18. The Only Reason

Última atualização: 21/01/2016

Capítulo 1


Tarde de 25 de agosto de 2015, casa dos Griffin em Londres no Reino Unido.


Um mês e cinco dias.

Foi o tempo que se passou desde que tudo desmoronou. O mundo se tornou mais cinza e não por culpa da minha cidade, era o meu coração despedaçado desde que ele se foi. Aquele maldito levou parte de mim e queimou com querosene, e só restaram pedaços de uma sem cor, sem vida.
Mais algumas lágrimas embaçaram meus olhos e solucei mais uma vez, enfiando a cabeça no meu travesseiro molhado. Era a terceira vez que eu não tinha condições de ir a escola ou ao trabalho no “Brasileiríssimos”, um restaurante de comidas típicas do meu país natal para os londrinos. Sempre gostei de lá, pois me fazia sentir menos saudade de casa, afinal faz alguns meses que estou fazendo intercâmbio aqui no Reino Unido. Porém, desde que a verdade veio átona sobre um ser de cabelos loiros e piercing no lábio, meu maior desejo era chorar.
Sei que existe esse papo de que mulheres precisam ser fortes e não chorar por homens, mas a questão é que Luke não era meu namorado, ele era meu melhor amigo, meu porto seguro, meu tudo. Tudo bem, nós tínhamos um relacionamento pra lá de complicado, com beijos e amassos, só que antes das coisas desandarem, ele tinha me prometido que seriamos exclusivos e estávamos caminhando para algo mais sério, apesar dos meus esforços contrários.
No início eu tinha medo de me apaixonar e sofrer, porque minha partida era inevitável. Não poderia fazer minha faculdade de direito aqui, teria que voltar para o Brasil e tentar o vestibular por lá. Mas, tudo fugiu do meu alcance quando o conheci, era natural nossa ligação. Meus sentimentos surgiram de forma simples e, foi só piscar os olho, e eu estava apaixonada.
Não foi exatamente fácil, porque caso esqueci- me de mencionar ele é Luke Hemmings, vocalista da banda 5 Seconds Of Summer. Ele vivia viajando para shows e dando entrevistas, porém nunca deixávamos de nos falar. Só que o Ashton, Michael e Calum (o último já teve uma paixonite por mim, que foi superada porque ele viu que eu estava apaixonada pelo Luke) eram meus amigos, ou melhor, meus filhos.
Você deve estar se perguntando que merda é essa de filhos. Bem, os meninos não são as pessoas mais organizadas do mundo, nem tem as mais certas da cabeça. Então eu cuidava deles em todos os sentidos, desde arrumando a casa e fazendo comida, a dar conselhos e ajudá- los em momentos mais difíceis. Eu os adorava e sabia que era recíproco. O que só tornava minha relação com o diabo loiro mais próxima. Ele também era muito querido na casa de minha Host Family, que praticamente o idolatrava. Stacy, minha host sister da minha idade e melhor amiga em Londres, era basicamente a parceira de malandragem dos meninos, e o Dave, meu host brother pequeno e meu bebezão, era o mascote. O grupo terminava com a Ellie, nossa vizinha e melhor amiga. Juntos, passávamos a tarde tocando, conversando, jogando ou fazendo qualquer coisa que matasse o tempo. E desde a briga tudo mudou... Pra pior.
Ouvi uma batida na porta e fechei os olhos, tinha medo de quem poderia ser. Ultimamente todos me olhavam preocupados e isso me deixava nervosa.
- Boneca... – Dave entrou no meu quarto com suas pernas curtas de cinco anos de idade. Ele era um garoto esperto, apesar de novinho. – Sinto falta da sua risada, , e você também nem liga mais pra mim. Você não pode ficar aqui doente do coração, porque vai adoecer do corpo todo. E eu te quero o bem. – ele disse já sentado na minha cama e colocando minha cabeça em seu colo. Olhei para seus olhinhos verdes e os meus embaçaram de novo, afinal como pude pensar que ele não sofreria? Desde o início o David foi uma das pessoas que mais me apeguei e saber que eu o deixava tão triste me partia o coração.
- Desculpe, meu amor! Se eu soubesse... Queria destruir isso, entende? Mas é maior do que meu desejo, já ta dentro de mim. – falei tristonha e ele derramou algumas lágrimas. – Ei! Não chora, bebê. Eu te amo.
- Eu te amo mais! –Dave me respondeu abraçando meu pescoço. Dei uns beijinhos na sua cabeça.
- Agora vá, eu bem sei que agora é sua aulinha de natação. – o mandei ir que me olhou maroto.
- Tinha esperança de não ir, mas me prometa que vai ficar melhor. – ele disse bravo, ou tentando.
- Está bem... Se bem que não tem como resistir a esse rostinho me pedindo pra melhorar. Já estou até boa! – levantei da cama e o puxei para dançar desengonçadamente no meio do quarto. Ele ria bobo me contagiando com sua felicidade. Dei um beijo em sua bochecha e nos despedimos.
Funguei meu cheiro e torci o nariz, pois já fazia mais ou menos um dia que eu não tomava banho. Parti para minha suíte e me despi, tirei meus óculos pretos e soltei os cabelos. Coloquei a água em temperatura morna e a deixei cair em meu corpo, relaxando e aliviando. Fechei meus olhos e foi inevitável não se lembrar de tudo o que aconteceu nos últimos meses.
Flashback on
- Ei, olha pra mim. – Ele disse puxando meu rosto.
Era nossa primeira viagem e estávamos em Brighton na casa de praia alugada. Iríamos passar o final de semana, e já era sábado. Luke partiria no domingo a noite para alguns shows durante um mês. Antes da viagem nunca havíamos nos beijado, mas no caminho... Eu não resisti.
- Estou olhando, Luke. – falei fazendo bico. Ainda estávamos na cama, onde dormimos de conchinha. Ele pegou na minha cintura e me colocou em seu colo.
- Estou vendo, mas vejo uma vergonha nesse seu rosto. – ele sussurrou, roçando nossos narizes.
- Como não ficar com vergonha? Não faz nem vinte quatro horas em que eu te ataquei no carro, e agora estamos dividindo uma cama! – soltei sem pensar, e quando percebi meu deslize encostei minha cabeça no pescoço dele e fiquei cheirando.
Ai que cheiro! Luke só sabia rir da minha cara, por sinal.
- Minha linda, não tem o mínimo motivo para vergonha. Se você não me beijasse naquela hora, eu te beijaria depois. Aliás, pode fazer isso sempre que quiser, ouviu? – ele falava enquanto deixava chupões em meu pescoço me deixando arrepiada.
- Hum... Acho que Brighton é um ótimo lugar. – ronronei besta, recebendo as carícias daquela boca gostosa.
- , qualquer lugar é ótimo lugar se você estiver comigo. – ele falou com seu sorriso que eu amava, e meu coração besta se derreteu. Juntei nossos lábios num selinho estalado e juntamos nossos rostos.
- Vamos comer, garotão? Quem chegar por último é a mulher do padre! – desafiei, marota preparada para brincar de pega-pega com ele.
- Corre menina, porque se eu chegar primeiro... –ele ia dizendo ameaçador, contudo eu saí em disparada antes que ele terminasse.
Infelizmente não passei da escada. Lu me pegou pela cintura e caímos no chão rindo como dois idiotas e ele me fez cócegas aumentando mais ainda meu riso, fazendo-me chorar, literalmente.
- Para, Lu! Pelo amor de Deus! – falei enquanto tentava respirar.
- Só paro se você me der um beijo. – ele disse, ainda fazendo cócegas.
- Não precisa nem pedir duas vezes. – sussurrei e empurrei Luke no chão, subindo em cima dele e colando nossas bocas sedentas.
As mãos dele invadiram minhas costas por baixo da blusa do baby doll azul, ele deixou um rastro gelado, subindo seus dedos curiosos. Minhas mãos se dividiram em puxar seu cabelo e arranhar sua barriga. Sem perceber senti o amiguinho de Luke crescer, porque devido a toda aquela movimentação, ele ainda me impulsionava a rebolar. Era um ritmo insano. O calor londrino parecia querer competir com o de Salvador,mas era só nossos corpos se chocando, se provando.
Puxei o piercing dele e como resposta ganhei uma mordida nos lábios. Soltei um risinho em meio aquele amasso e ele me olhou meio perdido.
- O que foi? To sujo? – ele perguntou meio aéreo. Rocei nossos narizes sorrindo e ele me abraçou.
- Não, é que isso é tão surreal. Em um dia estamos discutindo sobre Frozen no sofá com o Dave, e no outro estamos parecendo dois animais. – comentei. Ele me afastou e me fez encarar seus olhos azuis profundos.
