Última atualização: 06/05/2018

Capítulo Único

olhava detalhadamente para o espelho para dar uma última checada em seu vestido. Era a manhã do dia 11 de Novembro, a data em que ocorreria a sua tão aguardada festa de dezesseis anos e seria eufemismo dizer que a garota estava nervosa.
O vestido que escolhera para a recepção dos convidados estava ok; era um vestido curto que ia até a metade de sua coxa, roxo com uma grande listra preta em forma de um triângulo que ia do seu ombro esquerdo até um pouco abaixo de seu seio. Já o segundo vestido para a festa em si não era um vestido, era um cropped e uma saia roxa que ia até um pouco depois do fim do cropped, com um tecido também roxo, porém transparente, que era comprido e ia até o tornozelo da menina. Ok, menos uma coisa para se preocupar durante o dia, seus vestidos estavam servindo.
Já em suas roupas normais, um moletom e um jeans, andava de um lado para o outro em seu quarto, batendo nas suas próprias coxas, pensando no que fazer a seguir. Olhou para o relógio em forma de gato pendurado na parede do quarto; nove horas da manhã. O que ela ainda não tinha feito? Ah é, tomar café da manhã. E falar com seu pai e irmã. Espera, ela estava tão nervosa assim ao ponto de esquecer de comer e conversar com a própria família? respirou fundo. “Vai dar tudo certo hoje, relaxa”, ela tentava dizer a si mesma.
Lentamente, a garota desceu às escadas de sua casa tentando controlar sua respiração, não tremer e transparecer tanta preocupação. Chegou na cozinha para assistir a imagem de seu pai fazendo seus famosos ovos mexidos com queijo e a de sua irmã lendo um livro enquanto esperava pela comida.
― Bom dia. ― ela desejou e sentou-se na bancada americana ao invés de uma cadeira mas, estando acostumado com isso, Harold apenas a deu um prato e um garfo e não pediu para que ela saísse dali.
― Bom dia, aniversariante. ― ele beijou a cabeça da filha. ― Nervosa?
deu um sorrisinho e deu de ombros.
― Nah, estou tranquila. ― mentiu, comendo os ovos naturalmente.
― Você? Tranquila? Duvido muito. ― notou a típica voz estridente que fazia quando omitia algo e riu ironicamente da irmã mais velha, que mostrou a língua para ela como resposta.
― Já vem me atacando antes mesmo de me desejar parabéns? Ótimo espírito fraternal. ― retribuiu a ironia.
― Ah, você sabe que meu amor por você ultrapassa montanhas. ― a mais nova quase fez uma performance teatral. Quem a visse na escola, tão retraída e tímida, mal imaginava a pessoa que ela era perto da família.
riu e revirou os olhos. Era impossível como , com treze anos, rumo aos quatorze, dominava a arte do sarcasmo tão novinha, mas a irmã a amava como se fosse ainda uma criancinha. Deixando o momento de lado, ela voltou a focar nas coisas que tinha que fazer pelo resto dia e na sua lista mental.
Checar se os vestidos estão servindo e estão com nenhum defeito, check.
Ir para o salão de festas e se encontrar com a organizadora, a decoradora, os responsáveis pelo som e luz.
Receber as cabeleireiras em sua casa para que elas arrumassem seu cabelo, o de , de , de Dana e de Taylor.
Confirmar a presença de sua mãe.
E tentar convencer e a dançarem com ela.
A última parte provavelmente seria a mais difícil, considerando que os Drundstein não eram muito chegados em dança e fazia rir só de pensar.
Assim que terminasse o café da manhã e escovasse seus dentes, estaria pronta para o segundo item da lista. O salão de sua festa era bem longe da cidade; f8icava no meio do campo, na verdade, mas era tudo que queria. Todo o verde em volta do estabelecimento era pacífico e era ótimo caos os convidados quisessem respirar um ar puro.
