Fanfic Finalizada

Capítulo Único

, sei que é o seu dia de folga, mas a Val acordou com uma forte dor de cabeça hoje e pegou licença, então precisamos de você para tirar as fotos do . Ele é bonito e tal, você vai gostar de passar um tempo com ele.”
Sim, ele é bonito e tal. Não, eu não podia ter um dia de folga sequer naquela droga de agência. Minha assinatura era famosa entre as mais diversas fotos profissionais para revistas virtuais e blogs. Mas à proporção que me procuravam estava me deixando louca, logo, logo, eu poderia seguir sozinha, porém ainda tinha que lidar com algumas responsabilidades da agência para então tirar as minhas tão sonhadas férias e engatar na minha carreira logo depois.
Como era o meu até então dia de folga, acordei um pouco mais tarde do que o habitual e acabei recebendo aquela mensagem de voz em cima da hora, só tive tempo de tomar um banho rápido, comer alguma coisa e correr para o hotel, o qual eu recebi as coordenadas por mensagem.
Subi até o quarto do bendito, o empresário dele abriu a porta e pediu para que eu ficasse a vontade enquanto esperava pelo , que estava preso no quarto resolvendo alguns assuntos. Eu podia dizer que não, mas estava tão nervosa a ponto de minhas mãos soarem e eu procurar por algum lugar aberto para fumar um pouco. Uma mania que aderi na adolescência, meu pai provavelmente me xingaria e falaria o quanto eu tinha que aprender a lidar com as situações sem destruir fisicamente o meu corpo, como se ansiedade não fosse uma destruição emocional e psicológica já remanescente do meu próprio corpo. Eu, provavelmente, só rolaria os meus olhos e o obedeceria voltando a esconder o maço com cigarros juntamente com o isqueiro, no entanto ele tinha ficado na minha cidade natal e agora eu morava em Los Angeles sozinha. Podia experimentar esses momentos que eu me sentia livre para fazer o que bem quisesse na hora que me convinha.
Dei uma olhada para fora da varanda, era um cantor que tinha chegado à ascensão há pouco tempo, mas lá embaixo não tinha a multidão de fãs que eu já estava acostumada a ver e ser obrigada a descer para fumar. Então abri a porta dupla de vidro do quarto e acendi o cigarro, traguei uma vez e deixei que a fumaça saísse pelo nariz. Pendi o negócio na minha boca e puxei a câmera da minha bolsa conferindo os ajustes e se as minhas lentes estavam todas lá, sair correndo de casa dá nisso. Por sorte estava tudo direitinho, então guardei a câmera. Agora analisando a minha própria roupa, uma legging e uma camisa de botões branca quase transparente não é lá uma roupa profissional, mas qual é? Era o meu dia de folga. Encarei a sapatilha preta que eu tinha ganhado de aniversário uns três anos atrás, e então me dei conta do quanto o tempo passava rápido...
- Com licença. – um rapaz tatuado da cabeça aos pés adentrou a varandinha e quando o reconheci foi inevitável não engasgar com a própria fumaça que eu tinha tragado enquanto pensava em coisas banais da vida. – Você tá bem?
- Estou. – tossi mais uma vez, tentando respirar e a minha voz saiu falhada. – Ótima.
Ele então deu leves batidinhas nas minhas costas e finalmente o ar entrou nos meus pulmões danificados.
- Desculpa. – falei me referindo ao cigarro. – É um vício que eu não consigo controlar.
- Beleza, eu não ligo. – respondeu e se debruçou na beirada da varanda olhando para a cidade abaixo de nós, os carros corriam e nem parecia que eu estava tão nervosa para conhecê-lo poucos segundos antes. Aliás, ele também era humano, gente como a gente.
Quando recebi a mensagem para fotografá-lo tanto no hotel quanto na boate, mais tarde, eu já imaginei que ele seria mais um desses eternos moleques arrogantes que só fazem tatuagens porque é modinha e não tem porra nenhuma na cabeça. Mas agora o observando de perto, ele só parecia mais um cara normal, e as suas tatuagens eram bonitas. Eu me lembro de ter lido em algum lugar que cada desenho tinha um significado, então eu praticamente ia fotografar um livro humano, sua pele contava a sua história e agora a poucos centímetros de distancia dele, eu estava muito excitada com a ideia.