- , para de pensar. Esse é nosso final de semana. O último de sermos quem queremos ser. – ele disse com aquela voz linda, e apenas assenti. – Agora vamos levantar desse chão, porque minhas costas estão me matando! – Luke levantou e me puxou junto. Tomei um impulso e pulei em suas costas.
- Agora sim suas costas vão doer. – murmurei no seu ouvido, deixando- o arrepiado.
- Chega de sorvete pra você, precisa emagrecer! – ele falou jocoso.
- Chega de beijo pra você, também, precisa deixar de ser safado. – falei fazendo charme.
- Ah, nem pense! Agora que eu tenho esses seus beijos, nunca mais vou abrir mão deles! – ele disse meio desesperado.
- Okay, querido. Depois discutimos sobre isso, estou com fome. – respondi, sentindo meu estomago roncar. Porém, quando o safado me tirou de suas costas, colocou-me contra a bancada da cozinha e me agarrou de novo.
- Ainda quer me deixar sem beijos? – ele disse com a boca toda vermelha, fazendo sua cara de mau. Era muita tentação!
- Acho que posso pensar no seu caso... – respondi com as pernas bambas.
- Posso te beijar até sua resposta ser sim. – ele propôs, passando sua barba rala no meu queixo.
- Graças a Deus temos dois dias para você me convencer! – falei rindo.
Ah aqueles dias... Se eu desisti completamente? Desde o primeiro beijo. Aquele final de semana foi inesquecível e depois dali, Brighton virou nosso lugar.
Flashback off.
Voltei a mim quando a água do chuveiro ficou fria, fazendo- me terminar logo o banho. Saí do banheiro e vesti um short de moletom cinza e uma blusa curta roxa solta, penteei meus longos cabelos pretos e peguei meu notebook, sentando na minha cama de casal. Olhei ao meu redor tentando focalizar os detalhes e apagar minha mente.
Meu quarto era grande, tinha uma estante de livros na parede esquerda com uma escrivaninha desorganizada com meus livros e fios do meu Iphone, no meio do quarto tinha minha cama branca e de frente pra ela uma TV de 32. Na parede direita era meu guarda roupa e um espelho de corpo inteiro, ali naquele canto, também ficava a porta do meu banheiro. Do lado da minha cama, tinha um criado mudo com um telefone em formato de boca. Do outro lado da cama tinha uma janela com aqueles banquinhos de filme.
Numa das paredes ainda tinha um quadro de fotos, com as pessoas e momentos que eu amava. Era um quarto de sonhos, decorado do meu jeito, uma coisa que Meg, minha host mom, pediu assim que cheguei a Londres.
Passei a mão no rosto frustrada, bufando, porque a minha tentativa de observar meu ninho deu errado. Por que, Deus? Sofrer tanto em pouco tempo? Essa dor era inexplicável, era como uma música que ouvi no Spotify no ranking do Brasil, de uma cantora nova, uma tal de Lexa. A bendita da música se encaixava perfeitamente na minha situação, chegava a ser cômico.
“Não esqueço, quase me enlouqueço Quando eu me lembro do fim de semana
A gente se beijava até de madrugada
E quando acordava, ainda te via sorrindo na cama
Você de palhaçada, me descabelava
E me segurava, como sempre fazendo cosquinhas.”
Eu queria não ter chorado ouvido aquilo, mas vou te dizer o problema da dor: Quando você mais quer que ela suma, algo vai te lembrar dela e você vai desabar. É um carma filho da mãe, que sempre volta, mesmo que suas forças se juntem para que isso não aconteça. Era incrível, se quando embarquei, eu soubesse que iria me apaixonar desse jeito, teria me dado uma pancada de panela velha, tipo a do filme Enrolados.
Com o notebook ligado, me conectei ao Skype para falar com minhas melhores amigas , e Maira (sendo a última minha prima). Fiquei alguns dias sem falar com elas, e a ultima vez eu estava chorando como uma desesperada. Não precisei nem chamá-las, porque logo elas me adicionaram numa chamada em grupo.
“Amor da minha vida! , você ainda está viva?” gritou desesperada. Ela tinha uma feição preocupada. Melhor dizendo, as três tinham.
“Pois é, vagabunda, quer matar a gente? Eu tava quase indo ai em Londres matar aquele louro de farmácia.” gritou nervosa. Ela era a amiga estourada, mas nós a amávamos mesmo assim.
“Nem vou comentar. Melhor, vou dizer que eu vou te matar!” Maira se pronunciou fazendo uma cara de assassina.
- Calma, meninas, pelo amor de Deus. Eu to me recuperando, meu coração ainda ta quebrado, mas não vai ser meu fim. – falei tentando sorrir, eu acho que saiu meio torto porque elas fizeram uma cara decepcionada.
“Você não engana ninguém, to vendo sua cara de choro do outro lado do oceano!” grasnou, de todas, ela parecia ser a mais nervosa. Não a culpo, minha prima sempre teve um instinto protetor por ter crescido comigo e ser oito anos mais velha.
- , menos. E eu estava chorando sim, mas depois de ver o Dave chorando também, não quero mais continuar assim. – contei sincera. Elas ficaram surpresas, e nem tentaram disfarçar.
- Olha, vou dizer que esperava entrar em desespero completo e viajar pra Londres hoje mesmo. Mas, pelo jeito, as coisas finalmente vão andar. – disse ainda surpresa. Dei um risinho com seu comentário.
- Não ria, . A gente quase morreu do coração. Os Griffin e a Ellie passavam relatórios sobre você quase sempre, e a resposta era a mesma: Você tinha perdido sua luz. Tem noção do quanto sofremos por você, amiga? – disse magoada, com os olhos cheios de lágrimas, na verdade todas quatro estavam emocionadas.
- Aí amigas, se vocês soubessem o quanto to arrependida. Eu nem contei o que aconteceu de verdade, só chorei e chorei. – falei culpada.
- Então nos conte agora, liberta essa alma e prometa no fim que vai pegar muitos machos, agora que se livrou do loiro de farmácia. – Maira disse, forçando uma empolgação limpando suas lágrimas.
- Tudo bem. Vou começar do dia do aniversário dele. Vocês sabem que eu e os meninos fizemos uma festa surpresa no clube de golfe que a tia Meg e o tio Paul são sócios. Foi uma completa bagunça, chamamos os meninos da 1D e mais alguns amigos do Luke, algo bem simples, mas divertido. Como eles iriam viajar no dia seguinte para cumprir uns negócios lá nos Estados Unidos, rolou uns beijos entre nós de despedida, e eu dormi lá no apartamento dos meninos, E ANTES QUE VOCÊS PENSEM, NÓS NÃO TRANSAMOS! – gritei a última parte, e as meninas riram.
- Graças a Deus! Proteja sua VV amiga! – deu um gritinho, e todas riram. Só pra explicar, VV é vagina virgem. Sim, eu ainda era.
- Ainda está protegida pela metralhadora de Jeová, mulher? – Maira perguntou brincando. Era porque nossa tia era evangélica fervorosa e costumava nos dizer coisas assim, gerando muitas piadas depois. Nós quatro estouramos de rir.
- Nem precisa responder, Sis. Se você tivesse dado, a gente saberia. – disse jogando seus cabelos pretos para o lado.
- Posso terminar agora? –perguntei rolando os olhos me recuperando da crise de risos. Elas assentiram e eu continuei. – Bem, vocês sabem que eu e a vaca da Taylor não nos damos bem. Uma tristeza ela ser pratinho de micro- ondas intrometido, porque ela até que canta bem. Mas continuando, ela ficava de esfregação com o diabo loiro e vocês sabem como isso me irritava. Daí, ele viajou depois do aniversário e rolou uma festinha de famosos no sábado. Adivinha o que aconteceu? NO DOMINGO TINHA FOTOS DOS DOIS SAINDO DE UM MOTEL! Claro, liguei pra ele de noite e adivinha quem atendeu? AQUELA VADIA DAS PERNAS LONGAS GIRAFUDA! Eu desliguei o telefone e mandei uma mensagem calorosa para aquele infeliz, perguntando que diabos ele tava pensando. Ele pediu desculpas e falou que tinha bebido demais e a noite era um borrão, e que não repetiria a dose. Tentei relevar, porém na segunda de tarde saiu uma foto no Instagram dela com a camiseta QUE EU DEI PRA ELE. O mandei para puta que pariu no mesmo dia, Luke também não foi muito agradável, disse que se eu não confiava nele, então não via sentido em nós. E aqui estou; chifruda e fodida. – discorri vermelha de raiva, pois no fim daquele relato a tristeza, já não me acompanhava. Agora crescia em mim uma vontade de socar os dois loiros de farmácia.

