a morena que o encarou com cara feia mandando um dedo do meio para ele, riu do amigo — uma lady faz um gesto tão obsceno? Não te ensinaram bons modos nos Estados Unidos.
— Vai se foder, veterinário. — Valentina pulou do Capô, o decote em sua blusa fez se odiar por achar a mulher tão gostosa.
— Deixa que eu domo a fera — disse ao ver que o amigo ia dar uma reposta a mulher.
Dante saiu e colocou o jaleco até então pendurado no ombro. olhou a caminhonete em provocação a garota, a mesma odiava quando a questionavam sobre sua forma de dirigir. E ela se aproximou do mesmo e encarou com um sorriso vitorioso.
— Quem ensinou quem a dirigir? — sorriu ao ver o deboche estampado na cara da mulher. Jogaria essa história na sua cara em todas as oportunidades que tivesse. — Quem?
— Você — disse dando a ela a Vitória — a única responsável por me ensinar a dirigir.

puxou as chaves da mão de , a mesma tentou pegar de volta, mas ele foi mais rápido, adentrou a mesma e esperou pela mulher que demorou a entender que era um convite.
— Seu gosto musical ainda é péssimo. — disse quando ligou o rádio.
— Música de qualidade — disse ao acompanhar a música, batucada no volante e cantava, porém permanecia atento a estrada.
— Sertanejo? — Fez careta. — Pop meu querido, isso é música de verdade não essas músicas de corno que você escuta.
— Minhas músicas de corno te deixava louca — lembrou de quando tocava violão pra mesma — qual era sua preferida mesmo?
apertou o botão do rádio, parando exatamente em “evidências” e a morena cantarola um trecho, deixando o mesmo bem surpreso ao ver que sua brincadeira tinha surtido mais efeito que o esperado. E ali lembrou da alegria em ver pelo menos, um pouco da menina que se apaixonou ainda na adolescência

— Cachoeira, ? — disse dando indícios de que a cidade havia sugado muitas das suas qualidades.
O mesmo sacudiu a cabeça, tirou a camisa e a calça, deixando dentro da caminhonete junto do sapato. Pulou na água e observou de longe, e o sol que parecia estar escondido dando as caras, sentada na pedra, batia no corpo matando os mosquitos.
— A água está uma delícia — gritou de dentro da água, a mulher observou o homem dentro da água e o calor aumentou.
deixou e lado o trabalho que teria com os cabelos pela água da Cachoeira, até mesmo se odiou por não ter trago seu filtro solar na bolsa, mas tirou suas roupas, deixando jogadas no chão e de calcinha e sutiã pulou dentro da água.
— Isso está gelado — disse com frio.
a puxou para seus braços, selou seus lábios com o da mulher, já vibrou ao sentir ele ceder a ela. Os beijos de haviam descido para seu pescoço enquanto uma das mãos apertava um dos seus peitos, mas ela foi rápida quando deslizou sua mão para dentro da cueca do homem que vibrou em suas mãos nos primeiros movimentos de vai e vem.
… — sussurrou, seus olhos fechados enquanto a mulher o levava a loucura apenas usando as mãos.
Novamente atacou a boca da mulher, encostando-a em uma pedra, seus beijos faziam uma trilha por todo corpo da mulher que gemia nos braços de . Abaixando a calcinha de , encarou os olhos da mulher e no primeiro contato da sua boca na intimidade de , arrancou um gemido da mesma que segurou os cabelos de .
— Caralho — gemeu — Caralho.
virou de costas, a penetrou lentamente abraçando sua cintura e pirou ao rebolar da morena. E ali não tinha passado mal resolvido, ele a amava mais que tudo ao ponto de não dr sentir tão feliz como em anos. E mesmo se odiando no final do dia, ele não conseguiria ir embora dos braços de quem tanto ama.
— O problema é que eu te amo. — Sussurrou no ouvido da mulher, que bem no fundo uma parte sua foi afetada pelas palavras.
Realmente era um problema que ele teria que cuidar, e estava mais perto do que nunca.