Seus olhos eram muito mais verdes e bonitos de perto, percebi isso porque ele me encarava com certo interesse, assim como eu continuava o encarando. A toca escondia os seus cabelos castanhos que costumavam sempre estar bagunçados. Ele vestia uma camisa branca e um jeans de lavagem escura. Seus pés estavam descalços e aquilo não parecia incomodá-lo. A propósito, ele estava no seu próprio quarto no hotel.
- Mas e você, ... – larguei o cigarro no cinzeiro e me postei ao lado dele. – Possui algum vício?
sorriu, exibindo uma covinha por baixo da barba bem feita. Ele tinha vários tipos de sorrisos como ele mesmo dizia nas entrevistas, mas eu podia apostar que aquele era o seu arteiro.
- Sexo e tinta.
- Hum. – sorri. – Então, será que agora posso te fotografar?
Perguntei tentando mudar de assunto, eu era uma pessoa volátil e parecia ser também, não ia dar certo se continuássemos naquela conversa de vícios.
- É claro.
Ele estendeu o braço para trás me dando espaço para adentrar a sala antes dele. Cavalheiro e educado.
As primeiras fotos que tirei, ele estava sentado no sofá curvado para frente apoiando os braços nas pernas, estava sério e olhava intensamente para a câmera, e eu agradecia mentalmente por ter uma lente para me esconder. Estava nervosa de novo, desejando o meu cigarro. Então pedi para que ele sorrisse e puta que o pariu, que sorriso. Agora eu entendia porque as fãs diziam que era ele abrir um sorriso que todas abriam as pernas, se eu pudesse também abriria a minha... Se não fosse antiprofissional, na verdade.
Tiramos mais algumas fotos pelo quarto, ele fazia umas poses bem legais e de vez em quando eu opinava. era uma pessoa extremamente fotogênica e criativa quanto às próprias posições, e quando eu achava que não podia me impressionar, ele tirou a camisa.
Ótimo, acabei de descobrir um fetiche louco por homem de calça de jeans, ele estava gostoso demais só com aquela calça e eu quase desisti de tirar mais fotos, as que tínhamos estavam ótimas, mas me mantive firme quando encontrei uma tatuagem com algemas se quebrando em notas musicais nas suas costas.
- O que significa essas algemas nas suas costas? – perguntei e ele logo respondeu com seriedade.
- Eu fiz assim que sai da prisão.
O quê?
Nunca tinha lido em lugar nenhum que ele já tinha passado pela prisão, mas não questionei, apenas tentei manter a indiferença. Apenas tentei. Ele percebeu a minha tensão e então gargalhou. Mais alguns clicks, espontâneo era perfeito.
- Você não acreditou, né!? – questionou ainda rindo e dei de ombros. – Eu estava brincando, essa tatuagem é pra me lembrar que a música liberta.
Então eu sorri, tirando a câmera da frente do meu rosto.
- Fotografia também.
- Pode deixar que a minha próxima tatuagem vai ser uma câmera fotográfica. – falou recolocando a camisa e registrei mais aquele momento.
- Sério?
- Sim, dessa vez não estou zoando.
pareceu estar falando a verdade e eu não pude deixar de sorrir, era legal pensar que você inspirou alguma tatuagem. Será que quando perguntassem sobre a nova tatuagem perguntariam o significado e ele responderia “foi coisa de uma fotógrafa, a , conhece?”.
E claro que conheceriam. Não que eu esteja me gabando sobre isso. Mas então voltei a pensar no significado na tatuagem em si, se a fotografia era a forma de liberdade que encontrei, então quem deveria tatuar isso era eu.
- Bom, então a minha primeira tatuagem vai ser uma câmera fotográfica. – disse.
- Sua primeira? – perguntou incrédulo e eu concordei. – Uau, você decidiu isso agora ou...?
- Sabe, você disse que as algemas eram como demonstrar a sua liberdade através da música, então eu pensei que seria legal marcar a minha pele com algo importante para mim. A fotografia realmente me libertou. – expliquei.
- E como a fotografia te libertou?
- Eu sempre gostei muito de fotografar, dizem que já nasci com esse talento, então sai da casa do meu pai, no interior, para me aperfeiçoar aqui em LA.
- Entendi a sua liberdade. – ele sorriu e puxou mais outros 300 assuntos comigo.
Eu ainda tirava mais algumas fotos dele enquanto conversávamos; aquelas eu não mandaria para a agência, eram minhas. Fiquei ali até o seu empresário dizer que eles ainda tinham que passar o som e outras coisas mais, então me despedi falando que estaria na boate para tirar as outras fotos.

