Capítulo Único
— Alwyn protegida pela Cosa Nostra? É ISSO MESMO QUE ESTOU LENDO? — Garrett Alwyn esbravejava dentro de casa e amassava cada vez mais o jornal. Apesar de não morar lá, ainda visitava seu pai de vez em quando para que ele gritasse com ela sobre coisas que ela não tinha culpa.
— Sim, pai. Protegida pela máfia italiana. — A menina respirou fundo. — O que há demais nisso? Existem vários famosos que são. Eu só me recusei a delatar eles.
— Eu não dou a mínima pelos famosos! Você é filha do prefeito — o prefeito de Las Vegas gritou.
— Não — a menina, pela primeira vez, levantou o tom de voz. — Eu sou filha de Garrett Alwyn, o prefeito Garrett Alwyn não é meu pai. Existe uma grande diferença.
— Você está se tornando a sua mãe! — ele berrou e , pela primeira vez, se impôs.
— Ainda bem! — ela também berrou. — Eu prefiro não ter valores, pai! Você destruiu essa família por causa de um cargo no qual você não consegue nem ser bom.
— Oras, sua… — O prefeito da cidade de Las Vegas perdeu a cabeça e deu um tapa no rosto de .
— Esqueça que você tem uma filha — logo disse ao sentir o gosto de ferro em sua boca. — Isso é, se você já não esqueceu.
A menina respirou fundo e saiu correndo daquela casa que, por muitos anos, foi sua grande prisão. Sem ter para onde ir, foi buscar refúgio onde jamais esperaria pedir. Correndo por Vegas, foi parar na porta de uma das boates controladas pela máfia, esperando que, com muita sorte, o Capo daria alguma atenção a ela. Apenas com seu nome, Alwyn conseguiu entrar sem ingresso. No entanto, rapidamente foi achada por um dos capachos da máfia.
— O senhor Giuseppe Di Biasi está? — ela perguntou.
— Sim e ele já sabe que está aqui — o homem a informou.
— Eu posso dar uma palavrinha com ele?
— Ele não tem tempo para a sua palhaçada, garota — ele foi rude. — Não é porque você é protegida que não faremos algo com você.
— Me larga — ela resmungou.
— O que está acontecendo por aqui? — Um homem com cabelos negros apareceu. Suas expressões eram marcadas, assim como seus traços.
— Senhor Di Biasi… Essa tola quer falar com seu pai.
— Eu não sou tola. — Ela se soltou do aperto do capacho. — , você pode, por favor, me levar ao seu pai?
— Você sabe quem eu sou?
— Sim — ela foi direta. — E eu sei que você também sabe quem sou eu. E nem que eu tenha que tirar a roupa com você num lugar privado para mostrar que não estou armada, eu preciso falar com ele.
No entanto...
A manhã mal havia começado para . Sabia que tinha muitos afazeres e muitas pessoas para cobrar. Apesar de estar com uma ressaca dos infernos, olhava para a tatuagem que tinha em seu braço e sabia o porquê de estar ali. Toda vez que se levantava da cama, sabia que estava vingando a vida de Grace, sua mãe.
— Io sono la coscienza di mio valori — falou para si mesma e foi se arrumar para começar mais um dia de trabalho.
Em pouco tempo, a mulher se arrumou e já estava a caminho da boate em que Luigi, o Consigliere da Camorra, lhe daria a lista de quem ela deveria cobrar. Todos os seguranças que estavam ali paravam para vê-la passar, ainda mais quando sabiam que era filha do prefeito. Quando ela veio pedir ajuda para a máfia italiana, jamais imaginaria que estaria onde estava, mas agora sabia que não tinha mais volta. Assim que a Executora chegou ao segundo andar, uma faca veio em sua direção e ela desviou.
— Quem apostou contra mim? — Ela se abaixou para pegar o instrumento do qual desviara. Os dois homens a encaravam incrédulos. — Aposto que foi o .
— Eu apostei contra você, linda. — Luigi sorriu. — Perdi os 50 dólares mais fáceis da minha vida.
— Não é como se você passasse necessidade — pontuou e os outros dois na sala concordaram.
— O que eu tenho que fazer hoje, senhor Consigliere? — sorriu para Luigi.