- Uau. Isso foi uau. – Maira disse pasma, as outras se encontravam em situação semelhante.
- Por isso saiu aquela noticia de como eles combinavam por serem tão altos e loiros! – falou como se tivesse descoberto o átomo. Olhei para ela com raiva, que ficou vermelha de vergonha. – Desculpa, sis, linda. – ela apelou pelo nosso apelido de infância, afinal nossa amizade perdura por 14 anos.
- Se foda. – respondi amarga.
- Okay, sua megera. Você vai arranjar um macho nesse momento e cair na boate nesse sábado, está me ouvindo? Vou falar com a Stacy e Ellie, para garantir. – disse, com sua feição diabólica.
- E qual a finalidade disso? – perguntei tediosa.
- Dar o troco. – respondeu.
- NÃO! NÃO FAÇA ISSO, ! Não escute , ela é doida, solteira e encalhada. Fique na paz e se recupere. É melhor estar sozinha que mal acompanhada. – disse, se desesperando.
- Escute a , usa merda vencida para fumar de manhã. – Maira falou, cautelosa.
- Relaxem, eu ainda não surtei de vez. Vou curtir minha solteirice verídica e ser mais sem Luke, em Londres. – falei sorrindo orgulhosa.
- Isso parece um seriado... – comentou pensativa.
- Amor, isso é um seriado desde que ela disse que conheceu Luke Hemmings disfarçado de nerd feioso no shopping e derrubou milkshake nele, EM LONDRES! Enquanto nós, meras mortais, torramos no sol de 35 graus em Salvador, BAHIA, BRASIL! – falou rápido, arregalando os olhos, em seus surtos e eu me engasguei de rir com seu resumo da minha história com o Hemmings.
- Okay! Chega de vocês, preciso sair. Amo vocês, vadias! – me despedi. Elas responderam um ‘eu também’ e desliguei a chamada. Procurei os deveres de casa e sorri comigo mesma. Era uma nova fase, uma nova .


Capítulo 2

POV LUKE.
Era a segunda garrafa de tequila que eu esvaziava no dia. José Cuervo, a preferida da . Não havia nem escurecido, e eu já estava totalmente bêbado, mais uma vez naquele fatídico mês. Desde que a perdi minha vida tinha se tornado tão sem graça, pois quem iria sorrir com as coisas mais simples do dia a dia? Quem iria se remexer na cama como um furão quando ia dormir no meu apartamento? Quem iria beber litros de café sozinha? Quem iria brigar comigo por ser tão bagunceiro e comer tanta besteira? Quem iria me ouvir e ser meu porto seguro quando eu precisasse? Só a poderia preencher essa vaga, e ela não queria nem me ver pintado de ouro.
Num impulso de raiva, quebrei a garrafa vazia na bancada da cozinha de casa, mas então tudo ficou escuro e eu apaguei.


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Tarde de 25 de agosto de 2015, residência dos meninos do 5SOS, Londres no Reino Unido.


Narrador 3 pessoa.

Luke estava apagado na cama inconsciente, tinha cortes na mão por causa da garrafa quebrada e estava com o rosto abatido pelas noites mal dormidas. Calum olhou para o amigo e suspirou cansado.
Quando ouviu o baralho do vidro quebrando, o moreno logo foi ao encontro do amigo para entender o que havia acontecido, e ao se deparar com a bagunça da cozinha correu para tirar seu amigo dos cacos e colocá-lo em um lugar “seguro”. Depois de toda a confusão com , Calum não sabia o que pensar, tinha raiva e pena de Luke.
A raiva era porque o rapaz tinha sentimentos pela menina, e abriu mão dela porque pensava que o amigo poderia cuidar de , pois sabia que eles se amavam. A pena, porque Luke não tinha nada a ver com isso, era apenas uma artimanha da Swift querendo fisgar o garoto. E muito bem armada, afinal todos que viram as fotos e as notícias acreditaram piamente. Mas Calum estava lá em New York, e tinha visto com seus próprios olhos todo aquele drama.
Sua maior vontade era ir abraçar sua pequena amada, só que ela estava trancafiada no seu quarto e, somente Luke, tinha a chave para acabar com aquele sofrimento, e isso o amargurava.
Os diabos de Calum o atormentavam naquele momento, questionando o porquê dela não o amar. Era por causa de seus olhos puxados? Bem, ele não era oriental, mas tinha essa bendita característica que às vezes o incomodava. Ou seriam seus cabelos e olhos escuros? Ou sua estatura? Luke era alto, de olhos azuis cristalinos e cabelos loiros. Atraia vários rabos de saia. Apesar disso, ele não era feio, e sim muito bonito, só que tinha uma insegurança que o atormentava.
Calum tinha medo do que esses rancores poderiam trazer, mas sabia que era passageiro. O fato era que amava o amigo por algo que ele tinha dentro de si, e não pela sua aparência. Apesar disso, o moreno se lembrava do gosto dos lábios da menina, no beijo em que roubou em um jogo de verdade ou consequência no apartamento dele e dos garotos.
- Ellie, pergunta para o Calum! – Mike gritou já chapado, estava tarde e todos estavam altos, principalmente o amigo de madeixas coloridas.
- E o que vai ser, japa? – Ellie perguntou rindo, o menino fez uma careta pelo apelido, mas isso passou despercebido por todos, menos , que sorriu e beijou a bochecha de Cal, que ficou vermelho. Do outro lado da roda, Luke olhava torto para os dois.
- Acho que desafio. Cansei de jogar verdade. – ele disse dando de ombros. Ellie sorriu diabolicamente e olhou para a amiga que olhava para os lados abóbada de tão bêbada.
- Beije a de língua, darling. Seu presente de natal adiantado! – a garota disse maligna. Luke no mesmo instante virou-se para a ruiva que dava as ordens e quase a xingou, afinal era a garota dele. Mas, a menina não estava pensando muito bem e apenas assentiu. O moreno então limpou suas mãos suadas nas calças escuras e foi até sua amada. Calmamente tirou os fios do rosto dela e selou seus lábios de forma doce e ansiosa. Aos poucos o beijo ganhou intensidade e as mãos passeavam pelos corpos, porém em determinado momento ela se afastou e correu para o banheiro. Para vomitar.
Retirando essas cenas de sua cabeça, Calum lembrou-se do que sentiu quando viu correr enjoada, perguntando-se se ele beijava mal. Mas, felizmente quando ela ficou melhor, disse para ele que seu beijo era gostoso. Ele quase não dormiu por noites, pensando no gosto de morango dos lábios dela. Uma pena que ela preferia o beijar o Luke.
Ele queria fazer feliz, contudo sabia que o dono do coração dela era seu melhor amigo, e por isso, ajudaria Luke a sair da fossa e compensar os erros. Assim Hood sabia que sua pequena voltaria a sorrir, a ser feliz. Mesmo que ele não fosse.
Gemidos doloridos o despertaram de seus devaneios, e então encontrou um Hemmings acabado e com lágrimas nos olhos.
- E ai, cara? Quer uma aspirina? – ele ofereceu sorrindo amarelo. Viu o Luke fazer uma careta e soltar mais lágrimas.
- Eu quero ela, Cal. O que eu faço, meu Deus? Como eu fui ficar assim tão apaixonado, tão necessitado? Dói só de pensar que nunca mais vou sentir o cheiro dela, ou ver aquele sorriso lindo. – Luke desabafou triste. Calum se viu ali, quando percebeu que não tinha espaço na vida da menina. Mas o caso do seu amigo era muito pior.
- Eu não sei o que te dizer, não a vi desde que a bomba estourou. Não quis me ver ou aos garotos, as meninas contaram que ela se trancou como você. Deus sabe o que passa naquela cabeça. Mas você, meu amigo, precisa reconquistar aquela baixota, porém precisa sair dessa merda, fazer a barba, tomar banho e escovar os dentes! Você sabe como ela odeia odor. – Cal disse com um pequeno sorriso, e o rosto de Luke continuou inexpressivo.
- E como vou fazer isso? – Luke perguntou.
- Isso você vai descobrir. Eu e os meninos vamos fazer com que ela descubra a verdade. Enquanto não tem ideias, escreva alguma coisa, é das piores fossas que saem boas músicas, lembra de Heartbreak Girl? – ele fez uma referência a sua canção e largou o Luke sozinho, pensando.
Rapidamente mandou uma mensagem para Michael e Ashton para bolar o plano de juntar o casal novamente. O bom coração de Hood não os deixaria na mão, à mercê da infelicidade.


