Finalizada em: 29/04/2021

#1 Pick up, pick up your phone

Ao fim da turnê, chegou o momento menos esperado por mim: a volta para casa. Se e eu ainda estivéssemos juntos, provavelmente, estaria um suprassumo da ansiedade para chegar o mais rápido possível. Todavia, sabendo que, ao entrar em casa, encontraria apenas o vazio, não havia nada que eu quisesse mais do que evitar isso.
Enrolei o máximo de tempo que consegui na rua. Comprei café, comprei cigarros, caminhei pelas ruas, dei alguns autógrafos, liguei para alguns amigos em busca de uma festa ou de um rolê qualquer que me impedisse de chegar em casa. Entretanto, como era de se esperar de uma segunda-feira à tarde, a maioria das pessoas que eu conhecia estavam em seus próprios compromissos e não em uma festa.
Desistindo de tentar fugir do meu destino, entrei no carro e rumei para a minha casa. Precisava encarar a realidade e, quanto antes fizesse isso, melhor.
Ao entrar em casa, suspirei audivelmente.
Larguei minhas malas próximas a porta, andando até o sofá e jogando-me sobre ele. Poderia ser só meu psicológico, mas tinha a impressão de sentir o aroma de flores de seus cabelos impregnado no estofado. Cheirando uma das almofadas, era como se ela ainda estivesse ali.
Desde que havíamos terminado, não tinha conseguido tirá-la da minha mente nem por um segundo sequer. Tudo que eu fazia era pensando nela. Acordava pensando nela e ia dormir exatamente assim.
Com o celular em mãos, no intuito de me desligar do único tópico que permanecia em minha mente, entrei no instagram e, como eu não merecia nenhum segundo de sossego, após passar por três publicações, a seguinte era uma foto de abraçada com um homem. A legenda… um coração vermelho. Podia ser só uma pira da minha cabeça, porém todo mundo sabe o que uma legenda de coração vermelho significa, certo? Não é possível que só eu soubesse disso.
Controlando a vontade de jogar o celular longe, bloqueei o aparelho e procurei pelo maço de cigarros nos meus bolsos, pondo um entre os lábios e acendendo-o, dando duas tragadas rápidas para garantir que estava aceso mesmo. Inquieto, peguei o celular em mãos outra vez. Queria olhar aquela foto de novo, procurar nela todos os pequenos detalhes, tentar encontrar algo que confirmasse que aquilo era o anúncio do que eu estava imaginando que era. Ou se era só a minha imaginação trabalhando demais. Entrando em seu perfil, cliquei na primeira foto da grade, analisando cada fio de cabelo, cada elemento que compunha aquela imagem, cada unidade, humana ou não, ali presente.
E, para a minha frustração, não havia nada ali que servisse de prova definitiva do que imaginava.
Em um breve instante de perda de noção, abri minha agenda de contatos, rolando até chegar na inicial de seu nome. Clicando sobre seu número, só me dei conta do que estava fazendo quando o layout de ligação em andamento apareceu na tela do aparelho. Decidindo se deveria prosseguir com aquilo, acabei colocando o celular na orelha a tempo de ouvir seu primeiro “alô”.
?
― Oi. Tudo bem?
― Hã… tudo? Aconteceu alguma coisa? ― sua voz soava hesitante do outro lado da linha.
― Não exatamente. Liguei para saber como você estava. ― fiquei alguns segundos em silêncio. ― Faz tempo, né?
― É, faz… ?
― Sim? ― ajeitei minha postura no estofado, pronto para ouvir o que quer que tivesse a me dizer.
― Por que você me ligou? Quer dizer… não que eu não acredite que você quisesse me perguntar como estou, mas… ― deixou a frase morrer.
― Não vou mentir. ― suspirei. ― Liguei porque estou de volta e queria muito saber se… você quer sair comigo.
… ― pela sua voz, deveria estar com aquela feição de quem calcula suas próximas palavras com cuidado.
― Não, espera. Eu sei que talvez você não queira ir em um encontro comigo, mas estou te convidando em nome dos velhos tempos, como amigos.
― Realmente não sei se é uma boa ideia.
― Por favor. Eu só quero te ver uma última vez. Depois, se você nunca mais quiser me cumprimentar na rua quando nos cruzarmos, vou ficar totalmente ok com isso. ― os segundos seguintes pareceram uma eternidade e tinha quase certeza de que ela iria recusar, pois não era o tipo de pessoa que hesitava antes de responder algo.
― Tudo bem. Quando e onde?
― No sábado à tarde, você tá livre pra um piquenique?
― No mesmo lugar de sempre?
― Isso. Não se preocupe com nada. Eu levo tudo.
