15. On My Own

Finalizada em: 19/04/2020

Capítulo Único

“Hey! I'll find a way”
caminhava há um pouco mais de três horas sem parar. Seus pés já doíam e ela se arrependia por ter sido tão impulsiva e deixado que sua mente a traísse novamente. Se não tivesse tido aquelas malditas alucinações novamente, não precisaria ter fugido de Tigard, sua quinta cidade em menos de um mês, por ter matado outra pessoa.
Ela já tinha saído da civilização há algum tempo e duvidava que ainda estivesse no caminho certo para Portland. Nos últimos meses não conseguia mais dormir em paz ou fazer qualquer coisa sem que sua mente trouxesse de volta as imagens que tanto lhe assombravam.
A mulher apertou forte a alça da mochila que estava em seu ombro, balançando a cabeça levemente, tentando espantar aquelas imagens de sua cabeça. O barulho de um carro, na estrada completamente silenciosa e vazia, chamou a atenção de .
O carro logo passou ao lado dela, fazendo a mulher olhar rapidamente para o interior do carro, vendo o motorista e um homem no banco do carona. voltou o olhar para o chão da estrada e mordeu internamente a bochecha, já pensando em como aquilo poderia dar mal, sentindo o objeto pesar no fundo falso de sua jaqueta.
O carro rodou na rua e entrou na via contrária, na parte pela qual caminhava, parando de qualquer jeito ali e fazendo a mulher travar no lugar, como se estivesse presa ao concreto. Ela esperou por alguns segundos, e quando ninguém saiu, agarrou forte na alça da mochila e rezou para todas as entidades superiores possíveis que nada de ruim acontecesse, voltando a andar.
- Quer uma carona? - a voz carregada de malícia soou assim que passou ao lado do homem careca que estava apoiado na janela aberta do carro.
A mulher respirou fundo e ignorou, seguindo o caminho que fazia. As portas do carro foram abertas e ela sentiu todos os pelos do corpo eriçarem, como se sentissem que algo ali daria errado. apressou o passo e deu uma olhada rápida por cima dos ombros, vendo que os homens faziam o mesmo. sentiu as unhas curtas entrando em contato com a palma de sua mão, causando uma ardência no local, devido ao tanto que apertava a alça da mochila.
- Ei, só estamos oferecendo uma carona. - o homem que antes dirigia o carro se pronunciou pela primeira vez.
- É perigoso uma dama como você andar sozinha essa hora da noite. - o careca falou novamente, soando mais próximo do que desejava.
Os dois homens logo alcançaram a mulher e cada um segurou em um braço, puxando-a fortemente para trás. O careca soltou o braço dela e o outro homem forçou os braços de para que ela virasse de frente para eles e observasse o sorriso sujo estampado em seus rostos. O homem careca voltou a agarrar seu braço de maneira rude, puxando-a para fora da estrada, enquanto o outro homem puxava fortemente a mochila que a jovem segurava com tanto afinco. O homem deu um puxão mais forte que os anteriores e fez com o que trombasse para frente, caindo no chão, enquanto sua mochila era jogada do outro lado.
- Por favor, não. - o tom suplicante saiu arranhado pela garganta dela que tentava arrastar-se no chão para longe dos homens.
- Nós ainda nem começamos, princesa. - o homem careca aproximou-se dela e chutou as costelas no mesmo momento que o outro homem chutava o pescoço da garota que agoniava no chão.
- Não façam isso. - ela murmurou forçando sua voz a sair, sentindo os pontos atingidos pelos homens latejando devido ao frio congelante de Oregon.
- Cale a boca! - o motorista chutou a outra costela, fazendo com o que tossisse desesperada tentando respirar.
- Não! - ela urrou assim que sentiu o ar novamente em seus pulmões e o careca riu, deferindo outro chute, dessa vez na nuca da jovem e rolando-a com o pé, deixando-a de barriga para cima.
- Sua voz já está me incomodando. - o motorista chutou a boca de e ela urrou de dor, enquanto o sangue escorria por sua boca e coloria a grama, deixando-a avermelhada.
- Não! Me larguem. - gritou assim que os dois homens seguraram novamente em seus braços e começaram a arrastá-la para dentro do terreno baldio. - Tirem suas mãos de mim!
Os homens ignoraram os protestos da menina e só a largaram quando já estavam um pouco mais longe da estrada, para o caso de que se alguém passasse, não os veria. O corpo de chocou-se fortemente ao chão, fazendo-a tossir e enrijecer o corpo, assim que sentiu a ponta de aço atravessa o pano e encostar-se a sua coluna.
