16. Tattoos Together

Finalizada em: 27/03/2021

Capítulo Único

We were walkin’ and talkin’
Then somebody said: let’s get...
– Me lembre de nunca mais aceitar ir a uma festa de universidade.
– Me lembre de nunca mais beber.
Os dois Duncad riram de suas próprias frases, mas se arrependeram no instante em que sentiram suas cabeças latejarem, relembrando a ambos a enorme quantidade de álcool que havia sido ingerido na noite anterior e que a ressaca, assim como a semana, estava apenas começando.
– Eu não me lembro de nada que eu fiz ontem. – o mais velho suspirou, colocando a caneca de café vazia sobre o balcão em que ambos faziam sua refeição matinal e encarou o irmão mais novo. – Você consegue se lembrar?
– Nós bebemos. – Juan respondeu. – Muito.
optou por dar os ombros. Estava há tanto tempo sem ir a uma festa que havia se desacostumado a beber, e aquela parecia ser a pior ressaca de sua vida, mas ele sabia que não era. Uma aspirina e passar o restante do dia bebendo água seriam o suficiente para acabar com aquela sensação de morte que ele sentia desde o momento em que acordou.
Terminou seu café, deixando as louças sobre a pia, porque era dia do Duncad mais novo lavar a louça, e caminhou em direção ao seu quarto.
A festa da noite anterior era do curso de direito da Universidade de Portland. Embora ele já estivesse formado, decidiu ir após longas horas de insistência de Juan, que estava no segundo ano da faculdade de química.
havia terminado seu relacionamento de oito anos com Michelle há poucos dias e havia sido da pior maneira: estava sendo traído por ela com um advogado parceiro de seu escritório. O seu ego estava ferido, queria ficar em casa e aproveitar boas horas sozinho, mas Juan conseguiu convencê-lo a ir para à festa e ele aproveitou fazendo o que ele não fazia desde a sua época de universitário: bebendo.
Dentro do banheiro de seu quarto, o homem encarou o seu reflexo no espelho e teria dado risada se aquela imagem refletida não fosse trágica. Seu rosto estava inchado e as olheiras estavam totalmente escuras mostrando as poucas horas de sono dormidas na semana graças a tristeza por ter sido traído e o caso complicado que estava redigindo a defesa.
Começou a retirar a camisa que havia dormido e encarou-se mais uma vez no espelho, arrumando os cabelos que haviam sido bagunçados. Umas marcas vermelhas em seu peito chamaram a sua atenção, assim como uma marca roxa em seu pescoço.
Marcas?
Uh-oh.
Aproximou-se do espelho, checando aquela marca em seu pescoço, e, embora a posição não permitisse muito, tentou analisar o que era aquela marca roxa. Passou a mão, sentindo um pequeno relevo e o local um pouco dolorido, fechou os olhos, buscando forçar sua mente para se recordar o que havia acontecido na noite anterior.
Foi quando sua mente percebeu que aquela marca era o óbvio: um chupão.
Um chupão.
riu, balançando a cabeça de um lado para o outro, e virou-se de lado na frente do espelho. Girou o rosto para o lado, para tentar ver se havia mais algum chupão ou marca espalhada por seu corpo, quando percebeu algo diferente.
Ergueu seu braço esquerdo rapidamente e seu novo acessório apareceu bem diante dos seus olhos. Atônito, encarou o espelho para ter certeza se era realmente aquilo que estava vendo.
Uma tatuagem.
Duas letras.
A letra e dentro de uma chave tatuada em sua costela.
Ele havia feito uma tatuagem na noite anterior.
E não havia a menor ideia do que aquilo significava.
Se é que poderia haver algum significado para aquela tatuagem.
Largou sua blusa de qualquer jeito sobre no banheiro e saiu em disparada à sala do apartamento. Juan terminava de guardar os utensílios usados no café da manhã quando percebeu o irmão mais velho se aproximando, afobado, e sem camisa.
– Cara, que merda é...
– Eu estou com uma tatuagem, Juan! – gritou, virando-se de lado para que pudesse mostrar ao mais novo aquele desenho feito em sua costela. O mais novo analisou o desenho e, por fim, soltou uma risada.
– Eu achei bonita. – deu os ombros. – Mas você não deveria ter tatuado duas letras , isto é, se você ainda estiver apaixonado pela Mich. Se não fez para ela, para quem você fez? Quem é ’? É alguma namorada nova que você ainda não apresen...
– Você só pode estar brincando comigo! – aumentou o tom de voz, esfregando a mão pelo rosto, tentando conter a sua raiva naquele momento. – Eu não tinha esta tatuagem até as dez horas de ontem que foi o horário em que nós saímos deste apartamento. Hoje, eu acordei com esta tatuagem! Como eu fiz essa porcaria, Juan Duncad?
– Eu não sei.
– Juan, eu não estou para brincadeiras.
– Nem eu! – o mais novo se defendeu. – E como você sabe que é de verdade? Pode ter sido pintada, sei lá.
piscou algumas vezes, percebendo que o mais novo poderia ter razão. Aquela tatuagem poderia não ser de verdade...
Afinal, qual a probabilidade dele, um advogado centrado, ter ido à um estúdio de tatuagem, provavelmente bêbado, para fazer um desenho em seu corpo?
Zero, era a resposta que ele tinha em mente.
Saiu em um rompante em direção ao quarto novamente. Respirou fundo e entrou no banheiro outra vez, retirando toda a sua roupa e entrando no box para tomar um banho.
Tomou um dos banhos mais demorados de toda sua vida.
Esfregou de todas as formas possíveis o lado esquerdo de sua costela na expectativa que aquele desenho não fosse de verdade.
Mas, aquela porcaria não sumia de jeito algum.
Saiu debaixo d’água quando suas mãos estavam enrugadas. Se enxugou e parou em frente ao espelho para analisar havia alguma diferença no local, mas, tirando a vermelhidão causada pela sua tentativa de apagar o desenho e da própria cicatrização do desenho, ele continuava presente ali em sua pele.
Ele não se lembrava de nada.
Nem mesmo quem poderia ser a outra letra daquela tatuagem.
Será que ela havia feito o desenho também?
E o principal: quem era ela?