Parte quatro




As semanas foram passando e em meio a motivos para se encontrarem, e aproveitavam o tempo juntos e o mesmo não conseguia tirar a dona dos olhos da cabeça. E ao acordar fez sua higiene matinal e vestiu-se apressadamente, selou o seu cavalo e decidiu andar a cavalo pela sua fazenda, mas acabou saindo da sua propriedade decidindo explorar um pouco mais a redondeza.
! — Daniel, pai de o chamou e o mesmo parou diante do homem.
— Daniel — sorri e estende a mão para o homem que o cumprimenta — quanto tempo.
— E olha que nossas fazendas são vizinhas — sorri e prossegue — soube que encontrou com .
— Nos encontramos no forró — disse e o pai da mesma sorriu — você e a Cristina com certeza, estão felizes com a visita de .
— Sentimos a falta dela — admite — mas foi uma visita rápida porque ela já comprou até as passagens.
não deixa transparecer, porém sente como se um soco tivesse atingido seu estômago, na noite anterior adormeceu com em seus braços e a mesma não disse nada.
— Uma pena — disse, tentando manter a calma — mas, com certeza, ela voltará com mais frequência.
O homem tem uma feição preocupada e não compreende, mas rapidamente Daniel se explica.
tem pavor de onde moramos — é sincero, novamente outro soco no estômago — já deixou avisado que da próxima vez quem terá que ir seremos eu e minha esposa.
inventou uma desculpa qualquer para Daniel, voltou o mais rápido possível para a fazenda, entregou o cavalo para Carlos e subiu as escadas com um misto de pressa e raiva.

— Eu te odeio — grita e bate a porta do escritório com força — eu te odeio.


Dante correu até a fazenda, gritava pela casa assustando a mãe de , porém ele precisava encontrar o amigo e o achou no escritório do pai digitando algo no computador. E ele despejou de uma só vez.
está indo embora — Dante disse e o encarou sem entender — a tia vai levá-la para morar com ela nos Estados Unidos.
começou a rir e não acreditava no melhor amigo, adorava enganar as pessoas e depois dizia que era brincadeira.
— Não é piada, — Dante é sincero e nota a preocupação do amigo — a vi colocando as malas no carro.
E sem pensar duas vezes, levanta com pressa, corre pelos corredores e Dante tenta acompanhar o amigo que está desesperado. E ele chega a tempo de vê-la dentro de um carro, já distante, grita, tenta alcançar o carro, mas vendo que será em vão para no meio da estrada.
— Você disse que me amava — repete pra si mesmo, ao lembrar da noite anterior onde se declarou para a melhor amiga.
Dante não diz nada, apenas permanece ao lado do amigo. As lágrimas vêm com força, não sente vergonha e permanece assim por vários minutos, até se levantar em silêncio, caminhando lentamente e com Dante ao seu lado sem dizer uma única palavra, mas ao lado do melhor amigo.



O vaso é arremessado contra a parede, enfurecido abre o cofre e pega a pequena caixa de veludo que pessoalmente havia comprado na cidade e ri de si mesmo, abre a mesma e olha para o par de alianças de compromisso que seria dada juntamente do pedido que o mesmo faria hoje a noite.




desembarcou e correu em busca de um táxi, Cristina mãe de havia o ajudado a conseguir o endereço da casa da irmã onde sua filha estava hospedada nos Estados Unidos.
— Bom dia! — cumprimentou o taxista, entregou o papel com o endereço e o mesmo deu partida no carro.
O dia estava ensolarado, as pessoas caminhavam, e ele estava disposto a viver ali por ela, com ela, .
— Obrigado. — Agradeceu e pegou sua mala, parado em frente a casa da tia de . Esperaria por ela e depois se hospedaria em algum hotel por perto.
Sentado no meio-fio, observou de longe a dona dos olhos , caminhava com um sorriso animado e levantou com pressa em abraçá-la, porém logo atrás um homem correu até a mesma, abraçou sua cintura e ela selou seus lábios.
! — disse baixo e seus olhos se encontraram, mas a mesma passou por ele sem se quer olhar para ele, fingiu que não o conhecia.
E permaneceu parado, vendo-a abraçar outro, beijando-o e ela bateu forte o portão, não olhou para trás uma única vez.



E caminha em direção ao piano, uma paixão que sempre cultivou em seu coração foi a música e sentado diante do instrumento decidiu que o que seu coração estava sentindo somente a música poderia expressar.
E horas haviam passado, relia o que havia escrito e decidido a dar um ritmo a música escrita por ele.