••••••••••••••


POV .


Noite de 28 de agosto, pub no centro de Londres no Reino Unido.
Quando prometi as meninas que iria melhorar, eu não fazia ideia de que na sexta-feira já estaria num pub usando um tubinho vermelho sangue com minha marca registrada, meu batom vermelho, dançando loucamente com Stacy e Ellie, bebendo drinks coloridos e chamando a atenção dos homens do recinto.
- Meu Deus, isso está uma loucura! Vou beber até cair! – Stacy gritou levantando os braços como uma doida. Eu e Ellie olhamos para nossa amiga e rimos do seu jeito bêbado.
- Hoje é o dia das meninas! – gritei animada.
- Por isso merecemos um brinde mais que especial! – Ell emendou e fomos ao balcão pegar três shots de tequila para brindar. Tomamos tudo de vez, usando o sal e limão para amenizar, rindo como loucas. O garçom deu uma piscadela para mim, que retribui e sai rebolando puxando as meninas. Eu já estava meio alta, por isso minhas atitudes eram descaradas.
Uma batida gostosa começou a tocar e uns caras agarraram as meninas para dançar e eu fiquei sozinha. Comecei a rebolar despretensiosa, descendo até o chão e mexendo os cabelos. Senti os olhares famintos em meu corpo, o que me fazia ter menos inibição, sendo mais ousada com meus movimentos. Ajeitei o vestido que subia vagarosamente nas minhas coxas até que senti um puxão na minha cintura.
- Perdeu o juízo de vez, ? – Calum indagou assustado. Ele estava bravo e parecia preocupado. Avistei Mike e Ash puxando a Stay e a Ell dos caras que elas dançavam.
- Perdi nada, deixa de ser chato! Deixa-me dançar! – falei lentamente, alterada pela bebida.
- Nem pense, você vai comigo e com os meninos. – dito isso, ele me jogou como uma boneca de pano nas suas costas. Não me recordo do que houve a seguir, até que chegamos a uma lanchonete simples de 24h. Os meninos nos colocaram nas cadeiras acolchoadas no local e pediram café forte e sentaram na nossa frente. Stacy dormia profundamente na mesa.
- Aqui, meus jovens. – uma velha simpática entregou as canecas do líquido fumegante. Ela nos ofereceu um sorriso doce e saiu alegre. Parecia se iluminar com a presença de adolescentes, ou era porque éramos os únicos ali.
- Bebam sem reclamar, suas malucas. – Ash disse bravo, fiz um biquinho e sua cara desarmou, ele adorava me mimar, assim como a Ell, sua paixão secreta.
- Você é uma miséria, . Tome logo esse café, você não vive bebendo isso? – Michael resmungou. Ellie ficou meio assustada com o humor dele e resolveu beber seu café, ela estava calada também. Fiz uma careta para o cheiro forte da bebida, mas virei de uma vez, sentindo o leve choque da cafeína em meu organismo.
- Boas meninas! – Cal disse calmamente, abrindo seu sorriso galanteador. Ellie mostrou o dedo pra ele e terminou sua caneca, eu apenas ri baixinho.
- Bem, vocês precisam ir para casa. Como vamos fazer? – Ash perguntou expressando sua ansiedade.
- Meu pai viajou, só a mamãe está em casa, com o Dave. Ela nem liga, porque a ideia do pub foi toda dela mesmo. – Falei dando de ombros. Deixem-me explicar, considero minha host family como de verdade, então os chamo como se fossem meus pais e meus irmãos. Mesmo assim, lá no Brasil, tenho uma família bastante unida e os amo demais.
- Então, vamos leva-las para casa! – Mike disse estalando os dedos. Olhei torto para ele que me puxou pelos ombros e estalou um beijo na minha testa.
- Para tudo! Digam logo como nos acharam! – Ellie apontou o dedo, incriminadora, ela parecia ter levado um choque de maluquice, até minha mente alterada enxergava isso. – Como posso saber se não são bandidos disfarçados de gostosos? – ela ia dizendo, delirando, mas ao ver seu deslize, pigarreou. – Quer dizer, nossos amigos.
- Snapchat. – responderam em uníssono com um semblante descarado, principalmente o “covudo” Irwin. Não foi muito difícil lembrar que mandamos um monte de vídeos e fotos para o chat privado deles no meu celular.
- Amanhã depois do trabalho eu vou te buscar, ok ? – Calum informou, antes que mais perguntas fossem lançadas, apenas assenti aérea. Não demorou muito para que fôssemos para casa, na qual a mamãe estava ainda acordada e ao nos ver alcoolizadas bateu palmas de alegria, porque acreditava que seria a cura da minha fossa, acredito eu.
Dormir foi à parte mais fácil, mas não tive uma noite tranquila e sem pesadelos. Os meus fantasmas resolveram me visitar. Melhor dizendo, ele me visitou.


