Capítulo Único
Julho de 2016.
— O que vamos fazer agora? Não temos nada o que fazer nessa cidade. — a moça comentou, após sair do quarto para encontrar o namorado na sala de estar. — Viveremos um tédio absoluto durante este mês.
— Era para a gente estar a caminho do aeroporto, mas você não quis viajar. — o rapaz deu de ombros, ainda chateado com a namorada.
— Não é que eu não quis...
— Você não tem visto, eu já sei. — resmungou Harry sentando-se no sofá. — Mas eu tenho.
— Meu Deus, Harry, se esse é o motivo para você estar com essa cara é só você ir viajar. — se irritou com a falta de compreensão de Harry. — Pegue suas malas, seu visto e vai para Austrália. Eu juro que eu pensei que você fosse me entender, eu nunca precisei de visto para sair do país, simplesmente porque eu nunca planejei sair daqui, mas já você, não é, resolveu ir atrás de um sem ao menos me consultar, e olha, que assim como eu, você nunca saiu dessa droga de país.
— , agora me diz, o que custava você procurar tirar um passaporte? Você sabe que eu sempre sonhei em conhecer outros países, eu jurei que você gostaria de compartilhar esse desejo comigo. — Harry levantou-se para encarar que estava quase explodindo de raiva. — Mas estou vendo que você não dá a mínima para meus sonhos.
— Meu amor, vai viajar, vai para a Austrália, Harry. — a moça explodiu fazendo com que o rapaz desse um passo para trás com o susto. — Eu não me importo se você for, mas o fato é que eu vou continuar aqui.
— Eu vou mesmo. — ele disse cheio de convicção, fazendo os traços de vacilarem, ela não esperava essa resposta vinda de Harry. — Se você acha que eu vou ficar aqui implorando para que você vá comigo, eu não irei.
— Eu não quero que você implore nada. — ela deu de ombros ainda incomodada. — Eu só quero que você tome a sua decisão.
— Eu já tomei, . — a sua expressão era séria, e ele ainda pensou em dizer que ficaria, mas não disse. — Eu vou viajar.
— Você fez sua escolha, agora arque com as consequências dela. — disse assim que ele virou as costas para ela, e pôs a mão na maçaneta da porta.
— O que você quer dizer? — Harry apertava a maçaneta contra os dedos.
— Que se você sair por essa porta. Acabou. — a moça estava com os olhos cravados nas costas do namorado, ela ainda tinha um pouco de esperança de que ele ficaria.
Harry vacilou por um único segundo, mas não mudou de ideia, no segundo seguinte a porta estava aberta e ele tinha atravessado por ela deixando a mulher da sua vida parada no meio da sala de estar.
Para ele, aquela era apenas mais uma briga.
Para ela, aquele o fim definitivo daquele relacionamento.
Julho de 2017.
checou a mala pela última vez antes de finalmente fechá-la, em poucos minutos o namorado estaria passando para buscá-la, e ela mal tinha acabado de arrumar suas coisas.
Decidir viajar em cima da hora possuía suas desvantagens.
A moça tomou um susto quando ouviu a buzina do carro, correu até a porta e abriu, vendo o rapaz de cabelo escuro abrir a porta do veículo para então ir ao encontro da namorada.
— Vou precisar de ajuda. — a garota comentou assim que o rapaz a alcançou. — Minha mala está muito pesada.
— Pelo jeito você não pretende voltar dessa viagem. — ele comentou ao ver o tamanho da mala que estava na sala. — Acho melhor ficarmos por aqui mesmo, porque eu vou voltar sozinho.
— Cala a boca. — resmungou a moça antes de fechar a porta. — Vou pegar minha bolsa.
O rapaz assentiu enquanto tentava levantar a mala gigantesca, quando voltou para o cômodo não encontrou mais o namorado, que já esperava por ela do lado de fora da pequena casa.
— Vamos logo, quero chegar antes da hora do jantar. — ele abriu a porta do carro e sentou-se no banco do motorista assim que se acomodou no de passageiro. — Você está bem?
— Estou pensando. — deu de ombros enquanto via o rapaz dar partida no carro e seguir dirigindo pelas ruas da capital do estado. — Faz um ano que eu não vejo minha família, e é a primeira vez em anos que vamos estar todos juntos como era na nossa infância.
— Você sente falta, não é? De quando morava lá? — ele olhou brevemente para ela ao perguntar. — Eu sinto como se essa tivesse sido a melhor fase da sua vida.
— Meus primos são meus melhores amigos, e eu sinto falta não só de morar naquela cidadezinha. Sinto falta de viver com meus pais, de todo final de semana ir almoçar na casa da minha avó. — se emocionava todas as vezes que lembrava sobre a vida que tinha antes de sair da pequena cidade onde morou a vida inteira para ir para o capital cursar a faculdade. — Sinto falta de ficar na sala conversando com meus primos enquanto os adultos ficavam na cozinha no mundo deles. E sim, essa foi a melhor fase da minha vida. Era a melhor sensação saber que se eu caísse teria sete braços para me amparar.
— Seus primos foram seus melhores amigos, isso eu entendi. — os dois sorriram, e mexeu dentro da bolsa para buscar pelo celular. — Vou gostar de conhecê-los.
— Vai ter que gostar, afinal, você será da família em breve. — comentou olhando para o anel de brilhante em seu dedo anelar direito.
Às duas horas e meia de viagem seguiram tranquilas, e agradeceu aos céus quando o carro entrou na cidade, sentiu todas as suas energias voltarem e a alegria tomar conta de seu coração.
Ela finalmente veria toda a sua família depois de um ano.
[...]
— Eu ainda não acredito que a não vem. — Liam sentou-se no sofá da casa da avó ao lado de Niall e . — Ela deve ter arrumado um namorado pra lá.
— Vocês conhecem a . — coçou a nuca quando avistou Harry e a irmã dele passarem pela porta da frente. — Ela deve ter esquecido o aniversário da vovó e marcou outro compromisso.
— Vovó vai surtar quando descobrir que a caçula não vem, já estou até vendo ela reclamando com a tia Rose sobre o fato dela não ter obrigado aquela cabeça de vento a vir. — Louis fez careta sabendo que sobraria para eles ouvir as reclamações da avó.
— Quem não vem? — arqueou uma das sobrancelhas para o primo postiço que deu de ombros.
— . — Niall respondeu e viu a cara de decepção da garota. — Não vai ser dessa vez que iremos reunir o bonde novamente.
— Por que ela não vem? — Harry questionou e todos os olhares se voltaram para ele. — Quê? Claro que não é por minha causa.
— Ninguém disse nada. — sorriu divertida. — Bom, ela disse que aconteceu um grande imprevisto e que não poderia vir, mas todos desconfiam que foi porque ela não quer encontrar com você. Até hoje ninguém sabe o porquê vocês terminaram.
— Bobagem. — resmungou Harry cruzando os braços irritado com a acusação. — Vamos parar de falar da , porque se ela não contou, não sou eu quem vai contar.
[...]
— Mamãe, esse é o , meu...
— Noivo. — o rapaz interrompeu a garota que arregalou os olhos. — Mas a sua filha não quer que ninguém saiba, por enquanto.
deu um soco no braço do namorado assim que ele acabou de entregar o seu novo status de relacionamento para mãe que nem mesmo sabia que ela estava namorando.
— Noivo? — A mulher arregalou levemente os olhos quando digeriu as palavras que ouviu do rapaz que ainda era um desconhecido. — Há quanto tempo vocês namoram?
— Completamos dez meses ontem. — a mais nova deu de ombros puxando para a cozinha, que era onde o pai da moça estava. — Eu sei que deve ser um baque para vocês, mas é minha decisão.
— Que decisão? — O pai da moça perguntou assim que os três passaram pela porta da cozinha. — Oi, filha.
Os dois abraçaram-se de maneira carinhosa, e sentiu seus olhos marejarem com a emoção de encontrar seu pai novamente.
— Sua filha está noiva, Tom. — Rose apontou para o rapaz que estava parado na porta da cozinha, observando aquela cena de reencontro. — Me desculpe se estou sendo rude, , é que é uma surpresa, nós não sabíamos que a estava namorando.
— Eu sei. — sorriu compreensivo aproximando-se de Tom para cumprimentá-lo. — Prazer, senhor.
— Quê isso rapaz, pode me chamar de Tom. — o mais velho puxou para um abraço. — Se minha filha aceitou casar com você, não vejo porque ficar contra isso, ela sempre foi ótima em escolher os namorados.
— Não fale como se eu tivesse muitos ex-namorados, pai. — revirou os olhos e olhou de canto de olho para mãe, que analisava dos pés a cabeça enquanto o rapaz apenas reprimia um sorriso. — Para, mãe!
— O que estou fazendo? — Rose pôs a mão no peito fazendo-se de ofendida. — Me desculpe... Bem vindo a família, .
[...]
Os sete jovens estavam sentados na sala, ouviam música não muito alto e bebiam moderadamente, afinal, não queriam aparecer no sítio da família de ressaca no dia seguinte.
Harry observava os cinco primos, que nem eram de sangue, mas que o acolheram naquela família no exato momento em que a mãe e a irmã passaram pela porta da casa dos avós de criação do rapaz.
Harry tinha nove anos quando a mãe se casou com Dan, tio de . E logo no início, ele foi apresentado as seis crianças que faziam parte daquela família e que seriam seus primos. Por causa daquela família, ele e a irmã tiveram uma infância feliz e cheia de lembranças incríveis que ele levaria para o resto da vida, principalmente o fato de ter se apaixonado pela prima de coração, .