“And I'll do it on my own”
O homem que dirigia abriu um sorriso macabro, aquela era sua hora favorita, adorava vê-las gritando apavoradas e rezando para um ser superior salvá-las enquanto lágrimas molhavam seus rostos apavorados pela visão. Ele sacudiu a cabeça e a pele rosada começou a ganhar uma tonalidade verde e escamosa, enquanto sua boca ainda aberta possuía os dentes afiados como agulhas com duas presas maiores chegando quase à altura de seu queixo. Ele riu, imaginando o pavor estampado no olhar da jovem, e o som saiu igual ao sibilar de uma cobra, enquanto sua língua animalesca chicoteou o ar frio.
- NÃO! - gritou ofegante observando a criatura similar a uma cobra, que ao encarar seus olhos, fechou o sorriso e deu um passo para trás. Ela levou a mão até a nuca e deixou ali, próxima ao fundo falso de sua jaqueta.
O homem careca encarou seu amigo e fez com o que o homem-cobra desse um passo à frente, voltando a ficar próximo da mulher, porém tenso. O careca abriu um sorriso ainda mais assustador que o do outro homem e sacudiu a cabeça enquanto mantinha o olhar no céu escuro. O rosto antes liso, agora estava coberto de pelo, com orelhas pontudas apontando para cima, um focinho e os dentes pequeninos e afiados. A figura, antes humana, agora parecia mais com um gato gigante, gigante e assustador.
- NÃO! ISSO DE NOVO NÃO. - gritou com todas as forças que tinha, fazendo com o que os homens se encarassem confusos, eles nunca tinham visto uma deles agindo assim.
O homem de aparência felina estava feliz, poderia dizer a todos que matou um deles, e com a imagem dela morta em sua mente, ele avançou na direção de e jogou-se sobre o corpo estirado no chão. Antes que ele conseguisse chegar até o pescoço dela, ela acertou-lhe em cheio no pescoço, com a espada que segurava com as duas mãos, fazendo a cabeça do felino rolar e o corpo sair sem vida sobre o seu, dando-lhe um banho de sangue.
segurou a espada apenas com a mão direita e empurrou o corpo decapitado para o lado, levantando-se do chão e sorrindo de modo psicopata para o monstro que a encarava com a língua longa chicoteando o ar. A jovem correu em direção ao monstro e acertou no meio de seus olhos com a empunhadura, deixando-o tonto. Antes que o animal recobrasse seus sentidos, empunhou a espada corretamente e segurando o cabo com as duas mãos, jogou o aço afiado em direção ao pescoço do monstro. A cabeça rolou para longe e o corpo caiu no chão, completamente sem vida.
A jovem guardou a espada no bolso falso de sua jaqueta e aproximou-se do corpo morto a sua frente. Apalpou os bolsos do homem e logo achou a chave. Com as chaves na mão, afastou-se do corpo e pegou sua mochila, abrindo-a e tirando uma blusa qualquer para livrar-se do excesso de sangue em seu corpo. Guardou a blusa em um bolso separado dos outros e caminhou apressada até o carro.

(...)
“Hey! I can do anything”
E mais uma vez ela estava tendo o mesmo pesadelo, sempre que fechava os olhos, podia ver os rostos desfigurados similares ao de animais. O barulho da sirene policial ressoou pelas paredes velhas do apartamento meia boca, fazendo levantar da cama em um rompante e observar a rua através das persianas na janela próxima a cama. Respirou fundo assim que viu a viatura afastar-se do prédio e pôde sorrir aliviada. Fazia em torno de três dias que tinha chegado a Portland e passado pelo incidente na estrada, estava feliz que ainda não tinham chego até ela. sabia se virar muito bem, principalmente em situações assim. Ela estava acostumada a sempre encontrar um jeito, ela sempre fazia tudo sozinha.
Ficar enclausurada naquele apartamento já estava irritando-a profundamente. Ela não tinha nenhuma pista que a ligasse aqueles homens, livrou-se do carro assim que estava próxima ao centro da cidade, deixando-o em um local estratégico, onde nenhuma câmera a veria deixando o veículo ali.
virou-se e ficou de frente para um espelho, vendo todo seu corpo refletido. As roupas íntimas que vestia não cobriam quase nenhuma parte de seu corpo, deixando todas as marcas expostas. passou a mão por todas elas. Um furo aqui, um arranhado ali, uma mordida estranha. Estava tudo gravado em seu corpo, e sempre estaria.
A jovem saiu da frente do espelho e vestiu uma calça legging com uma blusa larga, começou a vestir-se assim desde que passou a ter bastantes encontros com aqueles animais, ela agora sempre priorizava roupas que deixassem com o que ela se movesse com facilidade. Pegou a jaqueta e colocou-a, sentindo o material sólido de sua espada em suas costas. Foi até a beirada da cama e calçou suas botas, totalmente desgastadas pelo tanto que estava andando ultimamente.