Cheguei em casa e levei um bom tempo para escolher apenas cinquenta fotos, editar e mandar para a agência. Todas as fotos ficaram muito boas, então logo recebi um email do meu chefe elogiando e dizendo que tinha certeza que eu era a pessoa certa para tirar aquelas fotos. Claro.
Não pude deixar de sorrir com as fotos extras que eu tinha tirado, era tão espontâneo que dava até uma dor no coração.
Um pouco antes das 8, me enfiei no chuveiro, dessa vez, eu tinha que me vestir de forma à frequentar uma boate, mas não esquecer do profissionalismo. Coloquei uma calça jeans, camiseta preta e colete, tive que investir em uma maquiagem mais pesada e no perfume. O all star preto nos pés e estava pronta.
Coloquei algumas lentes mais usadas em shows no colete e dei uma última olhada na câmera que já estava dentro da minha bolsa, sai de casa com o ingresso da área VIP em mãos.
Assim que cheguei na boate, um dos seguranças me reconheceu e me entregou um crachá para que eu tivesse acesso até o camarim se quisesse, mas antes que eu entrasse, ele me avisou:
- falou que é para você encontrá-lo meia hora depois do show na calçada da rua de trás.
Franzi a testa sem entender o que queria comigo, eu só estava fazendo o meu trabalho de fotografá-lo, nem teria contato com ele na boate para não ter qualquer tipo de problema no meu expediente. Por fim, entrei na área VIP e esperei que o show começasse. Eu gostava de ficar no meio da plateia, dava uma ideia mais real às fotos, além de sentir melhor a vibe de estar junto das fãs.
As luzes acenderam e todo mundo foi à loucura, a gritaria quase me deixou sorrir, e eu que já estava com a câmera pronta comecei a fotografar. O palco estava montado em um ambiente mais acústico, apenas e o violão. Movimentei-me pouco pela área VIP, estava tão cheio que era quase impossível andar por ali, mas eu precisava, era meu trabalho. E quando ele anunciou uma música chamada Reason eu estava um pouco escondida no canto um pouco atrás da grade.
- Essa próxima música se chama Reason. – começou e sorriu depois que trocou o violão por uma guitarra. – Eu não costumo tocá-la nos shows, mas acho que hoje eu encontrei uma razão. – As meninas que estava na grade gritaram enlouquecidas e ele abriu ainda mais o sorriso olhando para elas. – Ou várias.

I sing songs downtown at the corner bar
Only friend I know is this damn guitar
No woman doesn’t exist for me
No woman satisfied my needs

Acho que aquelas fotos foram as mais perfeitas da noite, ele parecia estar se divertindo cantando e toda a plateia cantava junto dele fazendo que as covinhas aparecessem mais em seu rosto.
Então, o refrão chegou e ele olhou diretamente para mim no canto, como se soubesse o tempo inteiro que eu estava ali. Quase deixei a câmera cair, mas me mantive firme clicando todos os momentos.