Os dois começaram a namorar logo após a menina completar catorze anos, os quatro primeiros meses foram escondido dos pais, porque ambos tinham medo de que eles proibissem a relação, mas logo criaram coragem e contaram para toda a família, que ficou imensamente feliz com o relacionamento.
Os dois namoraram por pouco mais de cinco anos, um relacionamento cheio de idas e vindas, mas que foi intenso e verdadeiro. E assim como ficou feliz pelo início do namoro, a família ficou arrasada pelo término dele.
“Eu sempre imaginei que vocês iam se casar”, foi o que disse Dan, quando Harry ligou para contar que não namorava mais com a sobrinha do padrasto.
No começo, Harry pensou que seria como das últimas vezes, ele iria atrás de e eles iriam reatar, mas não foi como ele imaginou. Durante a primeira semana na Austrália, ele tentou se comunicar com a garota, mas o telefone dela caía direto na caixa de mensagens. Não conseguia falar com ela pelo WhatsApp e nem pelas redes sociais, na cabeça dele, estava lhe dando uma piscina de gelo pela babaquice que ele fez. Quando voltou da viagem de férias, Harry descobriu que a moça tinha se mudado do apartamento em que morava e que não trabalhava mais na loja de conveniência como ele imaginava. tinha sumido do mapa. A última vez que ele viu a ex-namorada foi justamente no dia em que terminaram.
— Não acredito que vocês estão dando uma festa sem mim!
A última vez até aquele momento.
— ! — todos se levantaram para cumprimentar a prima que acabara de chegar, menos Harry que observava a moça parada perto da porta com as mãos na cintura e um sorriso debochado no rosto.
Ela estava diferente desde a última vez que ele a viu há um ano. Os cabelos antes longos agora estavam cortados na altura dos ombros, ela sem dúvidas estava um pouco mais forte e no pescoço não estava mais o colar que ele deu há seis anos, quando assumiram para família que estavam em um relacionamento.
— Pensei que você não viesse mais. — comentou abraçando a prima mais nova.
— E eu não vinha. — deu de ombros indo abraçar . — Decidi em cima da hora, por isso estou aqui.
— Ainda bem que você veio, isso aqui não seria a mesma coisa sem você. — abraçava apertado a prima ao dizer tais palavras. — Estava com saudades.
— Eu também. — a mais nova sorriu ao ver Liam, eles sempre foram mais próximos, Payne era o irmão que infelizmente não teve. — Meu amor!
A moça pulou em cima de Liam que riu abraçando-a, o rapaz sentia falta da garota, e ele via nos olhos dela o quanto ela também sentia a falta dele.
— Oi, ex-cunhada. — disse baixinho, apenas para que ouvisse, esta que sorriu para a prima postiça. — Eu pensei que vocês iam casar.
— Juro que pensei também. — revelou no mesmo tom puxando a garota para um abraço. — Mas segue o baile.
Após finalmente abraçar todos, aproximou-se de Harry que levantou olhando assustado para a ex-namorada.
— Olá, Styles. — ela sorriu indo abraçá-lo, mesmo com o susto o rapaz correspondeu ao gesto, sentindo um pouco de esperança pela atitude, aquele poderia ser um sinal, ele queria que fosse. — Senti sua falta também.
O rapaz fechou os olhos sentindo sua cabeça girar com tal informação, mas ele logo se recompôs enquanto apertava a moça ainda mais contra si.
— Também senti. — respondeu ele, querendo dizer mais alguma coisas, mas foi interrompido por um Louis intrometido.
— Agora que o bonde está junto novamente. — o rapaz atraiu a atenção dos demais para si. — Vamos brincar aquele jogo que você organizou, .
— Ah, é verdade. — a moça bateu a mão na testa lembrando-se da brincadeira, que ela só planejou porque queria tirar informações sobre o término dos primos. — Vamos todos se sentar, um circulo no chão, por favor.
Os oito jovens sentaram-se no carpete da sala e pôs uma garrafa de vidro no meio do círculo.
— Vamos brincar de verdade ou desafio? — Niall arqueou uma das sobrancelhas intrigado ao ver a garrafa ali. — Meio infantil não acha? Afinal ninguém aqui é BV mais.
— Não é verdade ou desafio. — revirou os olhos antes de respondeu a pergunta do primo. — É o jogo da verdade, as regras são basicamente as mesmas de verdade ou desafio, a única diferença é que nós só podemos dizer a verdade.
— Eu vou girar primeiro. — foi em direção a garrafa que parou em frente a Harry, que arregalou os olhos. — Vou fazer a pergunta que todos esperamos a resposta há um ano. Por que você e a terminaram?
Harry percebeu o olhar de todos incluindo o da ex, ele respirou fundo.
— A minha viagem para a Austrália foi o motivo. — Styles deu de ombros e olhou para que ainda o observava. — Eu queria muito ir nessa viagem, mas a não tinha visto, então eu fiquei bem puto com isso, nós brigamos e ela disse que se eu quisesse ir, eu poderia ir, mas eu teria que arcar com as consequências dos meus atos. E eu tinha plena consciência de que ela queria dizer que nós acabaríamos, mas mesmo assim eu fui. E é óbvio que eu me arrependi, mas quando eu voltei de viagem, tinha desaparecido do mapa.
— Eu não terminei com você porque fez aquela viagem, Harry, e sim porque eu não queria ficar com alguém que me deixou em segundo plano, não queria alguém que não me tinha mais prioridade em sua vida. — os olhares de todos se voltaram para a garota. — Se você escolheu uma viagem a mim, era porque isso era mais importante para você do que o nosso relacionamento. E quando você saiu por aquela porta, eu me perguntei se eu não estava sendo radical demais em terminar com você por bobagem, mas aí eu vi que se você fez uma vez, iria fazer uma segunda, uma terceira até a gente simplesmente acabar com o que sentíamos. Eu preferia terminar com você ainda te amando, do que ver aquele sentimento que eu tenho por você se acabar ao poucos.
Todos ficaram em silêncio, apenas digerindo o que acabaram de ouvir. Ninguém sabia ao certo o que dizer, talvez seria porque não tinha nada para ser dito.
— Vamos continuar. — Liam quebrou o silêncio indo girar a garrafa, que parecia que estava contra o ex-casal. — , você disse algo sobre um sentimento que ainda existe, o que você quis dizer?
— Que eu ainda o amo. — Harry olhou assustado para a garota, que trocava olhares com Liam. — Que eu sempre amei e sempre vou amar.
Janeiro 2011.
Era um dia normal, como outro qualquer para aquela família, era domingo e todos estavam na casa dos avós, almoços como aqueles eram comuns na família, e os jovens sentiam-se tão felizes por aquela tradição continuar intacta mesmo depois de anos.
Os oito estavam na sala de estar, assistindo algum filme qualquer na TV enquanto as mães terminavam de organizar o almoço e os pais estavam na varanda bebendo, o clima era de felicidade e todos sentiam-se felizes por viver aquele momento.
Johannah passou pela porta que dava acesso a sala e chamou os jovens para almoçar indo em direção a varanda chamar os homens da família.
Os oito seguiram até o quintal da casa, onde se acomodaram cada um em seu devido lugar na grande mesa que existia no local. Após todos estarem devidamente sentados, Harry resolveu chamar atenção dos presentes.
O rapaz que tinha dezesseis anos na época, estava nervoso, ele tinha que dizer o que estava preso em sua garganta há meses, ele precisava contar a família que estava namorando .
— Eu. — ele gaguejou e buscou o olhar da namorada, que estava com a testa franzida sem entender aonde o rapaz queria chegar. — Eu preciso dizer uma coisa.
— Diga, meu filho. — Lucy, avó de criação do rapaz pronunciou-se atraindo o olhar do neto. — O que houve?
— Eu estou namorando. — ele disse vendo os olhos de se arregalarem, ela estava em pânico. — É isso, eu estou namorando.
— Isso é ótimo, Harry. — Dan sorriu alegre com a notícia, afundou-se na cadeira não acreditando no que estava acontecendo. — Com quem?
A garota fechou os olhos sentindo um frio correr por sua espinha. Liam apertou a mão da prima, assim como ela o rapaz temia a reação da família, mas agora que Harry tinha começado, ele tinha que terminar.
Harry respirou fundo antes de finalmente dizer:
— .
Um silêncio se estabeleceu entre todos, os oito jovens estavam apreensivos, afinal apenas eles sabiam sobre o que estava acontecendo, e todos temiam a reação dos mais velhos.
— Isso é ótimo. — Carl, o avô quem quebrou o silêncio. — Vocês dois formam um lindo casal. Eu não poderia estar mais feliz.
E o que poderia se tornar um desastre, se tornou uma festa, a alegria de todos era visível, principalmente a do jovem casal, que finalmente não precisariam mais esconder o relacionamento.
Após o almoço, Harry puxou para dentro da casa, óbvio que os demais perceberam, mas não ligaram deixaram com que os dois passassem um tempo a sós.
— Você devia ter me contado o que pretendia. — ralhou a menina quando os dois chegaram a sala. — Você tem noção do tamanho do meu pânico?
Harry riu divertido lembrando-se da expressão de pânico no rosto da namorada.
— Se eu tivesse contado, você teria me convencido a não fazer. — o rapaz deu de ombros antes de abraçar a namorada pela cintura. — Pelo menos agora não precisamos mais esconder que estamos juntos.
— Você tem razão. — enlaçou os braços no pescoço de Harry e lhe deu um selinho. — Isso é muito bom.