Jogou a mochila em um dos ombros e saiu do apartamento, decidida a conseguir uma bota decente. Foi até o centro comercial e encarou uma loja parcialmente vazia, seria ali mesmo. Andou calmamente em direção à loja e adentrou a mesma, sendo atendida logo em seguida pela vendedora. Observou alguns calçados até finalmente achar uma bota que fosse de seu agrado. Informou seu número e esperou a mulher por alguns minutos, até ela voltar com a caixa e ir para o outro lado da loja.
sentou-se no banco e apoiou a mochila na pilastra ao lado do banco, retirando as botas em seguida e notando que a sola de uma delas já estava até furada. Abriu a caixa e calçou as novas botas, ela sentiu como se estivesse pisando em nuvens.
- Calçou bem? - a vendedora questionou animada em minhas costas.
- Ficou legal. - murmurou encarando os novos sapatos e levantou do banco com uma calça preta em mãos. - Quero ver como fica com a calça.
- Certo. - a vendedora virou-se e apontou para frente. - Os provadores ficam logo ali.
A jovem abriu um sorriso falso e segurou sua bolsa com a mão livre. Entrou na cabine após comprovar que estava sozinha no corredor de provadores e sentou no banco que tinha ali, apoiando a calça em sua perna e deixando a mochila no chão. Abriu a mesma e jogou as peças de roupa que estavam no banco dentro da mochila. Pegou o jornal e o isqueiro de dentro de um dos compartimentos e colocou fogo no papel, jogando-o no chão da cabine enquanto arrumava a mochila em seu ombro e saía com a calça em mãos.
- Não gostou? - a vendedora de antes murmurou assim que me aproximei da arara de roupas que ela mexia.
- Muito apertada. - deu de ombros enquanto entregava a calça para a mulher. - Vou procurar outra coisa.
Deu as costas para a mulher enquanto ela falava um “está bem”. O detector de fumaça começou a apitar e uma voz informou a todos que alguma coisa estava pegando fogo, como se naquele momento eles já não soubessem disso.
Saiu pela porta dos funcionários e colocou a touca, tirando do bolso lateral da mochila um óculos escuro. caminhou apressada, seguindo pelo caminho oposto ao qual tinha feito para chegar à loja, não notando que estava sendo seguida.
- Ei garota, eu gostei do que você fez lá. - uma voz feminina chamou minha atenção, porém eu continuei andando.
Abordagens assim nunca resultavam em algo bom, já estava acostumada com isso.
- Muito bom. - a mulher murmurou.
- Só me deixa em paz. - falou rápido, abaixando a cabeça e implorando aos céus para que seus pesadelos não se realizassem novamente.
- Vou deixar. - a menina parou em sua frente- Assim que você me passar essa bota que roubou.
praguejou mentalmente todas as entidades superiores que a essa hora só podiam estar rindo de sua cara. A jovem sentia o aço pesando no fundo falso de sua jaqueta, mas ela não poderia usar sua espada em plena luz do dia nos arredores de um parque.
- É o número que eu calço, pode ir tirando. - a mulher riu enquanto via confusa. Céus, como ela amava ter nascido daquele jeito, ela sempre tirava vantagem dos kehrseite1.
“And I'll do it on my own”
sacou do bolso lateral da mochila um canivete e apontou a ponta afiada da pequena faca ali presente na direção da mulher desconhecida, que riu irônica ao observar o objeto apontado em sua direção.
- Você acha que essa faquinha sem serra vai salvar a sua pele? - a mulher riu irônica, balançando a cabeça e fazendo o woge2.
A pele branca da mulher tornou-se verde e escamosa, os dentes eram finos e irregulares e sua pele possuía marcas igual à coluna de uma pessoa muito magra e totalmente amostra. abaixou a faca enquanto em sua mente a frase “se fodeu” piscava em um vermelho sangue.
A mulher arreganhou a boca, soltando um som grotesco enquanto avançava na direção de . A mulher-lagarto chutou a barriga de , jogando-a por cima do banco e fazendo com o que rolasse no chão enquanto o canivete ia para outro lado. levantou rapidamente do chão e pegou a mochila pela alça enquanto desviava do soco. bateu com a bolsa no rosto deformado da mulher e jogou a mochila em seu peito. A mulher agarrou a mochila e jogou-a para o lado, enquanto apoiava-se na barra de ferro presente ali e impulsionava o corpo, chutando a figura animalesca no estômago. A mulher bambeou, mas logo recobrou o equilíbrio, agarrou pelos cotovelos e jogou-a no chão. rolou no chão e levantou-se em uma digna pose de filme de ação. Desviou do soco da mulher e segurou seu braço, enquanto socava seu rosto e dava uma joelhada abaixo da costela da mulher.
A mulher deu uma cotovelada no nariz de e chutou seu joelho, deixando-a sem a noção por alguns segundos, enquanto jogava-se no chão, tentando pegar o canivete. recuperou os sentidos e puxou a perna da mulher, deixando as mãos daquele troço longe do canivete. A mulher chutou e ela afastou-se, enquanto a mulher pegava o canivete e avançava na direção da jovem, tentando cortá-la a qualquer custo.