― Tem certeza?
― Absoluta. ― sorri.
― Até lá.
Como quem conta ansiosamente os dias que faltam para parar de tomar medicação ou coisa que o valha, esperei o sábado chegar. Aquela semana em especial estava se arrastando como uma lesma sobre o concreto. Estava tão nervoso para revê-la depois de tanto tempo que tinha acabado com meu estoque de maconha na quarta-feira.


#2 Are you with anybody right now?

Quando o grande dia chegou, passei boa parte da manhã ajeitando tudo o que levaria dentro da cesta. Comprei os biscoito e a torta de maçã preferidos de , além de ter incluído suco de laranja e espumante como bebidas. Ao lhe mandar mensagem para confirmar que horas estaria livre, a mulher perguntou se poderíamos nos encontrar no mesmo lugar de sempre, às 17h, pois tivera uma emergência no trabalho.
Uma hora antes da marcada, coloquei tudo o que precisava dentro do carro e parti rumo ao parque.
Tão sem sorte quanto costumava ser, todos os semáforos que encontrei pelo caminho estavam fechados, portanto, demorei cerca de 20 minutos para chegar ao local. Minutos antes de acionar o alarme do carro, já com a cesta em mãos, avistei chegando ao vasto gramado, olhando para todos os lados e conferindo o horário no relógio.
Aproximando-me dela, vi os cantos de seus lábios se comprimirem na tentativa de um sorriso ao me ver. Repeti seu gesto, acompanhado de um aceno para cumprimentá-la.
― Vamos nos sentar perto do lago? ― questionei e a mulher assentiu em resposta.
Estendendo a toalha quadriculada clichê sobre o gramado, pus a cesta sobre a mesma e nos sentamos lado a lado sobre o tecido.
― Você quer suco ou espumante? ― ofereci, mostrando-lhe ambas as garrafas.
― Não tem nada mais alcoólico, não? ― franziu o nariz.
― Dessa vez, não. ― sabia que devia ter levado cerveja ou um vinho, porém achei que não fosse uma boa ideia. ― Não queria ser mal interpretado por trazer álcool na primeira vez que nos víssemos depois de tanto tempo. ― dei um meio sorriso.
― Você sabe que eu não pensaria mal de você, né? ― desviei o olhar, pegando ambas as taças acrilicas que havia comprado mais cedo para nos servir. ― Apesar de termos terminado, pra mim, você ainda é o mesmo que me ajudou naquela noite na festa. Agora, por favor, me passa esse espumante porque essa semana foi longa demais. ― rimos.
Enchi uma das taças e entreguei a ela.
― Você se importa se eu te fizer uma pergunta que tá na minha cabeça desde que voltei?
― Nem um pouco. Mande. ― respondeu, bebendo o primeiro gole.
― Você tá namorando com alguém?
― Andou bisbilhotando minhas redes sociais? ― semicerrou os olhos.
― Apareceu no meu feed sua última foto. ― cocei a nuca tentando disfarçar. A risada de saiu baixa e anasalada, porém não acompanhei.
Sentia-me um pouco envergonhado e tolo por ter perguntado.
― Mesmo que eu não tenha obrigação nenhuma de falar sobre isso com você, não, eu não estou namorando. Ainda não me sinto pronta pra isso. ― deu mais um gole em sua bebida. ― Jaden e eu somos apenas amigos. E você? Aposto que sua viagem pelo mundo foi produtiva.
― Na verdade, não. ― mordi a parte interna da bochecha e bebi o espumante que havia servido para mim.
Um breve silêncio se instalou entre nós.
― Como estão as coisas em seu trabalho? ― mudei de assunto, servindo mais uma dose de espumante em ambas as taças.
― Um caos. Alguns dos nossos clientes rescindiram contrato e estamos tentando a todo custo conseguir novos clientes para substituí-los. Se não conseguirmos em dois meses, provavelmente, haverá demissões.
― Nos próximos meses, vou ter que renovar ou trocar de contador, talvez fosse uma boa oportunidade para tentar com vocês. ― seu rosto pareceu se iluminar.
― Você não tem que fazer isso.
― Mas posso, se eu quiser. Juro que não sou um cliente tão ruim assim. ― riu.
― Obrigada. ― após um sorriso, a mulher bebeu todo o conteúdo de sua taça e abriu um pacote de biscoitos. ― Como vai a criação do seu próximo álbum?
― Acho que, na medida do possível, está tudo bem. Resolvi trabalhar com um velho amigo e as coisas estão funcionando. ― dei de ombros.
― Ótimo, assim garanto que não vai ser por agora que Gina terá um colapso nervoso. ― rimos.
