Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Já marcava mais de oito e meia no despertador em cima do criado mudo de
, quando ela virou mais uma página do seu enorme Vade Mecum e mexeu em algumas das pastas espalhadas sobre a cama. A mulher, mesmo já formada, sempre estava estudando e procurando saber sobre algo novo para se aperfeiçoar, inclusive porque tinha um caso que considerava como sendo um dos bons, de acordo com ela. Não era o tipo que costumava se interessar por casos assim, mas fora convocada por seu chefe e sabia que era uma oportunidade que não podia recusar.
Poderia ser a alavanca para um cargo melhor.

, nosso chefe precisa de você em sua sala. — A mulher ouviu a voz de uma das secretárias a chamando, tirando-a completamente de seus devaneios dentro do escritório. A mulher franziu o cenho, assentindo, se preparando rapidamente para seguir em direção à sala. Não era comum que ele sempre a chamasse, por isso estranhou o ato no momento.
Girou a maçaneta, fechando a porta atrás de si assim que adentrou o local.
— Sim, senhor?
— Parece que temos um novo caso. Gostaria de você nele. De acordo com algumas investigações anteriores, o suspeito deixa algo em específico na cena do furto. É sempre uma carta de baralho, um ouros. Não sabemos exatamente o que querem com isso, mas estamos correndo atrás. Achei que seria interessante você nos ajudar.
respirou fundo, assimilando tudo o que seu chefe falava aos poucos
— Tudo bem — afirmou, balançando a cabeça. — Mas gostaria de saber um pouco mais.
— Claro, se sente — ordenou, apontando para a cadeira à frente da mesa. — O que sabemos até o momento é que a única pista deixada é a carta de Ouros com a sigla , achamos que talvez possa ser um codinome. Todos os crimes são relacionados a furto simples, sem qualquer destruição do patrimônio e também sem qualquer vestígio de quem fez isso.
— Mas e as gravações de vigilância? Podemos ter acesso às...
— Já tentamos. A única coisa que conseguimos localizar foi a marca do casaco que ele usava. — Seu chefe revirou os olhos, bufando consigo mesmo com aquela informação medíocre. — Em uma das gravações, pode-se notar uma parte da tatuagem em seu braço, mas em vão. É basicamente como procurar agulha em palheiro. Ele parece ser bom no que faz — disse entre os dentes, apoiando uma das mãos na mesa de madeira.
olhou para seu chefe e, em seguida, mordiscou os lábios, franzindo seu cenho. Não era todo dia que recebia um caso como aquele e, mesmo difícil, tentaria dar seu máximo.
— Pode contar comigo.


Pela primeira vez em sua carreira, precisava confessar que estava nervosa, por isso o motivo de estar afundada novamente em seus livros em mais uma sexta-feira.
sempre fora assim, uma nerd nata, como todos costumavam chamá-la, mas nunca se incomodou com isso, sempre gostou dos estudos, sempre fora uma boa aluna, com ótimas notas e uma pessoa correta. Não gostava de nada errado e sempre deixou isso bem claro tanto para seus amigos como para as pessoas que conhecia ao decorrer de seus dias.
Chegava a se tornar até um pouco enjoada, mas o que poderia fazer? Ela era
assim, afinal de contas.
Ajeitou os óculos com armação escura em seu rosto e permaneceu com os olhos focados no livro em suas mãos e até continuaria, não fosse pela vibração insistente do celular ao seu lado na cama. Rolou os olhos brevemente e o pegou, observando o nome da melhor amiga brilhar no display.
— O que foi? — perguntou, ao atender o aparelho.
Uh, grosseira. Você tem que parar de ser assim — Jennie disse, do outro lado, fingindo estar afetada pelo tom da amiga. — E não me diga que continua estudando em mais uma sexta-feira à noite.
— Você me conhece tão bem. Não sei por que ainda pergunta. — Soltou uma risadinha, balançando a cabeça.
— Eu não te entendo, . Queria tanto que você aproveitasse como faço — resmungou, do outro lado, rindo em seguida com a amiga. — Vamos fazer alguma coisa.
— Aproveitar sendo uma louca que não pensa nas consequências? — questionou de forma incrédula. Jennie resmungou novamente do outro lado. — O que você está inventando, Jennie? São quase nove da noite.
Diferente de , Jennie era totalmente inconsequente, não pensava antes de fazer alguma coisa e sempre estava metida em alguma encrenca, por assim dizer. Mesmo sua melhor amiga sendo uma profissional e tanto, havia esse problema. Jennie era a mais doidinha de seu grupo.
— Estamos todos querendo aproveitar um pouco. O que me diz? — E aquela voz já não era mais a de sua amiga e sim de Mark, um dos amigos que sempre andava com as duas.
— Você também? O que está fazendo com essa louca? — disse, rindo ao ouvir o barulho do outro lado do aparelho. Os dois estavam aprontando alguma coisa.