— Eu tenho que concordar que também fiquei em pânico. — confessou Styles olhando no fundo dos olhos da namorada. — Mais eu pensava o tempo todo em como era difícil manter nosso relacionamento longe dos olhos dos nos pais, e eu preferi arriscar porque eu não aguentava mais não poder te beijar a hora que eu quisesse.
— Agora você pode. — ela sorriu antes de dar outro selinho no rapaz. — É realmente um alívio poder te beijar sem ficar com medo de alguém aparecer por aquela porta.
— Agradeça a mim, por ter coragem de enfrentar nossa família. — ele disse convencido fazendo a garota revirar os olhos. — E aos meninos também, porque foram eles os responsáveis pela minha coragem.
Harry mordeu levemente os lábios de antes de meter uma das mãos no bolso e tirar de lá uma caixinha.
— Te chamei aqui porque queria te dar uma coisa. — os dois se afastaram o suficiente para que a garota pudesse ver a pequena caixa. — Não é um anel de compromisso. — ele riu ao ver a cara de . — Mas será o símbolo do nosso compromisso.
Ele abriu a caixa revelando dois colares que se completavam, um era um coração e o outro uma chave, que quando unidos deixavam o coração completo.
A garota sorriu sentindo sua visão embaçar, Harry pediu para que ela segurasse a pequena caixa e pegou o colar com o pequeno coração. virou de costas segurando o cabelo com a mão desocupada para que Harry pudesse colocar o colar em seu pescoço, após ela fez o mesmo, encaixou o colar que possuía o pingente de chave no pescoço do namorado.
Harry guardou a caixinha agora vazia de volta no bolso e voltou a abraçar a namorada pela cintura, mas dessa vez juntando seus lábios em um beijo, o beijo que estava selando o compromisso que os dois acabaram de assumir. Um último selinho foi dado antes de os dois se abraçarem.
— Eu amo você. — Harry disse apoiando o queixo na cabeça de , que era consideravelmente mais baixa que ele.
— Eu também amo você.
Julho de 2017.
se aconchegou nos braços de que dormia na cama da moça, ele deu beijo no rosto dela antes de se entregar novamente ao sono.
tentava a todo custo dormir, mas o sono não vinha e sua mente vazia trazia aquela conversa na casa da avó a tona, era por isso que ela não queria ir naquela viagem, simplesmente porque não queria encarar Harry novamente, não queria que todos aqueles sentimentos que ela ainda possuía por ele retornasse. estava feliz com , ele era o cara de seus sonhos, e era óbvio que ela amava o rapaz, mas será que ela conseguiria ignorar os anos que viveu com Harry? A sua cabeça girava, e moça sentia que iria enlouquecer, ela precisava tirar Styles da cabeça, o que eles viveram ficou no passado e deveria permanecer lá.
— Tá tudo bem? — a voz de saiu rouca e baixa, se assustou por não perceber que o namorado tinha acordado. — Você parece agitada.
— Não consigo dormir. — respondeu simplesmente, fez uma careta e franziu a testa. — Que foi?
— Você vai me deixar bêbado. — brincou ele referindo-se ao cheiro de álcool que saía da boca de . Ela riu beliscando a barriga do rapaz. — Aconteceu alguma coisa na casa da sua avó, algo que faça eu me arrepender de ter insistido para que você fosse encontrar seus primos.
— Não aconteceu nada de mais. — respondeu sem tirar os olhos dos de . — Eu só estou pensando que não deveria ter passado tanto tempo sem vê-los.
— Qual era o problema com esse lugar? — arqueou uma das sobrancelhas, e balançou a cabeça negativamente. — Todas as vezes que eu te convidava para vir, você inventava uma desculpa, se eu não tivesse insistido, talvez nem estivéssemos aqui agora.
— Problema nenhum, eu só... Sei lá. — pensava seriamente se contava a verdade a , mas ficou com medo de que a verdade estragasse a viagem dos dois. Não que o rapaz fosse ciumento e possessivo, mas sim porque seria constrangedor para ele conviver com o ex-namorado da atual namorada. — O que você achou dos meus pais?
— Tirando o fato de quê sua mãe me avaliava a cada cinco minutos, eles são bem legais. — os dois riram lembrando-se dos olhares de Rose. — Acho que eles gostaram de mim.
— Acredite, eles gostaram mesmo. — ela deu um selinho nele fazendo-o sorrir. — Eu só não sei porqu e eu gosto.
— Por que eu sou o cara mais gostoso que você conheceu? — ele arqueou novamente a sobrancelha, lhe deu um tapa no braço. — Estou brincando!
— Eu só amo você, acho que não preciso de um motivo para isso. — ela disse fazendo-o sorrir com a revelação, aquilo o aqueceu por dentro, toda vez que dizia que o amava, era uma nova sensação, como se toda a vez fosse a primeira.
— Eu te amo muito mais.
[...]
Fazia algumas horas que Harry tinha chegado junto com ao sítio da família, assim como todos os outros jovens, menos , que por incrível que pareça não estava no local.
O rapaz passou pela porta da grande casa onde os mais velhos passariam aquelas duas semanas até o dia do aniversário da avó, ele tinha esperança de que encontraria a ex-namorada sentada no sofá conversando com a mãe e as tias, mas encontrou apenas Dan que conversava com Tom e Rose.
— Bom dia. — Styles sorriu ao cumprimentar os mais velhos que responderam ao cumprimento. — Eu vim pegar minhas chaves, esqueci que não vou mais dividir o quarto com a .
Ele deu de ombros indo em direção a gaveta que ficava do outro lado da sala.
— Mas se ela for dormir aqui, eu posso ficar no quarto. — ele abriu a gaveta tirando de lá a chave que tinha seu nome gravado. — Não vejo problema.
— Não sei se ela vai dormir aqui, ou se vai ficar lá com vocês. — Rose respondeu ao sobrinho, ela tinha prometido que não contaria aos sobrinhos que a filha estava namorando. — Mas é melhor você ficar com seu próprio quarto.
Harry assentiu indo em direção a cozinha, onde a mãe cozinhava junto de Maura.
— Mãe, por que a ainda não veio? — Anne se assustou com a presença repentina do filho mais velho. — Oi, tia Maura.
— estava cansada da viagem de ontem, parece que iria descansar para depois vir nos encontrar. — Anne respondeu observando a reação do filho. — Rose disse que ela chegará na hora do almoço.
Harry assentiu voltando para a sala, o rapaz se despediu dos três que ainda conversavam e saiu porta a fora.
A caminhada até a casa que pertencia aos jovens durava cerca de cinco minutos, e ficava em frente ao grande igarapé que existia na região. Os pais construíram aquele local logo que os oito tornaram-se adolescentes, era um meio de dar a eles mais privacidade. A casa era grande, tinha uma cozinha, uma sala, oito quartos com banheiros e uma enorme varanda que rodeava o imóvel, com alguns sofás e pufes. No lado de fora, havia uma grande mesa embaixo de uma mangueira, que era onde os jovens faziam as suas refeições quando não as faziam na casa principal do sítio.
Harry subiu as escadas e encontrou Niall, Louis e Liam sentados no sofá conversando assuntos aleatórios.
— Ela vai dormir lá com eles? — Liam quem perguntou assim que viu Harry, o mais novo deu de ombros. — Cadê ela?
— Minha mãe disse que ela chega na hora do almoço. — Styles jogou-se sobre um pufe rosa que estava ali. — Parece que ela estava cansada.
— Isso quer dizer que vamos todos almoçar lá? — Niall arqueou uma das sobrancelhas para o primo que assentiu. — Droga, estou com preguiça de andar até lá.
— Então você vai ficar com fome, porque as meninas não vão cozinhar. — Louis deu um soco de leve no rapaz loiro. — Harry, vamos ao que interessa.
— O quê? — Styles franziu a testa sem entender onde o primo queria chegar.
— Qual o plano para que você e voltem. — Liam deu de ombros, todos estavam interessados em juntar o casal novamente, mas eles tinham que ter um plano em mente.
— Aí que está, não tenho plano algum.
[...]
O carro passou pelo grande portão, estava nervosa e ansiosa, aquele seria o momento em que ela apresentaria o namorado a família, e a coisa que ela mais temia era a reação dos primos. Todos eram fãs do ex-casal, shippavam Carry, que chegava a ser irritante.
parou o carro em frente a casa, os dois desceram e o rapaz segurou de maneira firme na mão fria e suada da namorada.
— Nervosa? — Ele olhou para ela sorrindo de maneira confiante.
— Não. — tentou mentir, mas sua voz saiu falha e fez com que risse pelo nariz. — Você se importa se ainda não contarmos para o resto da família que estamos noivos?
— Tudo no seu tempo, amor. — ele apertou carinhosamente a mão dela.
Ela sorriu e aproximou-se para beijar rapidamente os lábios dele, respirou fundo antes de segui com o namorado até a porta da casa.
A sala estava vazia, como já era de se esperar. Após atravessar o cômodo, os dois entraram na cozinha que assim como a sala não tinha sinal algum dos familiares de , mas ela pode ouvir vozes vindas do quintal. A moça respirou fundo novamente antes de passar pela porta que dava acesso ao quintal com bem atrás de si.
Instantaneamente os olhares se voltaram para a moça parada na porta, decidindo se era uma boa ideia apresentar o namorado a família. apertou a mão de como forma de incentivo, ela voltou a caminhar, dessa vez revelando completamente o rapaz alto que estava atrás de si.