Harold deu carona para a filha até o lugar e conferiu junto com ela os preparos da festa. As floristas arrumavam os arranjos, a decorada arrumava as mesas e cadeiras depois de finalizar com a “área jovem” com puffs e cadeiras de bar, sendo auxiliada pelos responsáveis pelo som e luz, que penduravam lâmpadas e luminárias de cor roxa, que era basicamente a cor da festa inteira. Observando todo processo, estava a organizadora extremamente cara, porém renomada, com sua prancheta na mão e o lápis apoiado em sua orelha.
ficou cerca de uma hora conversando com a organizadora e também analisando as ações dos outros responsáveis. Embora ainda paranoica com a possibilidade de as coisas darem errado durante a noite, tudo parecia em ordem naquele momento. Mais um item que ela poderia riscar da sua lista.
Depois disso, mandou uma mensagem para sua melhor amiga, , avisando que ela e a mãe poderiam ir para a casa da Frederer para arrumarem seus cabelos e aplicar maquiagem, enviando a mesma mensagem para Taylor, mãe de e e sua vizinha.
checou seu celular pelo menos cinquenta vezes no caminho do salão até sua casa, na esperança de receber uma confirmação de sua mãe. A história entre elas era um tanto quanto complicada; Katherine vivia desmerecendo a filha e suas conquistas, fazendo com que a garota virasse um tanto quanto inconsequente no final da infância e início de sua pré-adolescência, com o objetivo de conseguir a atenção da mãe, mas conseguiu apenas trazer mais desgosto. Ela considerava a filha como uma garota fútil e incapaz de fazer algo certo e, quando divorciou-se do pai dela, tudo piorou. Conversavam cada vez menos, e 80% dessas conversas acabavam em briga, mas a menina ainda tinha esperança que ela fosse comparecer à sua festa e que as coisas entre as duas tivesse a possibilidade de melhorar.
Entretanto, até o momento, nada de Katherine se manifestar.
A aniversariante tentou esquecer tudo isso quando chegou em casa para começar a se arrumar, mas simplesmente não conseguia. Ela estava ali fisicamente, falando o que tinha que falar, fazendo o que tinha que fazer, mas não estava ali mentalmente. A visão de com sua mãe, Dana, e de que, mesmo não sendo convidado àquele momento entre mulheres, estava ali com sua mãe, Taylor, fazia a menina sentir-se tão... sozinha, além de ficar cada minuto mais desesperada por uma notícia da própria mãe.
Até que conseguiu o que queria... ou não.
O seu ringtone em um volume extremamente alto fez com que quase pulasse da cadeira da maquiadora ― com a sorte de que ela não estava a maquiando no momento, e sim escolhendo o pincel para usar no próximo processo. Ela já estava atenta ao seu celular caso acontecesse algo com a festa em si, mas quando viu o nome da mãe no identificador de chamada, sentiu o seu coração pulando para fora do peito.
― Oi, mãe! ― a alegria visível da filha era um tanto quanto inédita, mas não o suficiente para que uma sensibilidade surgisse na mulher.
― Oi, então... ― a sua voz já carregava a sensação de más notícias, mas sem algum pingo de remorso nela. ― Desculpe-me, , mas não poderei comparecer a sua festa.
― Ah, mas... ― antes que a garota pudesse dizer alguma coisa, ouviu um toque indicando que a ligação havia acabado.
não sabia se sentia tristeza, raiva, angústia e todos os outros sentimentos ruins possíveis. Sentiu seu mundo se revirando. Mesmo que Katherine não fosse uma ótima mãe, a garota esperava que pelo menos ela fosse à festa ou no mínimo lhe desse um parabéns, mas nada daquilo acontecera. Sua vontade era de quebrar tudo em sua volta, gritar, espernear e jogar aquela mulher de um precipício.
Sem as pessoa em sua volta notarem, subiu para o seu quarto, não tendo a paciência para lidar com nada relacionado ao seu aniversário no momento. Chegando ali, pegou a única foto que tinha com sua mãe, que estava na sua escrivaninha branca dentro de um porta-retratos, tirou-a dali e a rasgou em milhares de pedacinhos, com suas lágrimas acompanhando cada estrago.
Por vários e vários minutos, a menina ficou deitada em sua cama, abraçando as próprias pernas e apoiando sua cabeça nelas, deixando as lágrimas rolarem. Ninguém notou sua ausência por um bom tempo, até que ela ouviu algumas batidas em sua porta.
― Não quero falar com ninguém agora. ― avisou, mas quem quer que estivesse ali não a obedeceu.