— Você é uma chata, isso sim. E está no viva voz — Jennie comentou. — O pessoal do nosso grupo se reuniu para ir a uma balada que descobrimos mais afastada da cidade. É um pouco escondida, você sabe, tem algumas coisas… Ilícitas.
— E você está querendo me carregar para um lugar desses? Sério, Jennie? — havia começado a se exaltar. — Não parece que está pensando muito bem. Você sabe que não gosto de lugares assim.
— Relaxe, . Você não precisa usar se não quiser — Mark comentou, arrancando uma risadinha fraca da amiga e de Jennie. — Mas, falando sério, vem se divertir conosco. Sentimos sua falta. Só vive imersa no trabalho e em seus livros.
— Ah, Mark... Você sabe como é minha rotina — suspirou, brincando com a caneta em suas mãos. — Não é como se eu pudesse estar saindo assim sempre. Ainda mais para onde vocês querem me carregar.
— Chega disso. Vamos, certo? Eu te pego aí em... Meia hora. Pode ser? Acho que é tempo suficiente para você estar apresentável.
— E ai de você se colocar aquele conjuntinho formal que sempre usa em algumas audições. Que troço horrível! — Jennie invadiu a ligação, fingindo nojo em sua voz. riu com a atitude da amiga.
— Jennie, por favor. Eu não posso. — Deixou o corpo escorregar na cama.
tinha outras coisas para se preocupar, isso incluía seu novo caso, claro, mas também sentia falta de seus amigos e de como costumavam passar mais tempo juntos. Sabia que uma saída daquelas não fazia mal, mas seu trabalho estava sendo mais importante naquele momento. Ela tinha muito o que fazer, as diversões poderiam vir depois.
, eu não quero ouvir a mesma desculpa de sempre. Vou estar aí com Mark em meia hora, como ele disse. Até mais.
— Nã...
E antes que pudesse terminar de respondê-la, só conseguiu ouvir o toque final da ligação, indicando que a amiga havia desligado. Odiava aquilo em Jennie, por mais que fosse louca e desequilibrada, era totalmente convincente e até dava um pouco de medo em ao falar daquela forma.
Tudo bem, ela podia muito bem decidir não ir, mas por que não? Poderia ir só para ver seus amigos se divertirem e passar um tempo fora de casa. Não era nada demais.
Esperava que realmente não fosse.
Colocou o livro ao seu lado na cama e respirou fundo, se decidindo realmente se cederia àquela loucura de curtir o final da noite em uma balada praticamente clandestina. Não era muito fã de ir a esse tipo de lugar e nem fazia muito o seu feitio frequentá-los, mas não faria mal ir apenas uma vez, certo? Sabia que no fundo era curiosa.
Resmungou para si mesma e se levantou, seguindo para tomar um banho rápido e decidir o que iria vestir. Não demorou muito para estar em frente ao seu guarda-roupas, olhando os conjuntos e as peças de roupas em tons escuros e nudes. Por alguns segundos, se praguejou por não ter alguma roupa decente para um lugar assim. O que iria vestir?
Deixou os olhos caírem sobre um tubinho preto cintilante de mangas curtas, parecia mais um pedaço de seda no canto de seu armário, o tipo de roupa que não usaria em um tribunal e estava guardada por tanto tempo que tinha se esquecido realmente dela. Seria aquilo mesmo.
O vestiu com o salto vermelho escuro, parando novamente em frente ao espelho, se deparando com seu maior impasse. não era nenhuma especialista em maquiagem, sabia bem, mas tentaria algo para disfarçar suas olheiras e o rosto mais pálido pela falta de sol.
Foi no instante em que terminou de passar o delineador nos olhos, que pôde ouvir a buzina agitada do carro. balançou a cabeça em negação com a agitação dos seus amigos e pegou sua pequena bolsa no canto da porta, pronta para descer.
Quando colocou os pés no primeiro degrau da escada, sentiu o celular vibrar novamente dentro da bolsa e o pegou, observando novamente o nome de Jennie piscar no visor.
— Meu Deus. Você consegue me tirar do sério, garota — mencionou, revirando os olhos ao falar com a amiga.
— Você também. E eu juro por Deus que se eu vir aquele blazer cafona no seu corpo, vou fazer questão de rasgá-lo. — Ao fundo, a mulher pôde ouvir a risada de Mark inundar o aparelho em sua orelha. — Agora, se apresse, por favor? Eu já estou um pouco alterada.
— Você realmente não tem jeito.
Disse, por fim, desligando o celular, jogando-o dentro da bolsa novamente, pronta para abrir a porta e seguir em direção ao carro estacionado depois do jardim. Observou os dois amigos conversando de forma animada dentro do veículo e se aproximou vagarosamente, sorrindo ao vê-los ali.
