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Capítulo Único

“ACIDENTE DE CARRO ENVOLVENDO ALEX TERMINA EM TRAGÉDIA

Na madrugada de sexta-feira (7), ao sair de uma festa promovida pela escola San Diego High School Seniors, o filho mais novo do senador Thomas , envolveu-se em um acidente de carro junto com outro colega Willian Larson (17), no qual resultou na morte de Jeff Castle (18), motorista do outro carro.
Alex (18) está no hospital UC San Diego Medical Center, em observação, mas não teve ferimentos graves. Larson teve pequenos arranhões pelo corpo, mas passa bem.
A polícia informou ter encontrado várias garrafas de cerveja no Honda Civic dos dois rapazes, mas não confirma qual dos dois era o motorista, e nem se o mesmo estava alcoolizado.
O delegado aguarda a alta médica dos dois jovens, para levá-los para depor.
O enterro de Jeff Castle ocorrerá neste domingo, o local não foi informado pela família, que também se recusou a comentar sobre o assunto.
O senador ainda não falou sobre o acidente, mas foi visto com a esposa entrando no hospital, assim como os pais de Willian.”

Vinte horas antes…

O advogado precisou parar sua reunião ao ver o celular tocando. Se fosse qualquer outro de seus clientes, recusaria a chamada, mas se tratando de Thomas , Jared não tinha outra opção que não fosse atender;
O senador era seu melhor cliente, Jared Mônaco sempre precisava fazer hora extra quando trabalhava em algum caso relacionado aos , mas era muito bem pago para isso.
- Thomas, boa noite! - atendeu saudoso, enquanto saia da sala na qual estava fechando a porta ao passar.
- Preciso de você - o senador disse com urgência -, Alex se envolveu em um acidente de carro, o outro garoto está morto. Preciso que você resolva isso, antes que seja divulgado.
Jared passou a mão pelos cabelos curtos e bem alinhados, respirando fundo.
Alex era um motivo de preocupação, o adolescente lhe causava tantos problemas, que todas as vezes que o senador citava o nome do caçula, o advogado esperava pelo pior, e dessa vez tinha acontecido;
Alex estava envolvido na morte de um terceiro.
Já imaginava a dor de cabeça que aquilo iria lhe causar, principalmente por estarem tão perto das eleições nas quais Thomas tentaria uma reeleição. Enquanto andava até sua sala, pegando seu terno e pasta, ouviu uma rápida explicação do homem sobre o acidente, o qual parecia estar chegando ao hospital no qual o filho estava.
Sinalizou para sua assistente, que parou de digitar algo, ficando em pé para atendê-lo;
- Invente uma desculpa, cancele o restante da reunião. . - avisou em tom baixo, tapando o bocal do aparelho celular, logo voltando sua atenção para o senador. - Não fale com ninguém, e não deixe Alex ou o outro garoto dizerem qualquer coisa. Nem mesmo para os médicos. Chego em vinte minutos, vamos resolver isso, Thomas. Vai ficar tudo bem.

