16. Arsonist's Lullaby

Finalizada

Capítulo Único

“Corpo de bombeiros de Chicago, uma chamada na 16 com a Worse, ambulância 71, caminhão 91 e esquadrão 5 comparecer ao local”

Levantei e fui em direção ao caminhão 91 junto com meus colegas de farda.
Meu nome é , e eu faço parte do corpo de bombeiros de Chicago.
Chegamos ao local indicado e não havia sinal de fogo, apenas alguns carros da polícia estavam espalhados pelo quarteirão e uma faixa protetora isolava um bom espaço ao redor de uma fábrica aparentemente abandonada.
- O quê está acontecendo? - Hopper perguntou ao chefe de polícia enquanto nos aproximávamos do cerco policial.
- Um incendiário, ele esta lá dentro ameaçando pôr fogo na fábrica - um senhor gordo disse. - O quê tem na fabrica? - perguntei me aproximando mais.
- É uma antiga fábrica de produtos inflamáveis, nós já entramos em contato com os donos da fabrica e eles afirmaram ter produtos o suficiente lá dentro pra destruir esse bairro inteiro, caso a fábrica pegue fogo - O chefe de polícia respondeu.
- Já começaram um sistema de evacuação? - Chase perguntou.
-Já, mas precisamos fazer esse maluco mudar de ideia - o Chefe respondeu visivelmente sem paciência pra aquela situação.
- Precisamos entrar - Holtz disse, juntando todos do quartel.
- Ele não vai permitir que todos entrem, ele também está fortemente armado. Esse filho da puta já mandou um dos meus pro hospital! - o Chefe de polícia disse.
- Temos que mandar um dos nossos então, Holtz - Chase falou enquanto apertava a proteção em seu peito.
- Não vou mandar um dos meus pra morrer baleado lá dentro, Chase! - Chefe Holtz começou a caminhar pelo local.
- Nós botamos coletes neles Holtz - o chefe de polícia disse, indo atrás do Holtz em direção ao caminhão.
- Vocês acham que ele vai deixar alguém entrar? - Hopper perguntou.
- Por quê? 'Tá com medinho, Hopper? - Lutz disse empurrando os ombros do Hopper.
- Claro que não! Mas o cara 'tá armado, né? - Hopper era um medroso.
- Vocês são patéticos - eu disse rindo.
- Concordo com você, ! - Hayes disse, vindo da ambulância.
- Huuul, valentonas - Chase tirou sarro com nossa cara.
- Muito mais do quê você, querido - Hayes disse e beliscou a bochecha do Chase.
- Vocês são um casal tão lindo - brinquei levando um empurrão da Hayes.
- Cala a boca, - e saiu rebolando de volta pra ambulância.
- - Holtz me chamou e eu fui em direção a ele.
- Chefe? - Holtz me olhou por um momento e suspirou alto.
- Você entra - ele disse e eu juro que meus joelhos deram uma falhada.
- Okay, chefe. Vou levar o Chase comigo - disse me virando pra chamar o Chase.
- Você vai sozinha, - Chefe Holtz disse - vamos pôr uma escuta em você e um colete a prova de balas - eu estava bem nervosa com a situação.
- O senhor não acha melhor mandar um dos meninos, senhor? - perguntei.
- Preciso de alguem que vá acalmar o cara e fazê-lo mudar de ideia, alguém que vá ter paciência, , e esse alguém é você - ele disse segurando meus ombros.
- Se o senhor diz - respondi e fui em direção ao carro da polícia aonde começaram a pôr o colete e a escuta em mim.
- Se você achar que ele vai te machucar, diga ”o céu está tão bonito lá fora” que nós entraremos, OK? - o policial que me vestia com o colete disse.
- OK! - respondi.
Fiquei cerca de dez minutos me preparando pra entrar, enquanto Chase e Hopper tentavam me destrair.
- Vai dar tudo certo - Chase disse.
- Eu sei - sorri pra ele.
- Você é a melhor - Hopper pôs a mão no meu braço
- Eu sei - abracei ele de lado.
- , você entra agora - O chefe de polícia disse e me levou até a porta da fábrica - vai dar tudo certo, menina - ele disse.
- Obrigada, chefe - eu disse e comecei a caminhar para dentro da fábrica.
A fábrica estava iluminada e o cheiro ali dentro não era nada agradável.
- Corpo de bombeiros, responda - eu disse alto, um gato passou correndo do meu lado, me fazendo pular pro lado - filho da puta!
Continuei andando pra dentro da fábrica, meu coração batia forte e minhas mãos tremiam.
- Não sabia que o corpo de bombeiros estava recrutando mulheres tão bonitas - uma voz grave disse vindo de trás de mim, me assustando.
Virei ficando de frente pra um dos homens mais bonitos que eu já tinha visto na minha vida.
- Você me assustou - eu disse me afastando um pouco.
- Não foi minha intenção, gracinha - ele disse se sentando em uma cadeira perto de onde ele estava. - então, te mandaram aqui pra me fazer mudar de ideia? - ele perguntou, botando um chiclete na boca.
- Quase isso, me mandaram pra te persuadir a não fazer isso - eu disse, fingindo estar calma.
- Eu não vou mudar de ideia - ele disse - você não sabe o quão gratificante vai ser, ver esse lugar queimar.
- Você vai morrer se fizer isso - eu disse indo mais pra perto dele.
- Estou ciente disso, gracinha - ele sorriu - você que não deveria estar aqui - trocou de posição na cadeira.
- É meu trabalho - respondi
- Que trabalho horrível, apagar algo tão belo e magnífico como o fogo - ele levantou e começou a caminhar pelo local acendendo e apagando um isqueiro.
- Eu salvo vidas - disse a ele
- Blá-blá-blá... continua sendo um saco, gracinha - ele parou e me analisou.
- Pare de me chamar assim! - exigi.
- Sim, senhora. E como devo chama-la se não me disse seu nome? Coisa que foi bem sem educação - ele disse.
- , - disse a ele. Ficou sério por alguns segundos.
- É um belo nome, - ele sorriu de lado.
- Como você se chama? - Perguntei enquanto me sentava na cadeira que ele ocupava há pouco.
- - respondeu se encostando na parede.
- Só ? - ele sorriu.
- Só -o analisei, desde os ombros largos aos olhos esverdeados e os cabelos pretos.
- Por que você está fazendo isso, ?- ele sorriu e abaixou-se sentando no chão.
puxou uma arma da cintura e colocou ao seu lado no chão, fazendo meu coração bater mais forte.
- Por amor - ele disse.
- Sua namorada te pediu uma prova de amor e você resolveu fazer isso? Tem formas mais simples, - eu lhe disse.
- Amor ao fogo, . Amor às chamas, ao calor, à fumaça - ele sorriu abertamente e recostou a cabeça na parede.
- Isso é doentio - eu disse e escutei alguem dizer pelo meu rádio no ouvido que era pra eu parar de insultá-lo.
- É amor, - começou a rodar a arma no chão - eu odeio essas coisas, sabe...
- Fogo? - perguntei.
- Armas.
- Mata menos que o fogo - ele gargalhou.