Jennie estava sentada com Mark na parte da frente, empurrando o homem ao ouvir algum comentário sacana de sua parte. Os dois sempre ficavam naquela incerteza. Quando estavam sozinhos e não tinham ninguém interessante, resolviam por ficarem juntos, nem que fosse apenas por uma noite.
Era estranho, sabia bem, mas pelo menos tinham a companhia um do outro e isso fazia falta para a mulher.
Resolveu não se importar com aqueles pensamentos e parou na porta de Jennie, abaixando seu corpo para olhá-los.
— Então, como estou?
— Meu Deus! — Jennie colocou uma das mãos em frente à boca, olhando a amiga dos pés à cabeça. — Parece que o conselho do terninho deu super certo. Eu gosto assim.
Piscou para , que rolou os olhos mais uma vez, mas sentindo suas bochechas arderem levemente por ficar sem jeito com o elogio. Mark permanecia com os olhos pousados nela, analisando-a vagarosamente.
— Não vai me elogiar também? — questionou o amigo, em brincadeira.
— Eu não tenho nem palavras para isso, . Só… Uau! — disse sério, quase sem piscar. gargalhou, balançando a cabeça em negação com a atitude de Mark. Ela sabia bem como o amigo não conseguia segurar seus comentários.
— Você está gatíssima! E depois vem me dizer que não estava animada… — Jennie fechou os olhos brevemente, sorrindo em seguida. — Podemos ir? Estou tão empolgada! Mark, aumente essa música!
— Espera! — disse, antes de partirem. — Vai mesmo ter tudo aquilo que falaram mais cedo?
Os dois amigos se entreolharam com a pergunta da advogada no banco de trás do carro e Mark pigarreou, fazendo Jennie segurar uma risada nasalada.
— O que foi que você disse, ? — perguntou.
— Eu perguntei se...
E com isso Jennie jogou seu corpo em direção ao rádio, girando o botão do volume justamente para irritar a amiga na parte de trás, fazendo assim com que qualquer xingamento e resmungo se perdesse em meios as batidas de Kid Ink.


🔈


Quando chegaram em frente ao local, seguido pelo estacionar do carro, franziu o cenho e apertou os olhos ao observar onde é que eles estavam se metendo. Ela já imaginava que não seria nada muito bom, já que Jennie soube do lugar por outros amigos que eram exatamente como ela. Imaginou que talvez fosse algo pequeno, já que era clandestino, mas quando bateu os olhos na fachada do enorme galpão, se perguntou se a intenção era realmente esconder que estava acontecendo uma balada ali dentro.
Observou as luzes coloridas saindo pelas frestas do local, o som alto e o grave que era evidente para qualquer um que parasse ali. Por alguns segundos, sentiu seu corpo arrepiar só de pensar no que poderia estar acontecendo lá dentro.
— Você não está pensando em dar meia volta e sair correndo, não é? — Mark perguntou, parando ao seu lado.
— Na verdade, eu estou, sim. — E com isso virou seu corpo, pronta para ir embora, mas só conseguiu sentir as mãos de Mark segurando seus ombros, virando-a de volta para o local.
— Nem pense nisso. Você nem sabe o que te espera.
— E é exatamente por isso que já quero me retirar. — rolou os olhos, fazendo uma careta.
— Meu Deus, você é careta demais. Qual é, amiga, você não se animou nem um pouquinho? — Jennie chegou a seu lado, ficando do outro, assim como Mark, que olhava para as duas com um sorriso travesso nos lábios.
— Sabe o que queria mesmo, Jennie? Estar estudando o caso que me foi dado de bandeja, sem eu nem esperar. Eu já falei com vocês? O cara é um pilantra! Eu ainda me pergunto como é que ainda não pegaram esse tal de … Ao menos sabe escolher um nome direi...
— Eu não quero ouvir. E você não vai para casa. — A amiga se colocou na frente de , colocando suas mãos na cintura. — Já chegou até aqui e o mínimo que você pode fazer é beber alguma coisa e dançar.
— Eu te odeio, Jennie.
— Não odeia nada. Você vai me agradecer ainda. — Deu uma piscadela, bebericando a latinha que tinha em mãos. olhou da bebida para a amiga novamente, rolando os olhos.
— Não conte com isso — resmungou, cruzando os braços. — Eu não vou dançar e nem beber nada. E quando der minha hora, vou para casa!