— Vou buscar. — O moreno saiu da sala em passos largos.
— Quanto mais você foge de mim, , mais vontade de você eu tenho. — Pôde ouvir falar, mesmo que baixo, enquanto mexia com a faca.
— Eu não fujo de você, . — Ela sorriu falso para o homem. — Eu jamais fugiria.
Walks in the place, hands on her waist
Gun on her thigh, big shooter game
She did this before, murdered to gain
Promised her ma she won't kill again
Depois que Luigi buscou sua lista, foi a alguns pontos da cidade os quais não gostava. Foi cobrar os viciados em drogas, viciados em jogos e, os piores de todos, os viciados que vendiam as pessoas de suas famílias para pagar uma dívida. Em sua particular opinião, eles eram escórias da sociedade. Existiam homens que prezavam por suas famílias e imploravam para que não fizesse nada com eles, e eles sempre eram poupados das piores surras.
— Vou dizer pela última vez, pequeno Ollie — ela falou baixinho. — Você tem um minuto pra me dizer onde pegar seu dinheiro.
— Leve minha filha, ela é tudo o que tenho — o homem chorou.
— Péssima escolha, Ollie. — passou a faca no pescoço do homem asqueroso e instantaneamente o sangue começou a jorrar. A Executora da Camorra limpou as mãos e foi até o andar de cima da casa, onde encontrou uma menininha de aproximadamente dois anos.
— Oi. Eu sou a . Qual seu nome? — Ela se agachou e a pequena se encolheu. — Eu não vou te machucar.
— Ravena — ela sussurrou.
— Então, Ravena… Você tem algum parente além do seu pai?
— A vovó Cassie — ela disse baixinho.
— Tudo bem, vamos procurar a vovó Cassie? — estendeu a mão para a menina. — Você quer pegar alguma coisa no seu quarto?
A menina fez que não e a pegou no colo. As duas saíram do bairro no qual estavam e rapidamente voltaram à principal boate da Camorra. Os seguranças fizeram cara feia para a mulher, mas ela tratou de ignorar todos e seguiu para o segundo andar. foi direto à sala de Luigi, mas rapidamente se arrependeu da escolha. Uma das strippers estava com os peitos para fora e rapidamente tapou os olhos de Ravena.
— Luigi, preciso de um favor — ela pediu e a mulher a encarava irritada, provavelmente por ter estragado a sessão de sexo com o Consigliere.
— Por que tem uma criança no meu escritório? — foi a primeira coisa que ele perguntou.
— Preciso de um favor — ela reforçou o pedido.
— Sai — o Consigliere disse para a stripper. — Volte amanhã.
fez uma careta e assim que a mulher passou ao seu lado para sair da sala, ela adentrou o local. Luigi encarava a menininha com uma expressão atenta. No entanto, os dois, no fundo, estavam assustados.
— Por favor, não me diga que essa criança é sua filha com o — ele disse e riu.
— Claro que não, Luigi — ela disse rapidamente. — Ela é filha de um dos devedores, ele a ofereceu e eu, hm…
— Você não está pensando em vendê-la aqui, né? Isso é péssimo até para nós. — Ele fez uma careta.
— Cale a boca, inferno. Preciso que você encontre a avó dela — explicou. — Cassie.
— Você acha que eu sou um GPS? — ele perguntou risonho.
— Eu acho que você é um homem capaz, Luigi. — Ela lhe deu um sorriso. — E se você precisar de uma motivação… poderia saber quem roubou sua faca favorita.
— Tudo bem, você venceu — ele bufou. — Me dê uma hora.
— Obrigada, querido. É sempre ótimo fazer acordos com você. — sorriu para o homem e pegou a menininha para saírem dali.
I'm takin' off like a rocket
Spaceship, so high I can't stop it
A executora da Camorra fez questão de sair daquele lugar, que obviamente era inapropriado para meninas de dois anos de idade, e foi até uma lanchonete próxima que era protegida pela máfia italiana. Ravena estava quieta e claramente com medo porque todos aqueles eram estranhos para ela. Ainda assim, queria saber mais sobre a pequena.
— Ravena? — a mulher a chamou. A menininha olhou para a mulher com olhos ávidos. — Se você pudesse comer alguma coisa agora, o que seria?