Os andaram apressados pelos corredores do hospital, entrando no quarto 408, assim que uma enfermeira os atendeu.
Alex estava na maca, assistindo televisão, tinha um pequeno corte no supercílio e alguns hematomas visíveis nos braços, mas nada significativo.
- Meu filho! - Joanne andou até a cama, abraçando-o levemente. - Como você está?
- Bem, com dor de cabeça.
Thomas certificou-se de fechar a porta antes de entrar a passos duros no quarto, chegando bem perto do filho;
- Que merda você fez hoje? - falou entredentes, o rosto ficando vermelho enquanto controlava a vontade de gritar. - Você tem noção do que aconteceu? Da merda que você se meteu, Alexandro?
O garoto riu, parecendo maravilhado com a reação, em sua opinião, exagerada, do pai.
- Do que você está rindo? - tornou ainda mais nervoso - Você e seu amigo mataram um outro rapaz, sabia disso?
O sorriso de Alex aos poucos se desmanchou, conforme ele entendia aquela frase.
- Quantas vezes eu disse pra você não fazer essas coisas?
- Thomas, por favor…
- Calada. - ergueu um dedo, sem nem mesmo olhar para a mulher - Quantas vezes eu disse pra você parar de fazer essas merdas? Quantas vezes eu falei que você me causaria problemas? Todas as vezes que você saiu bêbado ou drogado, sempre fazendo alguma merda. Incapaz de ficar uma semana sem me dar problemas. Eu deveria ter te mandado para um internato, igual seu irmão. Você consegue ser pior que o . Agora matou um cara. Matou um adolescente! O que eu vou dizer? Minha candidatura está arruinada!
- Calma, Thomas, nem mesmo era Alex no volante, podemos sair dessa, tenho certeza de que…
- Fui eu. - a voz rouca do garoto se fez presente.
Os pais o encararam, vendo-o olhar as próprias mãos, parecendo sentir o peso do que tinha feito cair em seus ombros.
- Eu estava dirigindo.
- Você o que? - o homem quase gritou, passando a mão nervosamente pelo cabelo. - Você estava bêbado? Drogado?
Alex confirmou com um aceno, e então seu pai levantou-se da cama, andando para o outro lado do quarto, tentando ignorar a súbita vontade de bater no garoto.
- Cadê o Larson? Preciso falar com os pais dele. - virou-se novamente para o filho, abraçado com Joanne, que chorava baixinho. - Alguém sabe que era você dirigindo? - O pessoal do resgate…
- Não falem com ninguém.
O homem respirou fundo, virando-se e saindo do quarto, enquanto sua cabeça borbulhava em ansiedade; estavam há menos de um ano das eleições, não deixaria seu filho estragar sua carreira.

On the outside, you are gorgeous. On the outside, you are fair.


sentia a cabeça fervilhar, precisava resolver as coisas rápido, não tinha considerado que o irresponsável de seu filho estivesse no volante. Aquilo só piorava as coisas.
Olhou para seu relógio de pulso, Jared já deveria estar chegando, mas Thomas não tinha tempo à perder, resolveria ele mesmo a situação.
- Qual o quarto de Willian Larson? - questionou a recepcionista daquele andar.
A mulher estava prestes a negar a informação quando reconheceu o senador, sorrindo prestativa antes de checar a informação;
- Quarto 204, segundo andar.
O homem concordou com um aceno, apertando o botão do elevador, assim que cruzou o corredor. Olhava de pouco em pouco seu celular, aguardando informações do advogado.
Entrou no elevador assim que o mesmo parou no quarto andar, vendo um homem de cabeça baixa, os braços cruzados. Não aparentava ser muito mais velho que Thomas.
Quando a porta se fechou, notou o smartphone que ele segurava com a mão trêmula, logo levando-o a orelha, depois do primeiro toque vindo do mesmo;
- É ele. - disse tentando, inutilmente, conter as lágrimas, sua voz falha - É o Jeff. Nosso Jeff. Thomas abriu a boca chocado, sentindo o coração bater acelerado.
Aquele só podia ser o pai do outro garoto, o que estava morto.
Virou-se rapidamente, não querendo ser reconhecido, nem mesmo sabia se o homem já estava ciente de que Alex estava envolvido, mas não quis se arriscar.
Se o homem o questionasse sobre qualquer coisa, não teria o que dizer-lhe sem correr o risco de se prejudicar.
As portas se abriram no segundo andar, saiu quase correndo, não olhando uma segunda vez para o homem choroso no elevador, que continuava a conversar no telefone.
Andava olhando as placas nas portas, não demorando para encontrar o quarto que procurava, bateu duas vezes, esperando impaciente para que alguém abrisse à porta;
- Senador? - o homem o cumprimentou, parecendo um tanto chocado com a visita inesperada.
- Larson, como vai? - sorriu amigável. - Will está bem?
- Melhor do que o esperado, pelo tamanho do acidente… - concordou com um aceno, dando espaço para Thomas entrar no quarto.
Ambos andaram juntos até próximo à cama, vendo o rapaz desacordado. A Sra. Larson, uma mulher de altura mediana e um pouco acima do peso, beirando à casa dos cinquenta, levantou-se da poltrona em que estava sentada, cumprimentando o recém-chegado com um aperto de mão.
- Esses garotos, - Thomas começou, negando com um aceno sutil - qualquer dia nos matam do coração, não é verdade?
- Eu diria que é a idade, mas… - Henry deu de ombros, encarando o filho.

