15. Even My Dad Does Sometimes








estava meio impaciente. Já passava das 16:00 e ainda não havia aparecido para passar a tarde com ela, como já lhes era de costume fazer. Depois de tanto andar pela casa, em busca de um sinal de que ele havia chegado ou de que ele estivesse em casa, a menina sentou-se no pé da escadaria, que ficava na entrada de sua casa, assim, poderia ver o momento exato em que ele chegasse. Passados alguns minutos que pareciam para ela eternidades, viu um carro estacionar em frente a casa dos e logo depois o menino junto a sua avó descerem do mesmo. Antes que pudesse levantar e ir até o garoto, interrogá-lo sobre ter sumido o dia inteiro e o chamar para entrar, percebeu que a senhora caminhava em direção a sua casa de mãos dadas ao menor.

- , Sua mãe está ai? Pode chamá-la? - com um aceno de cabeça, correu para dentro de casa, já gritando pela mãe.
- Mas o que houve, menina? - a Srta. Matias perguntou olhando para , sem prestar muita atenção nas pessoas presentes na porta.
- A avó do está aqui e me pediu que a chamasse.
A mulher juntou as sobrancelhas e caminhou até a porta, sendo seguida pelos passos ansiosos e curiosos da menor atrás de si.
- Boa tarde, me chamou?
- Sim, a senhora tem um minuto? - O incômodo na sua voz era palpável.

Srta Matias assentiu e percebeu um olhar discreto para as duas crianças próximas a elas. Num sussurro, pediu que e fossem brincar, seja no jardim, na varanda ou no quarto da menina. Assim o fizeram.
Pegaram alguns jogos de tabuleiro e alguns livros de pintura, sentando no chão logo em seguida. , com seu cabelo em um tom de castanho escuro e alguns cachos pelas pontas, um short e uma blusinha confortável, deitou-se de barriga para baixo e começou a pintar um dos livros. Enquanto , um pouco mais alto que ela, de cabelos cor de mel e meio liso, vestido numa bermuda e uma camisa de algum desenho animado, ainda escolhia algo para colorir.

- Eu nunca irei pintar tão bem quanto você, . - pronunciou até meio incomodado, mas gostava dos desenhos e das pinturas que ela fazia
- Bobagem, Hazz. Se quiser eu até posso te ajudar, mas... - Sorriu com malícia - Só se você me deixar ganhar alguma vez naquele jogo!

riu e concordou, voltando a pintar. o dizia para pintar em uma única direção e também para não deixar espaços em branco, dicas que ela afirmava ter aprendido na escola, na aula de artes, e nunca ter esquecido, tamanha a importância dessas dicas para ela. Ao contrário do que ambos imaginavam, ninguém foi buscar o menino no meio da noite. Ninguém havia se quer ido avisar algo até o presente momento, o que fez com e estranhassem aquela situação.

- ? ? Vocês querem comer agora? - A mãe de apareceu tempos depois na porta do quarto. Os menores confirmaram. - Ótimo, lavem as mãos e desçam até a cozinha, amores.

Após guardar boa parte da bagunça feita no local, saíram correndo até o banheiro no fim do corredor para que lavassem as mãos. Para , foi inevitável fazer piada sobre ainda não alcançar a pia direito e ele sim, um ano mais velho e mais que alto que a menina, naturalmente. Mesmo com todas as confusões naquele dia, tanto quanto estavam se divertindo um com o outro e não queriam se separar, até que na hora do jantar o "mundinho encantado" de ambos veio ao chão. O pai de chegara em casa quando os pequenos tinham acabado de se sentar a mesa para jantar, mas ao invés de um " Boa Noite " ou " Cheguei" a frase dita por ele mudou todo o destino daquela Noite

- Tem notícias da Mãe do ?
- Charlie! - repreendeu Lenice.
- O que houve com a minha mãe, tia?- Naquele momento até o pai de estremeceu. Estava tão preocupado que não imaginou que o menino pudesse estar ali, mesmo sendo tão óbvio.
- Hazz, querido... A sua mãe teve um problema no caminho e sofreu um acidente, ela está no hospital agora. Mas olhe, você ficará aqui enquanto ela não volta, e quando ela estiver saindo de lá, você voltará para casa. Tudo ficará bem, querido. - os olhinhos de brilhavam com as lágrimas, mas tinha nove anos e se recusava a deixar as lágrimas caírem por orgulho. Sentiu conforto quando dona Lenice o envolveu em seus braços, seguido por e por um afago as costas dado por Márcio.
- Tudo ficará bem, Hazz, estou com você. - sussurrou e não conteve a lágrima que escorreu pelo seu rosto e parou em seu sorriso, agora aberto pelo amor que transbordava da garota.