I said you are all I want tonight
I said you’re all I need ya
My world has turned to see your smile
You’re giving me a reason, reason, reason

Eu tirei a câmera do rosto e sorri para que ele parasse de me olhar pelo menos por um segundo, era muita pressão ter aquele homem olhando diretamente para mim cantando uma música como aquela. E por fim, ele abriu um sorriso e voltou a cantar, dessa vez olhando para a plateia. Balancei a cabeça e voltei ao trabalho.
No resto do show, ele dava rápidas olhadas para mim, parecia querer ter certeza que eu estava ali assistindo ao show, tirando todas as fotos. E quando o concerto chegou ao fim, eu esperei a multidão se dissipar um pouco para esperá-lo onde o segurança pediu.
A rua de trás estava lotada, mas assim que cheguei não demorou muito para um carro preto com insulfilm parar do meu lado e o vidro de trás descer exibindo um sorridente.
- Entra. – abriu a porta e eu obedeci.
- Então, para onde vamos? – perguntei depois que já estava sentada confortavelmente ao seu lado.
- Fazer a tatuagem. – piscou. – O que achou do show?
- Como assim fazer a tatuagem? Assim, do nada? – perguntei atônita.
- Você me disse mais cedo que queria fazer a tatuagem, o que te impede de fazer agora? – sorriu. – Eu tenho dinheiro e o tatuador é meu amigo, sempre tem um horário. Então vamos fazer de uma vez.
- Uau. Eu mal tive tempo de pensar direito em um desenho que vai ficar na minha pele para sempre. – tentei argumentar contra aquela ideia, eu não estava pronta para aquilo.
- Lá a gente resolve isso, você já sabe em qual lugar do corpo? – balancei a cabeça negando. - Uma câmera ficaria legal no seu braço. – ele pegou o meu braço direito e desenhou com o dedo um retângulo perto do meu punho. – Aqui.
- Acho que é um bom lugar. – não pude deixar de concordar, ele estava decidido sobre isso. – Mas eu posso sair correndo quando chegarmos lá, não se anime.
Soltei uma risada ao ver a cara que ele fez e ele se aproximou de mim como se eu fosse pular do carro em movimento.
- Você não me disse o que achou do show. – mudou de assunto e eu discorri o quanto o show foi maravilhoso, a sensação de estar junto da plateia e não deixei de elogiar a sua voz. Era muito melhor ao vivo do que em qualquer outra rádio.