•••••••••••


Era tarde da noite e depois de um dia inteiro tentando arrumar a bagunça dos meninos, na minha folga, me joguei da cama do Lu com o moletom vermelho dele. Era uma das suas cores favoritas e tinha o cheiro dele. Eu estava com uma calcinha box preta de renda, sem muita vontade de vestir um pijama normal.
Ele já estava acostumado, apesar de não sermos namorados dividíamos tudo, nossos segredos, nossos dias, as camisas dele e a cama. Contudo, era dócil o jeito como ele respeitava meus limites, entendendo que eu ainda não estava preparada para “avançar” o sinal. Para Luke, estar comigo era o suficiente. Ou pelo menos era o que ele dizia.
Enrolei- me na cama e esperei ele sair do banho. Fechei os olhos e só abri quando senti o cheiro dele e seus lábios beijando meu pescoço.
- Amor, acorda. A gente não ia assistir Star Wars? – ele perguntou manhoso. Luke sabia que era meu ponto fraco, quando saia do banho com os cabelos molhados e vinha só de bermuda para cima de mim. Mas minha preguiça era maior naquele momento.
- Babe, eu estou tão cansada. Só topo se for aqui na cama enroladinha, e se você fizer aquele cafezinho gostoso com chantilly. – murmurei de olhos fechando os olhos e ele mordeu meu queixo de forma carinhosa.
- Você me dá tanto trabalho! Uma merda que vale tudo a pena. – ele deu um beijo no meu rosto e ouvi a porta se fechar. Aconcheguei-me na cama e esperei o meu loirinho chegar. Mesmo com sono e na manha, eu queria ver o filme, era uma das minhas sagas preferidas.
Ouvi se a porta do quarto se abrindo e ele soltou um muxoxo. Abri os olhos e me sentei na cama. Ele abriu um sorriso e foi me abraçar depois de colocar a caneca no criado mudo.
- Sabia que você não ia me deixar acordado sozinho. – ele disse me enchendo de beijos e eu ria abobalhada.
- Para criatura, eu vou ficar mal acostumada desse jeito. – resmunguei e ele me deu língua.
- É pra ficar mesmo, minha princesa tem que ser muito bem amada. – ele disse sério.
- Já te disse que não sou de ninguém. Só minha. – retruquei.
- Então você é minha alugada. Ou eu sou seu? Acho que sou seu capacho mesmo. Mas, quer saber? Sou um capacho feliz! – ele disse com aquele sorriso que derrete qualquer barreira. Dei um selinho nele e me acomodei nos seus braços pegando o controle da TV e colocando na Netflix.
- Agora vamos ver, meu Luke! – falei batendo palmas como uma foca.
- Ei! Eu sou seu Luke, o Hemmings, mas se você quiser me visto de Skywalker para ser duplamente seu. – ele disse mexendo as sobrancelhas e eu mordi os lábios.
(N/A: Quem viu e morreu com ele fantasiado de Skywalker? Haha.)
- Amor, essa é uma proposta irrecusável. Arrancar suas roupas depois, de forma bem científica. Pelo bem da Força. – falei piscando o olho.
- Nem vem com suas promessas! Se eu coloco a mão debaixo da sua roupa, você corre que nem maluca. – ele disse me olhando torto.
- Tá, mas eu preciso admitir que você me deixa molhada lá em baixo! – confessei, e seus olhos escureceram.
- Chega! Vamos assistir o filme antes que eu precise de um banho frio! – ele gritou desesperado e deu play no filme. Dei uns risinhos e me calei ao ver sua cara feia pro meu lado.
Antes que a Estrela da Morte explodisse, acabei dormindo como uma pedra nos braços do meu Luke. O Hemmings, e não o Skywalker.


••••••••••••


Abri os olhos assustada e dei de cara com o teto do meu quarto. Mais uma vez eu era assombrada pelo passado com o Luke. Esses sonhos eram comuns desde o bendito dia em que as coisas mudaram. Era tão esquisito, fazia mais de um mês que não o via, e pareciam séculos. A vontade de matá-lo era constante, mas a de abraçá-lo também. Isso deixava minha mente confusa. Para piorar, naquela manhã eu ainda estava de ressaca.
Maldita Stacy. Maldita Ellie. Maldita Tequila.
Pode escrever; EU NUNCA MAIS BEBO.
Esquece isso, nunca cumpro mesmo.
Tateei meu criado mudo atrás dos meus óculos e coloquei no rosto. Pesquei meu celular e tomei um susto com o horário, ainda eram sete da manhã, pela sorte de Jesus, eu poderia chegar cedo ao trabalho.
Fechei os olhos de dor de cabeça e reuni coragem para levantar da cama.
“1, 2, 3, 4... Levanta viada!” Minha mente gritava esse mantra malvado, e desisti de ficar remoendo minha ressaca. Fui para o chuveiro e reparei que estava de camisola, só que eu não me lembrava de nada depois que os meninos me colocaram no carro na saída da boate, quem dirá o resto.
Tomei um banho demorado e lavei os cabelos. Escolhi uma calça jeans escura e uma blusa regata vermelha com um cardigan rosa. Calcei uma sapatilha e coloquei uma maquiagem bem simples para esconder as olheiras e a cara de alcoólatra.
Apesar de ter acordado com a aparência de uma refugiada do Oriente Médio, minha cara depois disso deu uma melhorada considerável.
Ao descer para o café, encontrei só a mamãe assistindo TV.
- Bom dia! – dei um beijo em seu rosto e sentei ao seu lado no sofá.
- Bom dia, querida. Você está melhor? Foi uma boa noite, não foi? – ela perguntou com um sorriso doce.
- Não me lembro de muita coisa, e minha cabeça parece um trio elétrico. Eu queria um remedinho... – falei manhosa e ela sacou meu pedido.
- Remédio e chocolate quente? Vou buscar! – ela me deu um beijo na testa e saiu para a cozinha. Eu tirei a sapatilha dos pés e me estiquei no sofá e fiquei assistindo o noticiário até que passou uma manchete que arrepiou todos os cabelos do meu corpo.
“Príncipe Harry de Gales volta para Londres depois de algumas semanas no Afeganistão.”
Isso me transportou para mais lembranças do meu passado...


