15. Ours

Última atualização: 30/10/2015

Capítulo Único

Fechei a porta atrás de mim a trancando na tentativa de não fazer nenhum barulho. Já estava cansado de ouvir baboseira do vizinho só porque ele se sentia incomodado por uma porta batendo. Andei até o próximo elevador o esperando subir até meu andar, o décimo segundo. O ar frio da manhã estava me dando sérios calafrios, tudo poderia estar diferente se eu não tivesse feito aquela burrada de trocar de agência. Em segundo as portas se abriram mostrando uma cabine totalmente vazia. Apertei o botão do térreo e aquela musiquinha típica começou a tocar. Me arrependi amargamente por não ter ido de escada, o silêncio daquele lugar começou a me incomodar. A ausência dela começou a me incomodar. Se fosse meses atrás, estaríamos aqui neste mesmo momento, rindo à toa como se não houvesse amanhã. Aquele sorriso, aquela voz, ela... O tempo que eu tinha para ela agora está sendo tomado pelo meu erro. Deveria ter a ouvido e não seguido meu próprio ego. O elevador parou na garagem, e caminhei lentamente, aquecendo minhas mãos uma nas outras em direção ao meu carro. O frio intenso do Canadá estava insuportável. Por sorte, o trânsito estava ameno, fazendo com que eu chegasse ao meu destino em meia hora. Assim que entrei no saguão, Erick estava a minha espera, sentado totalmente desengonçado no sofá, enquanto mexia no celular.
- Bom dia, cara. – ele falou. – Vejo que o mau humor está de volta. Deixa eu adivinhar, ela? – assenti com a cabeça, sentando ao seu lado. – Cara, já te disse, segue seu coração que o resto vem com o tempo.
- Isso seria até fácil se ela pelo menos aceitasse olhar em minha cara e se Roger não ficasse no meu pé.
- Quem é Roger para mandar na tua vida, ? – ele questionou.
- Meu chefe? O cara que me fez ter tudo isso na vida?
- Outras agências de modelos existem, agora só não vale trabalhar em uma que o deixa infeliz.
- Mas tudo já está na merda mesmo, então por que não continuar? - perguntei, levantando em seguida. O fato era o seguinte. Ser modelo de alta sociedade requer algumas regras, e temos saber com quem andamos para nos passar uma boa imagem. Minha vida estava perfeita, minha carreira melhor ainda, mas o bendito dia em que Roger me levou a uma festa, minha vida mudou completamente. Maldito seja o dia em que a conheci, e acabei me apaixonando pela garçonete da festa. Por mais que ela tivesse trajada em seu típico uniforme de trabalho, sua beleza ainda exalava intensamente. Seus cabelos ruivos estavam presos a um coque, e a mesma trajava apenas uma calça social, e uma blusa do mesmo estilo. Depois dai passamos a nos encontrar escondidos, até que tudo se tornou mais que oficial. Suas idas lá em casa se tornaram constantes e quando fomos ver, já havíamos completado dois anos de namoro. Foi rápido, mas foi especial. realmente me fazia feliz, e fez, mais do que qualquer uma garota havia feito. Na época eu trabalhava em uma agência não muito conhecida, mas oportunidades chegam quando você menos espera, e para mim, chegou bem na época em que pretendia noivar com . Mas meu tempo para ela foi se esgotando, nossos encontros acabavam sendo rápidos demais, e muitas vezes nem existiam. Meu novo empresário começou a desaprovar nosso namoro, dizendo que eu deveria achar alguém a minha altura e não uma garçonete. poderia não ter a beleza de uma modelo, mas era perfeita para mim. Com todas essas desaprovações, as brigas se tornaram constantes até que o tempo fez o favor de nos separar. A única pessoa que ficou extremamente satisfeito com o término foi meu pai. Ele concordava com as regras impostas, sempre desejou alguém superior para mim. Em nossos encontros ele sempre fazia questão de jogar seus sarcasmos por causa das suas tatuagens.
- Olha só quem chegou. – Roger disse, levantando-se da cadeira em sua sala. Forcei o melhor sorriso para não transparecer a minha raiva. – , tenho novidades para você. – ele disse, animado.
- Nada para mim é novidade, Roger. – disse, sem animo. – Mas diga ai. – ele riu.
- Arrumamos uma pessoa para você, . – arregalei os olhos. Como assim?
- Uma pessoa? Quer dizer?
- Uma pretendente. – disse, satisfeito. Ele podia fazer isso?
- Roger, você sabe que...
- Que você ainda está com aquela? Ah, qual é, garoto. Olha só onde ela está. Acorda para a vida, ela não volta mais. E por favor, né? Lembra o que falamos? – por que ele insistia sem em nos julgar? Lembro-me das vezes em que encontrava chorando em meu quarto, alegando ser um erro em minha vida. Sempre dizia a ela que se fossemos um erro, teríamos que encontrar nossos acertos juntos. Aquilo me partia o coração e me deixava mais puto com aqueles que insistiam em se meter em nossa vida. Mas sempre deixei claro a ela que por mais que nos apedrejem, por mais que a vida nos mostre que o amor é complicado, aquele sentimento era nosso, e somente a gente tinha a capacidade de saber o quanto nos fazia bem.