A alguns metros dali, um corredor podia ver perfeitamente a cena de duas mulheres brigando, brigando muito sério. Ele não pensou duas vezes antes de parar ali e ligar para a polícia.
deixou que a mulher se aproximasse e imobilizou a mão que ela segurava o canivete, dando um soco no nariz da mulher enquanto puxava o canivete da mão daquele monstro. A jovem cortou o rosto da mulher de modo horizontal, próximo ao olho e de modo vertical na bochecha, um corte no pescoço e outro próximo à orelha. segurou a mulher pelo ombro e enfiou a faca em seu abdômen, duas vezes em locais diferentes.
O sangue manchou sua camisa e retirou a faca do corpo da mulher, jogando-a no chão e pegando sua mochila. Ela jogou a mochila no ombro e fechou a jaqueta, guardou o canivete no bolso da mochila e saiu rápido do parque, seguindo o caminho deserto.
virou na esquina de seu apartamento e pôde ouvir o som da sirene policial chegando ao parque. Seus dias de paz em Portland tinham acabado, ela precisaria ir embora agora mesmo. tirou o óculos escuro e jogou-o no chão, enquanto caminhava apressada revezando seu olhar para frente e para trás. Ela passou pelo dono daquela espelunca, que limpava o chão da entrada, e seguiu para a escada.
- Ei, vai ficar mais um dia? Precisa pagar outra diária. - o homem reclamou enquanto observava a jovem subir a escada.
- Estou de saída. - resmungou enquanto continuava a subir as escadas.
- Saindo depois do horário tem que acertar a diária. - o homem aumentou o tom de voz para que ela pudesse ouvi-lo.
revirou os olhos e ignorou o homem. O dono do local bufou, odiava hóspedes ignorantes. Ele voltou ao trabalho e parou em frente ao quadro de avisos, vendo uma foto de com os dizeres “Procurada pela polícia de Portland. Sujeito perigoso e armado, não confrontar, ligar imediatamente para a polícia.”. Ele arregalou os olhos e puxou o celular do bolso, discando o número contido no papel.
terminou de subir as escadas e foi até o quarto que estava hospedada. Jogou a mochila de qualquer jeito na cama e foi despindo-se até o banheiro, deixando as roupas jogadas no chão.
abriu o registro e deixou que a água limpasse todo o sangue preso em seu corpo enquanto ela se esfregava freneticamente. Os movimentos de sua mão foram perdendo a agilidade, até que seus braços caíram paralelos ao seu corpo. fincou as unhas nas palmas de suas mãos, enquanto sentia as lágrimas rolarem por seu rosto e se misturarem com a água que caía do chuveiro.
Ela encostou o corpo na banheira e abraçou as pernas, chorando com mais intensidade. Ela não aguentava mais aquilo, sentia que se visse mais uma daquelas criaturas, se internaria novamente no hospital psiquiátrico, porém dessa vez não sairia mais. Ela acreditava que já tinha perdido sua sanidade e que sua mente transformava as pessoas em monstros para mostrá-la que em todos esses anos da vida, os seres humanos que a maltrataram, eles eram os verdadeiros monstros.
respirou incontáveis vezes até conseguir sentir-se menos pior e retomar o controle da situação. Ela sabia o perigo que era ficar um segundo a mais em Portland, e ela não podia abusar. Levantou-se da banheira e enrolou seu corpo na toalha velha que ela usava há tempos. secou-se rapidamente e colocou a roupa íntima, logo em seguida vestindo uma blusa larga, sua fiel jaqueta e uma calça jeans rasgada pelo tanto que já brigou. Ela calçou as novas botas e jogou a mochila no ombro, jogando ali dentro seu diário e as poucas coisas que carregava com si.
Estava pronta para sair de Portland, e como sempre fazia quando saía de uma cidade, deixaria tudo o que aconteceu, morto lá. saiu apressada do quarto e desceu as escadas rapidamente, saindo do prédio e começando a atravessar a rua.
Dentro do carro preto que se aproximava do hotel, o detetive remexeu-se inquieto no banco do passageiro ao observar a jovem atravessar a rua. Ele estava super curioso, queria saber que tipo de wesen3 ela era. O detetive pediu para que seu parceiro encostasse o carro e o homem atendeu seu pedido prontamente. pulou do carro e começou a caminhar apressado atrás de , ele não podia perdê-la de vista.
olhou rapidamente pelo ombro e viu que o homem a seguia. Apressou o passo e o estranho fez o mesmo, porém um carro parou à sua frente, impedindo-a de seguir. parou e viu um homem sair de dentro do carro, contornando-o e indo na sua direção. deu as costas e virou-se, vendo que o homem que a seguia estava mais perto.