E, como se tivéssemos combinado, nossos olhares se cruzaram, permanecendo assim por muito tempo. sorriu e, consequentemente, correspondi.
Ela ainda continuava tão bonita quanto na primeira vez que nos vimos. Nem mesmo o ar cansado era capaz de tirar isso dela.
Quebrando nosso contato visual, a mulher deixou os biscoitos e sua taça de lado, deitando-se com a cabeça sobre as mãos.
― Se lembra quando a gente vinha aqui ver as estrelas? ― sem tirar os olhos dela, bebi o resto do conteúdo da minha taça e a deixei de lado pra poder me deitar e encarar as estrelas.
― Às vezes, sinto falta disso.
― Mas você pode fazer sempre que quiser.
― Não é a mesma coisa sozinho. ― virei a cabeça para olhá-la.
passou a língua pelos lábios, porém não me olhou de volta.
Mudando totalmente de assunto, a mulher começou a contar fatos que havia estudado em seu tempo livre sobre galáxias, vez ou outra, conferindo de soslaio se continuava sob minha observância contínua.
Até a forma como sua boca se movia enquanto falava era totalmente atraente e fazia com que eu me desligasse do que quer que estivesse ao nosso redor.
Não sei precisar por volta de que horas pegamos no sono, porém, ao acordar, tinha aconchegada em meio aos meus braços, de olhos fechados. Sem fazer movimentos bruscos, contemplei-a dormindo por alguns minutos. Almejando por sentir sua pele macia sob meus dedos como uma mariposa anseia pela luz, acariciei seu rosto suavemente, vendo-a se remexer.
Ao abrir os olhos, três segundos se passaram até que suas sobrancelhas se franzissem e, começando a corar, se desvencilhasse de mim.
― Que horas são? ― sentou-se coçando os olhos e amarrando os cabelos desgrenhados em um coque.
Tirando o celular de dentro do bolso, mostrei-lhe as horas na tela de bloqueio.
Ajeitando o que havia restado do nosso piquenique dentro da cesta, não demorou até que a mulher se levantasse e batesse as possíveis poeiras da roupa.
― Não devíamos ter dormido aqui. Poderíamos ter sido atacados por abelhas. ― eu era alérgico a abelhas, mas provavelmente só estava inventando uma desculpa para seu comportamento apressado para ir embora.
― Mas não fomos, então, estamos em vantagem, certo? ― dei um meio sorriso.
A mulher até tentou corresponder da mesma forma, porém seu rosto era uma máscara de tensão tão endurecida que mais pareceu que estava fazendo careta para mim.
― De qualquer forma, obrigada pelo convite. Foi bom te rever depois de tanto tempo. ― agradeceu com as mãos postas dentro dos bolsos traseiros da calça, como fazia quando estava nervosa com algo.
, eu sei que tinha dito que era só hoje, mas e se a gente jantasse juntos? ― franziu as sobrancelhas novamente. ― Como amigos… você viu que nosso piquenique foi só como amigos, né?
, qual é o ponto disso tudo?
― O ponto é: não é porque terminamos que precisamos não olhar mais um na cara do outro. ― suspirou.
, eu não sei se é uma boa ideia.
― Bom, pareceu dar certo hoje. ― pela sua cara, conseguia ver que ainda não a tinha convencido. ― Qual é? Um jantar… ― mostrei o indicador, sinalizando a quantidade de jantares para a qual a estava convidando. ― Juro que, depois disso, se você não quiser mais olhar na minha cara, eu vou respeitar.
Franzindo os cantos dos lábios, com um suspiro escapando por entre os lábios, respondeu:
― Tudo bem. Um jantar. Nada mais. Você cozinha. ― apontou para mim.
― Que evolução. ― trocamos um sorriso tímido. ― Parece que teremos o famoso bolo de carne .
― Agora estamos falando a mesma língua. ― tirou o celular do bolso e conferiu algo na tela. ― Eu preciso ir.
― O jantar pode ser hoje? ― franziu a testa.
― Achei que iria querer esperar mais alguns dias.
― Tenho que aproveitar enquanto ainda estamos nesse clima, você sabe… amistoso. ― riu.
― Que seja. ― guardou o aparelho dentro do bolso e acenou. ― Nos vemos às 20h?
― Você sabe onde me encontrar. ― acenei de volta.


#3 Ever since you walked away, I can't wait to taste your breath

Instantes antes de tocar minha campainha já estava com quase tudo pronto, faltava apenas gratinar o queijo no forno e poderia servir minha ― única ― especialidade na cozinha.