— Um milkshake grandão de morango — a menininha falou baixinho.
— Sério? Eu também! — sorriu para pequena. — O que acha de pedirmos, então?
A garçonete rapidamente foi até a mesa das duas e anotou atenciosamente os pedidos. Todos a conheciam ali e poderíamos dizer que era tão temida quanto os homens cruéis que faziam parte da organização. A grande história de sua “carreira” de Executora foi quando ela matou sua primeira vítima, o Executor da Bratva, máfia russa que habitava a costa dos Estados Unidos. conhecera Andrei quando entrou na Camorra, ele era um dos “desertores” da Bratva e estava infiltrado. Ainda que Alwyn não fosse segurança do Capo, descobrira que o homem estava planejando matar o pai de — que na época era quem comandava a máfia. Logo depois de descobrir, jurou a Luigi que entregaria a Bratva o coração de seu desertor.
Enquanto as duas comiam suas batatas e molhavam no milkshake, toda atenção foi até a porta do estabelecimento, na qual estava o atual Capo Dei Capi da Camorra, Di Biasi. Assim que ele a viu sentada com uma criança, foi em direção a ela. estava um pouco distraída com o terno que ele vestia, azul escuro e aquilo realçava seus olhos. A realidade era que tinha o porte físico de todo homem desejável: forte, mas não muito forte, seus traços eram fortes, mas do jeito certo e seu sorriso era motivo de calor.
— Você não pegou a filha de Oliver para cuidar, né? — foi a primeira pergunta que o homem fez a ela.
— E se eu tivesse feito? Ela estaria em melhores cuidados.
— Nas mãos de uma assassina. — Ele soltou uma risada de escárnio. — Que matou o pai dela.
— Isso me impede de ter compaixão por uma criança sem mãe? Ou de ter uma, se eu quisesse? — rapidamente se levantou e Ravena correu para se esconder atrás das pernas dela.
— Bom, qualquer pessoa seria uma mãe melhor que você, isso é um fato. Mães não são assassinas.
— Você é um merda, — tudo que saiu da boca da Executora foi isso. Talvez ela se arrependesse em algum momento, mas o ódio subiu sua cabeça. Ela tinha um plano e, depois disso, seguiria sua vida como era antes. E ele sabia.
Os seguranças particulares do Capo rapidamente fecharam o caminho para impedir de sair do recinto, mas o ódio dela era tão grande que seu rosto estava vermelho. Antes que pudesse agredir um dos homens, o chefe deu às ordens.
— Deixem-na ir — ele disse sério.
I can't stop the feelin', yeah
Can't stop your feet, no
Feels like I dream her
Didn't feel it seep in
She burn, she burn, she burn
Com a ordem, os três homens rapidamente abriram caminho e foi até seu carro. Em menos de cinco minutos, ligou para Luigi, furiosa, e fez ele apressar a busca de dados. O Consigliere não seguia as ordens nem de seu irmão, mas sempre atendia a . Luigi tinha, sem esforço, uma enorme simpatia pela garota. Inclusive, torcia para que um dia ela e o irmão percebessem que havia algo entre eles e se resolvessem, mas sabia o quão duros os dois podiam ser.
Em quinze minutos, o endereço da avó de Ravena foi encontrado e se dirigiu ao local com a menina. A senhora, ao ver a neta, desabou em lágrimas e então a Executora da Camorra soube que Ravena estaria em boas mãos. Depois de se despedir decentemente, a mulher foi resolver as outras pendências da lista que Luigi havia lhe dado mais cedo.
Quando terminou suas tarefas, foi até o ginásio comunitário de todos os funcionários da Camorra para treinar. Lá era o local onde os iniciados na máfia treinavam, junto de outros soldados experientes. Apesar de não ser emocional — em grande parte do tempo — Alwyn se sentia ofendida com a atitude de mais cedo. Principalmente quando se abriu com o homem. Entrara na máfia com um único objetivo: matar o vice-prefeito. Pete Hemings, vice-prefeito de Las Vegas, havia matado sua mãe ao incentivá-la ao suicídio. Quando era mais nova, ouviu Pete conversar com alguém no telefone e detalhar cada passo do que fez: dava pílulas de placebo para Grace ao invés de seus antidepressivos, a incentivava sobre como seria bom ela descansar e sobre casos de suicídios “bem sucedidos” e como fazê-los. Tempo depois, Grace Alwyn foi encontrada enforcada em seu quarto, por sua própria filha. Aquelas eram imagens que bloqueou de sua mente.