Quase duas semanas depois voltou para casa, mas ao contrário do que dizia a Mãe de , sua mãe não voltara junto. Depois de ir buscar ambos mais cedo na escola, deixou em casa e foi até o andar de cima, onde pediu que tomasse banho e a ajudou a se vestir.
- Por que nos pegou mais cedo? Por que eu tenho que me vestir assim? Vamos sair?
- , meu amor, quero que me escute bem: a Mãezinha do Hazz não aguentou continuar aqui e você sabe o que isso quer dizer? - fez uma careta e Lenice sorriu triste - Que o precisa de você. Muito. - já chorando, a pequena assentiu e abraçou a mãe.
- Eu te amo tanto, mãe, me ajuda a ficar com o ?
- Sem dúvida alguma, e eu também amo você.

Após aquelas horas terríveis de velório e funeral, vendo todas aquelas pessoas chorando, enquanto cumprimentavam o pequeno e seu pai próximo ao caixão, todos se dirigiram as suas casas. entrou no carro e permaneceu calada até o fim do caminho, seus pais conversavam sobre assuntos referentes a família , mas ela só sabia deixar que seus pensamentos a afogassem e tirassem o foco do que quer que estivesse ocorrendo mundo a fora. E se fosse ela sem a mãe? E se sua vida mudasse de cabeça para baixo como a de ? Não saberia como agir e ainda mais aos oito anos de idade. Era muito para ela.
Assim que desceu do carro, olhou para casa vizinha e reparou no carro estacionado na frente da casa, ainda tinha arranhões e marcas do acidente, mas nada de muito terrível. Virou-se para a mãe e pediu a ela para ir falar com o , Lenice hesitou por achar que aquilo poderia invadir a privacidade da família no momento, mas era pequena e melhor amiga do menino, talvez não tivesse problemas. foi recebida pela vó de , que apenas sorriu e deu passagem para que ela pudesse ver o garoto, que levantou no mesmo instante para ir até a garota.

- Nunca, ouça bem, nunca esqueça que eu estou aqui e que eu amo você, . - disse, enquanto abraçavam-se e apenas apertou um pouco mais a amiga perto de si.

5 anos mais tarde...

abriu a porta de casa e deu passagem para que entrasse depois, sendo seguidos pelo olhar e o sorriso brincalhão do pai do rapaz.

- Apenas passando pra deixar nossas mochilas, estou indo pro treino e a disse que ia comigo, Okay?
- Certo, não esqueça de avisar aos seus pais, . Ah, e tomem cuidado.
Riram de toda aquela preocupação e foram fazer o que ainda deviam antes de sair, no caso da menina avisar aos pais e do garoto por o uniforme. logo voltou e sentou-se no sofá à espera que descesse, o que não demorou a acontecer.
- Cuide dele, é a minha princesa. - disse o pai do rapaz
- Há, eu ouvi isso! - disse sem emoção e e seu pai riram, enquanto se cumprimentavam com hi-5.



Quando chegaram na quadra, avistou e sentou ao seu lado, com um saquinho de pipoca em mãos. e se conheciam desde que entrara no time, já que ela, , gostava de um dos amigos dele que também jogava no time da escola. Era o tipo de garota que comia muito e era magra, sem deixar de ser bonita e ter seu lado totalmente estranho, por exemplo, querer ser vegana. Tinha os cabelos lisos e castanhos abaixo do ombro e os olhos no mesmo tom, vestia um short e uma blusinha sem manga junto ao seu Ray Ban no rosto.

- Como estão as coisas? E o seu pai?
- Estão bem, eu acho. Ele permanece bebendo, mas isso não tem bem como evitar. - respondeu, olhando para o chão. Tinha uma vida incrivelmente imperfeita perto da que tinha.
- Sim, claro. Mas passa! Qualquer coisa conte comigo. - sorriu e abraçou a menina de lado.
- Uhum, sei que posso. Mas quanto a você e o ? Como vão as coisas?
- Ah, o é um fofo todo galã, sempre disposto a inovar. Vamos a Malibu nessas férias, com a família dele. - bateu palminhas de empolgação e soltou um risinho, feliz pela amiga, porém, um pouco triste por não ter nada de animado para de fato falar. - Talvez você e o pudessem...
- Não, por favor! A viagem é de vocês, o que eu e o faríamos lá?
- Se pegariam, oras.
- Foi retórico. - afundou um pouco corada no lugar e Cah soltou um riso alto.
- Vocês são mesmo uns fofos!

No caminho de volta pra casa, comprou refrigerante para ambos e voltaram conversando. Com 13 e 14 anos tinha-se muito a contar, mesmo que não fossem populares ou tivessem grupinhos, estavam sempre por perto e sabiam o que acontecia em turma. Ao chegarem próximo à casa de , ouviram gritos e coisas quebrando numa discussão. O Pai de estava ali fora e ao ver os meninos foi até lá.

- , acho melhor você vê como está ai dentro, eu posso ajudar a acalmar as coisas. Tem a chave?
- Sim - respondeu meio atônita e com a adrenalina correndo um pouco mais rápido em suas veias.