Ao ouvir o barulho irritante soar, corri para atender, desfazendo-me do avental no meio do caminho. Do outro lado, de pé, estava , extraordinariamente bonita, mesmo que não estivesse tão arrumada assim. Com uma calça social de cintura alta roxa e uma blusa de malha preta com um decote discreto, os cabelos presos em um daqueles rabos de cavalo elaborados, sabia que ela tinha se arrumado o suficiente para estar bonita, mas não queria me impressionar ou parecer que tinha se arrumado para me ver.
― Nossa, mal cheguei e a comida já tá com esse cheiro? ― sorriu.
Dei espaço para que entrasse em casa e fechei a porta assim que o fez.
― Acabei de colocar no forno para gratinar. Quer beber algo?
― O que você beber, pra mim, tá ótimo. ― seguimos até a cozinha, onde tirei duas taças de vinho do armário e abri a garrafa de vinho que tinha deixado sobre a bancada, servindo ambas as taças.
A mulher pôs a bolsa que carregava sobre o ombro em um canto da pegou uma para si, tomando o primeiro gole.
― Preciso confessar algo. ― bebeu mais um gole, desviando o olhar para a taça quando tirou-a dos lábios. ― Quase resolvi não vir.
― Por quê? ― bebi meu vinho, ansioso pela sua resposta.
― Porque… ― pigarreou, parecendo tensa. ― porque eu não sabia se estava pronta para vir aqui de novo. Entende? ― assenti.
― Se você não se sentia à vontade, poderíamos… não sei… ― dei de ombros.
― Não, não. Em algum momento, essa conversa ia ter que acontecer, né?
Pigarreei.
Haviam muitas coisas que queria dizer a e não sabia nem por onde começar nem se era o momento apropriado para tratar do assunto.
Seus olhos pareciam especialmente iluminados naquela noite, como se tivesse colocado duas estrelas para substituí-los.
? ― olhou-me nos olhos e senti como se raios solares me atingissem e me aquecessem. ― Tem algo que quero te dizer há algum tempo, mas… ai, Deus, nem sei por onde começar. ― dei uma risadinha histérica.
― Do começo é um ótimo lugar para se começar. ― sorriu.
― Bem, eu… ― pigarreei e bebi mais um gole de vinho antes de soltar a taça sobre a bancada, respirando fundo. ― sei que tinha prometido que não falaria sobre isso mais e que é pra ser um jantar entre amigos, mas quero que saiba que não… não te esqueci nem por um segundo. Durante o tempo que fiquei fora, tudo que conseguia pensar era em você e em como você fazia falta. ― umedeci os lábios. ― Talvez agora seja um pouco tarde pra isso, mas… não podia deixar de dizer. ― dei um sorriso amarelo.
Aproximando-se de mim, depositou a taça sobre a bancada à sua frente. Meu corpo inteiro se enrijeceu ao perceber seu rosto chegando cada vez mais perto do meu, os olhos se fechando...
Sem perder mais tempo, puxando-a pela cintura, colei nossos corpos e tomei seus lábios nos meus. parecia tão faminta quanto eu ao me beijar. Sua boca se movia violentamente contra a minha, as mãos subindo pela minha nuca em direção aos meus cabelos, bagunçando-os.
Descendo a boca pelo seu pescoço, a mulher segurava meus cabelos com força, pressionando-me contra seu corpo.
Como se algo estalasse dentro de mim, desvencilhei-me da mulher ao lembrar do forno.
― Porra! ― falei baixinho, correndo para desligar o aparelho da tomada.
Sem muito que pudesse fazer além disso e querendo continuar onde estavámos, retornei para perto de .
― Descu… ― pôs a mão sobre a minha boca, meneando a cabeça com os olhos fechados para que eu ficasse em silêncio.
Antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa, a mulher virou-se de frente para a pia, abrindo a calça e deixando-a cair por suas pernas.
― Coloquei a pior calcinha na intenção de não ceder. ― segurou a risada com uma mordida no canto do lábio inferior enquanto chutava de leve a calça para o canto.
― Mas você me conhece o suficiente pra saber que não faço o tipo que liga pra isso, né? ― sussurrei ao pé do seu ouvido assim que colei meu corpo às suas costas.
Destruindo seu rabo de cavalo com meus dedos emaranhados em seus cabelos, segurando-os com força, inclinei sua cabeça a fim de voltar a beijar seu pescoço.
Com a mão livre, apertei um de seus seios e voltei a deslizá-la rumo o vão entre suas coxas. Quando meus dedos alcançaram o local desejado, comecei a fazer movimentos circulares longos. Meu pau pulsava contra as minhas calças, que pra variar, estavam apertadas demais. Entretanto, ainda não era o momento certo para partir para penetração.