Assim que trocou de roupa e colocou as de ginástica, descontou todo seu ódio no saco de pancadas por todas as vezes em que Garrett deu ouvidos a Pete, pelas vezes em que a cutucava exatamente em suas feridas, pelo jeito que se sentia ao redor dele, e, principalmente, por estar na máfia há cinco anos e não ter vingado a morte de sua mãe.
Like sour diesel (she burn, she burn, she burn)
I can't stop the feelin'
(she burn, she burn, she burn)
Can't stop your feet, no
Like a-sour diesel (she burn, she burn, she burn)
She burn, she burn, she burn
Like sour diesel
— Mais um pouco e você solta ele do teto — Luigi comentou risonho. , cega de raiva e cheia de frustrações, não deu ouvidos ao homem. — Sabe, Alwyn… Quando papai pediu para que eu pessoalmente te treinasse, eu imaginava que você não ia vingar. Achei que ia desistir na primeira gota de sangue.
Quando Luigi começou o discurso, prendeu a atenção da Executora. Ofegante, a garota parou e pegou uma garrafa d’água, engolindo todo o conteúdo. Luigi fez sinal para que ela se juntasse a ele na mesinha ali perto. Ela foi à contragosto, ainda tinha socos para dar.
— Não estou com cabeça para isso — foi tudo que ela disse.
— Em dois meses, você evoluiu absurdamente. Nem os introduzidos têm uma evolução tão grande. Em um ano, você estava quase perfeita. Nos dois anos aqui, você, dentre tantos homens com potencial, foi escolhida para ser a Executora da Camorra. E esse é um mundo no qual apenas italianos entram… Mas você era tão boa e dedicada que meu pai precisou descobrir as origens de sua mãe.
— Sicília — os dois disseram juntos. — Você, afinal, tem origem italiana. Então pare de se martirizar por isso. Vá atrás do meu irmão. Vocês podem se casar. E nem se pudessem, eu forjaria seus documentos, se preciso.
— Eu não vou — ela disse. — Ele só quer uma mulher que obedeça às suas ordens e acate tudo que ele diz. E eu nem quero ficar aqui.
— Não quer? — ele perguntou retoricamente. — O que te impede de invadir a casa de Hemmings agora e matá-lo?
se manteve calada.
— Apesar de você não querer, encontrou seu lugar. E eu sei, no fundo do meu coração, que a molenga que habita dentro dessa caixa de chumbo aí dentro finalmente sente que encontrou uma família. — Luigi sorriu. — Você é como uma irmã para mim, Alwyn. Faça por merecer.
— Eu sinto muito, Luigi — ela falou baixinho. — Até amanhã eu estarei fora.
— … — o Consigliere da Camorra tentou chamar a mulher, mas, em passos largos, ela já havia entrado no vestiário.
Apesar de odiar os eventos da máfia, sempre estava presente. Estava há quase duas horas fingindo bebericar as taças de champanhe e dando sorrisos falsos. Ela odiava a todos, principalmente as mulheres que lhe olhavam como se ela fosse o ser humano mais sujo que havia habitado o planeta.
O vestido vermelho que usava ia até o chão e os saltos pretos que usava fizeram com que ela se destacasse entre as demais. Todas as mulheres ali eram esposas de alguém que tinham que usar cores comportadas e estarem como cães adestrados de seus maridos, mas não era uma delas. Ela, inclusive, rezava para que aquelas mulheres se livrassem daqueles homens que apenas as usavam de vitrines.
Legs in the air, all dirty again
Smokin' some more, I'm in her space
She touches me there, then I do it again
She got it and she know she got it
I'm takin' off like a rocket
Spaceship, so high I can't stop it
— O Capo já liberou prostitutas para a festa? — Um velho nojento segurou o pulso da mulher. fez uma careta ao sentir o aroma de seu perfume, era enjoativo. — Não sabia que aqui as coisas aconteciam assim.
— Me solte — ela pediu calmamente. — Eu realmente não estou disposta a lutar. E, se eu fizer, eu vou te matar.