As mãos de estavam levemente trêmulas, o que fez com que ela demorasse um pouco mais para conseguir abrir a porta. Perdeu o fôlego por alguns segundos ao ver seus pais gritando um com o outro e a casa parcialmente destruída, ainda mais por que seus pais nem se quer se importaram com a presença dos três ali. Perdeu o ar quando viu o que seu pai segurava e percebeu o motivo dos gritos de sua mãe, mas não tiveram tempo de reagir antes que o barulho que seguiu depois que seu pai puxou o gatilho da arma. Seus olhos fecharam no mesmo instante, talvez na intenção de que fosse apenas um sonho quando abrisse os olhos, e então ela percebeu a gravidade de toda aquela situação. Sua mãe estava agora jogada no chão, com uma poça de sangue formando-se embaixo dela, o corpo jogado sobre a mesa de centro de vidro quebrada, seu pai parado,sem expor reação, e a casa toda bagunçada. O pai de os tirou dali e levou a mão até a boca, enquanto a acompanhava até ambulância lá fora, que acabara de chegar.

- , calma. Vai dar tudo certo, as coisas vão se ajeitar. - sussurrou, e mesmo que não parecesse estava tão assustado quanto ela.
- O meu pai atirou nela, não há como as coisas se ajeitarem depois disso. - abaixou a cabeça, inconformada com o que estava acontecendo e tudo que disse a ela em seguida, foi ignorado.
- Vou levá-los ao hospital, certo? - disse o pai de ao se aproximar dos dois, e logo em seguida os três foram atrás da ambulância que levava sua mãe ao hospital.
- Fiquem aqui, vou apenas resolver as coisas com a sua mãe. , pode ligar pra sua tia e avisá-la? ...
- Vou cuidar dela, Pai.
- Irei ligar, pode deixar. - afirmou e mais uma vez não soube o que fazer.

Observou o pai de sumir pelo corredor, apressado, a movimentação constante de pessoas no hospital e se perdeu em pensamentos. Por que estava vivendo aquilo? E seu pai? Muita coisa para apenas 13 anos de vida. Acordando de um transe, lembrou-se que deveria ligar para a sua tia e assim o fez.

- Tia? Está podendo falar? - disse assim que a voz de sua tia ecoou, torcendo que sua voz não vacilasse.
- Sim, querida. O que houve?
- É que... os meus pais brigaram novamente, só que dessa vez as coisas complicaram.
- Como assim? Não está tudo bem?- a preocupação assumiu a voz da mulher do outro lado da linha. continuou.
- Não, na verdade, estamos no hospital agora - ouviu um suspiro - A minha mãe levou um tiro, tia, pode vir até aqui? - mesmo depois de tanto tentar segurar, as lágrimas desceram involuntariamente, mas as enxugou para poder recuperar a postura e continuar.
- Não acredito! Onde vocês estão? Quem está ai? E em que hospital vocês estão?

Muitas perguntas, respostas simples. suspirou ao por o celular no bolso e ter que enxugar suas lágrimas novamente, enquanto apenas a observava, sem saber se deveria invadir a bolha de dor que a garota estava se envolvendo. Algumas lágrimas desceram pelo rosto de , mas ela logo tratou de enxuga-las, o que chamou a atenção de .
- Não precisa esconder suas lágrimas, não há problema em chorar...
- É um sinal claro de fraqueza. - rebateu, tirando dos olhos qualquer prova de que havia chorado.
- O meu pai ainda faz isso às vezes. - deu de ombros, olhando para o chão. - Ele não sabe, mas eu sempre vi ele sofrer e se culpar pela morte da minha mãe, ou apenas por saudades. Elas te lembram que está viva, .

A garota então mirou os olhos de com os seus, e pressionou os lábios antes de soltar a frase:
- Não é bem como eu queria estar.

Ao olhar no rosto de , pensou ter pegado pesado, já que percebeu a dor que ele sentia. Iniciou um pedido de desculpa, mas foi interrompida pela sua tia junto ao pai de , que lhe deram a menos esperada notícia. De início não soube como reagir, não chorou, não sentiu o mundo desabar. Era outra sensação, faltava algo. Quando viu os rostos vermelhos pelas lágrimas e lembrou-se do motivo pelo qual estavam naquela situação, desatou a chorar. Os soluços baixinhos de iam contra a blusa de sua tia, que a envolvia e derramava suas lágrimas sem querer no cabelo da menina.

- Estou junto com você, pequena. - Os lábios de a tocaram no ombro antes que o rapaz se envolvesse no abraço.

Desde 12:00 do outro dia que estava no velório de sua mãe, ajudando a receber os familiares e amigos. Agora, passando das 14:45, estava sentada com a cabeça no ombro de e o mesmo lhe fazia carinho na coxa, por cima da calça. As horas se arrastavam e não aguentava mais chorar toda vez que ouvia o “Meus pêsames" sair da boca de alguém em direção a ela. E Assim foi durante velório e sepultamento.