— Claro, claro. Vai, sim. — Mark deu leves batidinhas em suas costas, seguidas por um empurrãozinho, segurando Jennie assim que começaram a andar em direção ao lugar. começaria a protestar mais uma vez, mas, como esperado, o amigo foi as levando para dentro do local, ignorando qualquer que fosse a contestação. A mulher olhou ao redor, ainda ao lado dos dois amigos, e por alguns segundos quase deixou o queixo cair com tamanha iluminação na parte de dentro, não que fosse muita, já que o que mais chamava atenção ali eram as luzes coloridas que dançavam pelo teto do lugar e os iluminavam vez ou outra. Observou também que o lugar já estava cheio a ponto de várias pessoas passarem esbarrando entre eles enquanto seguiam para o bar no fundo do galpão.
respirou fundo, se praguejando mentalmente por ter se deixado convencer de forma fácil daquele jeito, mas tentou relaxar seu corpo e sua mente para tentar ao menos se concentrar no lugar e no que seus amigos estavam fazendo.
Assim que a mulher colocou os pés no meio da boate, ao empurrar algumas pessoas para fazer aquilo como se fosse um grande esforço, sentiu o corpo se aliviar por alguns instantes, mas realmente só por alguns, porque o que viu em seguida a deixou de boca escancarada.
A música abafada e alta que tocava de momento fez com que seu corpo se arrepiasse por alguns instantes, mas preferiu pensar que aquela reação fosse por conta do tipo do lugar em que estava. Observou que, além da música, alguns copos estavam espalhados ao chão e alguns garçons passavam em meio às pessoas, com uma bandeja em uma mão e uma garrafa de qualquer que fosse a bebida na outra. Não parecia mesmo o tipo de boate organizada por uma pessoa qualquer, aquilo tinha algum objetivo.
Quando um deles passou por , Jennie e Mark rapidamente esticaram as mãos, pegando um copo com bebida. Assim, viraram de uma vez só.
Jennie foi a primeira a soltar um gritinho extasiado.
— Meu Deus, isso é uma loucura. — comentou baixinho, sabendo que eles não a ouviriam.
— Eu tenho que me lembrar de agradecer a quem me apresentou esse lugar! — a amiga comentou, começando a mexer o corpo onde estava. Mark balançou a cabeça com seu comentário.
Se você lembrar, Jennie.
olhou ao redor, procurando por algum lugar para se sentar. Ela não ficaria ali parada por muito tempo, então, enquanto seus amigos se divertiam, seria melhor estar confortável.
— O que está olhando? — o rapaz perguntou.
— Eu vou me sentar enquanto vocês ficam bêbados por aí — disse, rolando os olhos e sorriu de canto. — Vão se divertir como queriam tanto.
— Não acredito que você vai ficar sentada a noite toda. — Aproximou o rosto do de , falando um pouco alto por conta da música. — Esquece um pouco seu trabalho. Os casos da delegacia podem esperar.
— Você sabe que não — rebateu.
— Tudo bem, eu desisto de você! — Levantou as mãos em forma de rendição. abaixou a cabeça, rindo fraco com a atitude do amigo. — Se você quer mesmo isso, ao lado do bar tem uma poltrona com alguns lugares. Vá se divertir.
Disse a última frase em forma de ironia, antes de Jennie puxar o rapaz em direção à multidão que se misturava em meio às luzes piscantes da boate.
A mulher estreitou os olhos, tentando achar o lugar que Mark havia falado e caminhou lentamente em direção a ele, sentindo alguns esbarrões em seu corpo. Com isso, se praguejou várias vezes por ter aceitado ir àquele lugar. Com certeza essa seria uma das coisas que ela mais faria naquela noite.
Quando deixou seu corpo cair no sofá, soltou um pequeno resmungo ao notar que ele não era tão confortável e deixou os olhos caírem sobre a pista de dança, com várias mulheres em seus projetos de vestidos e os homens que dançavam junto dela. Um DJ escondido no canto mais alto tocava uma outra música mais agitada que a anterior, se é que era possível, e a única coisa que conseguia sentir eram as batidas que estremeciam o lugar.
Por alguns segundos, se perguntou como ninguém havia descoberto aquele lugar até o momento. Não era possível que fosse algo tão escondido assim e, mesmo afastado da cidade, o galpão chamava atenção pelas luzes coloridas que saíam dele.
Pousou seus olhos na parede daquele lugar e percebeu algumas placas de isolamento acústico, o que fazia abafar um pouco do som externo, e com isso o interno não ecoava tanto do lado de fora. No fundo, achou um pouco interessante. Quem quer que tivesse pensado naquilo, havia sido inteligente.
As batidas continuavam incomodando . Ela queria tanto voltar para casa… Tinha tanto o que fazer e isso incluía o caso que havia pegado sendo investigadora. Não era a primeira vez que recebiam a denúncia de um roubo, e sendo ele praticamente perfeito, sem nenhum vestígio e a única coisa que deixavam no local era uma carta de Ouros, nada mais. Não conseguia entender o objetivo de quem quer que estivesse fazendo aquilo em somente deixar uma carta. Parecia meticulosamente pensado e uma estratégica indecifrável. Quase como se fosse impossível de ser pego, mas, para , aquele seria um caso cheio, que ela faria o possível para decifrar.