— Uma prostituta? — o asqueroso gargalhou. — Essa eu quero ver.
Lentamente, bebeu todo conteúdo que tinha em sua taça e a quebrou com o pé, deixando uma parte afiada no pedaço de vidro. Antes que aquele homem pudesse dar conta, a mulher estava atrás dele e posicionava o caco em sua jugular. O susto que as pessoas no local tomaram foi o suficiente para atrair a atenção de e seu Consigliere, Luigi.
— Sartori, querido! — lhe ofereceu um sorriso sarcástico. — Vejo que conheceu , a Executora da Camorra.
— E-ela é a Executora da Camorra? — ele gaguejou.
— Sim. — Luigi sorriu. — E se eu fosse você, Sartori... Eu me manteria longe. tem tendências um pouco...
— Sangrentas — a Executora da Camorra sussurrou no ouvido de Sartori, fazendo os olhos de brilharem intensamente.
Sartori deu dois tapinhas na mão de , como se estivesse pedindo para ela liberá-lo. A Executora rapidamente o fez, fazendo com que aquele velho nojento rapidamente se afastasse dela. contraiu sua mandíbula e sorriu para o homem.
— Acredito que deva um pedido de desculpas a ? — ele disse em um tom sugestivo.
— Não preciso de desculpas — a mulher rebateu rapidamente.
— Me desculpe, senhorita… — o homem pediu mesmo assim. O Capo havia praticamente ordenado, ele não o desobedeceria.
Sem precisar dizer uma palavra, Luigi lhe deu o último olhar. Assim que a multidão se dispersou, foi até a saída da mansão em Las Vegas e foi até sua casa, disposta a trocar de roupa.
Like a-sour diesel (she burn, she burn, she burn)
I can't stop the feelin', no
(she burn, she burn, she burn)
Can't stop your feet, no
Like a-sour diesel (she burn, she burn, she burn)
She burn, she burn, she burn
Like sour diesel (she burn, she burn, she burn)
Feels like the heat, yeah
When the flame is here
(she burn, she burn, she burn)
Can't stop the heat, yeah
Can't stop the feet
(she burn, she burn, she burn)
Like a-sour diesel
Can't stop the feelin', oh
(she burn, she burn, she burn)
No I can't stop
Antes de sair, a menina decidiu arrumar suas coisas e deixar o antigo apartamento. Todo o seu dinheiro já havia sido destinado a uma instituição de caridade e ela, se tudo desse certo, não estaria mais na máfia italiana. Antes de sair, ouviu um barulho no andar de baixo e rapidamente pegou sua arma e colocou uma faca na cintura. desceu as escadas cautelosamente e antes que pudesse apontar a arma, viu quem era.
— O que você quer, Luigi? — Ela revirou os olhos.
— O quê? — Ele riu. — Você realmente achou que ia ter toda a diversão sozinha?
— Você é doente — ela resmungou.
— Mas admita que nesse coraçãozinho tem um espaço pra mim. — O Consigliere sorriu. — Vamos, nós temos um vice-prefeito para matar. Depois não esqueça de me passar seu endereço novo para que eu possa te visitar.
— Não é como se você não soubesse meu novo endereço — ela soltou. — Eu nem mesmo te contei que me mudaria.
— É verdade. — Ele sorriu. — Ser o Consigliere da Camorra tem seus benefícios.
— É — ela comentou.
— Além disso, … — ele segurou seu braço e lhe entregou luvas. — Eu tenho um plano.
Durante o caminho, apenas teve certeza do que achava. Luigi, apesar de ser um bastardo assassino, era alguém que daria a vida pelos seus. Era uma pena que ela fosse tão teimosa a ponto de desistir de tudo por medo.
— Vai dar certo, confie em mim.
— Da última vez que você disse, eu tive que limpar as tripas de alguns russos — ela bufou. — Mas tudo bem.
Os dois saíram do carro e foram caminhando calmamente até a esquina, onde o vice-prefeito morava. Depois de anos analisando a rotina dele, aprendeu que em alguns dias específicos ele ficava sozinho e aquela era a chance certa de atacar. Sabendo da existência de câmeras na rua, Luigi e Alwyn entraram no jardim da casa ao lado e pela árvore entraram na parte de trás da casa de Pete Hemmings e assim que entraram na sala, encontraram-no assistindo televisão. Sorrateiramente, os dois chegaram até o homem.