When I was a child I'd sit for hours,staring into open flame something in it had a power, could barely tear my eyes away...

- Você é hilária - ele disse - o fogo é algo extraordinário, eu sempre admirei, sabe? Desde pequeno eu amava ver as chamas enquanto minha mãe cozinhava, eu ficava fascinado pelo fogo quando fazíamos fogueiras... e quando meu pai me deu meu primeiro isqueiro eu botava fogo em tudo que era possível - ele fechou os olhos sorrindo - era lindo ver as folhas dos meus cadernos queimarem...
- O quê te levou a querer pôr fogo aqui? Quer dizer, não é o seu estilo, certo? Você apenas gosta de admirar! Você não quer matar ou ferir alguém - ele me olhou.
- Eu matei meus pais - eu paralisei por alguns segundos.
- Como? - perguntei em um sussurro.
- Botei fogo na casa. Foi um acidente, mas eu não consegui fazer nada a não ser admirar enquanto a casa queimava - ele voltou a fechar os olhos - eu vi minha mãe pedir ajuda da janela, mas o fogo consumindo as paredes era tão fascinante que eu não consegui me mexer.
- Tem algo que eu possa fazer que vá te fazer mudar de ideia? - perguntei o encarando.
- Não tem não, gracinha - ele veio até minha frente e se apoiou em meus joelhos - é uma pena, saber que uma mulher tão bela quanto você, vai morrer aqui, comigo. Na verdade é até satisfatório - ele sorriu.
- Eu não vou morrer aqui - segurei seus braços.
- Você não vai sair daqui - ele segurou meu rosto.
- Por quê?- perguntei.
- Porque eu não quero - disse e em seguida arrancou a escuta que estava presa em mim a quebrando em pedacinhos - tira o colete - ele mandou.
- Você vai atirar em mim? - perguntei olhando dentro dos seus olhos.
- Eu não seria capaz - ele acariciou meu pescoço.
Tirei meu colete ficando com a camisa do quartel e calcas protetoras.
- Tire as calças anti-chamas - ele disse se afastando.
Respirei fundo e tirei a calça, ficando com minhas calças de moletom que eu vestia por baixo.
- Quer que eu fique nua, agora? - perguntei sendo irônica e ele riu.
- Não seria nada mal - ele se sentou no chão novamente.

I thought gasoline was on my clothes

-, o quê você vai fazer? - perguntei, me sentando na cadeira. Ele levantou e pegou alguns galões de gasolina no canto do galpão.
- Nós vamos ver isso queimar - ele disse e começou a jogar gasolina por todos os cantos.
O pânico me atingiu e eu comecei a soar.
- , você não pode fazer isso! - eu disse já ficando desesperada.
- Fica calma, gracinha, você vai ver como é fascinante - ele esvaziou os cinco galões.
Encarei a porta na qual eu tinha entrado e corri na direção da saída, antes de eu conseguir chegar à saída, me pegou pela cintura e me puxou pra dentro.

All you have is your fire, and the place you need to reach, don't you ever tame your demons, but always keep them on a leash...

- NÃO TENTE FUGIR! - ele gritou.
- OK, OK, me desculpe - ele segurou meu rosto.
- Não chore - ele disse e só assim percebi que eu estava chorando.
- Eu 'tô apavorada - ele sorriu e me abraçou.
- Não fique - ele disse e acendeu o isqueiro o jogando na gasolina.
E tudo começou a queimar.

I learned the voices died with me


Fim?



Nota da autora: Sem nota.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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