Jogou sua cabeça para trás, fechando os olhos brevemente. Não sabia mais o que pensar, nem mesmo o que fazer de diferente para chegar a alguma conclusão. O cara realmente era um pilantra, como havia pensado.
Passou uma das mãos no rosto, no momento em que o garçom parou a seu lado, oferecendo a bebida para os desconhecidos que estavam sentados, assim como ela, provavelmente apenas descansando um pouco. Com isso, pensou por alguns segundos. A frustração pelo caso era evidente para todos que sabiam que ela estava nele e se sentia confusa, irritada por não ter nenhuma outra pista.
O que ela podia fazer, afinal?
Olhou mais uma vez para o copo com alguma bebida alcóolica e mordiscou os lábios, pensando seriamente se deveria fazer o que pensava. Talvez um copo não fosse lhe fazer mal, certo? E assim aliviasse um pouco a tensão que sentia pela frustração que tomava conta de sua mente.
Desviou o olhar, mas, ao notar que o rapaz já ia saindo de onde estava, estendeu sua mão, alcançando dois copos. A garrafa que ele segurava indicava o nome da Vodca.
Rapidamente, a mulher levou o copo à boca, não dando tempo de se arrepender do que fazia, e, no instante seguinte, sentiu a garganta arder, dando lugar a uma careta em seu rosto. Fechou os olhos e balançou a cabeça, virando o outro da mesma forma. Foi impossível não soltar um resmungo pela garganta ainda queimando.
Ela abriu os olhos mais uma vez, suspirando, e jogou o corpo para trás, tentando não pensar nas preocupações que a atormentavam.
Ela precisava de pelo menos uma noite sem elas.


🔈


não notou quando o efeito da bebida começou a tomar conta de seu corpo, nem quando já estava de pé, dançando com a música que tocava naquele momento. Não conseguia distinguir as vozes ao seu redor, nem mesmo o tipo de música que tocava, muito menos se conseguia avistar seus amigos, que dançavam anteriormente longe dela.
Esse era um dos motivos que a mulher odiava ingerir alguma bebida alcoólica. Ela costumava se soltar mais do que deveria, mesmo ainda não estando bêbada. Claro que estava alterada, mais para cima, mas não bêbada.
Continuou balançando a cabeça, assim como o corpo, no meio de todos na pista de dança. Era quase como se a música estivesse a guiando. Os corpos das pessoas ao redor se encostavam ao seu, dançando da mesma forma, mas ela não ligava. Não. Naquele momento, imersa na batida, só queria saber de dançar até a noite virar dia. Até continuar esquecendo os problemas que vagavam por sua cabeça.
As luzes piscavam de forma rápida, clareando e escurecendo a todo instante. O colorido delas passava por todas as pessoas e inundavam , fazendo-a se esquecer que estava em um lugar que odiava.
Deixou suas mãos percorrerem o corpo de forma mais sensual e rebolava vez ou outra, colocando suas mãos para cima, balançando o corpo da forma que queria. Precisava confessar que estava sendo surreal, quase como se aquela não fosse a retraída de antes. Apenas a que precisava ser.
Não conseguia explicar o quanto estava se sentindo bem naquele momento, a ponto de não perceber alguém se aproximando dela, dançando da mesma forma que ela.
A mulher permanecia com os olhos fechados, deixando o corpo seguir a batida e se virou, quase rodopiando no lugar, só então abrindo seus olhos com um sorriso ladino nos lábios e notando o rapaz que dançava junto a ela. Ele tinha seus olhos vidrados em .
Também sorria como ela.
Não precisou nem dizer uma palavra, continuou dançando quase como se fosse exatamente para ele. Notou aos poucos, com os flashes das luzes que inundavam o local, os cabelos escuros e um pouco longos do rapaz, as tatuagens que estampavam seus braços e como eles eram torneados, malhados.
Aquilo estava tirando sua sanidade e naquele momento já não era muita.
Deixou suas mãos percorrerem seu próprio corpo, passando-as em sua cintura, seguindo em direção ao busto e terminando em seus cabelos, agora já bagunçados. Ele a olhava instigado, completamente anestesiado, e aquela havia sido a deixa para se aproximar um pouco mais da mulher, dançando de forma mais próxima a ela, como se seus corpos estivessem separados por míseros centímetros.
Os dois nunca haviam se visto antes, mas sentiam uma conexão de outro mundo. Talvez fosse pelo estado em que os dois estavam, mas talvez fosse realmente algo inexplicável.
não queria pensar naquilo no momento. A única coisa que ela estava focada era na ansiedade de ter o rapaz tatuado com as mãos em sua cintura logo.
Claro que não era do feitio de pensar daquela forma, logo ao olhar para alguém assim, de imediato, mas talvez pelo tempo, se sentia necessitada. Não sabia dizer ao certo, a verdade era que não queria pensar.
queria mesmo era aproveitar aquela noite pelo menos uma vez.