Capítulo 2.

Tattoos together, something to remember...

– Eu não consigo acreditar que Duncad, o mais certinho dessa sociedade, dormiu com uma desconhecida e ainda por cima amanheceu com uma tatuagem!
A risada de era a única coisa ouvida dentro da sala de reuniões. O advogado jogava a cabeça para trás e colocava ambas as mãos sobre a barriga, demonstrando o quanto achava divertida aquela história enquanto o outro assistia a tudo com a expressão zangada presente em seu rosto e os braços cruzados na altura do peito.
– Eu não acho a menor graça dessa história toda.
– Qual é, cara?! Já faz uma semana, vamos rir disso porque continua sendo inacreditável.
Já fazia uma semana realmente desde o maior porre recente de e ele ainda não conseguia acreditar que mal se lembrava daquela noite e que ainda tinha um desenho feito por um desconhecido com a inicial de uma desconhecida em seu corpo.
Havia se lembrado de poucas coisas que não ajudavam em nada. As conversas com os amigos do irmão que estavam na festa, o lembraram que ele deu uns amassos em uma mulher desconhecida que não era do mesmo curso deles e eles sequer tinham certeza se ela frequentava a universidade, por isso, não sabiam seu nome.
O que fazia continuar no zero.
– Por que estamos na sala de reuniões, afinal?
– Vamos entrevistar candidatos ao trabalho temporário no escritório.
– Quem vai sair?
– Andy vai ficar um ano na Suécia, esqueceu?
Sorriu fraco, dando os ombros, e continuou parado próximo à janela que possuía uma vista panorâmica da cidade de Portland.
e se conheceram na universidade. No começo dos estudos, era tão descolado quanto o amigo, mas depois que começou a namorar Michele, se tornou um dos mais certinhos e melhores alunos da turma. O casal não frequentava festas, preferia programas a dois e eram totalmente focados no trabalho, já que Michele fazia trabalhos esporádicos para o escritório dele e de .
Assim, ele ganhou o apelido de certinho, dado pelo sócio que era o seu completo oposto, até na área escolhida para o trabalho: enquanto era fanático pelo direito criminal, ele atuava em causas cíveis.
A parte da manhã inteira os dois sócios iam chamando os candidatos da lista preparada por Amber, a secretária de ambos. Conversavam com os candidatos, faziam perguntas básicas e ia anotando em uma folha os seus comentários sobre cada um dos que passavam pela sala.
– Quem é o próximo?
. Recém graduada na Universidade de Portland. – finalizou a leitura do currículo que tinha sobre a mesa e ergueu o olhar na direção do amigo.
– Podemos chama... O que foi?
. Recém graduada. Universidade de Portland.
– Pronto. – riu alto, balançando a cabeça de forma negativa. – Você agora vai achar que toda mulher que tem o nome iniciado com a letra e, estava na festa que você foi e pode ser sua amiga de tatuagem? Faça-me o favor, doutor Duncad... Eu achei que você fosse mais esperto.
– Cala a boca, Stone. – rolou os olhos, apertando o botão do telefone, e disse para a secretária que a candidata poderia entrar.
– Por favor, na hora de entrevistá-la, não pergunte se ela esteve em uma festa sábado.
Ele iria jogar algum utensílio que estava sobre a mesa na direção do amigo, mas a porta foi aberta por Amber naquele exato momento e, presando pela sua imagem de advogado sério, desistiu e virou-se na direção da porta para receber a candidata.
adentrou a sala de forma tímida. Havia optado por manter seus cabelos presos em uma trança lateral e escolheu um terninho preto para a ocasião, na esperança que pudesse chamar a atenção de forma positiva com seu estilo sóbrio.
À sua frente, estavam os dois homens, sócios do escritório, como a secretária havia dito, mas um deles havia chamado mais a sua atenção. Ela teve certeza que ficou o encarando por tempo demais e teve vergonha por alguns segundos, mas qual era a possibilidade de ser ele mesmo?
? – ele disse seu nome e ela concordou com a cabeça. – Eu sou Duncad e esse é meu sócio, Stone. É um prazer conhecê-la, senhorita .
Duncad.
Merda, era ele.
Ela estava se candidatando a uma vaga no escritório de advocacia do desconhecido que havia feito uma tatuagem junto com ela há uma semana. As obras do destino eram cômicas demais na vida da recém advogada.
– O prazer é meu, senhores.
– Por favor, pode nos chamar de e . – Stone disse, tranquilizando-a. – Pode começar nos contando um pouco sobre você e a sua formação?
assistia – e ouvia – atentamente a tudo que falava. De alguma forma, apenas de ler o seu nome naquela folha, ele sentia que a conhecia. E a sua voz parecia já ter sido ouvida por ele em outra ocasião, muito embora sua mente falhasse gravemente em recordá-la.
, por sua vez, tentava desviar sua atenção daquela íris castanha totalmente penetrante para conseguir se concentrar perfeitamente no que estava falando, mas era um pouco difícil, afinal, uma parte de si se questionava se ele realmente não se lembrava dela ou se estava apenas fingindo para manter a pose de sócio daquele grande escritório.
A entrevista durou cerca de trinta minutos e, assim que se retirou da sala, se virou na direção do sócio.
– É ela.
– A nossa nova advogada?
– E a dona da letra da minha tatuagem.
riu, mais uma vez, jogando a cabeça para trás enquanto encarava o amigo que parecia perplexo com a sua recém descoberta.
– E você chegou a esta conclusão...
– Eu não me lembrei claramente daquela noite, mas a voz dela e o rosto dela me parecem familiares. Você sabe que quando eu digo algo, eu não estou errado.
– E qual o seu plano, bonitão? Chegar nela e dizer que você não se lembra de nada, mas que vocês fizeram tatuagens juntos?
– Pelo menos, nós teremos tatuagens juntos.
balançou a cabeça de um lado para o outro e teve uma certeza: seu sócio e melhor amigo estava ficando louco.