A expressão no rosto dos presentes era de espanto, exceto é claro, pelos pais da moça que estavam cientes da existência daquele relacionamento.
respirou fundo mais uma vez antes de finalmente se aproximar dos familiares. Ela sorriu para os avós e limpou a garganta.
— Gente, eu queria apresentar o . — a voz da moça falhou quando os olhos dela encontraram os do ex-namorado. — Ele é meu namorado.
E como que ensaiado, os olhares dos familiares da moça se voltaram para Harry que observava a cena com a testa franzida, e todos puderam ver o brilho triste nos olhos verdes do rapaz.
Ouvir aquelas palavras foi como se um soco tivesse sido dado no estômago de Harry, ele não sabia como agir, nem o que dizer, as próximas horas foram um borrão para rapaz que apenas agiu no modo automático até o fim daquele almoço.
— , será que nós podemos conversar? — abriu a porta do quarto da prima após bater na mesma. — Se você não estiver ocupada.
olhou rapidamente para que dormia ao seu lado na cama, mas logo assentiu.
— Você me dá um minuto? — A mais velha assentiu fechando a porta. — Lá vem!
fechou os olhos e nem percebeu quando o namorado acordou, e apenas ficou observando a moça achando que ela ainda dormia.
Longos segundos depois, abriu os olhos e deu de cara com os do namorado que logo sorriu.
— Pensei que você tivesse falando com alguém. — comentou o rapaz após selar os lábios nos de . — Ouvi vozes.
— Era minha prima, ela quer falar comigo. — a moça deu de ombros antes de se espreguiçar. — Se importa se eu te deixar só um pouco?
— Claro que não, eu vou dormir mais um pouco. — o rapaz bocejou, assentiu levantando-se da cama.
— Só não dorme demais, eu não vou passar a noite em claro com você. — ela piscou pra ele antes de sair porta a fora.
Assim que chegou à sala, encontrou as primas conversando animadamente sobre algum assunto aleatório, a mais nova se joga no sofá ao lado de que sorriu.
— Oi. — acenou para as garotas que passaram a observa-la. — O que vocês queriam falar comigo?
— Sei lá, uma explicação? — arqueou uma das sobrancelhas, suspirou e afundou-se ainda mais no sofá. — Como assim você está namorando?
— Gente, muitas coisas mudaram no último ano. — a mais nova deu de ombros. — Eu não me sinto mais confortável em ter uma relação com Harry, o que nós tínhamos acabou, não tem mais volta.
— Você deu esperanças para ele ontem. — comentou vendo se afundar ainda mais no sofá. — Você não tinha esse direito.
— Eu não queria ter feito isso, mas eu fui bem clara com o Harry no dia que terminamos. — a moça tentava explicar, mas sabia que as primas não queriam entender. — Ele fez a escolha dele, e essa é a minha.
— ...
— Não, gente, é a minha vida. — tentava deixar sua voz o calma, coisa que sempre foi um pouco difícil. — Harry preferiu uma viagem a mim, e eu segui com a minha vida.
— Ela está certa, gente. — de pronunciou pela primeira vez. — Nós não podemos palpitar na vida dela, a é bem grandinha pode tomar as próprias decisões. E o Harry, ele fez a escolha dele há um ano, ele que viva com as consequências dela.
— Ele é seu irmão, . — parecia indignada, e não acreditava nas palavras de .
— Eu sei, mas ele foi muito burro, gente, pelo amor de Deus. — agora era quem estava indignada. — Quem termina um relacionamento de cinco anos por causa de uma droga de viagem? Só o idiota do Harry.
— Gente, eu só quero que vocês se permitam conhecer o , ele é uma pessoa incrível e não merece o ódio gratuito de vocês. — pediu as garotas, que a olhavam com um ponto de interrogação na testa. — Eu sei que vocês não gostam do simplesmente porque ele é meu namorado.
— Eu vou fazer de tudo para que ele se sinta bem com a gente, . — sorriu para a prima mais nova e olhou para as outras duas de cara feia. — Nós vamos.
[...]
entrou na cozinha e encontrou Liam que tomava café da manhã. Ela até pensou em dar meia volta, mas era tarde pois o primo já tinha notado a presença da prima e logo virou-se em direção a ela.
— Bom dia, feia. — sorriu para a garota que retribuiu o gesto. — Senta aí, vamos conversar.
A moça assentiu, mas antes foi até o armário de onde pegou um copo, logo em seguida sentou-se na cadeira em frente ao primo.
— Diga. — disse enquanto se servia com leite. Liam deu de ombros e tomou um gole de seu café preto.
— Fico feliz por você está namorando. — Liam segurou a mão esquerda de que estava sobre a mesa. — É bom saber que você seguiu em frente.
— Eu tive que seguir, Liam. — a moça deu de ombros e sorriu sem mostrar os dentes. — Não podia ficar presa nessa relação pra sempre.
— Todas as vezes vocês brigavam e voltavam, pensei que dessa vez não seria diferente. — comentou o primo antes de tomar mais um gole de seus café. — Sei lá, vocês pareciam tão impenetráveis.
— Eu também pensei que éramos. — ela colocou duas colheres de açúcar em seu copo. — Mas aí ele escolheu uma viagem a mim.
— Harry é um vacilão. — Liam bateu com a mão na própria testa. — Largou um relacionamento de cinco anos por uma viagem de um mês. Quem diabos faz uma porra dessa?
— O Harry. — ela respondeu e deu uma risada. — Mas, Liam, ele é um assunto superado.
— Como vai o seu estágio? — o rapaz mudou repentinamente de assunto no exato momento em que apareceu na cozinha.
Os dias se passaram, e talvez estivesse cega ou não quisesse admitir que as coisas entre o namorado e os primos.
Era evidente que Niall e Louis sempre tentavam deixar o rapaz fora de tudo, por sorte Liam sempre o incluía nas atividades deles.
Era final de tarde, voltava da casa principal e encontrou o namorado no campo improvisado brincando sozinho com uma bola de futebol.
— Tu sabes jogar pelo menos, ? — ela parou em um pouco distante.
O rapaz virou-se para encontrar a namorada parada sorrindo com as duas mãos na cintura.
— Quer pagar pra ver? — Ele arqueou uma sobrancelha para a moça que tirou os chinelos e correu em direção ao namorado.
As risadas dos dois eram altas, e era evidente apenas por ver os dois brincando que eles se gostavam. E isso incomodou os quatro jovens que estavam na varanda vendo aquela cena se desenrolar no lado de fora.
— Creio que seja hora de por o plano em prática. — Louis disse para , Niall e ainda observando a prima jogar com namorado. — Harry tá um caco, se ele continuar vendo isso...
— Amanhã fazemos isso. — foi o que disse no momento em que o casal se beijou.
Era quase hora do almoço. tinha saído com e para arrumar alguma coisa e Liam, Niall e Louis estavam arrumando a mesa do lado de fora.
saiu do quarto e deu de cara com Harry que também saía do seu.
— Oi. — ele parou no meio do corredor. — Será que a gente pode conversar?
— Não sei se é uma boa ideia. — ela hesitou um pouco, mas entrou no quarto dele. — Seja rápido, pode chegar a qualquer momento.
— Eu queria me desculpar pelo o que aconteceu há um ano. — Harry começou a dizer. — Eu fui um idiota, não deveria ter optado por aquela viagem.
— Aquilo é um assunto superado, pelo menos pra mim. — ela deu de ombros. — Quando você passou por aquela porta, eu segui em frente com a minha vida.
— Mas não é pra mim. — Harry revelou aproximando-se da ex. — Deveria ser eu, . Esse tempo tinha que ser eu. Te beijando a boca, brincando com teu cabelo. Por que eu te amei desde o início.
— Harry, para. — ela sentiu seus olhos marejarem.
— E agora eu te vejo com ele... Meu Deus! O meu mundo se despedaça. — ela pôde ver como os olhos dele estavam cheios de lágrimas. — Eu esperei tanto tempo para finalmente dizer isso... Eu te amo, , você é o amor da minha vida, você...
— Harry...
— Por Deus! — Ele deixou com que as lágrimas caíssem por seu rosto e molhassem a sua face. — Mas agora eu vejo, o seu coração foi levado. E nada poderia ser pior. Sabe poue, ? Eu te amei primeiro. Eu fui seu primeiro amor, seu primeiro beijo,seu primeiro namorado. Fui eu quem te fez mulher. E eu pensei que mesmo depois de um ano, nós ainda poderíamos recomeçar. Mas as minhas chances diminuíram quando ele chegou, e isso dói demais.
— Você não tem o direito de fazer isso, Harry. — ela estava indignada. — Não depois que você não me escolheu. Não depois de eu ter seguido com a minha vida. E eu te avisei, Harry, antes de você me deixar sozinha naquela sala que se você saísse estava tudo acabado. E eu jurei pra mim mesma que estaria. E está acabado. Eu não quero mais, Harry, eu... Meu Deus! Eu vou casar com o . Isso aqui. — ela levantou a mão direita mostrando o anel de brilhante ao ex, enquanto as lágrimas que ela tentava esconder caíram por sua face. — É um anel de noivado. Me desculpe, Harry, mas essas são as consequências de suas escolhas.
— Casar? — ele tentava digerir a mais nova informação. — Isso não é justo, , era comigo que você deveria casar. Não com ele.
— Eu vou casar com o homem que sempre vai escolher a mim. —ela deu dois passos para trás quando percebeu que ele se aproximava cada vez mais dela. — Ele não me põe em segundo plano.
— ...
— Não, Harry, eu não quero ouvir mais nada. — ela deu as costas para ele e parou com mão na maçaneta da porta, era a mesma cena de um ano atrás apenas com os papéis investidos. — Eu escolho o .