Capítulo 3

POV NARRADOR.
Quem conhecia a pequena sabia que ela gostava de se aventurar, ter novas experiências... Não é a toa que ela foi para o Reino Unido, longe de sua da família. Mas, aos que poucos, sabem é das peripécias que essa menina aprontou quando chegou à capital inglesa...
Ellie Henderson é afilhada de uma das várias condessas inglesas e por isso conseguia muitos convites para festas da realeza inconsequente britânica. Antes, a ruiva levava Stacy, mas com a adoção de no grupo, elas se tornaram convidadas de honra nas festas, animando com a energia que exalavam, inclusive com as danças que a brasileira ensinava para as pessoas, fazendo- os rirem pelo péssimo rebolado europeu. Os homens babavam com a sensualidade discreta da menina, ela nem ligava, não dava muita atenção, apenas se divertia ao máximo.
Numa dessas festas, antes da nossa mocinha conhecer o vocalista da 5 Seconds Of Summer, ela cometeu um deslize nada típico. Bebeu demais, e um visitante atípico estava na reunião da Elite. Era Harry de Gales, doido para encher a cara depois de uma das típicas brigas com seu pai porque ele ainda não estava pronto para casar.
Ah, quando o ruivinho viu , sua intimidade ardeu em desejo, queria pegá-la e encher de beijos, fazê-la gemer o dicionário inteiro até o dia amanhecer. Mas ela estava tomando alguns drinks, comemorando uma nota alta em física, a matéria que ela mais odiava.
Ele se aproximou cuidadosamente da garota e colocou seus braços na cintura dela e aproximou sua boca da orelha dela. Arrepiou subiram pelo pequeno corpo de .
- O que faz sozinha numa festa como essa? – ele sussurrou e ela virou de olhos arregalados.
- Acho que estou dançando, não é mesmo, Vossa Alteza? – ela falou descrente e ele riu da ironia dela.
- Você é engraçada. – ele disse a olhando profundamente e ela corou. – Seria demais querer dançar com você? – ele perguntou.
- Espero que esse papo de que príncipes sabem dançar seja verdade. – ela resmungou, mais cedeu dançar. Estava meio chocada contando as sardas do rosto branquinho de Harry.
A noite foi longa e cheia de memórias borradas para os dois. Para o príncipe, ela foi a garota mais engraçada e o com o melhor beijo que já teve o prazer de provar. Para a brasileira, ele foi a maior loucura que já cometeu. E antes que pensem que a noite foi regada a suor e atrito de corpos, foram beijos roubados e conversa fiada.
Quando ele descobriu a idade dela, alguns dias depois, quase teve um AVC. Mas no fim, decidiu guardar como uma lembrança. Até uma recaída dos dois em Junho daquele ano, quando Luke Hemmings já tinha conquistado o coração de .
Era uma semana difícil para o casal, com todas as dúvidas e ciúmes que circundavam suas mentes. Lu morria de ciúmes de Calum, que deixava claro sua paixão pela morena. Já queria comer o fígado de Taylor Swift, a cantora estava atrás de um dueto com o Hemmings e a mídia caía em cima dos dois, xeretando romances. E nada ajudava nesse quadro quando as fãs dos garotos acreditavam que era a nova namorada secreta de Hood.
Luke Robert Hemmings nunca sentiu tanta vontade de esfaquear seu amigo na minha.
nunca sentiu tanta vontade de comprar uma bazuca para alvejar a Swift.
Nesse período, Luke viajou para New York a pedido da loira, mas a viagem rendeu uma noite calorosa. Uma pena para Taylor que no final dela, nosso guitarrista a chamou de . A cantora nunca sentiu tanto ódio na vida, já não bastava gostar de um cara mais novo ainda tinha que ser sujeitada a uma situação humilhante. O garoto ficou completamente envergonhado, mas suas desculpas não adiantaram nada, ela o botou para fora do seu quarto na sua cobertura a gritos. Naquela noite, Swift jurou a si mesma acabar com aquele romance ridículo.
Já do outro lado do oceano...
fugia das investidas de Calum e tinha escondido seu celular para não ligar para Luke. Ela se corroia de ciúmes. E num rompante fez algo que há tempos não fazia: foi em mais uma das festas da Elite. Num golpe do destino, Harry estava lá e viu o semblante da menina. Todos estavam animados em ver o trio, mas Ellie namorava e parecia ter contraído o vírus do mau humor. Apenas Stacy continuava a mesma louca de sempre.
Harry se aproximou de e se cumprimentaram envergonhados, mas nada que José Cuervo não resolvesse. Logo, eles travavam uma batalha de línguas escondidos.
Nos dias que se sucederam, eles se viram às escuras. Harry disfarçado e fugido, cheia de culpa e raiva.
Na sexta-feira daquela semana, eles estavam tomando café numa Starbucks vazia e conversavam tranquilamente até que tocou no som da loja, Amnesia. Os olhos dela se encheram de lágrimas que prendeu durante toda a semana e instantes depois se viu contando tudo ao ruivo.
Ele constatou ali que não poderia se envolver com ela, além da idade, o coração dela era totalmente ocupado por outro cara. Harry lhe disse para ter calma, e deixar as coisas seguirem seu curso e instruiu para que ela contasse seus sentimentos para Luke.
Foi a última vez que o Príncipe de Gales e a se viram. Foram essenciais na vida um do outro, como aprendizagem.
Ele aprendeu o que era amor.
Ela aprendeu que devia ser sincera sobre seus sentimentos, sempre.


••••••••


Luke retornou no domingo e ligou para pedindo para encontrá-la no Hyde Park, às 14h. O tempo se arrastou para os dois, preocupados, culpados, ansiosos, medrosos, desesperados e principalmente, morrendo de saudades.
Ele chegou primeiro e ficou sentado em um banco de ferro preto perdido em pensamentos.
Ela chegou minutos depois com o coração apertado no peito.
Seus olhares se cruzam e ficaram presos um no outro. Não havia dúvidas, eles tinham certeza de seus sentimentos. Um pássaro cantarolou não muito longe dali e os despertou dos devaneios.
- Oi. – ela falou baixo.
- Oi. – ele respondeu no mesmo tom.
- Como foi à viagem? – ela perguntou, tentando ser imparcial. Mas Luke não tinha paciência para transparência.
- Você ficou com o Calum? – ele soltou puxando seus fios dourados.
- Porra, Luke! Ficamos uma semana sem nos falar e a primeira coisa que você me diz é isso! É claro que ninguém me diz o que fez em New York, só eu devo dizer! – ela esbravejou sem conter suas emoções.
- Então vocês ficaram? – ele concluiu precipitadamente, e ela respirou fundo.
- Você é um panaca. Fica nessa pose e eu sei que você comeu a Taylor! – ela soltou vermelha de raiva e Luke arregalou os olhos assustado.
- Como você sabe? – ele gaguejou e soltou uma gargalhada sarcástica.
- Eu joguei verde, mas é ótimo saber o quão cachorro você é. – ela o olhou visivelmente magoada. Seus olhos encheram de lágrimas.
- Como se você pudesse falar algo. Eu sei do Calum. – ele tentava lutar contra tudo que sentia. Aquilo era devastador.
- Eu não fiquei com o Cal, e sim com outra pessoa. – ela suspirou. – Era o Harry.
- VOCÊ E O STYLES? – Luke gritou perdendo as estribeiras o olhar cética.
- Sai que eu vou pegar o Styles, usamos a mesma marca de shampoo. – ela fez uma careta.
- E quem seria esse Harry? – ele indagou irritado.
- O príncipe.
Os segundos que se passaram foram silenciosos. Quando percebeu que não mentia, ele sentiu todo o sangue ser drenado do seu corpo.
- Ele... Um príncipe... Você... , ele é pelo menos 13 anos mais velho! – Luke gaguejou surpreso e em pane.
- Nós não temos nada, nem vamos ter. Foi só uma besteira, na verdade ele me mandou esclarecer as coisas com você de vez. – ela disse passando as mãos nos braços, ansiosa.
- Ele mandou? – Lu perguntou tentando ligar os fatos.
- Sim.
- , eu odeio isso. Puta merda! – Luke deu outro grito repentino fazendo a garota perder a cabeça.
- E o que você quer de mim? – ela devolveu no mesmo tom. Graças a Deus aquela parte do parque era vazia, ou teriam muitos ouvintes.
- Eu quero que você seja minha. Sem essa palhaçada de “vamos ficar com quem quisermos”. Odeio esses ciúmes insuportáveis. Eu gosto mesmo de você e se namoro parece ser assustador demais, aceito ser seu amigo exclusivo e o único, e você ser a minha. Por favor. – ele pediu com os olhos magoados. A menina não conseguiu segurar as lágrimas.
- Mas e a Taylor? – ela perguntou com a voz fraca.
- Acho que ela não quer me ver nem pintado de ouro depois de eu chamar seu nome naquele momento. – ele disse, passando a mão na cabeça constrangido e ela prendeu um risinho.
- Eu te odeio. Só que eu gosto mais que odeio. E esse ciúmes tá me matando também. –ela confessou e naquele instante as coisas se resolveram. Os dois juntaram os lábios sedentos num beijo saudoso e apaixonado. Era uma nova fase.
De volta ao presente:
Luke também se lembrava daquele dia e então uma letra veio junto com a ideia perfeita para conquistar sua menina de volta. Será que ele ia conseguir?