- ... - ergueu a cabeça e encontrou o par de olhos azuis de , já com os braços prontos para aconchegá-la.
- Que bom que veio, . E por favor, não diga que sente muito. - sua voz vacilou e assentiu, dando espaço para abraçá-la.
O choro de não era alto, mas molhava a camiseta de . A amiga deu a ela a mão e sem palavras deixou claro o que sentia, que estaria ali para qualquer coisa e não havia com o que se preocupar. Ao chegar com o pai de e o garoto na casa deles, foi direto até o quarto e a seguia de perto. O cheiro amadeirado, as coisas meio bagunçadas, as fotos pelo quarto de e a presença dele ali transmitiram a ela conforto.
- Tá tudo bem? Quer que eu te deixe só?
- Tá, tá sim. Vou tomar banho e já desço.

O garoto assentiu e deixou o quarto devagar. suspirou e entrou no banheiro, praticamente se jogando no chuveiro de roupa e tudo. Vestiu uma camisola soltinha e não maior que seus joelhos quando saiu e apoiou as mãos na pia do banheiro. Os cabelos escuros e molhados derramavam gotas no chão do banheiro e a garota encarava seu reflexo no espelho, refletindo sobre tudo que havia vivenciado, desde nascer até o presente momento. Com quem falaria agora que mãe havia ido? Quem escutaria os seus segredos e os seus medos de garota? Tinha , sua tia e Roben, mas nunca seria a mesma coisa. Saiu do cômodo atraída pelo cheiro que rondava a cozinha e inundava suas narinas. Lembrava chocolate e algo mais, ainda não descobrira o que era, e parecia delicioso, de modo que sentou próximo ao balcão sem esconder a curiosidade e a vontade de experimentar seja lá o que fosse.

- Tudo bem, querida? - Roben perguntou, arrumando a mesa com alguns pratos cheios de Waffles
- Sim, melhorando - sabia que responderia várias perguntas assim durante certo tempo. - O que tem ai? - apontou para panela no fogão.
- Brigadeiro de panela
- E o que é brigadeiro? - riram do sotaque bobo e carregado da menina.
- Leite condensado junto a chocolate em pó. Tipicamente brasileiro, mas também conhecido por aqui.
- É muito bom!
- O que é muito bom? - apareceu com os cabelos levemente enxutos e de roupa trocada, com um olhar curioso.
- Brigadeiro! - exclamou, sorrindo e pegando mais chocolate.
A companhia tocou e Roben correu para atender, deixando antes os waffles na mesa. A Senhora de cabelos grisalhos e meio baixinha sorriu, tímida e aliviada, quando a porta se abriu. Pediu que o Sr. a ajudasse a mover algumas caixas de algo que havia ganhado de sua neta e era para ela muito pesado.
- Bom, sirvam-se ai que eu já venho. Tomem cuidado! - e o mais velho passou a acompanhar a senhora já engatando um papo qualquer.
- Desde quando você tem esse sotaque tão carregado?
- Desde sempre, eu acho. Mas brigadeiro é estranho. - respondeu dando de ombros - Se me der licença, eu e o meu sotaque vamos vazar daqui.

Melou a ponta do nariz de e foi até a sala, vendo a cara do menino para o prato e a panela em suas mãos. Sem pensar duas vezes, largou tudo e começou a subir a escada seguida de perto por . Quando dobrou o corredor, os passos cessaram e achou que havia voltado para pegar a comida, porém foi surpreendida pelos braços do garoto e algo como "te peguei" ecoando pela casa. Só então se deu conta de que estavam bem próximos do outro, logo deixou escapar:
- Não sei fazer isso. - suspiro
- Isso o que, ?
" Merda, ele não quer te beijar idiota!"
- Nunca beijei um garoto antes.

Quando já estava se afastando, riu e colocou seus lábios nos dela. Não era realmente seu plano, mas as circunstâncias o levaram a fazer. De início, para , era extremamente esquisito sentir suas respirações tão próximas e sua boca tão explorada. Seguiu os movimentos de e não parecia ir tão mal. Esquisito, mas bom.
- Acho que os Waffles não podem esperar. - afastou-se, o coração dando piruetas em seu peito.
Tentou esconder o quão emocionada e feliz estava, e bem que conseguiu entreter com brigadeiro e Waffles, mas nada mudaria o significado daquele beijo.

4 anos mais tarde...