— O que vamos fazer agora? Não temos nada o que fazer nessa cidade. — a moça comentou, após sair do quarto para encontrar o namorado na sala de estar. — Viveremos um tédio absoluto durante este mês.
— Era para a gente estar a caminho do aeroporto, mas você não quis viajar. — o rapaz deu de ombros, ainda chateado com a namorada.
— Não é que eu não quis...
— Você não tem visto, eu já sei. — resmungou Harry sentando-se no sofá. — Mas eu tenho.
— Meu Deus, Harry, se esse é o motivo para você estar com essa cara é só você ir viajar. — se irritou com a falta de compreensão de Harry. — Pegue suas malas, seu visto e vai para Austrália. Eu juro que eu pensei que você fosse me entender, eu nunca precisei de visto para sair do país, simplesmente porque eu nunca planejei sair daqui, mas já você, não é, resolveu ir atrás de um sem ao menos me consultar, e olha, que assim como eu, você nunca saiu dessa droga de país.
— , agora me diz, o que custava você procurar tirar um passaporte? Você sabe que eu sempre sonhei em conhecer outros países, eu jurei que você gostaria de compartilhar esse desejo comigo. — Harry levantou-se para encarar que estava quase explodindo de raiva. — Mas estou vendo que você não dá a mínima para meus sonhos.
— Meu amor, vai viajar, vai para a Austrália, Harry. — a moça explodiu fazendo com que o rapaz desse um passo para trás com o susto. — Eu não me importo se você for, mas o fato é que eu vou continuar aqui.
— Eu vou mesmo. — ele disse cheio de convicção, fazendo os traços de vacilarem, ela não esperava essa resposta vinda de Harry. — Se você acha que eu vou ficar aqui implorando para que você vá comigo, eu não irei.
— Eu não quero que você implore nada. — ela deu de ombros ainda incomodada. — Eu só quero que você tome a sua decisão.
— Eu já tomei, . — a sua expressão era séria, e ele ainda pensou em dizer que ficaria, mas não disse. — Eu vou viajar.
— Você fez sua escolha, agora arque com as consequências dela. — disse assim que ele virou as costas para ela, e pôs a mão na maçaneta da porta.
— O que você quer dizer? — Harry apertava a maçaneta contra os dedos.
— Que se você sair por essa porta. Acabou. — a moça estava com os olhos cravados nas costas do namorado, ela ainda tinha um pouco de esperança de que ele ficaria.
Harry vacilou por um único segundo, mas não mudou de ideia, no segundo seguinte a porta estava aberta e ele tinha atravessado por ela deixando a mulher da sua vida parada no meio da sala de estar.
Para ele, aquela era apenas mais uma briga.
Para ela, aquele o fim definitivo daquele relacionamento.
Julho de 2017.
checou a mala pela última vez antes de finalmente fechá-la, em poucos minutos o namorado estaria passando para buscá-la, e ela mal tinha acabado de arrumar suas coisas.
Decidir viajar em cima da hora possuía suas desvantagens.
A moça tomou um susto quando ouviu a buzina do carro, correu até a porta e abriu, vendo o rapaz de cabelo escuro abrir a porta do veículo para então ir ao encontro da namorada.
— Vou precisar de ajuda. — a garota comentou assim que o rapaz a alcançou. — Minha mala está muito pesada.
— Pelo jeito você não pretende voltar dessa viagem. — ele comentou ao ver o tamanho da mala que estava na sala. — Acho melhor ficarmos por aqui mesmo, porque eu vou voltar sozinho.
— Cala a boca. — resmungou a moça antes de fechar a porta. — Vou pegar minha bolsa.
O rapaz assentiu enquanto tentava levantar a mala gigantesca, quando voltou para o cômodo não encontrou mais o namorado, que já esperava por ela do lado de fora da pequena casa.
— Vamos logo, quero chegar antes da hora do jantar. — ele abriu a porta do carro e sentou-se no banco do motorista assim que se acomodou no de passageiro. — Você está bem?
— Estou pensando. — deu de ombros enquanto via o rapaz dar partida no carro e seguir dirigindo pelas ruas da capital do estado. — Faz um ano que eu não vejo minha família, e é a primeira vez em anos que vamos estar todos juntos como era na nossa infância.
— Você sente falta, não é? De quando morava lá? — ele olhou brevemente para ela ao perguntar. — Eu sinto como se essa tivesse sido a melhor fase da sua vida.
— Meus primos são meus melhores amigos, e eu sinto falta não só de morar naquela cidadezinha. Sinto falta de viver com meus pais, de todo final de semana ir almoçar na casa da minha avó. — se emocionava todas as vezes que lembrava sobre a vida que tinha antes de sair da pequena cidade onde morou a vida inteira para ir para o capital cursar a faculdade. — Sinto falta de ficar na sala conversando com meus primos enquanto os adultos ficavam na cozinha no mundo deles. E sim, essa foi a melhor fase da minha vida. Era a melhor sensação saber que se eu caísse teria sete braços para me amparar.
— Seus primos foram seus melhores amigos, isso eu entendi. — os dois sorriram, e mexeu dentro da bolsa para buscar pelo celular. — Vou gostar de conhecê-los.
— Vai ter que gostar, afinal, você será da família em breve. — comentou olhando para o anel de brilhante em seu dedo anelar direito.
Às duas horas e meia de viagem seguiram tranquilas, e agradeceu aos céus quando o carro entrou na cidade, sentiu todas as suas energias voltarem e a alegria tomar conta de seu coração.
Ela finalmente veria toda a sua família depois de um ano.
— Eu ainda não acredito que a não vem. — Liam sentou-se no sofá da casa da avó ao lado de Niall e . — Ela deve ter arrumado um namorado pra lá.
— Vocês conhecem a . — coçou a nuca quando avistou Harry e a irmã dele passarem pela porta da frente. — Ela deve ter esquecido o aniversário da vovó e marcou outro compromisso.
— Vovó vai surtar quando descobrir que a caçula não vem, já estou até vendo ela reclamando com a tia Rose sobre o fato dela não ter obrigado aquela cabeça de vento a vir. — Louis fez careta sabendo que sobraria para eles ouvir as reclamações da avó.
— Quem não vem? — arqueou uma das sobrancelhas para o primo postiço que deu de ombros.
— . — Niall respondeu e viu a cara de decepção da garota. — Não vai ser dessa vez que iremos reunir o bonde novamente.
— Por que ela não vem? — Harry questionou e todos os olhares se voltaram para ele. — Quê? Claro que não é por minha causa.
— Ninguém disse nada. — sorriu divertida. — Bom, ela disse que aconteceu um grande imprevisto e que não poderia vir, mas todos desconfiam que foi porque ela não quer encontrar com você. Até hoje ninguém sabe o porquê vocês terminaram.
— Bobagem. — resmungou Harry cruzando os braços irritado com a acusação. — Vamos parar de falar da , porque se ela não contou, não sou eu quem vai contar.
— Mamãe, esse é o , meu...
— Noivo. — o rapaz interrompeu a garota que arregalou os olhos. — Mas a sua filha não quer que ninguém saiba, por enquanto.
deu um soco no braço do namorado assim que ele acabou de entregar o seu novo status de relacionamento para mãe que nem mesmo sabia que ela estava namorando.
— Noivo? — A mulher arregalou levemente os olhos quando digeriu as palavras que ouviu do rapaz que ainda era um desconhecido. — Há quanto tempo vocês namoram?
— Completamos dez meses ontem. — a mais nova deu de ombros puxando para a cozinha, que era onde o pai da moça estava. — Eu sei que deve ser um baque para vocês, mas é minha decisão.
— Que decisão? — O pai da moça perguntou assim que os três passaram pela porta da cozinha. — Oi, filha.
Os dois abraçaram-se de maneira carinhosa, e sentiu seus olhos marejarem com a emoção de encontrar seu pai novamente.
— Sua filha está noiva, Tom. — Rose apontou para o rapaz que estava parado na porta da cozinha, observando aquela cena de reencontro. — Me desculpe se estou sendo rude, , é que é uma surpresa, nós não sabíamos que a estava namorando.
— Eu sei. — sorriu compreensivo aproximando-se de Tom para cumprimentá-lo. — Prazer, senhor.
— Quê isso rapaz, pode me chamar de Tom. — o mais velho puxou para um abraço. — Se minha filha aceitou casar com você, não vejo porque ficar contra isso, ela sempre foi ótima em escolher os namorados.
— Não fale como se eu tivesse muitos ex-namorados, pai. — revirou os olhos e olhou de canto de olho para mãe, que analisava dos pés a cabeça enquanto o rapaz apenas reprimia um sorriso. — Para, mãe!
— O que estou fazendo? — Rose pôs a mão no peito fazendo-se de ofendida. — Me desculpe... Bem vindo a família, .
Os sete jovens estavam sentados na sala, ouviam música não muito alto e bebiam moderadamente, afinal, não queriam aparecer no sítio da família de ressaca no dia seguinte.
Harry observava os cinco primos, que nem eram de sangue, mas que o acolheram naquela família no exato momento em que a mãe e a irmã passaram pela porta da casa dos avós de criação do rapaz.
Harry tinha nove anos quando a mãe se casou com Dan, tio de . E logo no início, ele foi apresentado as seis crianças que faziam parte daquela família e que seriam seus primos. Por causa daquela família, ele e a irmã tiveram uma infância feliz e cheia de lembranças incríveis que ele levaria para o resto da vida, principalmente o fato de ter se apaixonado pela prima de coração, .