Thomas pensou rápido, avaliando a situação com precisão, se tinha uma coisa que seus anos na política tinha o ensinado, era sempre estudar o local e a comoção das pessoas, antes de fazer ou falar alguma coisa. Precisava sempre conquistar sua confiança, para só depois aproveitar-se de alguma forma.
- Não gostaria de entrar nesse assunto, ainda mais agora, mas acho necessário, devido à situação e a fatalidade com o outro rapaz, tão jovem… - suspirou teatralmente - Já chamei o advogado da família, ele irá cuidar de toda a papelada por parte do Alex, imagino que já tenham conversado com o advogado de vocês? - questionou atencioso, notando a rápida troca de olhares entre o casal. Bingo.
- Não… Não temos um advogado… - o homem gaguejou.
Thomas acenou em concordância, parecendo solícito a situação;
- Não se preocupem, posso indicar alguém do escritório, não podemos deixar que um incidente como esse, embora trágico, comprometa todo o futuro dos rapazes, não é mesmo? Não queremos ninguém indo parar na cadeia. - colocou as mãos nos bolsos da calça social que usava, dando um pequeno passo em direção a maca - Ainda mais tão jovens, sabemos que eles erraram, mas mesmo assim… Não podemos consertar um erro, causando outro, não é verdade?
virou-se para os dois, enquanto retirava um cartão de seu bolso interno no blazer preto, entregou-o para o homem, sorrindo amigável.
- Pode ligar neste número, diga que é meu conhecido e eles irão designar um bom advogado para cuidar de Will, além de…
- Não, - a senhora começou em voz baixa, pigarreando antes de continuar - não temos como pagar um advogado. O senhor tem certeza de que é necessário, senador?
Thomar fez-se de surpreso por um instante, tornando a sorrir compreensível;
- Bem, com a trágica morte do outro rapaz, a polícia vai fazer um inquérito, teremos uma investigação e então um processo. O júri irá decidir se foi um acidente culposo ou doloso, quero dizer, com intenção ou não, de matar o outro rapaz. Acredito que os pais dele farão de tudo para ter alguma justiça, independente de nossos filhos não terem tido a intenção de causar um acidente como esse. Por isso, sim, é necessário um advogado…
O casal tornou a se entreolhar, nervoso.
- Talvez possamos usar um advogado oferecido pelo estado… - Larson começou, a voz carregada de dúvidas, enquanto olhava para a esposa.
Thomas queria sorrir, mas conteve-se.
- Bobagem, Willian precisa de um advogado competente. - passou a língua pelos lábios, franzindo o cenho por um segundo - Posso oferecer um advogado a vocês, por minha conta.
Os Larson se entreolharam, evidenciando a dúvida e surpresa em seus olhares.
aproveitou para examinar rapidamente a vestimenta do casal; roupas simples e desgastadas. Eles não eram uma família rica, mas sabia que sempre faziam de tudo para o filho.
Thomas sabia do que precisava para resolver a situação e amenizar sua dor de cabeça;
- Meu advogado pode representar os dois rapazes, não será nenhum trabalho, ou, se preferirem, podemos pegar outro da mesma empresa, tão bom quanto Jared… É o mínimo que posso fazer, afinal, foi por causa de Alex que Willian está em um hospital agora. - suspirou, falsamente preocupado, enquanto esfregava as mãos no rosto - Fiquei tão preocupado com os garotos, com a família do outro rapaz… - negou com um aceno, pesaroso - É egoísta da minha parte pensar isso, mas era meu filho, não é mesmo? Fiquei tão preocupado… Quando soube que tinha uma vítima fatal, mas… Mas Alex estava bem - soluçou, tapando a boca com a mão em seguida. A Sra. Larson aproximou-se, solidária, entendendo a dor do senador -, é muito errado, mas me senti tão aliviado de não ser meu filho…
- Nós entendemos, sentimos o mesmo… - disse em voz baixa, abraçando-o.
O homem a abraçou de volta, com força, enquanto o choro falso aumentava, logo notando a mulher fungar, ainda sensível com a situação.
- Irônico, não é? - começou com a voz embargada, olhando para o outro homem - Essa semana estava conversando com minha esposa sobre isso, o número de acidentes envolvendo jovens… Estava contando, - suspirou, passando a mão pelo rosto novamente, após soltar-se da mulher - dizendo que meu novo projeto seria… Seria criar uma campanha, fazer algo para conscientização… - passou a mão pelo nariz, fungando alto - Algo para garantir a segurança de nossos filhos… Eu estava pensando nisso quando recebi a ligação do hospital… - respirou fundo, notando o casal o encarar, empatizando com seu sofrimento - Mas é claro que isso não vai acontecer agora, não é? - sorriu triste, fungando novamente - Talvez… Talvez eu consiga passar essa ideia para o próximo candidato… Quem sabe…
- O que o senhor quer dizer? Não vai se candidatar? - o pai de Will perguntou surpreso, lembrando-se de ter visto em jornais a popularidade do senador, era praticamente uma reeleição garantida.
- Não… - negou com a cabeça - Depois do que aconteceu, como posso dizer… Não… Ninguém aceitaria, Alex foi o responsável… Não teríamos credibilidade com esse projeto… Nem qualquer outro… Não vou conseguir me candidatar… - abanou a mão, sorrindo triste - Mas meu filho está bem, isso que importa. A carreira… Posso tentar passar algumas das minhas ideias pra frente… Não é?
- Mas Senador, o senhor poderia usar o acidente para dar ainda mais força ao projeto…
- Poderia, poderia, mas Alex era quem dirigia, ele é maior de idade, será processado… Se pelo menos não tivesse sido ele no volante… - negou com um aceno, suspirando no final da frase, pausando por alguns instantes, olhou para Willian, ainda inconsciente na maca - Fico feliz que ele esteja bem, vou voltar para ver meu filho, Alex ficou com minha esposa, quero estar com ele quando acordar! - sorriu amigável - Não se esqueçam, se precisarem do advogado, me avisem, na verdade não acho que Will terá grandes problemas, por ser menor de idade, não é? Talvez algum trabalho social, já o Alex, por ter dezoito… - suspirou novamente, negando com a cabeça - Bem, bem, vou indo. Até mais tarde!
Thomas saiu do quarto, andando lentamente pelo corredor e então parou em um bebedouro próximo, fingindo tomar água enquanto esperava. Seu celular tocou e logo o nome do advogado apareceu no visor;
- Acabei de entrar, estou esperando o nome do pessoal do resgate.
- Tudo bem, estou tentando resolver a situação e…
- Senador? - ouviu chamarem, virando-se para ver Henry Larson andando em sua direção. Mudou o tom de voz para um suave, antes de responder para o advogado;
- Alex está bem sim, obrigado. Graças a Deus não foi nada mais grave, mas eu te ligo daqui a pouco, ok? Obrigado. - virou-se para o mais velho. - Pois não?
O homem respirou fundo, decidindo-se rapidamente sobre o que estava prestes à fazer; - O que aconteceria se disséssemos que era Will ao volante? Ele é menor de idade, faria diferença?
Thomas segurou a risada, fazendo sua melhor expressão surpresa, e em seguida, agradecida, antes de puxá-lo para um quarto vazio, baixando o tom de voz, a mão apertando o ombro do outro homem, poucos centímetros mais baixo.
- Eu seria eternamente grato, mas não posso pedir para que vocês façam isso… Assumir uma culpa que não é de Willian… - negou com um aceno, porém, notou quando Larson acabou por concordar com um aceno. sentiu um leve tremor - É claro, que nesse caso, Will não sofreria tanto quanto Alex, por ser menor de idade, não seria preso nem nada, um processo é claro, mas nada realmente significativo, algum trabalho voluntário como sentença, talvez algumas cestas básicas, as quais pagaríamos, obviamente, assim como todos os custos de advogado e, depois é claro, uma quantidade considerável como uma forma de agradecer e deixar Willian recomeçar, continuar com os estudos em qualquer faculdade que ele queira… Até fora do país se for do desejo dele… Meu mais velho, , está morando na Europa há alguns anos, tem um grande futuro pela frente… - sorriu para Henry, que sorriu junto.
Sua esposa não estava tão confiante naquela ideia, mas se fosse tão simples quando Thomas afirmava, e com o senador pagando todas as despesas maiores e ainda ajudando seu filho a ter um futuro que os pais não poderiam dar…
- Vamos falar que era Willian quem estava dirigindo!