Continuou rebolando de forma animada, com o corpo virado para ele, e até continuaria por muito tempo, mas sentiu suas mãos apertando sua cintura e virando a mulher para ele. Assim, se aproximou dele, deixando seus rostos colados.
— Posso saber ao menos o nome da mulher que tirou toda minha atenção? — disse, aproximando os lábios da orelha de . Ela fechou os olhos brevemente e soltou uma risadinha abafada.
— Só se eu souber o seu primeiro.
. Não precisa nem perguntar novamente. — Sorriu de canto, ainda dançando com . Ela continuou olhando o rapaz, achando interessante a forma como ela a segurava sem ao menos pensar em soltá-la. — E você..?
— Acho que vai ter que descobrir.
Colocou sua mão em cima das dele que a segurava e as soltou, sorrindo esperta ao se distanciar em meio a todas as pessoas que dançavam. a olhava agora um pouco mais longe, pensando seriamente no que estava acontecendo. Achou graça no jeito em como ela estava, agitada, sensual. O vestido preto que vestia estava um pouco mais para cima, deixando suas curvas um pouco mais nítidas e marcadas, fazendo assim o rapaz sentir o corpo queimar. Quem era aquela mulher?
Com já distante, ainda o olhando enquanto dançava de forma chamativa, sem vergonha alguma. A mulher havia achado interessante como ele havia se interessado por ela e não achava de todo mal assim provocar um pouco mais.
seguia em direção a ela em meio às pessoas ao seu redor e mordiscou os lábios, notando como ela estava sendo sedutora.
Não era o tipo de cara que costumava sempre estar chegando em alguém assim na boate, mas não deixou de notar se movendo tão única no meio de todas na pista de dança. Ela realmente havia chamado sua atenção.
— O que está fazendo? — perguntou, agora próximo a ela novamente.
— O que pensa que estou fazendo?
Ele riu com a resposta dela. Os dois já estavam em um canto mais afastado da pista de dança, mas ainda assim dançavam colados um ao outro.
— Acho que você está me provocando. Não. Tenho certeza.
olhou o rapaz, observando sua boca se mover na medida que falava, e aos poucos se sentia um pouco mais atraída por ele, notando-o parado bem próximo a si. Não deixou de olhar a regata branca que ele usava, de forma mais solta, deixando seu corpo à mostra, assim como cada tatuagem espalhada por seus braços. Não que não gostasse de homens como ele, longe disso, não fazia mesmo seu tipo, mas algo em havia chamado atenção da mulher. Ou talvez, no fundo, fosse só efeito da bebida.
Quando a música mudou e uma batida menos agitada começou a tocar, o rapaz se aproximou da mulher, colocando uma das mãos na cintura dela novamente e a puxando para si novamente, deixando o corpo de colado ao seu e, sem pensar muito, levou seus lábios em direção aos dela. Era quase como se os dois estivessem esperando por aquilo sem ao menos se conhecerem, mas sentia que aquilo estava faltando para completar a sua noite. Tinha tanto tempo que ela não fazia algo similar àquilo...

— O quê? — murmurou abafado em meio aos beijos calorosos que os dois trocavam. Ela sorriu fraco, o afastando de forma leve, olhando nos olhos do rapaz.
— Podemos ir para outro lugar, se quiser.
não estava bêbada, ela sabia ainda muito bem dos seus atos e ainda tinha o senso comum de tudo. Ela sabia o que queria, a adrenalina de estar em um lugar diferente estava a deixando extasiada. A mulher sentia seu corpo pedir pelo dele, cada pedacinho, cada toque.
Depois de todo o tempo focada em apenas seu trabalho, naquela noite, ela queria focar em outra coisa e isso incluía o rapaz que havia conhecido. Não queria nem saber.
Ao dizer, ele a olhou por alguns segundos, deixando um pequeno sorriso transparecer em seus lábios, se sentindo da mesma forma que ela naquele momento. sabia que aquilo poderia ser um pouco arriscado, e se ela estivesse mais alterada que o normal? Talvez não estivesse nem pensando.
— Você tem certeza?
— Não estou bêbada, se é isso que quer saber — mencionou, ainda o olhando. — Um pouco mais alegre, mas não bêbada. E tudo bem, não sou o tipo de mulher que sai por aí fazendo coisas assim, ma...
— Eu já entendi.