“Eu queria sumir E não te responder nunca mais Deixar nossa história pra trás Dizer que quem perdeu foi você” “Eu queria esquecer O bem que a sua boca me faz E com todas as letras dizer então vai E em qualquer paixão me perder”



Sua voz estava um pouco alterada, lágrimas rolavam por seu rosto e em seu coração a mesma dor de anos atrás. O piano faz companhia em meio a sua dor, seus olhos fechados, sentindo as lágrimas quentes por todo seu rosto e mesmo assim, não conseguia deixar de amá-la, faria qualquer coisa para que ficasse ao seu lado, mostraria o seu amor que mesmo com os anos não mudou nem um pouco, apenas se intensificou.



“Mas o problema é que eu te amo Um dia sem você eu já reclamo Invento uma desculpa pra te ver” “Mas o problema é que eu te quero E o tempo que preciso for, eu espero Pra mim felicidade é ter você”


E enquanto cantava sentia toda sua dor sendo colocada para seu exterior, as lembranças vinham aumentando ainda mais a tortura de não ter controle sobre os seus sentimentos, a amava, as semanas que passaram em meio a brigas e beijos foram esclarecedoras sobre os sentimentos que pensou ter enterrado no passado, sentimentos dentro de si estavam mais vivos do que nunca.

— Não se apaixone. — diz ao passar por Carlos, o mesmo observava o irmão mais velho que tocava piano.

Bate a porta do quarto, joga o corpo na cama e os olhos pesados vencem.


♡ ♡




Exatamente quatro dias depois correu até o escritório de , o homem não a encarou e permaneceu focado em seus papéis, sua cabeça dóia e a ressaca havia deixado seu humor horrível.
— Só me responde quando ia me contar — larga os papéis e a encara, seu olhar está carregado de raiva — ou você ia embora sem se despedir como da última vez?
caminhou até onde estava de pé, sua mão tocou o peitoral dele, mas ele tirou as mãos da mulher e se afastou.
— Você não entende, — a morena diz e ele a encara — eu vivi a minha vida inteira nesse lugar, por não ter para onde ir, não por escolha, não por gostar de viver cercada desse mundo.
O homem sacode a cabeça e bebe de uma vez uma dose de cachaça, já que vou tomar um pé na bunda vou encher a cara para amenizar essa porra toda disse pra si mesmo.
— Não entendo? — segura firme a mesa — por entender o quanto essa porra de mudar de país, eu larguei tudo no Brasil e corri para você, porém você não podia esperar por um caipira qualquer.
— Você queria o quê? — grita. — Você sempre amou esse lugar, no começo vinha para as férias, mas foi terminar o ensino médio que veio para cá com vontade de ficar para sempre.
— Por você — grita, o homem sente as lágrimas rolando por seu rosto — porque eu me apaixonei por você nesse lugar, onde eu vivi os melhores momentos da minha vida, ao seu lado. E eu amo esse lugar porque ele me lembra você, lembra os seus olhos, seu sorriso, sua doçura e foi por isso que eu não quis cargo na empresa do meu pai, você me mostrou um mundo totalmente diferente do que eu vivia e eu me dei conta que não teria isso se não fosse aqui, se não fosse com você.
passa a mão no rosto e observa o homem na sua frente, e ele bebe mais uma dose de cachaça.
— a mulher diz e ele a encara — eu quero ficar com você, mas não aqui. Você pode vir comigo para os Estados Unidos, administrar a cede da empresa do seu pai por lá e seremos muito felizes longe desse mundo que eu odeio.
O homem olha para a mulher a sua frente, não acredita no que ouve e percebe que ir embora sem se despedir ou fingir não o conhecer não chega perto do que a mesma está fazendo nesse momento.
— Não, — nega e ela tenta uma aproximação, mas ele não permite — eu amo você, mas eu não vou embora.
diz e tenta explicar — seríamos felizes longe dessa vida, frequentaríamos festas, você com um bom cargo na empresa da sua família, meu trabalho de estilista e…
a interrompe e aperta forte o copo em suas mãos.
— Você que decide, — Grita e enxuga as lágrimas. — ou me aceita do que jeito que eu sou, de chapéu de peão, administrador de uma fazenda, sem festas fabulosas, mas um amor sincero ou então você segue com seu rumo.
dá um passo até , aproxima seus corpos, sua mão percorre o rosto do homem que fecha os olhos e ela o beija devagar, prolonga o máximo que pode e quebra o contato de suas bocas.
— Eu não sei lidar com você. — É sincera e o homem passa a mão pelo rosto.
E passa por , desorientado caminha até a área externa da fazenda e observa o céu e ouvi passos atrás dele, vira para encará-la e assim como ela é sincero.
— Você pode encontrar alguém que goste de você, mas que a ame, que esteja disposto a aceitá-la do seu jeito, com frescuras, duvido que encontre — ele a encara, mas mantém distância e continua — mas essa vai ser a sua punição, por jogar no lixo sentimento de verdade por pura frescura porque eu moro no interior, porque eu trabalho com uma fazenda e não com terno e gravata, com o modo que eu falo, com as pessoas que eu ando, com o lugar que você nasceu e cresceu, mas sente vergonha.
deixa uma lágrima escapar, mas a enxuga rapidamente.
— E depois, continua e ela o encara — não venha chorar porque mesmo ajoelhada, rastejando e o caralho a quatro não vou querer você porque vou tomar nojo.
— Acho que posso lidar com isso. — diz e pra é como se a mesma acertasse um golpe em seu rosto.
Respira fundo, passa a mão pelo rosto, enxugando quaisquer resquícios de lágrimas.
— Nunca te forcei a nada, te deixei livre para ir a hora que não se sentisse feliz — é sincero, não esboça reação — muito menos irei atrás ou qualquer outra coisa porque quando algo escapa das minhas mãos eu apenas deixo ir.