— Quieto — Luigi falou. Pete, assim que viu , arregalou os olhos.
— Oi, Pete! — Ela lhe deu um sorriso falso. — Sentiu minha falta?
O homem murmurou algo, mas com Luigi tapando sua boca ambos não conseguiram compreender. Calmamente, os dois foram para o segundo andar da casa e colocaram Pete Hemmings sentado numa cadeira.
— Vou direto ao ponto, vice-prefeito — Luigi falou. — Se você fizer algo, sabemos onde sua esposa e suas filhas estão. Um grito ou qualquer tentativa de fugir e elas morrem.
— Eu não tenho medo de você — Pete declarou. — Se vocês me matarem, serão investigados e finalmente a máfia será extinta de Las Vegas.
Ao ouvir aquilo, Luigi deu risada.
— Oh, senhor vice-prefeito, o senhor não deveria ter medo de mim e sim dela.
— Ela vai me matar? — Ele riu. — Aprendeu a fazer o que na máfia? Se prostituir?
Luigi quase cortou a garganta de Hemmings apenas por aquela declaração, mas o impediu.
— Eu esperei muitos anos por isso, Hemmings — ela comentou baixinho. — Eu pensei até em matar suas filhas para que você sentisse a dor que eu senti ao perder a pessoa que mais amei no mundo… Eu me lembro de como você descreveu tudo que fez seja lá para quem você disse. Eu vou fazer o mesmo com você.
— Ninguém vai acreditar que eu me matei.
— Oh… Eles vão. — Ela sorriu. — Você vai deixar uma carta contando tudo que fez. E como nós somos ótimas pessoas, já tivemos esse trabalho por você.
— Não vão acreditar.
— Deixe-me te contar uma coisa sobre mim, Hemmings — Luigi interveio. — Eu consigo forjar assinaturas e também copiar letras das pessoas. Talvez vocês até saibam, não? A prefeitura não procurou a máfia uns anos atrás para forjar um documento? Sabe quem o fez?
— Bastardo — Pete cuspiu.
— Ah, Pete… Nós não vamos nos rebaixar aqui, não é? — sorriu. — Basta um toque e sua família morre.
— O quão conveniente é você ter essa barra de malhar na sua casa, senhor Hemmings? — Luigi sorriu.
Luigi ajeitou as coisas de apenas assistia. Pete Hemmings a encarava como se ela fosse o monstro que ela realmente sentia ser. No entanto, Alwyn se sentia mal por odiar quem era, mas, no fim das contas, os fins justificavam os meios.
— Pegue a cadeira — ela mandou e o vice-prefeito rapidamente a obedeceu. — Você já sabe o que fazer, Pete.
— Colocarei sua carta em seu cofre, senhor vice-prefeito. — Luigi sorriu. — Seja bem recebido no inferno.
Antes que pudesse fazer algo, Pete derrubou a cadeira e rapidamente o peso dele fez a corda apertar. Os olhos de se arregalaram por surpresa e o homem disse suas últimas palavras.
— Não vou… Te dar… O… Gosto de… Me… Matar.
Sem soltar um pio, observou o homem desfalecer aos poucos. Seus olhos brilhavam e Luigi sabia que eram lágrimas de alívio. Uma única lágrima escorreu do olho dela e aquilo foi tudo que se permitiu chorar. Ela se sentia aliviada.
— Vamos embora. — Luigi a puxou para fora do escritório.
Quando os dois fizeram o caminho que fizeram quando chegaram, o fizeram em um silêncio incômodo. Desde que chegara a Camorra, havia bloqueado seus sentimentos. Tempo depois, se relacionou com e sabia que ali era seu fim. Todavia, sempre soube que não seria a mulher da vida dele. Luigi e foram até o carro em que vieram e deram partida. Apesar de calada, a mente de gritava.
'Cause it's burnin' all around you
I'm so glad I found you
'Cause it's burnin' all around you
I'm so glad I found you
Woo, yeah, yeah
— Já é tarde — comentou, adentrando o ringue. — Mulheres indefesas não deveriam andar sozinhas tão tarde da noite.