Chegamos ao estúdio de tatuagem que estava aberto à meia noite. segurou minha mão para sairmos do carro e só a soltou depois que estávamos dentro do compartimento, o amigo dele e tatuador se chamava Robby e já tinha algumas câmeras desenhadas em um caderno de desenho a lápis. Escolhi uma que tinha o desenho mais delicado, era basicamente um retângulo com pontas arredondadas, a lente era um coração e o pino em cima do retângulo era um quadradinho também arredondado. escolheu uma câmera mais detalhada, ia tatuar no mesmo lugar do braço que eu, que por incrível que pareça, ainda estava em branco.
Eu fui a primeira, ficou do meu lado o tempo inteiro tentando me distrair da agulha em minha pele e eu tentava ignorar a leve dorzinha que a maldita fazia. Não demorou muito para terminar e o Robby cobrir a tatuagem recém-feita com plástico e me passar os cuidados que eu deveria ter até cicatrizar, algo como não tirar a casquinha e passar uma pomada para acelerar o processo, e, claro, manter coberto. A tatuagem de demorou bem mais, mas ele conversava conosco como se aquela coisa não fizesse nem cócegas, aliás, era um vício.
Despedimos-nos de Robby, que era super simpático e me fez prometer que eu faria outra em breve com ele. Saímos do estúdio e eu não conseguia parar de olhar a minha nova tatuagem, até que passou um braço pelos meus ombros e me puxou para si, fazendo com que o seu perfume entrasse pelas minhas narinas e impregnasse na minha mente.
Ele me contou como tinha sido a primeira vez que decidiu marcar a pele e qual tatuagem era, “seja você mesmo” em árabe na costela. Deu várias risadas do quanto parecia ridículo dizer em voz alta aquilo, mas gostava do significado, mesmo sendo famoso e instruído a ser babaca de vez em sempre, nunca deixou de ser ele mesmo e fazer o que gostava.
Enquanto andávamos pela rua outra boate estava próxima a nós, tocava Eyes Shut do Years & Years e puxou minha mão me fazendo girar, dançamos entre risadas nas calçadas de Los Angeles. Até que uma música do Calvin Harris começou e encostei em uma vitrine, dessa vez puxando ele para mais perto, mal tive tempo de pensar em qualquer coisa quando ele me roubou um beijo. E não foi um beijo forte ou apressado, fui totalmente pega de surpresa ao perceber que seus lábios eram macios e a sua língua se movia junto a minha lentamente, tirando o meu fôlego aos poucos. Minhas mãos encontraram os fios de cabelo na sua nuca e as dele faziam um carinho gostoso por baixo da minha camiseta.
Foi inevitável não partir o beijo para respirar depois de um tempo, foi mais inevitável ainda não sorrir quando seus olhos verdes encontraram os meus. Ele abriu um sorriso de lado, evidenciando as covinhas e beijou o meu pescoço próximo da minha orelha, logo sussurrando.
- Já nos rendemos a dois vícios hoje, acho que falta um. – minha pele se arrepiou tanto com a sua sugestão quanto com o ar quente que ele suspirava no meu pescoço. Dei uma risada.
- Que ótimo jeito de chamar uma mulher para foder.
- Sempre tento o meu melhor. – deu de ombros.
- Vamos fazer do seu jeito então, sexo e tinta.

Adentramos o seu quarto no hotel, tirei o colete e deixei a minha bolsa em cima da poltrona que tinha do lado da porta. não perdeu tempo em me jogar na parede logo em seguida, seus beijos agora eram mais ferozes, ele tinha pressa em tirar todos os tecidos do meu corpo e do dele, era como se ele encarnasse outra pessoa e essa pessoa não tinha primeiras intenções, só segundas, e essas eram selvagens e perigosas.
Um, dois, três.
Finalmente nos jogamos na cama, o meu corpo já pedindo arrego para um pouco de descanso e o dele me aninhou junto a ele, nos cobrindo com um lençol. Sempre achei que não era o tipo que dormia junto, mas acho que estava enganada.
- Tem essa menina. – ele falou. – Quando eu tinha 17 anos e estava em uma festa daquelas festas de aniversário em que as pessoas perdiam a linha totalmente.
Fez uma pausa e eu fiquei em silêncio com a cabeça encostada confortavelmente em seu peitoral.
- Me ofereceram umas drogas que eu nunca tinha ouvido falar, e outras como êxtase, cocaína... Eu não tinha vontade alguma de provar, mas você sabe, adolescentes querem ser legais, querem provar algo quando não se tem nada para provar para ninguém. E aí no meio do caminho uma garota me parou, sorriu e falou que eu não precisava daquilo, tinha coisa mais interessante do que cheirar ou qualquer outra coisa. Ela, então, me apresentou ao sexo.
Arregalei meus olhos e levantei a cabeça para vê-lo, ele tinha um sorriso tranquilo no rosto e me aninhou mais nos seus braços.
- A mesma coisa acontece todo santo dia quando se quer ser somente a droga de um cantor. É ótimo ser reconhecido, não reclamo disso, mas me refiro às malditas festas que tenho que fazer presença para manter o tal do “status”. Sério, é detestável ter que fazer isso. E sempre quando me oferecem aquelas porcarias, eu recorro ao sexo, eu me transformo...
- É quando você tem controle das coisas e não é controlado. – falei.
- Sim.
- É um vício mais saudável. – completei, sem saber ao certo como reagir aquilo.
Pensei por mais um tempo, ainda não queria dormir, então ele não me impediu quando me posicionei em cima dele e beijei o seu pescoço, seus ombros largos, as suas tatuagens. Não me importei quando ele me puxou para que eu beijasse a sua boca, nos guiei para um 4º round, dessa vez sem toda aquela máscara, com toda a calma do mundo. Era eu e ali, onde ele não precisava manter o controle, ele nem precisava de controle algum para falar a verdade. Só precisava se render a mim uma segunda vez.