Os dois começaram a namorar logo após a menina completar catorze anos, os quatro primeiros meses foram escondido dos pais, porque ambos tinham medo de que eles proibissem a relação, mas logo criaram coragem e contaram para toda a família, que ficou imensamente feliz com o relacionamento.
Os dois namoraram por pouco mais de cinco anos, um relacionamento cheio de idas e vindas, mas que foi intenso e verdadeiro. E assim como ficou feliz pelo início do namoro, a família ficou arrasada pelo término dele.
“Eu sempre imaginei que vocês iam se casar”, foi o que disse Dan, quando Harry ligou para contar que não namorava mais com a sobrinha do padrasto.
No começo, Harry pensou que seria como das últimas vezes, ele iria atrás de e eles iriam reatar, mas não foi como ele imaginou. Durante a primeira semana na Austrália, ele tentou se comunicar com a garota, mas o telefone dela caía direto na caixa de mensagens. Não conseguia falar com ela pelo WhatsApp e nem pelas redes sociais, na cabeça dele, estava lhe dando uma piscina de gelo pela babaquice que ele fez. Quando voltou da viagem de férias, Harry descobriu que a moça tinha se mudado do apartamento em que morava e que não trabalhava mais na loja de conveniência como ele imaginava. tinha sumido do mapa. A última vez que ele viu a ex-namorada foi justamente no dia em que terminaram.
— Não acredito que vocês estão dando uma festa sem mim!
A última vez até aquele momento.
— ! — todos se levantaram para cumprimentar a prima que acabara de chegar, menos Harry que observava a moça parada perto da porta com as mãos na cintura e um sorriso debochado no rosto.
Ela estava diferente desde a última vez que ele a viu há um ano. Os cabelos antes longos agora estavam cortados na altura dos ombros, ela sem dúvidas estava um pouco mais forte e no pescoço não estava mais o colar que ele deu há seis anos, quando assumiram para família que estavam em um relacionamento.
— Pensei que você não viesse mais. — comentou abraçando a prima mais nova.
— E eu não vinha. — deu de ombros indo abraçar . — Decidi em cima da hora, por isso estou aqui.
— Ainda bem que você veio, isso aqui não seria a mesma coisa sem você. — abraçava apertado a prima ao dizer tais palavras. — Estava com saudades.
— Eu também. — a mais nova sorriu ao ver Liam, eles sempre foram mais próximos, Payne era o irmão que infelizmente não teve. — Meu amor!
A moça pulou em cima de Liam que riu abraçando-a, o rapaz sentia falta da garota, e ele via nos olhos dela o quanto ela também sentia a falta dele.
— Oi, ex-cunhada. — disse baixinho, apenas para que ouvisse, esta que sorriu para a prima postiça. — Eu pensei que vocês iam casar.
— Juro que pensei também. — revelou no mesmo tom puxando a garota para um abraço. — Mas segue o baile.
Após finalmente abraçar todos, aproximou-se de Harry que levantou olhando assustado para a ex-namorada.
— Olá, Styles. — ela sorriu indo abraçá-lo, mesmo com o susto o rapaz correspondeu ao gesto, sentindo um pouco de esperança pela atitude, aquele poderia ser um sinal, ele queria que fosse. — Senti sua falta também.
O rapaz fechou os olhos sentindo sua cabeça girar com tal informação, mas ele logo se recompôs enquanto apertava a moça ainda mais contra si.
— Também senti. — respondeu ele, querendo dizer mais alguma coisas, mas foi interrompido por um Louis intrometido.
— Agora que o bonde está junto novamente. — o rapaz atraiu a atenção dos demais para si. — Vamos brincar aquele jogo que você organizou, .
— Ah, é verdade. — a moça bateu a mão na testa lembrando-se da brincadeira, que ela só planejou porque queria tirar informações sobre o término dos primos. — Vamos todos se sentar, um circulo no chão, por favor.
Os oito jovens sentaram-se no carpete da sala e pôs uma garrafa de vidro no meio do círculo.
— Vamos brincar de verdade ou desafio? — Niall arqueou uma das sobrancelhas intrigado ao ver a garrafa ali. — Meio infantil não acha? Afinal ninguém aqui é BV mais.
— Não é verdade ou desafio. — revirou os olhos antes de respondeu a pergunta do primo. — É o jogo da verdade, as regras são basicamente as mesmas de verdade ou desafio, a única diferença é que nós só podemos dizer a verdade.
— Eu vou girar primeiro. — foi em direção a garrafa que parou em frente a Harry, que arregalou os olhos. — Vou fazer a pergunta que todos esperamos a resposta há um ano. Por que você e a terminaram?
Harry percebeu o olhar de todos incluindo o da ex, ele respirou fundo.
— A minha viagem para a Austrália foi o motivo. — Styles deu de ombros e olhou para que ainda o observava. — Eu queria muito ir nessa viagem, mas a não tinha visto, então eu fiquei bem puto com isso, nós brigamos e ela disse que se eu quisesse ir, eu poderia ir, mas eu teria que arcar com as consequências dos meus atos. E eu tinha plena consciência de que ela queria dizer que nós acabaríamos, mas mesmo assim eu fui. E é óbvio que eu me arrependi, mas quando eu voltei de viagem, tinha desaparecido do mapa.
— Eu não terminei com você porque fez aquela viagem, Harry, e sim porque eu não queria ficar com alguém que me deixou em segundo plano, não queria alguém que não me tinha mais prioridade em sua vida. — os olhares de todos se voltaram para a garota. — Se você escolheu uma viagem a mim, era porque isso era mais importante para você do que o nosso relacionamento. E quando você saiu por aquela porta, eu me perguntei se eu não estava sendo radical demais em terminar com você por bobagem, mas aí eu vi que se você fez uma vez, iria fazer uma segunda, uma terceira até a gente simplesmente acabar com o que sentíamos. Eu preferia terminar com você ainda te amando, do que ver aquele sentimento que eu tenho por você se acabar ao poucos.
Todos ficaram em silêncio, apenas digerindo o que acabaram de ouvir. Ninguém sabia ao certo o que dizer, talvez seria porque não tinha nada para ser dito.
— Vamos continuar. — Liam quebrou o silêncio indo girar a garrafa, que parecia que estava contra o ex-casal. — , você disse algo sobre um sentimento que ainda existe, o que você quis dizer?
— Que eu ainda o amo. — Harry olhou assustado para a garota, que trocava olhares com Liam. — Que eu sempre amei e sempre vou amar.
Janeiro 2011.
Era um dia normal, como outro qualquer para aquela família, era domingo e todos estavam na casa dos avós, almoços como aqueles eram comuns na família, e os jovens sentiam-se tão felizes por aquela tradição continuar intacta mesmo depois de anos.
Os oito estavam na sala de estar, assistindo algum filme qualquer na TV enquanto as mães terminavam de organizar o almoço e os pais estavam na varanda bebendo, o clima era de felicidade e todos sentiam-se felizes por viver aquele momento.
Johannah passou pela porta que dava acesso a sala e chamou os jovens para almoçar indo em direção a varanda chamar os homens da família.
Os oito seguiram até o quintal da casa, onde se acomodaram cada um em seu devido lugar na grande mesa que existia no local. Após todos estarem devidamente sentados, Harry resolveu chamar atenção dos presentes.
O rapaz que tinha dezesseis anos na época, estava nervoso, ele tinha que dizer o que estava preso em sua garganta há meses, ele precisava contar a família que estava namorando .
— Eu. — ele gaguejou e buscou o olhar da namorada, que estava com a testa franzida sem entender aonde o rapaz queria chegar. — Eu preciso dizer uma coisa.
— Diga, meu filho. — Lucy, avó de criação do rapaz pronunciou-se atraindo o olhar do neto. — O que houve?
— Eu estou namorando. — ele disse vendo os olhos de se arregalarem, ela estava em pânico. — É isso, eu estou namorando.
— Isso é ótimo, Harry. — Dan sorriu alegre com a notícia, afundou-se na cadeira não acreditando no que estava acontecendo. — Com quem?
A garota fechou os olhos sentindo um frio correr por sua espinha. Liam apertou a mão da prima, assim como ela o rapaz temia a reação da família, mas agora que Harry tinha começado, ele tinha que terminar.
Harry respirou fundo antes de finalmente dizer:
— .
Um silêncio se estabeleceu entre todos, os oito jovens estavam apreensivos, afinal apenas eles sabiam sobre o que estava acontecendo, e todos temiam a reação dos mais velhos.
— Isso é ótimo. — Carl, o avô quem quebrou o silêncio. — Vocês dois formam um lindo casal. Eu não poderia estar mais feliz.
E o que poderia se tornar um desastre, se tornou uma festa, a alegria de todos era visível, principalmente a do jovem casal, que finalmente não precisariam mais esconder o relacionamento.
Após o almoço, Harry puxou para dentro da casa, óbvio que os demais perceberam, mas não ligaram deixaram com que os dois passassem um tempo a sós.
— Você devia ter me contado o que pretendia. — ralhou a menina quando os dois chegaram a sala. — Você tem noção do tamanho do meu pânico?
Harry riu divertido lembrando-se da expressão de pânico no rosto da namorada.
— Se eu tivesse contado, você teria me convencido a não fazer. — o rapaz deu de ombros antes de abraçar a namorada pela cintura. — Pelo menos agora não precisamos mais esconder que estamos juntos.
— Você tem razão. — enlaçou os braços no pescoço de Harry e lhe deu um selinho. — Isso é muito bom.