— Não vale a pena querer a permanência de quem deseja partir.
E ela o pega totalmente desprevenido, a sua confissão ecoa na mente dele, torturando-o.
— Eu te amo.
— Amor? — debocha — você sente por si mesma, pelos sapatos, pelas roupas de marca, pelo status, pelo que vão achar do seu emprego, da sua casa, até mesmo das suas raízes, mas sentimento que uma mulher sente por um homem isso você não sabe o que é. Você é amada, mas não ama. Sou apenas mais um dos seus caprichos e eu admito isso por mais triste que esteja, porém eu sei enxergar a verdade a minha frente.
o encara, decidi olhá-lo pela última vez memorizando em sua memória, mas ela não o ama o suficiente para aceitá-lo com toda essa bagagem que tanto foge.
— Adeus. — A mulher diz e se afasta, deixando-o com a sensação de ter seu mundo virado de cabeça pra baixo, mais uma vez.
Um dia prometeu a si mesmo, não ir embora se a vida cruzasse seus caminhos mais uma vez, dando uma segunda chance que era tudo que sempre quis, cumpriu sua promessa, mas a deixou ir porque naquele momento ir embora foi a melhor e mais dolorosa decisão tomada, deixando para trás um coração machucado, problemas, sentimentos não correspondidos, esperança de viver algo que não seria possível.
— Obrigado, diz pra si mesmo — você voltou, foi embora, levou com você esse sentimento, me dando enfim, a chance de encontrar a minha felicidade.

Dante se aproximou do melhor amigo, deu um tapa em seu ombro e sorriu deixando o amigo confuso.
— Você está bem? — Dante pergunta preocupado e apenas assente afirmando que sim.
— Se ela ficasse sem a intenção de ficar ou eu fosse sem a intenção de ir — encara o céu — seríamos infelizes.
tira o cordão que carregou anos consigo, olha para o objeto em suas mãos e joga com força para o meio do mato, jamais o encontraria novamente assim como seria com os seus sentimentos do passado.




Fim!



Nota da autora: O amor muitas vezes vai bater a sua porta, você abrirá deixando que entre, mas não cabe a você implorar sua permanência, por mais que demonstre com sinceridade o que sente ou dê motivos para ficar no final o que permanece é o que quer permanecer.
Finalizo essa história com os olhos cheios de lágrimas pois é muito significativa para mim, confesso que me encontrei em muitas partes mesmo fugindo sobre escrever sobre mim mesma, mas as vezes a maior prova de amor que você pode dar a alguém é deixá-la ir.
Agradeço ao convite em participar desse projeto, as pessoas que organizaram, a beta, capista e a todas que se envolveram nesse projeto.



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