esperou às portas do elevador se fecharem antes de sorrir, tomando cuidado ao notar a câmera de segurança, colocou as mãos na frente do rosto, aos poucos contendo a felicidade que crescia em seu peito. Tinha sido tão fácil.
Jared o esperava no corredor, assim que o viu, chamou-o com um aceno, ambos andando para fora do hospital, parando próximos ao carro estacionado do senador.
- Conversei com os pais do outro garoto, concordaram em dizer que era o filho deles no volante, ele é menor de idade…
Jared sorriu de lado, seria mais fácil do que imaginou.
- Consegui os nomes dos dois homens do resgate, minha secretária está puxando a ficha deles, assim que tivermos todas as informações que precisamos, saberemos como comprá-los. No momento estão aqui no hospital, ainda não falaram com a polícia.
Thomas concordou com um aceno satisfeito, olhando para os lados, certificando-se que ninguém os escutava;
- Converse com eles antes de deporem, se já tiverem assinado qualquer coisa vai dificultar.
- Claro, senhor. Também precisaremos fazer alguma coisa com o legista, - lembrou-o - Alex provavelmente tem alguma marca, eles vão saber que era ele no volante.
suspirou impaciente, passando a mão pelos cabelos.
- Esse garoto é um atraso. Vive fazendo merda. Deveria tê-lo mandado para um internato também, junto do irmão.
Jared queria concordar, dizer para livrar-se do caçula, mas precisavam manter a boa imagem da família, aquele não era o melhor momento.
- Estive pensando, talvez seja uma boa hora para voltar. - o senador o encarou com uma sobrancelha arqueada - Ele está mais velho, um pouco mais responsável, não? Não tem causado problemas, pode ajudar a passar uma boa imagem. O irmão preocupado que retorna para ajudar Alex a superar esse trauma…
cruzou os braços, passando a língua pelos lábios, dando um sorriso mínimo em seguida.
- Você pode estar certo. Tenho que ligar para Katherine, ela vai dar um jeito na imagem depois disso. Já deve estar preparando uma declaração para a mídia. - suspirou - De qualquer forma, converse com quem precisar, talvez até com algum policial se achar que necessário, preciso garantir que a responsabilidade de Alex seja a mínima possível.
Também preciso que você converse com os Larson, enrole sobre o processo. Garanta que faremos de tudo para à pena ser mínima, e o que mais achar necessário, se precisar dê algum dinheiro.
- Não se preocupe, senador, terá mais quatro anos da câmara, antes de ir à Casa Branca. Thomas sorriu, colocando uma mão no ombro do advogado.
- Vou entrar, me mantenha informado.