- Pare, polícia. - falou parando de frente para ela.
olhou o homem à sua frente e rapidamente olhou para o que estava atrás dela. Correu na direção do carro e pulou sobre o mesmo, deslizando sobre o teto do carro, enquanto um homem saía dali de dentro. Parou no chão com a perna dobrada enquanto a outra estava esticada e a mão no chão dando apoio, a típica pose de herói.
levantou o olhar e viu o rosto do homem se transfigurando. O cabelo e a barba ficaram maiores e arrepiados, as orelhas pontudas e os olhos vermelhos, enquanto os dentes de predador saltavam em sua direção.
- NÃO! - a voz de chamou a atenção dos dois homens e ela puxou a espada, enquanto o animal arregalava os olhos e voltava à aparência humana.
girou e jogou-se sobre o homem com a espada em direção ao seu pescoço, mas o mesmo abaixou. Ela levantou novamente a mão que empunhava a espada, pronta para matar o homem-animal a sua frente, quando o homem que a seguia segurou seu pulso.
- . - Monroe, o homem encolhido no chão, gritou, porém o policial não o escutou.
tirou a espada da mão de e derrubou a jovem no chão, ficando por cima dela. deu uma cotovelada na costela de e aproveitou a distração do homem para inverter as posições, ficando sentada na barriga do homem enquanto tentava desferir socos no rosto do homem que se protegia com os braços. Hank, o parceiro de , agarrou a jovem pelos cotovelos, tirando-a de cima do detetive.
- ! - Monroe chamou novamente a atenção do amigo, falhando miseravelmente.
- Me larguem! - exclamou enquanto se debatia nos braços de Hank.
levantou-se e imobilizou um braço de , enquanto o Hank fazia o mesmo no outro.
- , espera! - Monroe aproximou-se suplicando.
- O quê? - praticamente gritou e Monroe rolou os rolos.
- Cara! - Monroe exclamou novamente assim que e Hank forçaram a garota a ficar de pé.
- O que foi? - questionou largando a garota que tentava se esquivar de Hank e ir até Monroe.
- Ela é uma Grimm4. - Monroe exclamou com os olhos arregalados, vendo fazer o mesmo.
- Me larga, eu vou te matar. - debatia-se contra o capô enquanto Hank a algemava.
- Fica calma, nós não vamos te machucar. - Monroe aproximou-se de usando um tom infantil, tentando, inutilmente, fazer a mulher ficar quieta.
- Vão embora. - debatia-se contra o capô.
- Relaxe. - Hank segurou seus braços e colocou-a de frente para eles. - Nós somos policiais.
- Ninguém vai machucá-la, entendeu? - murmurou ao aproximar-se.
- Me soltem. - falou entredentes encarando os dois detetives.
- Você é uma Grimm? - questionou, não contendo a curiosidade.
- Tirem essas algemas de mim. - debatia-se, ignorando totalmente o que os policiais falavam.
- Você tem certeza? - questionou encarando Monroe que confirmou repetidas vezes com a cabeça.
- , eu vi cara. Não tem erro. - Monroe murmurou enquanto balançava a cabeça em forma de negação ao dizer a última palavra.
- EU VOU MATAR TODOS VOCÊS! - gritou debatendo-se, tentando soltar-se de Hank.
- Ela não sabe sobre o que estão falando. - Hank sacudiu , fazendo ela parar de se debater, e encarou e Monroe.
- Escute aqui. Presta atenção! - aumentou o tom de voz e segurou nos braços de , que manteve os olhos arregalados em sua direção. - Você é uma Grimm?
não ousou interromper a troca de olhares com o detetive, ele a olhava com tanta intensidade, que ela não conseguia desviar. A cabeça da jovem estava prestes a explodir. Aqueles homens também virariam monstros? Eles eram realmente policiais? Por que aquele homem a olhava de uma forma tão intensa? E o que caralhos é Grimm?
- Saiba que eu também sou um. - afirmou e encarou o outro policial, tentando achar respostas para suas perguntas. - Você já ouviu falar nisso?
- Não faz o menor sentido para mim. - foi curta e grossa e direcionou o olhar para o chão, olhar fixamente nos olhos daquele detetive não resultariam em boas coisas.
- Faz sim! - exclamou de forma rude, fazendo encará-lo.
- É só algo que dizem antes de tentarem me matar. Me soltem! - exclamou nervosa, ela sabia que não era uma boa olhar nos olhos de .
- Vou coloca-la no carro. - falou e virou para Monroe. - Abra a porta.
- Cara, eu não vou atrás com ela. - Monroe falou rapidamente enquanto balançava a cabeça negativamente.
- Bem, eu vou. - fingiu falso entusiasmo ao encarar e voltou o olhar para Monroe. - Você vai na frente.