Fazia tempo que não ia à casa de , estava muito corrido desde que terminara a escola. Roben recebeu e sua tia com um sorriso e exclamou, feliz em vê-las:
- Mas vejam quem está aqui! Há quanto tempo! Vamos, entrem. – disse, dando espaço para as duas entrarem
- anda ocupada com as coisas da faculdade e não pôde vir nos outros fins de semana.
- Sendo assim, não ficarei mal. Ah, ! - gritou para ele no andar de cima - Temos visitas!
- Diga que eu não estou. - respondeu , mas ainda foi possível ouvir o barulho da porta ao abrir. Logo depois ele apareceu na escada.
- Veio me mandar embora pessoalmente?
- Há honra maior para quem não vem me ver há três finais de semana? - abriu os braços e rastejou até o seu abraço
- Está de TPM?
- Malditos sejam os absorventes sem abas.
Todos caíram na risada e sorriu levando até o seu quarto para matarem a saudade e conversarem como de costume.
- Nada mudou aqui - constatou ao chegar ao andar de cima - Nem o seu perfume.
- Às vezes eu arrumo e tals, mas tem que ser bem desse jeito. - estava arrumando sua cômoda e caminhava, observando todos os cantos do quarto, desde as fotografias nas paredes até a sua cama.
- Seu pai deve ter umas noites mal dormidas agora com essa cama de casal,hun? - afirmou sem tirar a atenção das fotos e sorriu com a risada do garoto. Virou-se para ele disposta a ouvir o que ele iria dizer.
- Não as trago para cá, geralmente eu vou até a casa delas. Gosto de correr o risco dos pais delas nos pegarem e... - não aguentou ao ver as sobrancelhas arqueadas de em extrema surpresa e começou a rir - Brincadeira, eu só trouxe umas duas garotas aqui, além de você, nas quais eu quase tive algo sério. Meu pai não tem do que reclamar. - teria dado uma tapa em se estivessem mais próximos, porém, se limitou a dar a língua pela brincadeira do rapaz. - Quanto aos seus relacionamentos?
- Não tive nada sério, ainda. Só alguns amigos coloridos, por assim dizer. - deu de ombros, jogando-se sentada na cama.
- Não vai me dizer que...
- Sim, eu sou. - rolou os olhos - Argh! Mas que constrangedor, . - ambos riram. sorriu malicioso antes de dar uma resposta à amiga.
- Diga pra sua tia que hoje você vai dormir aqui hoje, nós vamos sair.
- O que? Você pirou ? - disse entre risos, já sendo puxada pelo rapaz em direção à porta do quarto.
- Nem um pouco, querida!
À noite, quando e voltaram das festas que tinham escolhido para ir, já estavam consideravelmente “animados” pela bebida. entrou para tomar banho e deixou a garota sozinha no quarto o que, junto ao excesso de álcool no seu sangue, fez com que ela lembrasse da data que se aproximava. Deixou que alguns pensamentos a corroessem, de modo que foi impossível segurar as lagrimas e, covenhamos, bêbados sempre acham um motivo para chorar. assustou-se quando saiu do banheiro e viu a menina daquela maneira, enxugando as lágrimas sofridas nas mangas do moletom de , então seguiu até ela e ajoelhou em sua frente assim que a menina sentou na cama o encarando.
- Tá tudo bem, ?
- Claro - fungou - Deve ser o álcool.
deu de ombros, o que fez com que risse e a menina o acompanhasse. O rapaz segurou no rosto de e a beijou na testa, deixando a sozinha para descansar. Amanhã seria um novo dia.

- Bom dia, Roben. - Disse ao descer a escada. Tanto ela quanto haviam acordado com dor de cabeça, mas ainda assim acordado bem.
- Bom dia, crianças. Dormiram bem?
- Sim, até demais. - respondeu, servindo dois copos com suco e entregando um deles a , que olhava pela janela a casa na qual passou mais da metade dos seus 17 anos.
- Que tanto olha, querida? - Roben perguntou, curioso, pelo fato de que ela parecia bem concentrada.
- Ah, é que faz tempo que não vou ali. – disse, virando com um sorriso tímido para o pai de .
- Se quiser ir até lá, tenho a chave aqui. Sabe, quando ia dar uma limpada ou algo assim junto ao .

concordou e iria com ela após tomarem café. A garota trocou de roupa, colocando o short e blusa que trouxera para passar o dia na casa de no dia anterior, enquanto apenas colocou uma camisa para não ficar apenas de bermuda. Assim que entraram, sentiu a presença de sua mãe e as cenas de quatro anos atrás lhe vieram à cabeça. Sentia falta de sua e não conseguia perdoar seu pai pelo que fez, e aquela casa traziam todos esses sentimentos à tona.
- Tudo do mesmo jeito desde a última vez em que pisei aqui...
- Preferimos não mexer em muita coisa, por exemplo, não mexemos no quarto da sua mãe e do seu pai, na sala, no seu quarto e nem no porão...
- Calma, nem no porão? Sério? - perguntou, surpresa, já indo em direção a porta do cômodo.
- Sim, por quê? - não estava entendendo nada, apenas seguiu .
- Promete que não irá contar a ninguém, ? - ele assentiu - Okay.
Quando abriu a porta, deixou seu queixo cair ao ver todos aqueles quadros. Não podia acreditar que ela havia feito aquilo tudo e nunca mostrara a ninguém! Passou olhando todas aquelas pinturas, tocando-as com os dedos para aprecia-las ainda mais.
- Você fez todos eles? Por Deus!
- Sim, eu desabafava neles, descontava em cada pincelada o que eu sentia. - suspirou - Antes e depois da morte da minha mãe.
Passeou também, reparando em cada traço, mas parou em um que lhe chamou a atenção. Esse era composto pelo desenho de uma menina em seu quarto, com certo destaque ao espelho atrás de si. Tinha os braços atrás corpo e os pulsos marcados refletiam no espelho, como uma tentativa fracassada de esconder algo.
- Sobre esse? O que me diz? - perdeu o fôlego com o corpo do garoto colado ao seu e sua voz sussurrada ao pé de ouvido dela, dedilhando o quadro juntos.
- Quando me cortava, era assim que eu sentia. Escondendo algo que todos viam pelo meu espelho. - passou a mão pelo mesmo - Foi terrível.
- Foi péssimo quando tentou se matar...
- Nunca quis me matar - virou-se e, olhando nos olhos de , continuou - Do contrário, tinha medo disso. Queria amor, atenção, descontar a dor, sei lá!
- Sinto muito.
- Já passou, . - desviou do rapaz e voltou a olhar os quadros.
- São tão tristes e sombrios - disse e concordou
- Tinha 13 anos e havia perdido minha mãe, queria que eu pintasse flores coloridas?