Pretend you’re here, pretend you care, this hollow trend, it’s in the air.


Quarenta e oito horas depois


LIVE - Thomas fala sobre acidente envolvendo seu filho mais novo e mais dois adolescentes

O homem estava em frente ao hospital, acompanhado de sua esposa e filho, o qual tinha alguns curativos pelo corpo, às mãos dadas com a mãe, e o olhar baixo, arrependido. Cerca de vinte jornalistas estavam nos degraus abaixo, câmeras, microfones e celulares eram apontados na direção do senador, que começava sua declaração oficial;
- É um momento muito doloroso para todos, infelizmente perdemos uma vida muito jovem. Em um dia que deveria ser de festa para estes três rapazes, - fechou os olhos por um instante, a voz falhando antes de continuar - eu gostaria de deixar minhas condolências aos familiares e amigos de Jeff Castle, eu só posso imaginar a dor deste pai e mãe no momento, e eu sinto muito por meu filho ser um dos responsáveis por este momento tão doloroso na vida desta família. Estaremos aqui para prestar qualquer ajuda que eles precisem, e se quiserem conversar conosco, estaremos esperando. Gostaríamos de comparecer ao enterro, mas achamos que este é um momento apenas para a família e amigos de Jeff prestarem suas homenagens. Estaremos entrando em contato com os Castle, se assim nos for permitido por eles. Mas também entendemos se preferirem não conversar por algum tempo. - tornou a suspirar, olhando brevemente para seu filho - Este é um daqueles momentos que vemos o quão frágil é uma vida, e o quanto devemos aproveitar os momentos que temos com a família. Infelizmente hoje os Castle estão em luto, assim como nós e todos aqueles que já perderam algum familiar ou amigo em um acidente de carro. - Thomas passou a mão pelo rosto, limpando uma lágrima que escorreu - Nossos sentimentos a todas estas pessoas, e, hoje, em especial, à todos os que conheciam Jeff Castle.
Thomas colocou a mão sobre o ombro do filho, apontando para o lado, enquanto a família descia os degraus em direção ao carro, um segurança os ajudando a passar pelos jornalistas.
Antes de entrar no carro, Alex virou-se para eles, olhando pela primeira vez para as câmeras, os olhos vermelhos e inchados.
- Eu sinto muito, de verdade. Eu não conversava com Jeff, não éramos amigos, mas eu sei que ele era um bom aluno e um bom amigo. - respirou fundo, passando a língua pelos lábios - Eu peço desculpas pelo o que aconteceu, nunca foi minha intenção. Eu sei que ele merecia mais. Eu sinto muito.
Alex entrou no carro, seguido do pai, e então a imagem voltou para o apresentador do jornal.