― Qual é, , é o . Me deixa entrar. ― aquela voz, tão reconhecida por ela desde que se conhecia por gente, fez com que a garota não resistisse ao pedido, não importando o quão fundo no poço se encontrava.
não disse nada, mas observou a porta se abrindo lenta e cuidadosamente, com os olhos verdes do garoto sendo a primeira coisa que ela reparou. Entretanto, quando viu que a melhor amiga estava chorando, parou com a delicadeza enquanto abria a porta e quase correu até a cama dela para saber o que acontecia.
― Ei, o que houve? ― perguntou, sentando-se ao lado dela e pondo uma mecha de seus cabelos castanhos atrás de sua orelha.
Alguns eventos das semanas anteriores fizeram a relação entre os dois amigos ficar um tanto quanto estremecidas, então não cedeu ao carinho de tão rapidamente.
― Por que não quer falar comigo? ― novamente, ele perguntou, agora com ainda mais preocupação, tentando pensar no que poderia ter levado à quietude. ― Isso é por causa da Samantha? Ah, , achei que tínhamos superado isso.
― Não é por causa da sua namorada, Drundstein. Eu só... ― ela tentou enxugar algumas lágrimas, mas apenas o ato de falar para o que havia acontecido fez mais delas caírem e em maior quantidade, ainda por cima. ― Minha mãe não vai para a festa.
― Ela não é a minha namorada e... O que?! Tia Katherine não vem? ― parecia indignado e, de fato, estava. Perplexo com a notícia e sentindo-se triste pela melhor amiga, ele sentou ao lado dela e a abraçou de lado.
― Não, ela não vem... ― ela respondeu, engolindo em seco e fungando. ― E a pior parte é que ela nem sequer falou um “parabéns” ou um “feliz aniversário”, só disse que não viria e desligou a chamada.
― Ai meu Deus, , sinto muito... ― ele disse, fazendo carinho em seus braços para tentar acalmá-la. ― Não sei se isso melhora ou piora a situação, mas eu nunca gostei muito dela.
― Talvez melhore. ― riu fraco e fungou novamente, apoiando a cabeça no peito do amigo. ― Não sei por que eu esperei tanto vindo dela, sabe? Nosso relacionamento nunca foi bom, principalmente nos últimos três anos, mas... sei lá, só queria ela lá. Acho que seria algo que faria eu me sentir confortável e esperançosa que as coisas pudessem começar a progredir.
― Esperar que sua própria mãe compareça à sua festa de aniversário e te deseje parabéns não é “esperar tanto tanto vindo dela”, . Isso é algo básico que eles ensinam em “Como Ser Um Bom Pai 101” na faculdade de pais. ― tentava confortá-la com o seu humor típico, enquanto fazia um cafuné com as mãos que estavam anteriormente em seus braços.
― É, você está certo, eu acho. ― ela deu de ombros, respirando fundo. ― Só não queria ter que lidar com isso logo nessa data.
― Ninguém iria querer, para ser honesto. ― ele replicou com honestidade. ― Mas só por conseguir aguentar, já te faz uma das pessoas mais fortes que eu conheço.
A Frederer abriu um sorriso um tanto quanto envergonhado, porém fofo, quando ouviu e assimilou as palavras doces de . Na verdade, não sabia o porquê de ainda se surpreender com o capacidade do melhor amigo de ser uma pessoa atenciosa, mas ela sempre acabava sentindo calafrios estranhos e uma felicidade exuberante e desconhecida quando ele dizia ou fazia alguma coisa que a emocionava.
― Muito obrigada, . ― agradeceu, olhando no fundo dos lindos olhos verdes do garoto, que não recuou do momento.
― Estou aqui para isso, babe. ― piscou um olho de forma sexy e brincalhona para combinar com sua fala, fazendo a melhor amiga revirar os seus, rir e bater nele com uma almofada.
― Você não tem jeito, né? ― ela riu.
― Não sei, talvez a Samantha possa me ajeitar. ― o garoto provocou, tocando num ponto sensível na amizade entre eles.
― Ew, nem brinque com isso. ― entortou sua expressão no rosto, formando uma careta de nojo.
― Bem, deixando a brincadeira de lado então, qual é o seu grande problema com ela? ― deixou as risadas de lado e mostrou-se sério para a garota ao seu lado. ― É por causa daquela história da vaga na equipe de líderes de torcida?