E com isso o rapaz a beijou novamente, soltando uma risadinha fraca ao cortá-la de vez. sorriu com sua atitude e passou os braços ao redor de seus ombros, apertando-o levemente. mordeu de forma fraca os lábios da mulher, passando as mãos em seu corpo, explorando cada lugar que podia. Ela arfou ao sentir as mãos do rapaz em direção à sua bunda, apertando-a e puxando-a para si, fazendo com que, se fosse cometer um ato de loucura ali mesmo, subiria em seu colo, sem mesmo pensar duas vezes. A mulher levou suas mãos em direção ao peitoral do mesmo, o puxando ainda mais para si, conseguindo sentir o abdômen do rapaz definido e aquilo foi o ápice para que ela soltasse um gemidinho, desejando poder sentir bem mais do que aquilo.
Era uma loucura, sabia, mas estava doida para cometer toda aquela loucura.
E com isso os dois ficaram daquela forma a noite inteira. Aos beijos e amassos, aproveitando a música que tocava, aproveitando cada momento que conseguiam aproveitar juntos.
Ao final da noite, quase amanhecendo, perto das quatro da manhã, se sentia cansada de tanto dançar e já tinha perdido os amigos pela incontável vez no meio de todas as pessoas, mas não estava ligando muito para aquilo, já que estava curtindo bastante passar um tempo no lugar. Estava sendo completamente diferente do que havia imaginado e, pela primeira vez, se sentiu mais livre do que nunca.
Ela até continuaria a dançar, a beber e, principalmente, a ficar com , mas antes que pudesse fazer alguma dessas coisas, sentiu seu pulso ser segurado e, em segundos, já estava nos fundos do galpão, sendo guiada por para qualquer que fosse o lugar.
— Vem comigo.
Ouviu a voz do rapaz, antes de toda as vozes começarem a ecoar pelo local.
Olhou para trás, piscando algumas vezes ao notar o que acontecia. No mesmo momento, todos ao redor começaram a correr de forma assustada, alguns davam risadas, provavelmente por saber o que aconteceria e outras saíam apressadas, sem saber o que fazer.
permanecia seguindo o rapaz, sem saber como reagir até mesmo porque não sabia o que estava acontecendo, mas pôde ouvir de forma nítida as sirenes da polícia, exatamente como ela conhecia.


🔈


acordou sentindo o corpo afundar um pouco mais na cama macia em que estava. Deixou um pequeno resmungo sair por seus lábios ao se espreguiçar lentamente e virou o corpo, respirando fundo antes de abrir seus olhos.
Pensou um pouco nos acontecimentos anteriores. O que havia feito? Era claro que se lembrava da noite anterior, as imagens passavam por sua mente de forma cronológica. Se lembrava de ter ido com os amigos para a boate, de ter começado a se animar, de dançar e de ter conhecido alguém.
.
Ela havia conhecido o rapaz e os dois tinham se dado bem logo de início. Não podia negar. Não só pela conexão, mas pelo jeito que ele a beijou.
A mulher não sabia o que pensar, mas algo dentro de si falava mais alto. sentia culpa, sentia arrependimento de ter feito o que fez. Não faria aquilo nunca se não fosse pelo pouco teor de álcool em seu sangue.
Colocou uma das mãos em sua testa, sentindo a cabeça latejar levemente e com muita luta abriu os olhos vagarosamente, vendo tudo turvo ao redor.
A primeira coisa que ela conseguiu focar foi o teto branco no quarto e em seguida a luz que o irradiava, clareando. Notou também as poucas coisas que continha, apenas um criado mudo, uma cômoda e algumas roupas penduradas em uma arara.
Roupas masculinas.
Sua mente girou naquele momento e com isso olhou o edredom ao seu lado, amarrotado e bagunçando, indicando que alguém tinha dormido com ela e que, sim, ela não estava em sua casa.
começou a sentir seu coração bater acelerado dentro do peito, se lembrando exatamente do que havia acontecido. Quando a puxou na noite anterior, ajudando-a a sair do lugar, os dois saíram o mais rápido possível do galpão em que estavam. Pela euforia e adrenalina, riam abertamente e assim continuaram o que queriam, exatamente como queriam, na casa de .
Pôde lembrar do sorriso esperto nos lábios do rapaz, o corpo malhado e tatuado, os cabelos escuros caindo por seu rosto, suados pela movimentação…
Fechou os olhos fortemente com as imagens passando por sua mente.
Nossa!
Passou as mãos pelo rosto, resolvendo se levantar, assim sentindo o cheiro do café emanando por todo o lugar que estava. Olhou para baixo, observando que estava vestida com uma blusa de manga grande, provavelmente uns dois tamanhos maiores que ela, e pensou em que momento naquela noite se lembrou de vestir aquilo. Afinal, era a última coisa que se lembraria.
Ajeitou os cabelos de forma rápida, da mesma forma que fez com as roupas, e resolveu sair do quarto, seguindo até o batente da porta. Ao chegar perto e encostar o corpo nele, a cena em que via não era normal em seu cotidiano.