Monroe deu a volta no veículo e sentou-se rapidamente no banco do carona. Hank abriu a porta traseira e tentou colocar no banco do passageiro da melhor forma possível, entrando logo em seguida.
- Vocês vão me matar? - questionou nervosa, logo após Hank entrar no carro com seus pertences.
- Não vamos. - respondeu prontamente enquanto encarava a jovem ao seu lado que agora parecia respirar um pouco mais calma.
abaixou a cabeça e lentamente movimentou-a para trás, jogando-a contra a testa de , mas o detetive colocou a mão da frente do rosto, empurrando e fazendo com o que ela encostasse ao sofá.
- Desculpa, mas você tem que parar com isso, entendeu? - o tom de voz de saiu culposo e raivoso enquanto ele encarava . - Assim você vai se machucar, e eu não quero isso.
- Vocês vão me prender? - ela questionou encarando o policial que dirigia o carro, tentando ignorar o que seu parceiro tinha acabado de dizer.
- Também não. - murmurou ao seu lado e Hank virou-se para poder encarar o parceiro.
- O que vamos fazer? - Hank questionou nervoso.
- Apenas dirija. - deu de ombros e Hank voltou a posição correta.
Hank trocou um olhar duvidoso com Monroe e respirou fundo, voltando sua atenção para frente e dirigindo, assim como tinha pedido. estava encolhida o máximo que conseguia no sofá, enquanto a observava em silêncio por tempo demais e perto demais.
- Os caras que atacaram você, eram wesen. E a garota que te atacou no parque era wesen. - explicou e encarou com o semblante confuso. - Você sabe o que é wesen, certo?
continuou em silêncio, ela não fazia a mínima ideia do que era wesen. Hank e Monroe se encararam novamente e respirou fundo.
- Certo. Ele é um wesen, um blutbad. - indicou Monroe com a cabeça e seguiu seu olhar.
- Sabe, não acho que precisamos entrar em detalhes agora. - Monroe resmungou enquanto virava o pescoço e encarava e .
- Eu tenho que saber o que ela sabe. - encarou Monroe e depois fixou o olhar em .
- Ela é uma Grimm, sacou? Saiba ela ou não. - Monroe resmungou novamente e encarou-os confusa.
- Qual seu nome? - questionou finalmente ao lembrar que ainda não sabia.
- Tem certeza de que não quer prendê-la? - Hank perguntou, já sem paciência.
- Se ela falar comigo, não. - riu irônico e sentiu o sangue esquentar.
- Vá se ferrar. - encarou fixamente , que apenas sorriu, ignorando totalmente o que ela tinha falado.
- Bem, já é um começo. - Monroe comentou divertido e rolou os olhos, como ela estava odiando aqueles homens.
- O que você quer fazer com ela? Não podemos ficar passeando. - Hank resmungou e queria chutar aquele homem.
- Qual seu nome? De onde você é? - ignorou Hank e encarou a menina ao seu lado, questionando-a em tom descontraído e com um sorriso de lado nos lábios, como se ela não tivesse tentando matá-lo minutos atrás.
cortou o contato visual com , ela não conseguia olhá-lo diretamente por mais de longos segundos. Ela estava decidida que não falaria nada, e sorriu arteiro, parando de encará-la e virando para Hank.
- Tudo bem, vamos prendê-la. - falou simplesmente e passou a encarar a paisagem do lado de fora.
“I will get it done with the help from no one”
abaixou a cabeça e respirou fundo. Ela não iria dar informações a eles, se eles quisessem, eles que a prendessem. cruzou os braços sobre a barriga e ignorou o resto do caminho as olhadas que dava em sua direção.
não abriu a boca em nenhum momento, para a frustração de , e seguiu para a cela sem dirigir uma palavra ao policial. Ela já fora presa outras vezes, não era como se ficar ali realmente a incomodasse. Ela ia encontrar um jeito de sair daquela situação, e não precisaria da ajuda de ninguém.
A porta do corredor que dava para as celas foi aberta, e logo adentrou ao corredor. O barulho chamou a atenção de e ela apoiou a cabeça sobre o ombro para encarar o homem que caminhava em sua direção.
parou na cela de , ficando de frente para a cama onde ela estava sentada e o encarava de maneira tediosa. levantou o caderno dela em uma altura que a menina pudesse ver e ela levantou rapidamente da cama.
- O que você está fazendo com isso? - levantou-se rapidamente e tentou pegar o caderno da mão de .
- Foi você quem desenhou, certo? - ele questionou de modo suave enquanto referia-se aos monstros desenhados por .
- Devolve! - resmungou e tentou pegar o caderno novamente, mas afastou e encarou o corredor vazio.