— Eu tenho que concordar que também fiquei em pânico. — confessou Styles olhando no fundo dos olhos da namorada. — Mais eu pensava o tempo todo em como era difícil manter nosso relacionamento longe dos olhos dos nos pais, e eu preferi arriscar porque eu não aguentava mais não poder te beijar a hora que eu quisesse.
— Agora você pode. — ela sorriu antes de dar outro selinho no rapaz. — É realmente um alívio poder te beijar sem ficar com medo de alguém aparecer por aquela porta.
— Agradeça a mim, por ter coragem de enfrentar nossa família. — ele disse convencido fazendo a garota revirar os olhos. — E aos meninos também, porque foram eles os responsáveis pela minha coragem.
Harry mordeu levemente os lábios de antes de meter uma das mãos no bolso e tirar de lá uma caixinha.
— Te chamei aqui porque queria te dar uma coisa. — os dois se afastaram o suficiente para que a garota pudesse ver a pequena caixa. — Não é um anel de compromisso. — ele riu ao ver a cara de . — Mas será o símbolo do nosso compromisso.
Ele abriu a caixa revelando dois colares que se completavam, um era um coração e o outro uma chave, que quando unidos deixavam o coração completo.
A garota sorriu sentindo sua visão embaçar, Harry pediu para que ela segurasse a pequena caixa e pegou o colar com o pequeno coração. virou de costas segurando o cabelo com a mão desocupada para que Harry pudesse colocar o colar em seu pescoço, após ela fez o mesmo, encaixou o colar que possuía o pingente de chave no pescoço do namorado.
Harry guardou a caixinha agora vazia de volta no bolso e voltou a abraçar a namorada pela cintura, mas dessa vez juntando seus lábios em um beijo, o beijo que estava selando o compromisso que os dois acabaram de assumir. Um último selinho foi dado antes de os dois se abraçarem.
— Eu amo você. — Harry disse apoiando o queixo na cabeça de , que era consideravelmente mais baixa que ele.
— Eu também amo você.
Julho de 2017.
se aconchegou nos braços de que dormia na cama da moça, ele deu beijo no rosto dela antes de se entregar novamente ao sono.
tentava a todo custo dormir, mas o sono não vinha e sua mente vazia trazia aquela conversa na casa da avó a tona, era por isso que ela não queria ir naquela viagem, simplesmente porque não queria encarar Harry novamente, não queria que todos aqueles sentimentos que ela ainda possuía por ele retornasse. estava feliz com , ele era o cara de seus sonhos, e era óbvio que ela amava o rapaz, mas será que ela conseguiria ignorar os anos que viveu com Harry? A sua cabeça girava, e moça sentia que iria enlouquecer, ela precisava tirar Styles da cabeça, o que eles viveram ficou no passado e deveria permanecer lá.
— Tá tudo bem? — a voz de saiu rouca e baixa, se assustou por não perceber que o namorado tinha acordado. — Você parece agitada.
— Não consigo dormir. — respondeu simplesmente, fez uma careta e franziu a testa. — Que foi?
— Você vai me deixar bêbado. — brincou ele referindo-se ao cheiro de álcool que saía da boca de . Ela riu beliscando a barriga do rapaz. — Aconteceu alguma coisa na casa da sua avó, algo que faça eu me arrepender de ter insistido para que você fosse encontrar seus primos.
— Não aconteceu nada de mais. — respondeu sem tirar os olhos dos de . — Eu só estou pensando que não deveria ter passado tanto tempo sem vê-los.
— Qual era o problema com esse lugar? — arqueou uma das sobrancelhas, e balançou a cabeça negativamente. — Todas as vezes que eu te convidava para vir, você inventava uma desculpa, se eu não tivesse insistido, talvez nem estivéssemos aqui agora.
— Problema nenhum, eu só... Sei lá. — pensava seriamente se contava a verdade a , mas ficou com medo de que a verdade estragasse a viagem dos dois. Não que o rapaz fosse ciumento e possessivo, mas sim porque seria constrangedor para ele conviver com o ex-namorado da atual namorada. — O que você achou dos meus pais?
— Tirando o fato de quê sua mãe me avaliava a cada cinco minutos, eles são bem legais. — os dois riram lembrando-se dos olhares de Rose. — Acho que eles gostaram de mim.
— Acredite, eles gostaram mesmo. — ela deu um selinho nele fazendo-o sorrir. — Eu só não sei porqu e eu gosto.
— Por que eu sou o cara mais gostoso que você conheceu? — ele arqueou novamente a sobrancelha, lhe deu um tapa no braço. — Estou brincando!
— Eu só amo você, acho que não preciso de um motivo para isso. — ela disse fazendo-o sorrir com a revelação, aquilo o aqueceu por dentro, toda vez que dizia que o amava, era uma nova sensação, como se toda a vez fosse a primeira.
— Eu te amo muito mais.
Fazia algumas horas que Harry tinha chegado junto com ao sítio da família, assim como todos os outros jovens, menos , que por incrível que pareça não estava no local.
O rapaz passou pela porta da grande casa onde os mais velhos passariam aquelas duas semanas até o dia do aniversário da avó, ele tinha esperança de que encontraria a ex-namorada sentada no sofá conversando com a mãe e as tias, mas encontrou apenas Dan que conversava com Tom e Rose.
— Bom dia. — Styles sorriu ao cumprimentar os mais velhos que responderam ao cumprimento. — Eu vim pegar minhas chaves, esqueci que não vou mais dividir o quarto com a .
Ele deu de ombros indo em direção a gaveta que ficava do outro lado da sala.
— Mas se ela for dormir aqui, eu posso ficar no quarto. — ele abriu a gaveta tirando de lá a chave que tinha seu nome gravado. — Não vejo problema.
— Não sei se ela vai dormir aqui, ou se vai ficar lá com vocês. — Rose respondeu ao sobrinho, ela tinha prometido que não contaria aos sobrinhos que a filha estava namorando. — Mas é melhor você ficar com seu próprio quarto.
Harry assentiu indo em direção a cozinha, onde a mãe cozinhava junto de Maura.
— Mãe, por que a ainda não veio? — Anne se assustou com a presença repentina do filho mais velho. — Oi, tia Maura.
— estava cansada da viagem de ontem, parece que iria descansar para depois vir nos encontrar. — Anne respondeu observando a reação do filho. — Rose disse que ela chegará na hora do almoço.
Harry assentiu voltando para a sala, o rapaz se despediu dos três que ainda conversavam e saiu porta a fora.
A caminhada até a casa que pertencia aos jovens durava cerca de cinco minutos, e ficava em frente ao grande igarapé que existia na região. Os pais construíram aquele local logo que os oito tornaram-se adolescentes, era um meio de dar a eles mais privacidade. A casa era grande, tinha uma cozinha, uma sala, oito quartos com banheiros e uma enorme varanda que rodeava o imóvel, com alguns sofás e pufes. No lado de fora, havia uma grande mesa embaixo de uma mangueira, que era onde os jovens faziam as suas refeições quando não as faziam na casa principal do sítio.
Harry subiu as escadas e encontrou Niall, Louis e Liam sentados no sofá conversando assuntos aleatórios.
— Ela vai dormir lá com eles? — Liam quem perguntou assim que viu Harry, o mais novo deu de ombros. — Cadê ela?
— Minha mãe disse que ela chega na hora do almoço. — Styles jogou-se sobre um pufe rosa que estava ali. — Parece que ela estava cansada.
— Isso quer dizer que vamos todos almoçar lá? — Niall arqueou uma das sobrancelhas para o primo que assentiu. — Droga, estou com preguiça de andar até lá.
— Então você vai ficar com fome, porque as meninas não vão cozinhar. — Louis deu um soco de leve no rapaz loiro. — Harry, vamos ao que interessa.
— O quê? — Styles franziu a testa sem entender onde o primo queria chegar.
— Qual o plano para que você e voltem. — Liam deu de ombros, todos estavam interessados em juntar o casal novamente, mas eles tinham que ter um plano em mente.
— Aí que está, não tenho plano algum.
O carro passou pelo grande portão, estava nervosa e ansiosa, aquele seria o momento em que ela apresentaria o namorado a família, e a coisa que ela mais temia era a reação dos primos. Todos eram fãs do ex-casal, shippavam Carry, que chegava a ser irritante.
parou o carro em frente a casa, os dois desceram e o rapaz segurou de maneira firme na mão fria e suada da namorada.
— Nervosa? — Ele olhou para ela sorrindo de maneira confiante.
— Não. — tentou mentir, mas sua voz saiu falha e fez com que risse pelo nariz. — Você se importa se ainda não contarmos para o resto da família que estamos noivos?
— Tudo no seu tempo, amor. — ele apertou carinhosamente a mão dela.
Ela sorriu e aproximou-se para beijar rapidamente os lábios dele, respirou fundo antes de segui com o namorado até a porta da casa.
A sala estava vazia, como já era de se esperar. Após atravessar o cômodo, os dois entraram na cozinha que assim como a sala não tinha sinal algum dos familiares de , mas ela pode ouvir vozes vindas do quintal. A moça respirou fundo novamente antes de passar pela porta que dava acesso ao quintal com bem atrás de si.
Instantaneamente os olhares se voltaram para a moça parada na porta, decidindo se era uma boa ideia apresentar o namorado a família. apertou a mão de como forma de incentivo, ela voltou a caminhar, dessa vez revelando completamente o rapaz alto que estava atrás de si.
A expressão no rosto dos presentes era de espanto, exceto é claro, pelos pais da moça que estavam cientes da existência daquele relacionamento.
respirou fundo mais uma vez antes de finalmente se aproximar dos familiares. Ela sorriu para os avós e limpou a garganta.