― Não é só isso, é que... ― ela parecia um tanto quanto desconfortável falando sobre aquele assunto, então, como era comum quando a garota se sentia assim, ela começou a brincar com os travesseiros e almofadas em sua cama. ― tudo que eu faço, parece que Samantha encara como um desafio, uma competição. Entro para a equipe, ela tenta entrar também e sabota várias coisas para tentar me tirar; tiro a nota mais alta da turma em uma prova de Biologia, ela tenta me superar na próxima; combino uma festa aqui em casa, dois dias depois vejo folhetos nos corredores da escola sobre uma festa no mesmo dia, mas na casa dela. Não sei a razão de ela ter começado com isso, mas não sei, acho que tenho um péssimo pressentimento sobre essa garota, além de achar que você merece algo melhor.
― Ah, eu mereço algo melhor? ― mesmo com todo o discurso de , , convencido como era, ficou curioso com a última parte.
― Sim, você merece. ― respondeu.
― Tipo o quê? ― ele continuou perguntando, com um sorriso atrevido estampado, causando a ter vontade de batê-lo com a almofada novamente, mas ela apenas deu uma risadinha e ficou pensativa, considerando o que deveria falar.
― Tipo... uma garota divertida. Alguém que não tenha o ego maior que o seu, mas que saiba como lidar com isso com humor. Alguém que te suporte, te apoie e esteja lá por você nos bons e maus momentos. Alguém que te ame do jeito que você merece e te leve para comer hambúrguer com batata frita todos os domingos, que vá aos seu torneios de natação e grite seu nome para te animar... ― , por algum motivo que ela mesma desconhecia, ficava cada vez mais envergonhada e com o rosto avermelhado à medida que falava, além do olhar terno de , que estava fazendo seu coração bater mais forte sem saber o porquê.
― Só para constar, você já faz todas essas coisas. ― disse divertidamente e com a intenção de deixá-la sem jeito, embora ele realmente via isso como uma verdade.
― É, mas... ― o plano do garoto funcionou, visivelmente não sabia o que falar e parecia tropeçar em suas palavras e pensamentos. ― E-Estou com o e... eu e você somos melhores amigos.
― Por falar nele, será que eu também posso falar o que você realmente merece? ― questionou e revirou os olhos.
― Desde que essas coisas combinem com ele. ― disse, reconhecendo a rivalidade entre o melhor amigo e o namorado, algo que sempre a irritou.
― Mas eu não acho que você merece um cara que não sabe distinguir um poste de uma trave. ― ele falou ironicamente, porém com uma cara de falsa inocência.
― Você é muito engraçado, Drundstein. ― mostrava expressão nenhuma.
― Ele sabe que sua mãe não vem? ― perguntou, recebendo um aceno negativo da amiga.
― Ele está no sítio da família dele, não tem wifi lá e só vai voltar à tempo para a festa, então não vou conseguir falar com ele. ― ela explicou, suspirando e o garoto assentiu, absorvendo a notícia.
― Ei, que tal voltarmos lá para baixo, hein? ― ele sugeriu, delicadamente tocando no rosto de , que adorou isso e fechou os olhos com o conforto de seu toque. ― Você ainda tem que se maquiar, além de ser uma boa distração.
― Sim, talvez... ― abaixou a cabeça, mas olhou para cima para e formou um beicinho. ― Mas só irei lá se você aceitar a dançar comigo na festa e convencer o seu irmão a fazer o mesmo.
O Drundstein revirou os olhos e riu, não sabendo como resistir àquela cena e, de fato, não queria resistir.
― Tudo bem, eu danço com você e tentarei convencer o a fazer isso também. ― ele cedeu aos desejos dela, encarando-a de uma maneira enquanto pensava o quão inacreditável ela era.
― Yay! Outra coisa para riscar da minha lista. ― ela riu, parecendo mais animada. Por fim, ela beijou a bochecha do melhor amigo e saiu da cama. ― Ok, tenho outras coisas para fazer e é hora de realizá-las.
― Concordo. ― assentiu, assistindo sair até um pouco saltitante de seu quarto, feliz que ela já estava esquecendo sobre sua mãe.

(...)

Algumas horas depois...