— Não sou indefesa — ela foi direta e continuou golpeando o boneco de silicone.
— Por que não vem treinar com gente de verdade, ?
— Oh, eu não quero morrer porque acertei um soco em seu lindo rosto. — Ela riu.
— Então você acha que meu rosto é bonito? — ele debochou. Ele sabia que era bonito.
— Di Biasi, por favor, não me tente — ela pediu. — Não estou em um bom dia.
— Oras, mais um motivo para socar esse rostinho lindo aqui. Anda, mova sua bunda gostosa para cá — ele mandou. — É ordem do Capo.
Ela riu e foi até onde ele estava. Os dois estavam sem proteção alguma. Todos os garotos iniciados na máfia foram treinados sem nenhum tipo de proteção, mas os Di Biasi abriram exceção para uma menina tão especial que vinha de fora. Entretanto, se recusou e disse que deveria ser tratada como uma iniciada.
— No três — ele disse e contou até o número. — Três.
levantou a guarda e assim que tentou desferir um golpe, ela desviou. Rapidamente, a menina contra-atacou e acertou alguns socos. Alwyn, apesar de ainda não ter desenvolvido tanta força, aprendera com Luigi lugares estratégicos que doíam mais. acertou um jab em e logo depois tentou um gancho, mas ele a impediu. Com as mãos presas, ela partiu para a joelhada, fazendo com que o homem as largasse para defender suas partes íntimas. Em um impulso, lhe deu dois chutes seguidos na costela, fazendo com que sentisse uma pontada. Aproveitando a chance, Alwyn subiu nas costas do Capo e o prendeu entre os braços, dando-lhe um mata-leão. Pensando que a luta estava ganha, a menina foi pressionada contra as grades do ringue e por impulso afrouxou o aperto ao redor do pescoço do homem que a mordeu. Sem esforço algum, ele virou de frente para ela.
Like sour diesel (she burn, she burn, she burn)
Like sour diesel (she burn, she burn, she burn)
Like a-sour diesel, like a-sour diesel
(she burn, she burn, she burn)
— Você está bem treinada, Alwyn. — Ele sorriu. — Estou gostando de ver.
— Agora você já pode me soltar, — ela disse ofegante.
De modo contrário, Di Biasi apenas pressionou mais a mulher na grade. sentiu um choque ao tê-lo apertando-a na cintura tão forte. Os dois estavam vivendo aquela situação de gato e rato há tempos, principalmente quando estava obstinado a perturbá-la.
Sem pensar muito, a garota entrelaçou suas pernas ao corpo de e ele se aproximou dela. Com as mãos em seus cabelos, os puxou com um pouco de força, deixando suas intenções claras. O que ela não sabia era que provar seria algo viciante e, uma vez com seu gosto na boca, sempre sentiria aquele homem.
uniu os lábios dos dois e suas mãos exploravam o corpo dela avidamente. Enquanto ele a apertava, conhecendo caminhos que pareciam tão deliciosos, estava focada em sentir o gosto daquele homem. Especulou por tanto tempo como seria o gosto dele e, ao vê-lo entregue apenas com um beijo, enlouqueceu. Seus corpos pareciam ter se encaixado perfeitamente e, enquanto ela passava suas unhas devagar pelo corpo de , lhe causando arrepios, ela soltou um gemido nada comedido.