Sentindo o tecido de sua calcinha umedecendo cada vez mais, concentrei-me em retirar a calcinha de seu corpo, abaixando-a até seus pés, fazendo-a tirá-los de dentro da peça.
Beijando suas coxas e suas nádegas, desenhando meu caminho para ficar em pé novamente, coloquei uma das pernas dobradas de sobre o mármore da pia.
Por um instante, agradeci aos céus por tudo em relação a reforma dos móveis da cozinha ter dado errado. Se tivesse aumentado a altura da bancada, certamente, teríamos que escolher outra posição.
Em contato direto com seu clitóris, passei a massageá-lo um pouco mais rápido, não demorando a penetrar nela dois dedos da outra mão. era tão quente que fazia minhas mãos parecerem estar pegando fogo e eu adorava isso.
À medida que meus dedos ficavam mais melados, os sons que emitia deixavam de ser apenas suspiros e se transformavam em gemidos e grunhidos baixos, com quem ininteligivelmente pede por mais.
Um pouco descoordenada, rebolava sob meu toque, tentando ir mais rápido.
Tirando minhas mãos dela, abri minhas calças enquanto a mulher vasculhava algo em sua bolsa.
― Pega. ― entregou-me uma embalagem de camisinha, que abri e retirei o conteúdo de dentro.
Abaixando as calças e minha roupa íntima o máximo que consegui, desenrolei o preservativo sobre meu pau. sentou-se de frente para mim sobre o mármore frio, inclinando o tronco para trás, a fim deixar sua boceta alcançável.
Abrindo mais suas pernas para que eu me encaixasse em meio a elas, a mulher apertou um dos próprios seios, usando a mão livre para se apoiar.
Penetrando-a forte do jeito que gostava, entrei e saí algumas vezes lentamente, ouvindo-a tentando a todo custo controlar a própria respiração.
Agarrando-a pelos cabelos, a fiz me olhar enquanto aumentava a velocidade das estocadas, registrando cada gemido, cada revirada de olho, cada tremor.
Não demorou até que a mão que antes apertava seu seio descesse e começasse a “trabalhar” sobre seu clitóris.
Remexendo-se como se não houvesse amanhã, o corpo inteiro de parecia trêmulo e nem sempre que abria a boca conseguia emitir o som de gemido que certamente sairia dali.
Meu corpo também não estava muito diferente. Suado e aquecido pelo de , estava tentando me concentrar em não gozar antes dela. Até o barulho de nossas peles se chocando era sensual o suficiente para me fazer gozar antes do tempo.
Aos poucos, indicando que estava quase lá, as paredes internas de começaram a se contrair vez ou outra. Nós dois aumentamos a velocidade até que seu corpo se enrijeceu por completo e estourou como fogos de artifício no céu de ano novo, engolindo-me por inteiro.
Continuei a estocá-la rapidamente até também chegar ao orgasmo.
― Se é assim que vai me foder, me lembre de periodicamente terminar com você. ― rimos.
― Vou fazer uma lista de motivos e preparar as datas. - brinquei, selando nossos lábios. ― ?
― Que?
― Nós estamos bem? ― acariciei seu rosto.
Fazendo mistério, a mulher demorou alguns segundos para responder, olhando-me seria.
― A gente acabou de trepar na sua cozinha e você pergunta se estamos bem? ― arqueou uma das sobrancelhas. ― Mal é que não estamos, né? ― ri. ― Já que eu fui o prato principal do jantarmos, podemos comer o bolo de carne como sobremesa?
― Sim, podemos. ― selei nossos lábios outra vez, antes de me livrar da camisinha, subir as calças e lavar as mãos na pia.
Após isso, enquanto se vestia, peguei os pratos e talheres dentro do armário, colocando-os sobre o mármore e direcionando-me para o forno elétrico. Ao tirar o bolo de carne de lá, não me surpreendi de estar em um ponto quase queimado.
Dando de ombros para o que vira, tirou uma fatia, pondo-o em seu prato e comendo um pedaço. Automaticamente, seu rosto de contorceu em uma careta.
― Puta merda, hein? Isso aqui tá muito ruim. ― rimos. ― Você diz que me ama e tenta me matar?
― Parece que vou ter que provar que te amo pedindo uma pizza, né?
― Obrigada! ― arqueou as sobrancelhas e eu ri.
Como fui capaz de viver um ano sem em minha vida?


Nota da autora: Ufa, terminamos...
Se você ler até aqui, obrigada pela companhia. Aqui embaixo, estão todas as minhas redes e outras fics que postei aqui no FFOBS.
Vejo vocês por aí <3


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