- Roger, eu...
- Vai aceitar. – mas o quê?
- Roger! – alterei a voz. – Não, eu não vou aceitar. – disse, firmemente. – Chega de manipular minha vida, chega que por esse trabalho sujo em primeiro lugar. Seus colegas sabem do quanto sujo você é? De quantas coisas você já fez só para ter esse nome ridículo entre as melhores empresas.
- Garoto... – ele ameaçou. – Não brinque com minha paciência.
- E você não brinque com minha vida. – peguei as chaves do carro e parti em direção a porta, ouvindo seus berros. Eu sabia, estava demitido, mas pouco importa. Do que adianta uma vida cheia de dinheiro quando não se tem amor? Não deixaria ele brincar novamente como nossos pais fizeram. Quando e eu voltamos, seu pai com raiva, a colocou para ingressar no exército. Nossos desesperos se tornaram um só. Aquilo foi mais uma carta que ele tinha na manga, para nos afastar. Mas não entendíamos porque, quer dizer, eu não entendia, até que um dia, me explicou que seu pai havia se apaixonado por uma modelo, seu amor foi tão intenso que ele acabou largando tudo para morar com ela, meses depois, ela fugiu com outro cara. A partir disso, ele tinha medo de que ela fizesse o mesmo, e que eu agisse como seu amor agiu com ele. Mas o que não sabem é que pessoas não são iguais, amores não são os mesmo, relacionamentos não são idênticos. Jamais faria algo com ela.
Caminhava com as mãos no bolso pelo centro de Toronto. A loja de música onde costumávamos passar as tardes continuava ali, intacta. Ela pertencia a um velho amigo que permitia que ficássemos ali, vendo o tempo passar. Seu amor pela música me inspirou em uma canção. Ela me fez gravar em seu celular e colocou como toque. foi a pessoa mais simples e amável que já conheci em toda minha vida. Nossa comunicação diminuiu aos poucos, é raro ter noticias delas. Deveria ter dados ouvidos a sua ideia e fugir com ela, mas meu medo de que algo pior ocorresse falou mais alto. Foi um erro. Voltei a garagem onde havia deixado o carro, e segui para casa. Rox, meu cachorro, me recebeu com festa, como sempre. Ele foi um presente que havia dado a ela, e por motivos de alergia da mãe, ele acabou ficando aqui em casa mesmo. Fui em direção a geladeira, retirando uma lata de cerveja. Sentei-me no sofá, ligando a TV passando os canais aleatoriamente, até que algo me chamou a atenção. Aquilo seria a minha chance. Peguei meu casaco em cima da mesa, coloquei a coleira em Rox e saí em disparada ao meu destino. Não poderia perder aquela oportunidade, e de acordo com o noticiário, chegaria a tempo. Estacionei o carro, pegando Rox no colo, por sorte ele era um vira-lata de porte pequeno. Caminhamos em meio ao saguão movimentado até avistar um grupo de pessoas. Ficamos ali por mais ou menos meia hora, até finalmente começarem a chegar. As pessoas abraçavam umas as outras, jorrando lágrimas de felicidades, ao contrario do que foi a partida. Minha ansiedade estava a mil e meu coração acelerado. Não sabia se aquilo era mesmo o certo de se fazer, em menos de alguns minutos a vi ali, trajando seu uniforme militar. Procurava por alguém, mas logo se decepcionou quando não encontrou. Soltei Rox que foi em sua direção, a chamando a atenção. Ela o segurou no colo e o apertou, matando a saudade. Calmamente, caminhei em sua direção tentando não transparecer o nervosismo. Quando ela me viu, não hesitou em vir correndo e pular em meus braços. Graças a TV, tive a noticia de que o grupo dela estaria voltando da guerra. É aquela coisa, podem se passar anos, mas quando duas pessoas estão destinadas a ficar juntas, por mais que joguem pedra, julguem, ou separem, elas estão destinadas a ficar juntas. Ninguém pode tomar o que é nosso.
- Esse amor é nosso. – sussurrei.


Fim.



Nota da autora: Hey, pessoas. Como estão? Primeiramente perdão pela curta história, acabei recebendo ela em cima da hora, e como o tempo me falta, não conseguir ter uma ideia melhor. Espero que gostes e não esqueçam de deixar aquele comentário sz
Beijoocas, Mandie.

Outras Fanfics:
Game Of Fame – Outros/ Em Andamento
Last Kisses - Outros/Finalizada (Shortfic)
Próximo Passo, com Berrie - Outros/Em Andamento (HIATUS)
08.Happily, com Berrie - Ficstape Midnight Memories, One Direction/Finalizada
01. Heart Attack - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
05. Two Pieces - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
10. Give Your Heart a Break - Ficstape Unbroken, Demi Lovato/Finalizada.


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