- Vou tirar você daqui e lhe mostrar uma coisa. - afastou-se da grade e pegou o chaveiro. - Você está detida por hora, mas não tem acusações. Mas, se fizer gracinhas, autuo você por homicídio.
abriu a porta da cela e encarou , mas a menina continuava ali, parada na mesma posição. Ele entregou o caderno e ela agarrou-o rapidamente, causando um pequeno sorriso nos lábios de .
- Fique de costas. - murmurou enquanto tirava a algema de sua cintura e ia na direção de , que virou-se e entregou as mãos sem ao menos duvidar. - Pronto.
seguiu e logo os dois estavam no carro, junto com Hank. A caminho, tão bem conhecido por e Hank, foi todo em silêncio e já podia ver o sol se pondo. Após longos minutos, Hank estacionou em um terreno cheio de trailers e desceu do carro, sendo seguido de que abriu a porta traseira.
- Saia. - meneou com a cabeça e saiu do veículo enquanto olhava ao redor, não entendendo o motivo pelo qual estavam ali. segurou nas algemas e andou junto com a menina, apontando para o trailer logo a frente. - Quero te mostrar uma coisa ali dentro.
- Sei... - soltou um riso debochado e parou de andar, fazendo trombar em seu corpo. - Eu não vou entrar lá com você.
- Ela tem razão. - Hank murmurou encarando que o olhava sem entender. - Eu também não entraria lá com a gente.
- Você não tem que ir a lugar nenhum. - passa para Hank e se afasta, pegando uma chave no bolso e entrando no trailer.
- Que tipo de policiais são vocês? - questionou encarando Hank.
- Boa pergunta. - Hank sorriu irônico. - Queria ter uma boa resposta.
- Tire as algemas. - atraiu a atenção dos dois enquanto saía do trailer com um livro de aparência antiga na mão.
- Tem certeza? - Hank questionou e concordou com a cabeça.
- Tenho. - entregou a chave da algema e Hank logo abriu. - Ela tem que ver isso por si só.
- Ver o quê? - questionou nervosa e confusa, enquanto encarava o livro estendido em sua direção, ela já não estava aguentando mais os códigos que eles falavam.
- Olhe isso. - empurrou o livro e pegou, percebendo o quanto aquilo pesava.
encarou e respirou fundo, apoiou o livro em um braço e abriu em uma página qualquer, vendo um dos monstros que tinha desenhado em seu caderno. encarou fixamente o papel amarelado por longos segundos, rezando para que aquilo não fosse mais uma vez sua mente lhe pregando peças, olhou novamente para e abaixou o olhar para o livro, folheando-o e vendo vários desenhos similares aos que tinha feito, porém com vários nomes identificando-os. Blutbad, Hexenbiest, Steinadler.
- O que é isto? - os olhos arregalados e avermelhados de agora estavam focados em .
- A verdade... - encarou-a fixamente. - que ninguém nunca contou a você.
sabia tudo o que se passava na cabeça de , ele mesmo já tinha passado por isso uma vez, ele sabia como era achar que estava ficando maluco e vendo coisas que mais ninguém via.
- Tem mais coisas lá dentro, você tem que entrar. - mal terminou de falar e passou por ele, deixando o livro de qualquer jeito nas mãos do homem, e seguindo para dentro do trailer.
arregalou os olhos assim que entrou no trailer e viu tudo aquilo. Eram tantas armas, tantos artefatos, tantos livros e tantas coisas que ela não fazia a mínima ideia da utilidade. Ela foi até a mesa que continha vários livros e pegou um que já estava aberto, começando a ver página por página, querendo saber o que era tudo aquilo.
- Como assim, “a verdade”? - questionou assim que entrou no trailer, tirando os olhos das informações do livro apenas para focar nos olhos do detetive.
- É a minha verdade também. - falou após alguns segundos em silêncio. - Eu vejo o que você vê, .
- Não, você não vê. - falou entredentes de modo grosseiro e voltou a encarar as informações do livro, ignorando que tinha pronunciado seu nome.
- Tudo isso que está nesses livros, eu posso ver também. - falou calmamente enquanto apontava para o livro que estava nas mãos da menina.
- Não estou entendendo. - murmurou encarando , que aproximou-se da mesa onde ela estava.
- Eu também não entendia. - confessou lembrando de quando era ele no lugar de . - Eu achava que estava enlouquecendo, mas eu tive alguém que me explicou o que era um Grimm. Eles chamavam você de Grimm, certo?
- Alguns, mas eu não sabia o significado. - confessou com a voz baixa.
- Foi por isso que eu a trouxe aqui. - aproximou-se mais um pouco e deixou um sorriso no canto dos lábios. - Quero explicar a você o que realmente significa.
- Me explique. - sussurrou enquanto mantinha seu olhar preso ao de .
- Grimm é alguém que consegue ver o coração da escuridão, alguém que vê coisas que outras pessoas não conseguem entender. - sentou-se no pequeno sofá e indicou o espaço vazio com a cabeça enquanto encarava . - Nós, Grimms, temos a habilidade de ver coisas que os humanos normais não podem.