Não mesmo.
estava virado para ela, em frente ao fogão, sem camisa, apenas com uma bermuda folgada e os cabelos bagunçados completamente. Resolveu por não falar nada e ficar ali, observando cada tatuagem que ele tinha espalhada pelo corpo. O rapaz parecia uma pintura, completamente esculpido.
Observou os detalhes de sua tatuagem na parte de trás do ombro esquerdo, descendo por seu braço, completamente desenhada. E, ao descer os olhos, pôde focar nas entradas que ele tinha nas costas, em direção a…
— Parece que a visão está boa.
deu um pequeno pulo com a voz do rapaz, podendo ouvir a risada fraca dele em seguida, fazendo-a voltar para a realidade novamente.
— Desculpe. Acho que ainda estou com sono.
Ele concordou, terminando de colocar o que cozinhava em cima de um prato ao lado na bancada e se virou para , olhando-a de cima abaixo, não antes de deixar um sorriso fraco estampar seus lábios.
— Agora sim, bom dia.
— Bom dia — ela respondeu, envergonhada ao notar o olhar dele sobre ela.
— Espero que tenha descansado. Essa noite foi um pouco… Agitada — mencionou, se aproximando da mulher.
— Eu descansei, sim. E obrigada por ter feito o café, mas não sei se poderei ficar.
Disse, por fim, sentindo o rosto queimar e se sentindo estranha por ter sido tão direta daquela forma. Por alguns segundos, achou que havia sido grosseira com o rapaz, mesmo ele fazendo o café da manhã esperando por ela.
— Ah, não faça essa desfeita. Não vou conseguir comer tudo sozinho. — Apontou para o prato com as panquecas e a jarra com suco, agora em cima da mesa próxima à cozinha. observou a mesa posta e mordeu o lábio inferior, imaginando como poderia estar bom. E ela estava mesmo com fome.
— Eu… Obrigada.
— Não precisa agradecer. Pode se sentar. — Puxou a cadeira para ela, fazendo a mulher o olhar por alguns segundos por sua atitude. Não era esperado. — Eu vou precisar tomar um banho rápido antes, tudo bem?
— Não, claro. Pode ir — disse rapidamente, mas algo estalou em sua mente, fazendo ela o chamar mais uma vez. — .
— Sim? — o rapaz disse alto, já no corredor.
— Como sabia que a polícia iria aparecer ontem? — perguntou, começando a se lembrar vagamente da cena em que ele a puxou, antes mesmo do alvoroço entre as pessoas que estavam por lá começar.
— Eu não sabia.
A mulher ouviu a voz do rapaz e olhou em direção ao corredor, vendo o rapaz sair em direção a outro cômodo do apartamento. aproveitou a deixa para observar agora com calma o lugar de forma vagarosa, notando que havia poucas coisas por ali. O apartamento em si era muito minimalista, com poucos objetos e bem claro. Notou que haviam poucos móveis, um sofá, a estante com televisão e alguns livros espalhados. Antes que o rapaz voltasse para a cozinha, ela se levantou, caminhando de forma vaga pelo lugar. Ele parecia ser alguém bem simples, foi o que pensou.
Pousou os olhos sobre uma das prateleiras onde continha mais livros, um objeto de decoração, um bolinho de cartas de baralho arrumados e logo atrás do pequeno maço, havia um quadro com uma carta específica emoldurada. O quarto estava bem escondido, parecia ter sido guardado para que realmente não o vissem e isso só aumentou ainda mais a curiosidade da investigadora. Pegou as cartas na mão, olhando uma por uma e em seguida pegou o quadro em suas mãos, só então podendo ver a carta que o estampava.
Quando tirou a moldura do lugar e a apoiou em suas mãos, sentiu como se seu mundo tivesse parado no exato instante em que olhou o Ouros emoldurado com escrito no canto. Bem na frente de seus olhos. Era claro. Como não tinha notado antes?
Olhou em direção à cozinha novamente e mesmo com seu coração acelerado, tentou focar no barulho do chuveiro sendo desligado, mas aquilo não ocorreu.
não sabia o que fazer, sua mente parecia estar um turbilhão naquele momento e a única coisa que conseguiu pensar foi em mandar um alerta para seu chefe naquele exato momento.
E até faria isso, se estivesse com seu celular ali.
Olhou uma última vez o quadro em sua mão antes de se assustar com a voz bem próxima de si. Ao erguer seu olhar, pôde notar a olhando enquanto terminava de ajeitar os cabelos molhados, sorrindo de forma calma, como se não fizesse ideia do que ela estava pensando.
Mas estava completamente enganada.
— Bom, parece que você descobriu, investigadora.


FIM



Nota da autora: Olá, como vocês estão? Aqui estou eu com mais um ficstape prontinho para vocês. Já peço desculpas se mencionei algo errado referente a termos técnicos e espero muito que vocês gostem assim como eu! Não me matem pelo final hahahah. Beijão! Com carinho, Isy.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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