conteve a vontade de gritar, desligando a televisão de seu quarto e jogando o controle contra a parede. As pilhas rolaram do mesmo, espalhando-se pelo chão amadeirado. A raiva transbordando em seu interior, misturada com o sentimento de tristeza e incapacidade.
Ouviu uma batida leve na porta, e logo viu seu padrasto, Richard, os olhos tão vermelhos quanto sexta-feira, quando precisou ir ao IML do hospital, fazer o reconhecimento do próprio filho.
- Está pronta? - perguntou com a voz baixa, vendo-a concordar com um aceno, pegando uma bolsa em cima da cama e seguindo-o pelo corredor, em direção às escadas.
Sua mãe já esperava no carro, sentada no banco da frente, à mulher já nem mesmo chorava mais. Suas lágrimas já tinham se esgotado, ou talvez fosse o estado de choque, estupor.
A família seguiu em silêncio pelas ruas frias de San Diego.

Chegando ao cemitério, após algumas horas de velório, com o caixão fechado, Richard, seu irmão Victor e dois dos melhores amigos de Jeff, carregaram o caixão até o local no qual ele seria enterrado.
estava de braços dados com sua mãe, segurando um guarda-chuva, protegendo-as da chuva fraca que caia; o céu também parecia estar de luto.
O pequeno grupo, com pouco mais de trinta pessoas, seguiram aqueles poucos metros devagar, às lágrimas preenchendo seus rostos, enquanto alguns soluços quebravam o silêncio, prestando as últimas homenagens ao jovem que partiu, cedo demais.
ficou sozinha por alguns minutos, após os amigos e familiares de seu irmão ir embora.
Richard e sua mãe, Amy, esperavam-na no carro, para irem para casa.
A mulher nem sabia o que ainda fazia parada em frente ao túmulo, não sabia o que queria dizer, nem como poderia se despedir. O nó em sua garganta a impedia de falar tudo o que queria; arrependia-se pelas vezes que tinham brigado por motivos bobos, mesmo que tivessem feito às pazes poucos minutos depois. Sentiria falta do riso alto do mais novo, e de mandá-lo calar a boca, toda vez que ele fizesse alguma brincadeira ridícula, apenas para irritá-la. Sentiria falta de Jeff e suas piadas sem graça, e de todas as vezes que ele usava sua conta na Netflix, estragando sua lista de filmes, ou assistia algum episódio de suas séries sem ela, dando algum spoiler sem querer.
Fechou os olhos, pensando em alguma forma de dizer seu adeus, lembrando-se então das matérias dos jornais locais, os quais tentavam tirar a responsabilidade dos dois adolescentes, apenas por um deles ser filho do senador.
E, pensando nisso, percebeu um jeito de, pelo menos, fazer jus a memória do mais novo; não iria descansar enquanto não visse os responsáveis pelo acidente pagarem pelo o que tinham feito ao seu irmão.
- Nós vamos acabar com eles, Jeff. Isso eu prometo.




Fim



Nota da autora: CHEGUEI com mais um ficstape do The Maine, esses sapão maravilhoso vindos do Arizona!
Ugly on the Inside, deveria ser uma short para essa música, mas ficaria tão corrido, que eu resolvi deixar esse ficstape como prólogo, para a long que vem logo menos, com o mesmo nome!
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xx Reh



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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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