Capítulo 3.

If it’s not forever, then at least we’ll have tattoos together...

– Já tem um mês que você está nessa.
– Já tem um mês que você repete a mesma frase.
– Você não toma nenhuma atitude.
– O que eu devo fazer então? – perguntou, mas antes que o amigo respondesse, completou a sua pergunta. – Perguntar se ela tem tatuagem está fora de cogitação.
– A chame para sair.
deu os ombros quando o sócio girou os calcanhares para encará-lo com uma feição totalmente surpresa.
Os dois olhavam pelo vidro da sala de Duncad os outros advogados iniciantes no escritório, sentados à suas mesas, atentos às telas de seus computadores ou as folhas de processos que tinham em mãos. O que na verdade era uma desculpa para , que apenas conseguia olhar para .
Ela havia sido contratada para trabalhar no escritório e parecia estar gostando bastante, já tinha feito algumas amizades e as peças processuais que os chefes tiveram acesso eram perfeitas.
– Isso não é antiético?
– Não, tecnicamente. – deu os ombros mais uma vez. – Não há nenhuma regra aqui neste escritório sobre relacionamentos entre advogados. E outra, ela não é nossa funcionária... O contrato dela é de parceria, lembra?
– É estranho dizer isso, mas parece que você está...
– Eu sei. – o civilista deixou o sorriso de orelha à orelha tomar conta de seu rosto. – Eu sempre estou certo.
ignorou aquela frase e resolveu se retirar para retornar para a sua própria sala para que o amigo tivesse tempo o suficiente para pensar em como chamaria para sair. Ele conhecia o amigo muito bem para saber que as suas armas de sedução não eram boas. Até hoje, não conseguia entender como ele havia conseguido ficar tanto tempo com Mich.
Sentou-se em sua cadeira e continuou observando através do vidro os movimentos feitos por ela em seu local de trabalho. Talvez, estudá-la fosse a melhor maneira para saber como se aproximar. Porque ele não fazia ideia.
– Isso é estranho. – Amber murmurou baixo, na expectativa que ninguém escutasse, mas parou de ler a folha que tinha sua atenção para focar na colega de trabalho.
– O que houve?
– O senhor Duncad não para de olhar para cá.
Lentamente, a advogada ergueu o olhar, procurando pelo advogado dono do escritório e demorou alguns minutos passando sua atenção pelo local até encontrá-lo. estava sentado na beirada de sua cadeira e tinha os braços cruzados sobre o peito. Quando os olhos de entraram em contato com os seus, ele tentou mudar a direção, mas era em vão: ela havia percebido que ele a encarava.
– Uau, está quase saindo fogo. – Amber soltou uma risada fraca e se controlou para não rolar os olhos por aquele comentário. Para alguém que havia conhecido há poucas semanas, a secretária estava muito animadinha para o seu gosto.
Antes que pudesse murmurar uma resposta para a outra funcionária, uma voz grave falou atrás da mulher e ela sentiu que desfaleceria naquele momento.
– Senhorita , podemos conversar?