Capítulo 4

Fim da tarde de 26 de agosto de 2015, Big Ben em Londres no Reino Unido.
POV .
Depois do trabalho uma das coisas que mais gosto de fazer é sair andando pela cidade contemplando a vista. Cada parte de Londres tinha uma história e era encantador toda a beleza incrustada nas pedras e construções.
A brisa gelada batia sobre meu corpo e resolvi me sentar num banco de ferro no Big Ben. Fiquei tão relaxada que quase não percebi meu celular vibrando. Saquei rapidamente e olhei o visor.
“Mister Nude Japa do Paraguai <3”
Dei um risinho ao nome do Cal no meu celular, eu amava aquele tapado como meu irmão, e não tinha ideia do que havia acontecido na noite passada mas sentia saudades dele. Atendi terminada a conversar com ele como antes de toda a confusão.
- Fala,babe. – saudei e ouvi seu suspiro de alívio.
- Pensei que não fosse me atender. – ele disse.
- Deixa de ser bobo! Mas o que é tão importante para você estar ansioso desse jeito? –indaguei e ele suspirou novamente. Calum parecia fora dos eixos e a situação parecia ser séria porque se por telefone eu tinha clareza, tinha medo do que seria ao saber.
- Só me fala onde você tá, precisamos conversar, . – ele respondeu vago.
- Eu to no Big Ben, mas o que houve, Hood? Vai me matar do coração! – exclamei.
- Espere um pouco, porque eu estou indo. Não saía daí.
Ele nem me deixou dizer nada desligando na minha cara. Logicamente a ansiedade tomou conta do meu estômago. Que diabos teria acontecido? Será que ele estava doente? Será que um dos meninos estava doente? Será que Luke estava doente? Comecei a hiperventilar só que Cal chegou antes que eu pirasse.
- Achei você! – ele me abraçou forte e meu coração pesou. Eu queria de verdade gostar dele, retribuir o que ele sentia, mas minha especialidade é ser retardada.
- Também senti sua falta, babe. – falei saindo do aperto dele, apesar da intensidade era um abraço que fazia bem. – Mas o que houve? Você está bem? – perguntei preocupada passando a mão em seus braços e ele riu da minha cara.
- Eu e os meninos estamos bem. Quer dizer, nem todos estão. – ele começou e eu revirei os olhos.
- Não quero saber nada dele. Nem comece. – tentei cortar, mas ele era mais esperto.
- , seja sensata, você nunca quis entender o que realmente aconteceu? Eu quero muito te contar, os meninos estão de acordo comigo. Você não precisa voltar pro Hemmings, apenas me ouvir. Você vive falando de justiça, mas não vejo isso nessa ação sua. – ele deu sua cartada final e eu concordei com a cabeça lhe dando bandeira branca para falar o que fosse.
- Olha , o Lu e a Taylor se conheceram numa festa de famosos lá em LA. Foi uma doideira porque nesse dia eu peguei a Kendall. – olhei torto pra ele que pigarreou. –Bem, continuando, você ainda não tinha aparecido e eles ficaram. Você conhece a história dela e do Styles, aquela bendita confusão. O Hemmo quando percebeu que ia se prejudicar e magoar o Harry, bateu retirada. Uns meses depois ela contatou a gente, melhor especificando, pediu por ele, para escrever um dueto. Ele não negou e foi. E deu aquela bagunça, que no fim, vocês se acertaram. – ele suspirou e eu tentava entender as coisas e como se encaixavam na situação atual. – Mas ai teve o aniversário dele e a viagem. Nós estávamos em San Diego em outra festa e a turminha da Swift marcou presença. Eu me lembro que a Zendaya deu um copo esquisito pro Luke dizendo que era um drink especial, depois disso o cara pirou. Surtou legal, eu e os meninos tentamos segurar a franga dele, mas a cachaça no nossos sistema não ajudou. No dia seguinte, ele estava no quarto do hotel praguejando quase morrendo porque não sabia o que havia acontecido pra ter acordado pelado com a Taylor num motel. Ai as fotos apareceram...
- Pera, você está me dizendo que ela dopou o Hemmings e ele não teve culpa? Ok, mas e os desaforos no telefone? – perguntei chocada. Não conseguia processar.
- Ele disse aquilo tudo porque ela tinha pegado o celular dele com... Digamos que fotos comprometedoras suas. – Cal disse aquilo e meu queixo caiu. Quer dizer que esse tempo todo ele havia me protegido? Tudo bem que a culpa era totalmente minha por ter mandado aquelas fotos de lingerie, mas quem nunca mandou pro namorado? Quer dizer, amigo. Quer dizer... Ah, foda- se a nomenclatura, ele era algo entre esses dois.
- Eu não entendo! E o que aconteceu? - indaguei ainda mais assustada.
- Isso foi fácil, ele nos contou e resolvemos chamar o nosso advogado que fez um escarcéu. Primeiro rackeamos o celular e apagamos tudo e depois montamos uma reunião com ela e o agente dela. Agora tem um contrato que a impede de se aproximar dele e de você e uma multa gigantesca que ela terá que pagar se postar a foto, mas temos certeza que ela não tem. Eu não sei como Howard conseguiu, mas ele é um gênio do direito. – ele limpou a garganta ao contar tudo aquilo, e me encarou com os olhos ansiosos. Eu só tentava me recuperar do baque.
- Cal... Eu não consigo processar. – sussurrei e caí em lágrimas. Ele me puxou para um abraço e afagou meus cabelos.
- Minha linda, eu não vim aqui esperando que você se declare pra ele como se fosse o homem da história. Meu ponto é que sua mágoa passe e que a verdade seja passada. Perdoe ele, volte pra ele, seja o que for. Eu quero que meu melhor amigo e a garota que eu gosto sejam felizes. Juntos ou separados. – ele disse me fazendo chorar ainda mais. Levantei meu rosto e olhei dentro dos seus olhos escuros.
- Calum, você é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Um dia, você vai encontrar alguém que cuide de você como merece. Inclusive minha amiga seria uma ótima candidata... – comecei a imaginar os dois e ele riu estalando os dedos chamando minha atenção.
- Chega de sonhos, dona . Seja sincera, comigo e com você: Você ainda gosta do Luke? – ele perguntou com seu meio sorriso.
- Eu não gosto. – respondi de primeira e assustei o coitado. –Eu o amo. – quando completei, senti o alivio de Hood e um pouco de melancolia.
- Então meu dever está cumprido. – ele se levantou e eu puxei sua mão.
- Não mesmo, vamos ligar para o Mike e o Ash porque eu vou sair com meus bebês! –soltei animada e ele riu.
- Está bom, mamãe .