A entrada do salão estava perfeita; as luz negra, a decoração com pequenos vasos com lavanda, o tapete roxo, a sessão para fotografia com um papel de parede com figuras geográficas, tudo gritava o nome de . Além disso, a pista de dança e o resto do salão em si era elegante, moderno e jovem ao mesmo tempo, algo que também era a cara da garota. Mesmo indo para festas de adolescentes ― e adultos ― ricos, a família Drundstein realmente se impressionou com tudo aquilo, especialmente .
― Cara, essa festa, mesmo sendo o aniversário dela, é a coisa mais possível. Nunca vi uma festa de aniversário tão parecida com seu próprio aniversariante. ― comentou.
― Bem, isso é porque, na maioria das festas, quem organiza tudo são os pais e, sobretudo, as mães. Entretanto, no caso de ... ― Taylor, a mãe dos dois garotos, olhava ao redor e suspirava com o pensamento de Katherine dar um bolo na própria filha.
― No caso da ... Ela teve que organizar essa festa sozinha porque o tio Harold estava ocupado gravando um filme e a mãe dela é uma vadia que deixou ela na mão? ― tentou complementar a frase da mãe, mas, tendo apenas quatorze anos, os pais desaprovaram as suas palavras.
, olha a língua. ― Louis, seu pai, chamou sua atenção e o repreendeu.
― Bem, ele não está errado. ― defendeu o irmão, pensando a mesma coisa que ele. ― Nossa própria mãe fez mais por nesses últimos meses do que a Katherine.
― Garotos, só... ― Taylor não sabia o que falar para melhorar aquela situação, então apenas respirou fundo e deu tapinhas nas costas deles. ― Tentem se comportar e não machucar os sentimentos das suas amigas, então tentem não mencionar Katherine.
― Não se preocupe mãe, ficaremos bem. ― disse, beijando a bochecha dela depois e saindo de perto dos seus pais junto com seu irmão mais novo.
Os dois foram em direção à sessão de fotos para tirarem algumas com e depois irem para a área destinada aos amigos adolescentes dela, até verem que precisavam esperar, pois ela estava ocupada já tirando fotos com seu namorado. Não foi uma imagem muito requisitada pela parte de , que sentiu-se enjoado com aquela troca de carinhos e sorrisos.
“Ah, senti sua falta” ele pôde ouvir a voz dela, enquanto ela tocava no peito de e o abraçava.
“Também senti sua falta, meu amor” respondeu, colocando as mãos no quadril dela e a beijando.
Ela parecia extremamente feliz com a presença dele, então não pôde deixar de pensar se não estava sendo extremamente egoísta ao não ficar feliz por ela, também. Afinal, era sua melhor amiga desde que ele nasceu e a felicidade dela era uma prioridade para o Drundstein. Entretanto, ver ela feliz por causa de nunca foi algo que ele realmente se acostumou. À medida que eles cresceram, achava cada vez mais difícil engolir a presença do loiro e vice-versa, sem saber o motivo concreto para aquilo.
Ele tentou deixar isso de lado e aproveitar a festa, tirar umas fotos dela e encontrar-se com seus amigos da escola, mas nada conseguiu fazer a imagem eterna de e sempre grudados durante o evento ser apagada de seu cérebro. Também tentou se distrair com algumas outras garotas, procurando por um alvo para ser sua companhia pelo resto da noite, não obtendo sucesso.
A festa foi rolando, deu seus discursos, agradecendo ao pai, à irmã e à Taylor, mãe dos Drundstein, por toda a ajuda que deram durante a organização. Uma das coisas que a garota decidiu é que não teria uma valsa, mesmo querendo tanto que seus amigos dançassem com ela, mas isso seria em partes diferentes da festa, então os discursos foram a única tradição que ela quis ter no seu aniversário.
passou boa parte do tempo sentado num puff, contemplando todo mundo dançando e se divertindo, incluindo seu irmão e a irmã da aniversariante, pensando em como aquilo foi fofo e até um pouco atrapalhado, com eles tropeçando um no outro e avermelhando suas bochechas. Tudo isso acabou quando uma silhueta média apareceu em sua frente, fazendo ele subir o olhar daquelas belas pernas até ter a visão de .
― Você me prometeu uma dança. ― ela afirmou, com um ar um tanto quanto provocador, mesmo sem intenção.