- Quer dizer então que eu não estou maluca? - questionou e riu.
- Não, você não está.
- Quando você descobriu que era um?
- Pouco mais de três anos, eu não descobri jovem igual você. - murmurou e apenas concordou com a cabeça.
(...)
“I came into this world by myself”
há muito tempo não se sentia verdadeiramente acolhida nos lugares, como se ela realmente fizesse parte de algo, mas ali, ao lado de , que era igual a ela, sentia-se bem melhor. Ela já tinha compreendido que os monstros que ela via eram popularmente conhecidos como wesen, enquanto os Grimms, sua linhagem, eram caçadores designados a matar os wesen. Cada wesen tinha sua linhagem e cada um deles um nome específico, onde alguns até mesmo possuíam habilidades especiais. Os wesen nomeavam os humanos normais como kehrseite. Os Grimms podiam ver a transformação que os wesen faziam, conhecido como woge, mesmo quando os wesen não queriam. Reconhecer um Grimm era muito fácil para um wesen, pois assim que fazia o wogue na frente de um Grimm, os olhos dele tornavam-se completamente negros e o wesen se via perfeitamente refletido ali.
passou uma semana inteira dormindo no quarto de hóspedes da casa de , e por mais que ele tentasse fazer com o que ela se sentisse o mais confortável possível, ela não conseguia. Ela sempre esteve sozinha, não estava acostumada com a presença de outra pessoa, principalmente de uma que lhe entendia.
olhou o relógio e notou que ainda faltava bastante para que chegasse do trabalho, então jogou a mochila de qualquer jeito no ombro e saiu da casa, pegando a bicicleta na garagem e indo até o único local que ela permitia-se ir em Portland.
Durante essa uma semana que passou, e foram confrontados por diversos wesens que não aceitavam dois Grimms na cidade, eles achavam uma ameaça dois caçadores ali, principalmente um sendo policial e o outro uma jovem explosiva. já tinha perdido a conta de quantas lutas teve, e por mais que ela gostasse da adrenalina, ela estava odiando aquilo tudo. já tinha problemas na polícia, estava tendo problemas com a namorada, e agora tinha que lidar com os wesens e , a garota sentia que estava explorando a boa vontade do policial em ajudá-la.
encostou a bicicleta de qualquer jeito no trailer e logo adentrou no mesmo com a chave que lhe dera. A jovem pegou o celular, que também lhe dera, do bolso e começou a tirar o máximo de fotos possíveis sobre os wesens que ela ainda não conhecia, com a intenção de passar depois para seu caderno.
sorriu triste ao encarar o trailer e retirou o pequeno canivete que sempre carregava com si do bolso da mochila. Após tirá-la da delegacia, ele devolveu todos os seus poucos pertences e ainda zombou da menina por carregar aquela pequena faca sem serra. abriu o canivete e deixou-o sob o livro aberto na mesa, ela sabia que entenderia. Como também sabia que se ficasse para se despedir do homem, ela não conseguiria, e ele não a deixaria ir.
deu uma última olhada no trailer e saiu dali, ela sabia que a melhor coisa a se fazer no momento era deixar pôr sua vida no lugar. subiu em sua bicicleta e colocou a rota da próxima cidade no mapa, começando a pedalar sem parar.
Ela estava acostumada a abandonar tudo e simplesmente ir embora, como se nada importasse, mas daquela vez ela tinha alguém que se importava com ela. deu um suspiro pesado, lembrando-se de todas as vezes que a chamava de apenas para irritá-la, pois sabia que ela não gostava de seu nome, e abriu um sorriso.
era um ótimo amigo, mas nem isso faria com o que ficasse ali. Ela ainda não sentia-se confortável com os olhares do detetive sobre si, ela sempre ficava em dúvida sobre o que ele realmente queria dizer e como ela deveria agir, e não precisava de mais um problema em sua vida. estava acostumada a ser sempre ela e só ela, e não era agora que isso iria mudar.
“So I don't need nobody else”





Fim.



Nota da autora: Toda a história foi focada totalmente no refrão da música, com a ideia de fazer uma principal bem independente e forte, e eu me inspirei na personagem de Grimm, Theresa Rubel/Trubel. A história se passa no universo de Grimm, que é uma série maravilhosa que fala sobre os contos dos irmãos Grimm de um jeito mais macabro. É isto, espero que vocês tenham gostado, mesmo não rolando nenhum beijo entre e , haha.

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02. Se Liga
03. U Got Nothin' On Me
05. Quiet
06. How Come You're Not Here
07. Slut Like You
09. Cry Baby
13. This Is Why We Can't Have Nice Things
14. So Far, So Great
De Férias Com O Ex




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