Me

- .
- ? Tudo bem?
- Eu não consigo.
As pequenas mãos da garota seguravam o telefone com dificuldade, seu rosto escondido pelo escuro e pouco visível na câmera. Ela respirava com dificuldade, olhando ao redor em um cômodo desconhecido.
- O que está acontecendo?
- Ela me arrastou pra cá, me deixou trancada dentro dessa casa e eu consigo ouvir cada mínimo barulho que eles fazem no quarto ao lado. Eu preciso sair daqui, . Me tira daqui.
- Respira fundo.
- Eu não consigo, eu não consigo respirar, não consigo pensar, não consigo, eu não...
- Ei, eu tô aqui, tudo bem? Eu tô aqui. Onde você está? Não tem nenhuma forma de sair daí?
- Estamos no quinta andar... Não consigo achar a chave da porta. Ela sequer lembra que me trouxe pra cá, . Eu juro por deus, se tivesse um janela aqui, eu me jogava agora.
- Não diga isso, por favor, . Fica comigo, ok? Vamos conversar.
Ela via o rosto dele, mas a imagem estava borrada pelas lágrimas nos seus olhos e o desespero no seu peito. Ela sequer reparou que ele já dirigia e que mesmo estando há duas horas de distância, não se importava com nada disso. E ele falava, tentava distraí-la, tentava fazê-la respirar e ao mesmo tempo dirigir o mais rápido possível para poder segurá-la rápido em seus braços e tentar fazer tudo ir embora, pelo menos por alguns instantes.
Ele sabia o quão era difícil para ela se abrir assim, se deixar ser cuidado e deixá-lo entrar assim em momentos tão vulneráveis e frágeis e era por isso que ele não a deixaria sozinha. Não ali, naquele cidade distante, onde ela não tinha nada além de medo e insegurança.
Não demorou muito para que ela adormecesse entre suas lágrimas. Ele, porém, não desligou o telefone em momento algum, porque pelo menos assim sabia que ela estava segura. Ele cantarolava baixo, na esperança de que, em seus sonhos, sua voz pudesse dar a ela algum conforto.
Quando finalmente ele conseguiu chegar até a cidade, a garota por coincidência despertou, atordoada. Ela enviou para ele a localização do local onde sua amiga a havia convencido, bêbada, a dormir e fez a garota finalmente abrir a porta, agora um pouco mais calma. Ela desceu as escadas correndo, abriu a porta e olhou em volta na rua escura, procurando o único rosto que lhe acalmaria naquele momento.
E lá estava ele, com o celular na mão, a chamada ainda em andamento.

E quando ele finalmente a abraçou, todo o resto do mundo desapareceu - inclusive a dor que a tomava por inteiro sempre que ele estava longe demais.

- Eu amo você.





FIM!



Nota da autora: Essa história foi baseada em fatos reais e eu não poderia deixar de dizer aqui nessa nota o quanto eu sou grata por ter me apaixonado por uma pessoa tão maravilhosa, que me salva todos os dias. É uma história de uma página, uma cena, eu gostaria de ter escrito com mais detalhes, mas me faltaram palavras. Espero que vocês consigam usar a imaginação e preencher os sentimentos ocultos nessa narrativa.
Querem falar comigo? Algum erro, comentário, elogio ou crítica? Podem me encontrar no meu Facebook e no meu email. xx





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