Wake up, wake up, wake up Sleeping Beauty
Now open your eyes...

Acordei na manhã seguinte com cantando no meu ouvido, foi inevitável não sorrir. Mas logo toda a paz acabou quando me lembrei que ainda existia vida fora daquele quarto e levantei num pulo da cama.
- Seu telefone estava tocando loucamente, então decidi te acordar. – falou rindo do meu desespero.
Ele já estava vestido, pronto para enfrentar outro dia na cidade dos anjos. Coloquei as minhas roupas que estavam dobradas na ponta da cama e peguei o meu celular que já tinha umas dez mensagens cobrando as fotos tiradas na boate durante a noite anterior.
- Desculpe, eu preciso ir. – falei colocando uma bala de menta na boca para tentar amenizar aquele bafo terrível da manhã.
- Eu salvei meu número no seu celular, por favor, faça bom uso dessa vez. – pediu e eu soltei uma risada.
- Pode deixar. – pisquei e quando abri a fechadura da porta, dei uma olhada para trás, para ele. – Fico feliz por você ter se mantido sóbrio.
- Fico feliz por ter te encontrado. – sorriu. – De novo.
Como o mundo era pequeno, era a segunda vez que eu ia parar em uma cama com e aquilo era alguma piada do universo, só podia ser o cosmo rindo da minha cara. Eu mal lembrava do nome do garoto de alguns anos atrás, mas ele se lembrava muito bem de mim.
- E ter feito parte de alguma primeira vez sua, devo ressaltar.
- Sei que você passou anos maquinando alguma primeira vez minha. – apoiei-me na porta agora aberta, se eu pudesse eu passava o dia ao lado dele, mas tinha que trabalhar.
- Creio que agora você não vai mais se esquecer de mim. – levantou da cama e se aproximou de mim.
- Definitivamente não. – sorri e ele me deu um selinho, e outro.
- Muito bem.
Dei mais um beijo nele e sai fechando a porta.
Depois eu ligaria para ele, não por ele ser famoso e eu querer me aproveitar. Mas por ele ter se importado com algo que eu deixei passar, por eu ter sido uma parte importante da vida dele, por eu gostar de como eu via quem era fora dos holofotes. E ele se esforçou para me conquistar dessa vez, pois sabia que eu não ligava se ele era uma celebridade ou não.
Peguei o maço de cigarros na bolsa e me lembrei do papo sobre vícios saudáveis, decidi que não era tarde para tentar. Joguei-o no lixo, ia focar em chocolate. Ser chocólatra era melhor do que ser fumante. Meu pai ficaria orgulhoso.
Repassei toda a noite anterior, meu mundo tinha literalmente girado para vê-lo sorrir e dessa vez tinha me dado uma razão, uma razão para não sair de novo da sua vida.





Fim.



Nota da autora: Heeey, para quem leu até aqui deixo o meu muito obrigada! Escrevi meio que na correria, então não sei se ficou muito bom, mas espero que tenha gostado. Um beijão <3



Nota da Beta: Ai que coisa linda! Que fic linda, gente! Amei forte, amei bem forte esses personagens. A fic ficou ótima, espero vê-la cheia de comentários, porque merece muito. Parabéns, Rai. xoxo-A
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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