Riram e avistou o banquinho que costumava sentar e chorar quando menor, sentou nele e viu se aproximar, para só então ajoelhar-se a sua frente.
- Você foi forte - segurou as mãos dela e depois subiu aos pulsos, fazendo um carinho ali. Mesmo depois de quatro anos ainda havia leves marquinhas dos seus cortes mais profundos - Passou por tudo e está aqui agora. E eu amo e agradeço a você por, mesmo vivendo daquela maneira, prestes a desistir, ter continuado aqui.

E faltava pouco para que seus lábios se tocassem, mas o barulho de alguém esbarrando em algo os afastou.
- Você trancou a porta? - perguntou e podia-se perceber que , ao contrário de , ele não estava envergonhado pela situação anterior.
- Sim, tenho certeza. Não há como alguém entrar aqui assim!
- Espere, vou ver se tem mesmo alguém aqui.

saiu do porão em passos calmos e deixou a porta escorada, para caso precisasse voltar logo. Foi impossível conter a surpresa ao ver aquele homem ali, apanhando um porta-retrato do chão. Ambos se encararam sem dizer nada. O mais velho, com suas roupas surradas, não parecia tão surpreso assim ao ver o garoto.
- Desculpe se os assustei. – disse, pondo o porta-retrato em seu devido lugar.
- O que faz aqui? - perguntou, num sussurrou intrigado e surpreso, talvez mais para si do que para o homem.
- Lenice sempre guardava uma cópia da chave perto das plantas lá fora, não achei que ainda estivesse ali, mas a encontrei.
- Pai?
As atenções se voltaram para o rosto confuso de , que encarava o homem sem entender absolutamente nada, que diabos ele fazia ali?
Engoliu em seco ao parar ao lado de , ambos encaravam o mais velho com reprovação, repulsa.
- ... - Disse num suspiro - Suspeitei que não soubesse, mas minha pena mínima era de quatro anos, agora que terminei posso responder ao processo em liberdade.
- É, eu não sabia, mas também não me importo. E já adianto que não temos o que conversar. - rebateu a menina, séria, mas que tremia internamente.
- Só quero que me perdoe, !
-Não tem perdão, por favor, saia daqui. – disse, tentando não perder a pose, mas com sua voz já embargando.
- ...
- Não vai sair? Ótimo, saio eu. - saiu andando o mais rápido que pôde, para evitar que o pai conseguisse alcançá-la.
- Nunca vai ter progresso desse jeito. - afirmou indo atrás de , mas o barulho alto assim que ele deu o segundo passo o travou. Era uma batida.

Tanto Charlie quanto correram para fora e ambos os corações dispararam ao ver aquela cena: um homem desesperado, que eles deduziram ser o motorista do veículo, tentando ligar para uma ambulância e o pior, caída no chão, com machucados pelo corpo inteiro e sangue na cabeça, mesmo ainda consciente, estava péssima. se aproximou da menina com seu coração na boca, tentando acalmá-la, já que podia ver as lágrimas escorrerem pelo seu rosto e ela estava totalmente sem ação.
Charlie, também em total aflição, estava um pouco mais afastado. Não podia cogitar a hipótese de perder a sua filha também, mesmo que ela já não lhe desse a devida atenção, ele a amava e se importava com a garota. Quando a ambulância chegou, largou a menina a pedido dos paramédicos e do seu pai, o clima tenso se instalou por completo. Os curiosos, que rodeavam o local, saiam conversando sobre o acidente, o motorista, ainda atordoado, falava com alguém no telefone, enquanto se recuperava do susto para poder voltar a dirigir e o pai de ligava para a tia de , informando a ela o que havia ocorrido.
E então o olhar de cruzou com o de Charlie, fazendo com que o garoto fosse dominado pela raiva que sentia e partisse para cima do homem.

- Você é um idiota, sabia? Eu te odeio, Charlie! Sempre que confiávamos em você, era problema. Se algo acontecer com a , você não vai sair com menos de três socos na cara.- esbravejou, com a mão fechada em punho prestes a bater nele, mas seu pai o interviu.
- Deixa, Roben, ele tem razão. Se algo acontecer com a nem eu irei me perdoar - disse, sentando na calçada, passando uma das mãos pelos cabelos ralos. - Mas ouça bem, rapaz: eu quero reconquistar a minha filha e eu preciso de você. Ela te escuta, você pode me ajudar, .
- E por que eu o faria? - rebateu, mas nunca fora a favor da raiva que a menina sentia, mesmo que a entendesse.