– Claro, senhor Duncad. – respondeu, mesmo que ainda estivesse travada, de costas para ele, tentando entender como ele havia chegado ali tão rápido e que diabos de passos eram aqueles que ele tinha. Só podia caminhar como uma pluma para que ela não percebesse que ele havia chegado.
Ela o seguiu em direção a sala dele, rezando para que não fosse demitida. Não seria nada bom colocar em seu currículo que havia ficado apenas um mês em um escritório.
– Senhorita , eu vou ser direto. – anunciou depois de fechar as janelas de sua sala para que nenhum outro advogado parceiro pudesse ver o que acontecia ali dentro.
– Tudo bem... – deu os ombros, esperando que ele continuasse a falar, e o advogado teve que respirar fundo.
– Há um mês, eu fui a uma festa da Universidade de Portland. Acordei no meu apartamento, sem me lembrar de muito da noite anterior, mas com algo que me faz lembrar dela todos os dias. – ele respirou fundo, puxando a camisa social de cor vinho de dentro de sua calça jeans, o mais alto possível para que a tatuagem ficasse visível para a mulher.
tossiu, parecendo levemente surpresa, e abaixou a blusa, a encarando.
– A minha pergunta é: nós temos uma tatuagem juntos?
– Você não se lembra de nada?
– Então, é você. – riu, desacreditado. – Como isso aconteceu?
– Um final de semana em Portland, a gente estava se beijando, bêbados... – ela riu fraco, dando os ombros. – Alguém chegou e disse que deveríamos fazer uma tatuagem para lembrar daquela noite.
– E eu aceitei?
– Você saiu me puxando pela mão. – ela riu mais uma vez. – Eu perguntei se não era muitocedo e você respondeu...
piscou algumas vezes ao ouvir a mulher contar a história. Era como se os flashes daquela noite fossem retornando à sua mente e ele fosse se recordando de cada detalhe do que acontecera.
– Se é cedo demais, dane-se, não importa. – os dois falaram ao mesmo tempo e se encararam antes de começarem a rir juntos.
– Parece que eu me lembrei.
– Eu não estou demitida por não ter te contado antes, não é? – ela mordeu o lábio inferior. – Porque eu realmente achei que você estava fingindo que não me conhecia.
– Não tem problema. – ele deu os ombros. – E eu não seria otário o suficiente para fingir não conhecer a mulher com quem eu tenho uma tatuagem junto.
– Isso é bom. – ela sorriu fraco. – Acho que tenho que voltar para trabalhar.
concordou com a cabeça e a mulher virou-se, começando a caminhar em direção à porta para que deixasse a sala, quando ouviu a voz dele mais uma vez.
– O que acha de um jantar? Eu prometo que a gente não vai beber ao ponto acordar com uma nova tatuagem.



Fim!



Nota da autora: Mais um ficstape para conta! Espero que tenham gostado. Para saber mais sobre as minhas histórias, é só participar do meu grupo no Facebook, que está aqui embaixo.

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Nota da beta: Eu amei demais, NÃO ACREDITO QUE ELES TEM UMA TATUAGEMMMMMMMMMM! Eu já quero um casamento e eles contando essa história, tô apaixonada HAHAHAAH Fiquei com medo dele não ter coragem de perguntar, mas, amém, perfeitos! Amei demais 💙

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