― Bem, estava esperando você desgrudar do Ken, ali. ― ele apontou para com a cabeça.
― Desgrudei agora, então você vai dançar comigo. ― insistiu e pegou a mão dele, fazendo sua bunda desgrudar daquele puff.
― Ah, se a senhorita pede tãooo gentilmente, é claro que irei dançar com Vossa Alteza. ― sua ironia não pôde evitar de sair, fazendo a amiga rir.
― Vamos, engraçadinho. ― ela o guiou até a pista de dança.
Uma música bem animada, Yeah! do Usher tocava, e ambos divertiram-se à beça com ela, pulando e rebolando fervorosamente, até que ela foi interrompida por Iris do Goo Goo Dolls.
― Sério, ? Uma música dessas numa playlist de festa? ― riu, referindo-se ao caráter triste da letra da música.
― Ei, gosto de músicas e danças lentas, essa música é perfeita para isso. ― ela explicou.
― Então você deve buscar o para dançar com ele. ― ele falou e, dessa vez, sem nenhum caráter de ciúmes, já que foi sério.
― Ah, então Drundstein é bom demais para dançar uma música lenta com sua melhor amiga? ― colocou as mãos no quadril e ergueu uma sobrancelha.
― Não foi isso que quiser dizer.
― Bem, tarde demais. Você já está aqui, então vamos dançar, você querendo ou não. ― determinada, pegou a mão esquerda dele e a colocou em sua própria cintura, juntou a mão direita dele com a sua esquerda e colocou a direita no ombro dele.
O começo da dança foi um tanto quanto acanhado, já que não sabia como agir. Contudo, com o passar dos segundos, ele ficou mais confiante e a conduzia com passos perfeitos, surpreendendo a ela e todos os presentes que passaram a observá-los.
― Onde você aprendeu a dançar assim? ― ela perguntou, num misto de choque com até um pouco de atração.
― Ah, na vida. ― respondeu com um sorrisinho.
e não conseguiam tirar os olhos um do outros e, mesmo que levasse alguns anos para eles mesmos perceberem isso, todos os convidados, desde os adultos até os seus colegas de escola, conseguiram sentir a intensa tensão sexual vinda dos dois. A atração era clara, e a química também. A dança deles foi magnetizante e incrível para qualquer um assistindo... inclusive , que não tirava a expressão furiosa do rosto.
No final da música, os dois se separaram, mas sentiam sua falta de fôlego enquanto ainda se encaravam, não acreditando no que acabara de acontecer.
― Bem, hum... Vou procurar por... ― se atrapalhava com a própria língua.
― É, e eu devo... ― não era tão diferente dela, mas parecia que os dois tinham entendido o que cada um quiser dizer.
― Então, boa dança. ― ela disse.
― É, muito boa. ― ele concordou, abrindo um sorriso bobo.
Eles foram para caminhos opostos, mas pecharam assim que começaram a caminhar, rindo do próprio desastre. , então, olhou para trás enquanto assistia caminhar até o namorado e o beijar. Continuou observá-los até que eles mesmos começaram a dançar outra música e, no final dela, tirou uma caixinha de veludo do bolso de seu terno, mostrando uma aliança de compromisso que tinha comprado de presente para a namorada, que ficou muito surpresa e feliz com o presente, abraçando-o como se não houvesse amanhã.
E, no fundo, sabia que aquele deveria ser ele.





Continua...



Nota da autora: OIIII AMORES. Espero que tenham gostado de ler esse ficstape tanto quanto eu gostei de escrever. Quando vi que That Should be Me estava disponível, pensei NA HORA que deveria fazer um spin-off de BTS com essa música, já que combina tão bem com a fic. E já que a festa de aniversário de dezesseis anos da Caitlin é um evento muito citado na fanfic principal, decidi que seria centrado nela para vocês terem uma ideia mais concreta do que aconteceu, hehe. Enfim, obrigada por lerem até aqui <3. Qualquer erro de script ou português na fanfic, me avisem.





Outras Fanfics:
Before The Sunset (Originais/Em andamento)
The Night We Met (Outros/Em andamento)
07. Gonna Get Caught (Ficstape Don't Forget - Demi Lovato)


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