Mais tarde, foi visitar no hospital em que estava. Quando chegou, ela já estava acordada e assistia algo na pequena televisão que havia em seu quarto, até sua atenção ser desviada para o garoto que acabara de entrar.
- Hey, , como está se sentindo?
- Bem, eu acho. Minha cabeça e minha perna estão doloridas e a comida daqui é horrível. - ambos riram e a garota percebeu que estava meio esquisito ou longe - Mas eu te pergunto, , tudo bem?
- Uhum, claro. Podemos conversar?
- Eu já imaginava que diria. É sobre meu pai, não é? - perguntou, com certo tédio na voz
- Dê mais uma chance a ele, . Apenas o...
- Não, não e não! De que lado você está, ? Ele matou a minha mãe!
- Tente ouvi-lo...
- De que lado você está? - repetiu séria, intimidando o garoto.
- Do seu lado.
- Tem certeza? Me poupe. Não era você quem entendia a minha dor? Que estaria comigo até o fim? Pois bem, não sei se devo acreditar em tudo isso agora. - não queria, mas aquelas palavras o magoaram de uma forma inexplicável. - Sai daqui, .
- Me escute bem, sabe que nunca achei que estivesse certo fazer isso com seu pai. Sei dos erros dele, sei que ele não merece, mas ele estava bêbado! E tudo que ele que agora é o seu perdão, pelo menos isso.
- Não me importa e também não me importo com você. Por que ainda está aqui? - suas lágrimas, numa mistura de raiva e tristeza, escorriam por seu rosto - Saia, . Me deixe só, me deixe pensar. Por Favor...

saiu dando passos firmes até a porta do quarto, sem virar-se para trás. Estava um pouco surpreso com tudo que tinha lhe dito, já que não esperava uma reação tão ruim da menina com relação a tal assunto. Não abaixou a cabeça, seguiu por todo o corredor disposto a nunca deixar saber que o havia destruído, porém, sabia que se fosse pro bem de , ela podia ir em frente com seus planos e deixá-lo em pedacinhos.
Duas semanas depois de ter sido expulso por do hospital, pensou em ir até a antiga casa onde morava, visitar o porão cheio de quadros feitos por ela e pensar, pensar e pensar. E o fez.
Soltou um suspiro e entrou na casa, as mãos nos bolsos. Passou direto para o porão e tentou ver com mais detalhes as obras da menina.

- Conseguiu, ?- a voz do homem preencheu o cômodo - Antes que pergunte, seu pai disse que eu poderia ficar por aqui.
- Claro - deu de ombros - Consegui com a ficasse com raiva de mim. Por que eu fui cair na sua?
- Não imaginei que ela fosse agir tão... intensamente. Onde acha que ela está agora?
- Na casa da tia, foi para lá desde que saiu do hospital, há uma semana.
- Ela vai mudar de ideia. Demos tempo a ela, não se preocupe. - colocou a mão no ombro de , que devolveu um sorriso de canto.
- Me sinto um idiota por ter caído no seu papo.
Os dois pareceram desistir mentalmente de falar com , Charlie pôde ver a silhueta familiar e feminina cruzar a porta e os chamar a atenção.

virou-se e ficou meio sem reação, não sabia o que falar ou que fazer, mas sabia que não estava ali à toa ou muito menos para pedir desculpas e ir embora. Aproximou-se dela em passos lentos, vendo seus olhos castanhos brilharem, provavelmente pelo fato que ela já tinha chorado mais cedo, e seu cabelo cair pelos ombros. Inalou todo o perfume da menina, estava realmente com saudades de sentir aquele cheiro, quando passou pela garota, o que quase entregou seu mau-humor a um sorriso.

- Me desculpe, . - Meyriellli disse, segurando no braço do rapaz, que passava ao seu lado.
- Tudo bem, , sem problemas. - afirmou, mas a menina não sentiu segurança em sua voz e repetiu:
- Me desculpe. Eu peguei pesado com o que disse quando você só quis me ajudar e ajudar a ele. Desculpe.
- Vá falar com o seu pai, anda. - voltou alguns passos, segurando nas mãos da garota e olhando em seus olhos - Sei que consegue.
- Estou nervosa. - riu sem humor, mostrando as mãos trêmulas ao rapaz.
- Não há nada de errado em tremer - aproximou seu corpo do dela, beijando sua bochecha demoradamente - Até as minhas mãos fazem isso, às vezes.

E dito isso, deixou o porão para que e seu pai pudessem conversar com privacidade. não tinha se quer pensado no que dizer ao pai, mas precisava ter aquela conversa logo. Desde que havia ido visitá-la no hospital, tinha colocado na cabeça que falar com Charlie era o certo a se fazer, só não tinha criado coragem, até aquela noite, para chamá-lo para uma conversa. Já Charlie sabia que uma hora ou outra iria procurá-lo para que pudessem se resolver, conhecia sua filha e sabia que ela era péssima com brigas e rancor.