— Gente, eu queria apresentar o . — a voz da moça falhou quando os olhos dela encontraram os do ex-namorado. — Ele é meu namorado.
E como que ensaiado, os olhares dos familiares da moça se voltaram para Harry que observava a cena com a testa franzida, e todos puderam ver o brilho triste nos olhos verdes do rapaz.
Ouvir aquelas palavras foi como se um soco tivesse sido dado no estômago de Harry, ele não sabia como agir, nem o que dizer, as próximas horas foram um borrão para rapaz que apenas agiu no modo automático até o fim daquele almoço.
— , será que nós podemos conversar? — abriu a porta do quarto da prima após bater na mesma. — Se você não estiver ocupada.
olhou rapidamente para que dormia ao seu lado na cama, mas logo assentiu.
— Você me dá um minuto? — A mais velha assentiu fechando a porta. — Lá vem!
fechou os olhos e nem percebeu quando o namorado acordou, e apenas ficou observando a moça achando que ela ainda dormia.
Longos segundos depois, abriu os olhos e deu de cara com os do namorado que logo sorriu.
— Pensei que você tivesse falando com alguém. — comentou o rapaz após selar os lábios nos de . — Ouvi vozes.
— Era minha prima, ela quer falar comigo. — a moça deu de ombros antes de se espreguiçar. — Se importa se eu te deixar só um pouco?
— Claro que não, eu vou dormir mais um pouco. — o rapaz bocejou, assentiu levantando-se da cama.
— Só não dorme demais, eu não vou passar a noite em claro com você. — ela piscou pra ele antes de sair porta a fora.
Assim que chegou à sala, encontrou as primas conversando animadamente sobre algum assunto aleatório, a mais nova se joga no sofá ao lado de que sorriu.
— Oi. — acenou para as garotas que passaram a observa-la. — O que vocês queriam falar comigo?
— Sei lá, uma explicação? — arqueou uma das sobrancelhas, suspirou e afundou-se ainda mais no sofá. — Como assim você está namorando?
— Gente, muitas coisas mudaram no último ano. — a mais nova deu de ombros. — Eu não me sinto mais confortável em ter uma relação com Harry, o que nós tínhamos acabou, não tem mais volta.
— Você deu esperanças para ele ontem. — comentou vendo se afundar ainda mais no sofá. — Você não tinha esse direito.
— Eu não queria ter feito isso, mas eu fui bem clara com o Harry no dia que terminamos. — a moça tentava explicar, mas sabia que as primas não queriam entender. — Ele fez a escolha dele, e essa é a minha.
— ...
— Não, gente, é a minha vida. — tentava deixar sua voz o calma, coisa que sempre foi um pouco difícil. — Harry preferiu uma viagem a mim, e eu segui com a minha vida.
— Ela está certa, gente. — de pronunciou pela primeira vez. — Nós não podemos palpitar na vida dela, a é bem grandinha pode tomar as próprias decisões. E o Harry, ele fez a escolha dele há um ano, ele que viva com as consequências dela.
— Ele é seu irmão, . — parecia indignada, e não acreditava nas palavras de .
— Eu sei, mas ele foi muito burro, gente, pelo amor de Deus. — agora era quem estava indignada. — Quem termina um relacionamento de cinco anos por causa de uma droga de viagem? Só o idiota do Harry.
— Gente, eu só quero que vocês se permitam conhecer o , ele é uma pessoa incrível e não merece o ódio gratuito de vocês. — pediu as garotas, que a olhavam com um ponto de interrogação na testa. — Eu sei que vocês não gostam do simplesmente porque ele é meu namorado.
— Eu vou fazer de tudo para que ele se sinta bem com a gente, . — sorriu para a prima mais nova e olhou para as outras duas de cara feia. — Nós vamos.
entrou na cozinha e encontrou Liam que tomava café da manhã. Ela até pensou em dar meia volta, mas era tarde pois o primo já tinha notado a presença da prima e logo virou-se em direção a ela.
— Bom dia, feia. — sorriu para a garota que retribuiu o gesto. — Senta aí, vamos conversar.
A moça assentiu, mas antes foi até o armário de onde pegou um copo, logo em seguida sentou-se na cadeira em frente ao primo.
— Diga. — disse enquanto se servia com leite. Liam deu de ombros e tomou um gole de seu café preto.
— Fico feliz por você está namorando. — Liam segurou a mão esquerda de que estava sobre a mesa. — É bom saber que você seguiu em frente.
— Eu tive que seguir, Liam. — a moça deu de ombros e sorriu sem mostrar os dentes. — Não podia ficar presa nessa relação pra sempre.
— Todas as vezes vocês brigavam e voltavam, pensei que dessa vez não seria diferente. — comentou o primo antes de tomar mais um gole de seus café. — Sei lá, vocês pareciam tão impenetráveis.
— Eu também pensei que éramos. — ela colocou duas colheres de açúcar em seu copo. — Mas aí ele escolheu uma viagem a mim.
— Harry é um vacilão. — Liam bateu com a mão na própria testa. — Largou um relacionamento de cinco anos por uma viagem de um mês. Quem diabos faz uma porra dessa?
— O Harry. — ela respondeu e deu uma risada. — Mas, Liam, ele é um assunto superado.
— Como vai o seu estágio? — o rapaz mudou repentinamente de assunto no exato momento em que apareceu na cozinha.
Os dias se passaram, e talvez estivesse cega ou não quisesse admitir que as coisas entre o namorado e os primos.
Era evidente que Niall e Louis sempre tentavam deixar o rapaz fora de tudo, por sorte Liam sempre o incluía nas atividades deles.
Era final de tarde, voltava da casa principal e encontrou o namorado no campo improvisado brincando sozinho com uma bola de futebol.
— Tu sabes jogar pelo menos, ? — ela parou em um pouco distante.
O rapaz virou-se para encontrar a namorada parada sorrindo com as duas mãos na cintura.
— Quer pagar pra ver? — Ele arqueou uma sobrancelha para a moça que tirou os chinelos e correu em direção ao namorado.
As risadas dos dois eram altas, e era evidente apenas por ver os dois brincando que eles se gostavam. E isso incomodou os quatro jovens que estavam na varanda vendo aquela cena se desenrolar no lado de fora.
— Creio que seja hora de por o plano em prática. — Louis disse para , Niall e ainda observando a prima jogar com namorado. — Harry tá um caco, se ele continuar vendo isso...
— Amanhã fazemos isso. — foi o que disse no momento em que o casal se beijou.
Era quase hora do almoço. tinha saído com e para arrumar alguma coisa e Liam, Niall e Louis estavam arrumando a mesa do lado de fora.
saiu do quarto e deu de cara com Harry que também saía do seu.
— Oi. — ele parou no meio do corredor. — Será que a gente pode conversar?
— Não sei se é uma boa ideia. — ela hesitou um pouco, mas entrou no quarto dele. — Seja rápido, pode chegar a qualquer momento.
— Eu queria me desculpar pelo o que aconteceu há um ano. — Harry começou a dizer. — Eu fui um idiota, não deveria ter optado por aquela viagem.
— Aquilo é um assunto superado, pelo menos pra mim. — ela deu de ombros. — Quando você passou por aquela porta, eu segui em frente com a minha vida.
— Mas não é pra mim. — Harry revelou aproximando-se da ex. — Deveria ser eu, . Esse tempo tinha que ser eu. Te beijando a boca, brincando com teu cabelo. Por que eu te amei desde o início.
— Harry, para. — ela sentiu seus olhos marejarem.
— E agora eu te vejo com ele... Meu Deus! O meu mundo se despedaça. — ela pôde ver como os olhos dele estavam cheios de lágrimas. — Eu esperei tanto tempo para finalmente dizer isso... Eu te amo, , você é o amor da minha vida, você...
— Harry...
— Por Deus! — Ele deixou com que as lágrimas caíssem por seu rosto e molhassem a sua face. — Mas agora eu vejo, o seu coração foi levado. E nada poderia ser pior. Sabe poue, ? Eu te amei primeiro. Eu fui seu primeiro amor, seu primeiro beijo,seu primeiro namorado. Fui eu quem te fez mulher. E eu pensei que mesmo depois de um ano, nós ainda poderíamos recomeçar. Mas as minhas chances diminuíram quando ele chegou, e isso dói demais.
— Você não tem o direito de fazer isso, Harry. — ela estava indignada. — Não depois que você não me escolheu. Não depois de eu ter seguido com a minha vida. E eu te avisei, Harry, antes de você me deixar sozinha naquela sala que se você saísse estava tudo acabado. E eu jurei pra mim mesma que estaria. E está acabado. Eu não quero mais, Harry, eu... Meu Deus! Eu vou casar com o . Isso aqui. — ela levantou a mão direita mostrando o anel de brilhante ao ex, enquanto as lágrimas que ela tentava esconder caíram por sua face. — É um anel de noivado. Me desculpe, Harry, mas essas são as consequências de suas escolhas.
— Casar? — ele tentava digerir a mais nova informação. — Isso não é justo, , era comigo que você deveria casar. Não com ele.
— Eu vou casar com o homem que sempre vai escolher a mim. —ela deu dois passos para trás quando percebeu que ele se aproximava cada vez mais dela. — Ele não me põe em segundo plano.
— ...
— Não, Harry, eu não quero ouvir mais nada. — ela deu as costas para ele e parou com mão na maçaneta da porta, era a mesma cena de um ano atrás apenas com os papéis investidos. — Eu escolho o .