Um sorriso sapeca surgiu no rosto do garoto que a desgrudou da grade e a puxou ringue afora, indo em direção aos vestiários. Assim que entraram, ele a colocou no chão e ligou um dos chuveiros. O calor que sentia parecia incendiar o local e só de lembrar do gemido de Alwyn ele estava mais duro que qualquer coisa. Sem precisar dizer muito, fez menção de tirar sua roupa, mas a impediu. Ele faria aquilo. Toda a pressa que sentia e a dor de estar tão duro que o fazia querer rasgar aquelas pequenas peças se dissipou. tirou o top rosado de e tentou memorizar cada pedaço dos seios mais lindos que já pusera os olhos. Com calma, o Capo da Camorra começou a distribuir beijos por todo seu colo e chegou no seio direito. arfou quando a boca dele encontrou uma das partes mais sensíveis de seu corpo. a fez entrelaçar as pernas em sua cintura novamente e partiu em direção ao chuveiro, sem parar de mordiscar e chupar o seio direito dela. Apesar de ser comedido, Di Biasi parecia ter feito aquilo mais vezes nela. Ele fazia de um jeito que ela gostava, como se soubesse cada coisa que deveria fazer. Forte, mas sem machucar. Quando se entediou de chupar o seio direito, fez o mesmo no esquerdo e soltou gemidos que o fizeram esquecer que ele estava disposto a conhecer cada parte do corpo dela. puxou o shortinho de Alwyn para baixo e antes que ela dissesse algo, introduziu um dedo em sua parte íntima. O susto fez com que desse um pulo e assim que ele a ajeitou para que ela não caísse, seu dedo se aprofundou em sua intimidade e ela gemeu novamente. Sem pensar duas vezes, o Capo introduziu mais um dedo e começou a fazer movimentos lentos de vai e vem. Quando pensou em reclamar, deu atenção ao seu ponto mais sensível e, com seu polegar, iniciou movimentos circulares. Conforme Alwyn gemia, mais rápido ia. Contudo, quando ele percebeu que estava prestes a gozar, ele parou. Antes que ela pudesse reclamar, Di Biasi saiu do box do vestiário e a deitou no banco que tinha no meio do recinto. Ansiosa, lhe encarava atentamente. voltou a estar em seu nível e a puxou para um beijo apressado e cheio de prazer. Quando os dois pararam, ofegantes, o homem traçou um caminho pela barriga até chegar à intimidade de Alwyn. Sem hesitar, depositou um beijo molhado e introduziu sua língua dando atenção, em especial, ao clitóris de . A menina gemia e, para melhorar a situação, introduziu dois dedos e começou a estimulá-la com as duas formas. chupou atenciosamente o clitóris inchado de Alwyn, fazendo com que ela rapidamente tivesse um orgasmo. não sentia suas pernas de tão extasiada que estava. No entanto, a menina queria mais de .
— Vai com calma, principesca. — Ele sorriu. — Temos muito tempo ainda e eu não acabei com você.
— Dane-se o tempo, Di Biasi — ela disse nervosa.
— Ainda que eu adore sua sede por mim, terminaremos de tomar banho e iremos para casa. — Ele lhe ofereceu um sorriso e se aproximou de seu rosto. Antes que Alwyn o fizesse, a puxou e a beijou, deixando seu gosto na boca dela.
Ainda desnorteada, a menina obedeceu ao garoto e tomaram banho juntos, sem nenhuma intenção. Os dois conversaram numa leveza que nem parecia que haviam feito o que fizeram minutos atrás. Assim que os dois saíram do vestiário, muito bem vestidos, o futuro Capo da Camorra sussurrou em seus ouvidos.
— Te vejo amanhã aqui, no mesmo horário, para treinarmos, senhorita Alwyn — dito isso, o garoto lhe deu uma mordida leve no pescoço e saiu do ginásio.
I can't stop the feelin'
(she burn, she burn, she burn)
Yeah, sour diesel, wow (she burn, she burn, she burn)
Like sour diesel (she burn, she burn, she burn)
She burn
•
— Onde devo te deixar, ? — o Consigliere perguntou. Mesmo que Luigi soubesse seu novo endereço, o homem respeitou a confusão que seus sentimentos deveriam estar lhe causando.
Nervosa, ela deu as direções para o melhor amigo e ele a levou até lá sem hesitar. Ainda que Luigi fosse contra a ida de , ele sempre a apoiaria. Poderíamos dizer até que ele sentiria falta dela. Em pouco tempo, os dois chegaram a um prédio do outro lado da cidade.
— Foi um prazer trabalhar ao seu lado, Alwyn. — Luigi sorriu.
— É . — Ela sorriu ao dizer o sobrenome da mãe. — A partir de hoje, Alwyn é uma pessoa morta.
FIM
Nota da autora: Oi, gente! Eu sei que vocês devem estar querendo me matar por esse final, mas não precisam se preocupar. A continuação desta história será na música 15. Inside Out e depois na 10. I Found You. Vejo vocês lá. Um beijo. Se vocês quiserem, entrem no meu grupo do facebook porque lá eu irei avisar quando todas forem entrar.
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