- Então... Não espere que eu o perdoe assim, simplesmente, mas eu posso ouvi-lo e, hm, desculpar você. - Disse , medindo as palavras.
- Eu estava bêbado, . Quando peguei aquela arma, não estava pensando ou raciocinando corretamente, entende? - Charlie suspirou, sentando numa cadeira e pedindo que sentasse próximo a ele. - Sua mãe reclamava que eu bebia, mas eu não tinha consciência dos problemas que isso realmente causava. Puxei o gatilho sem pensar, como se fosse o meu argumento contra os dela, e então quando vi eu já tinha causado toda aquela confusão.
- Não tem ideia da dor que causou, do que fez com a minha infância!
- Sofri tanto quanto você e esses quatro anos que passei na cadeia me serviram pra pensar em cada ato. Me desculpe, filha, por todas vezes que fiz você sofrer, eu nunca quis. - seu coração disparou vendo que chorava, e o “pior”, não enxugou nenhuma de suas lágrimas enquanto o ouvia falar.
- Não consigo sentir a sua dor.
- Ao menos me perdoe, - implorou, sem saber o que fazer.
- Não sei se consigo.

levantou-se da cadeira quase que correndo, e diferente de como imaginou, seu pai não corria atrás dela pedindo desculpas até que ela sumisse de vista completamente. Fechou a porta atrás de si, tremendo e sentindo o rosto encharcado pelas lágrimas, mas não ligou, apenas correu pela casa para chegar até o quarto de e poder pensar no fazer o para poder esquecer o que tinha acontecido na noite. Não achou que aquelas poucas palavras de seu pai fossem trazer para ela tantas lembranças e que fossem a impedir de perdoá-lo!
Abriu a porta do quarto e deu de cara com largado em sua poltrona mexendo em um cubo mágico. Ele se surpreendeu ao ver naquele estado e sentou-se corretamente num instante.

- Tudo bem? , o que houve?
- Não consigo perdoá-lo, , não posso - suspirou, vendo o rapaz se aproximar.
- Shiu, não precisa perdoar se não consegue. Está tudo okay.
- Mesmo?
- Sem dúvida alguma, pequena. - disse, abraçando a garota e vendo que ela sorria beijou sua testa. - Sempre amei você - sussurrou.
- Também amo você, sempre amei. Me Desculpe. - afastou o rosto do peito de , para poder o encarar.
- Sabe que não me importa quantas vezes você me magoe, contando que você continue segurando firme. - sorriu.
- Prometo segurar firme sem te machucar - fungou, sorrindo e sentindo apertar mais suas cinturas. - Por que sempre estivemos juntos, e eu amo você. - disse, antes que ela mesma o puxasse para um beijo, calmo e que mostrava o quão especial um tinha sido pro outro nesse tempo em que provaram que nunca deixariam o outro só.
- E eu também amo você.

Epílogo

Mal podia acreditar que estava inaugurando sua própria galeria de Artes em Londres! Quase seis anos depois boa parte das coisas havia mudado:
, agora formado em engenharia mecânica, tinha se mudado para Londres com , formada em artes e sua namorada há cinco anos, para que a mulher pudesse abrir o seu negócio. O pai de não quis se mudar, então era visitado algumas vezes no mês pelo ocupado casal, enquanto o pai de apenas levava sua vida normal após conseguir um emprego simples, mas bem remunerado, três anos atras. Todos, Tia de , Charlie, Roben e a vó de se encontravam no local, onde estava tendo uma linda festa de inauguração.

- De tudo que me podia acontecer, até namorar você eu cogitei, mas abrir a minha galeria era algo impossível! - exclamou, abraçando por trás.
- Algo não tão impossível assim - sorriu, colocando em sua frente - Sempre me amou.
- Nunca te disse o contrário - lhe deu um selinho e ambos riram.
- Deveríamos casar e logo, não acha? - disse, depois de alguns segundos em silêncio.
- É um pedido?
- Quase.
- Eu topo - sussurrou com os lábios colados ao de .
- ...
- Sim?
- Obrigado por ter segurado firme.

Fim...



Nota da autora: (27/05/2015)
Nota da autora: Então, o que acharam? É a minha primeira fic no site e acabou que não foi como imaginei hehe. O meu computador morreu ~ deacarregou e não quer carregar mais ~ e eu fiquei digitando pelo celular, então vocês já devem imaginar como foi ruim digitar ( mesmo gostando da fic e da história ) neh? Obrigada por ler e um obrigado a Lary​s​ pela paciência :) desculpem pelo final corrido e não muito detalhado, Ta? E deixem um comentário lindo e sincero sobre o que achou, quem sabe eu não poste outras fics aqui? Bzu da Mey, amem o Ed e lembrem: não há nada de errado em chorar...




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