Capítulo 5

Tarde de 29 de setembro, em algum lugar de Londres no Reino Unido.
POV NARRADOR.
Fazia um mês desde a conversa de Hood e . Ela e Hemmings ainda não haviam tido contato, e os dois corações murchavam a cada dia separados.
já vivia sem a mágoa e suas amigas e família não sentiam mais raiva de Luke, entretanto queriam matar o menino por ser tão lento. Afinal, o que impedia ele de pedir desculpas a ela? Não custava nada. Era ainda mais difícil para Michael, Ashton e Calum que viviam oscilados entre os dois e não tinham ideia de como resolver. Eles tinham fé que ele sairia mais do quarto e largaria o papel e a caneta das mãos.
Nesse dia específico, caminhava mais uma vez pela cidade depois da aula. O sol brilhava num lindo outono e ela pensava nos dias que faltavam para seu aniversário, estava animada que depois de tanto tempo sofrendo havia algo que sempre a animava.
ainda se lembrava do seu aniversário de 15 anos, uma coisa que sempre a marcou, e no dia 9 de outubro faria dois anos que esse sonho aconteceu. E junto com isso, ela fazia 17 anos! Eram muitos passos, e junto com eles, seu intercâmbio estava no fim. Mas não queria esquentar a cabeça.
Ela despertou de seus devaneios quando um pequeno menino puxou sua saia rosa de cintura alta.
- Moça, pediram para te entregar isso. – ele entregou um envelope vermelho.
- E quem seria essa pessoa, meu querido? – ela se abaixou um pouco para ficar da altura do menino, que não devia ter mais que cinco anos.
- Não sei, mas leia e vai saber. Tchau, moça bonita! – ele deu um beijo da morena e sumiu na multidão.
Ela sentiu a ansiedade bater. O que seria aquilo? Uma pegadinha?
Abriu o envelope e achou algo muito curioso.
(N/A: Coloca The Only Reason pra tocar agora! Se acabar a música bota no replay.)
“Oi linda,
Provavelmente você deve estar querendo saber quem aprontou isso, mas lhe peço para seguir os passos indicados. Primeiro, encontre pipoqueiro de avental azul.
Aguardo você,
Alguém.”
O coração dela deu um salto e seus olhos percorrem o perímetro e encontrou o homem. Ela saiu em disparada, morrendo de curiosidade. Seu coração mandava ir e sua cabeça a repreendia mandando manchetes imaginárias de intercambista assassinada. Mas decidiu continuar, não custava nada se divertir um pouco.
- Com licença moço, mas recebi isso. –ela mostrou o envelope e o homem sorriu iluminado.
- Então você merece pipoca doce! Doce como o amor! –ele disse charmoso e entregou o saquinho. Ela comeu as deliciosas pipocas e encontrou no fundo um bilhete.
“Se você pegou esse bilhete sou um homem de sorte!
Então linda, o próximo passo é encontrar um homem de ouro.
Boa sorte!”
Ela leu aquilo e praguejou. Que diabos seria um homem de ouro?
andou sem rumo pelas ruas até que viu uma movimentação. Era uma daquelas estátuas humanas no meio do centro de Londres! E pintada de dourado! Ela começou a rir e foi até ao artista de rua.
se aproximou dele e sussurrou no ouvido no homem.
- Estou com o bilhete.
A resposta foi imediata. A estátua mexeu os braços e piscou para a morena que riu contagiando quem estava presenciando a cena. Mas então cinco rapazes se aproximaram com uma caixa de som e os acordes de Sugar do Maroon 5 soaram.
Os garotos dançaram de forma elaborada, pareciam apaixonados pela menina que ria encantada da cena. Ela sempre gostou de dança de rua, como nos filmes que adorava sobre esse estilo musical que se aglutinava com balé clássico e era isso que esses bailarinos faziam. se sentia no seu próprio filme.
Nas últimas notas da música os meninos se juntaram sincronizados e abriram suas jaquetas coloridas. As letras em cada camiseta formaram um nome que encheu os olhos de de lágrimas.
S
O
R
R
Y
Cinco letras e muitos significados. Mas antes que ela pudesse pensar, os rapazes a puxaram e levaram ela para uma limusine preta. Ali havia um post- it.
“Use o teto solar como sempre sonhou. Estamos mais perto do que imagina.”
E o que ela fez? Aproveitou cada segundo dos ventos em seus cabelos brincando no teto solar. Esvaziou sua mente e retirou suas preocupações. cantava e acenava, estava em sua mais pura essência. Uma luz que brilhava e iluminava todos.
O carro parou no Hyde Park. Um homem alto e robusto abriu a porta dela e a guiou silenciosamente a uma das trilhas que levavam a parte do lago. Lá havia uma trilha de corações. O motorista se despediu e continuou sozinha catando os corações.
Mas o maior susto foi ao chegar ao lago. Tudo estava enfeitado com corações, tulipas azuis e balões vermelhos. Um arco estava montado e ali no meio a maior surpresa de todas: Luke Hemmings com um violão e os olhos cheios de lágrimas.
O coração da menina pesou no peito e não conseguiu andar. O loiro também estava paralisado, mas tinha que terminar, não havia feito aquilo tudo por nada.
- Princesa, antes que você fuja, escuta tudo que preciso te dizer. Nunca fui bom com palavras, elas simplesmente não gostam de mim como gostam de você, mas a música consegue expressar tudo que eu sinto. Ouça com atenção. – Luke olhou para e dedilhou os acordes da canção...
Don't talk, let me think it over
How are we gonna fix this?
How are we gonna undo all the pain?
Tell me, is it even worth it?
Looking for a straight line
Taking back the time we can't replace
All the crossed wires
Just making us tired
Is it too late to bring us back to life?

Olhos nos olhos, coração na mão, era assim que eles se encontravam. Tudo por um fio e eles não sabiam como recomeçar. O que era aquele sentimento?

When I close my eyes and try to sleep
I fall apart and find it hard to breathe
You're the reason, the only reason
Even though my dizzy head is numb
I swear my heart is never giving up
You're the reason, the only reason

Seus sonhos já não pertenciam a eles mesmos, o coração também não. Assustados, incompletos, desesperados... O vazio era um lugar frio.

I feel you burning under my skin
I swear I see you shining
Brighter than the flame inside your eyes

A desconfiança e a raiva destruíram a relação deles, mas não foram tão fortes para acabar com o amor. As íris azuis do loiro eram atraídas para as íris chocolates da menina. Tão opostos, mas ainda sim tão iguais!

Bitter words are spoken
Everything is broken
It's never too late to bring us back to life

Eles tinham medo do que falar poderia significar em suas vidas, mas era amor, o amor mais lindo e puro que alguém poderia sonhar em ter. E eles tinham. Por que não lutar?

Luke encerrou a canção e respirou fundo, lágrimas grossas inundavam seus olhos, mas ele queria conquistar sua garota novamente.
- , Deus sabe como minha vida se tornou um inferno quando você se foi. Não consigo ficar longe de você, eu sei do fim do intercâmbio só que a distancia total é esmagador, prefiro um oceano nos afastado a nossos corações se repelindo. Isso é tão brega, tão clichê, porém eu não encontro palavras para definir. Eu te amo. – ele sussurrou as últimas palavras, e a menina não suportou esperar. Ela correu para os braços do amado, que soltou o violão e a cobriu num abraço cheio de sentimentos. Logo seus lábios se encontram num beijo quente e doce.
- Eu amo você, seu idiota, amo mais do que deveria, mais do que poderia ser considerado inteligente e saudável. Só que com você, eu fico assim, tonta e apaixonada. - Ela confessou e apoiou sua cabeça nos ombros do garoto e fungou o tão conhecido cheiro, que em sua opinião era o melhor do mundo.
- Minha linda, pare de fungar e olhe pra mim. – ele suspendeu a cabeça dela e seus olhos se encontraram mais uma vez. – Quer namorar comigo?
Uma pergunta. Três palavras. Dezessete letras. Duas pessoas. Um sim.
abriu um sorriso largo e seu coração palpitava, sabia que não poderia ter outra resposta. Enfrentaria o que viesse por aquele diabinho loiro, mas ele era seu diabo loiro.
- Sim, meu amor. Eu jamais poderia recusar. – ele a girou no ar as gargalhadas e foi ali que souberam que não importasse a tempestade que viesse, eles iriam remar juntos de volta a terra firme. O amor que os unia era maior que qualquer obstáculo, era a única razão.


Fim.



Nota da autora: Lágrimas caindo! Primeira história que eu finalizo na vida! Espero que todas vocês tenham curtido essa fic tanto quanto eu gostei de escrever. É uma das minhas músicas preferidas do álbum (mesmo que não esteja oficialmente) e essa história é parte de mim sabe? Tenho planos de transformar numa long explicando todo o romance e as aventuras desse casal. E só pra quem ficou na dúvida, a história começa depois do lançamento de She Looks So Perfect e a turnê deles, e a estádia dos meninos em Londres é para escrever novas canções, como eles fizeram alguns anos atrás, fiz uma história nova baseada em fatos aqui e ali. Enfim, beijão da Tia Ari.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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