For a while we pretended
That we never had to end it
But we knew we had to say goodbye…

limpou o canto dos olhos, sentindo o corpo ser enlaçado pelos braços da garota.
Ele não sabia mais o que fazer.
Pressionou os lábios, em uma tentativa falha de conter o choro que viria a qualquer momento e aquilo só adiou ainda mais para que dissesse tudo o que estava sentindo.
A verdade era que não queria mais mentir, ao menos omitir qualquer outra história, mas sabia que só de ter terminado com para seguir com sua vida a milhas dali, lhe traria o maior fardo que já tinha carregado.
Os olhos já estavam avermelhados. E ela chorava baixinho em seu peito.
– Eu preciso ir… – murmurou, contra os cabelos da garota.
– Tem mesmo que ser assim? – ergueu o olhar para cima. podia jurar que seu coração se despedaçaria em milhões de pedaços com aquela cena.
Nunca, em toda sua vida, desejou que sofresse daquela forma.
Só que, ela sabia mais do que ninguém, que suas vidas agora seriam opostas. seguiria a carreira que tanto sonhou, em outro país, sendo guiado pela música e terminaria sua graduação, pronta para crescer no curso que sempre desejou.
Não tinha como dar certo. Eles concordavam com aquilo.
– Eu queria muito que a resposta fosse não. – mencionou, acariciando o rosto da garota agarrada a si. Ela fungou, assentindo e entendendo mais uma vez. – Eu preciso ir. Sinto muito, .
– Está tudo bem. Você está feliz. E é isso que importa. – afagou os cabelos do rapaz lentamente. Assim, sorriu. – Seja reconhecido por esse mundo inteirinho. Você merece mais do que ninguém.
Ele pressionou os lábios, deixando um sorriso fraco escapar de seus lábios com todo o apoio que lhe dava, mesmo depois de tudo. Acariciou o rosto da garota mais uma vez, tentando gravar cada minucioso detalhe de sua feição.
Queria se lembrar dela como nunca.
– Eu amo você.
– Eu também amo você. – respondeu.
depositou um selinho em seus lábios, fechando os olhos brevemente até ouvir sua chamada para o embarque. Ela se afastou, balançando a cabeça para o encorajar e acenou brevemente, sorrindo uma última vez.
Assim que se afastou, já longe subindo as escadarias do avião, o rapaz olhou para trás mais uma vez, adentrando a aeronave, sem conseguir conter o choro que já estava segurando. As lágrimas escorriam por seu rosto sem qualquer sinal de que iriam parar logo e ele levou a mão que segurava o passaporte e a passagem para enxugá-las.
Ele queria muito voltar atrás. Queria muito poder dizer à que largaria tudo para que pudesse ficar junto dela ou até mesmo, que a levaria consigo.
Mas nada era tão fácil daquele jeito.
E o relacionamento dos dois havia sofrido com isso.
fechou os olhos com força, se livrando das lágrimas insistentes e suspirou, pressionando os lábios.
Não esqueceria , sabia certamente daquilo.

Torn in two
And I know I shouldn't tell you
But I just can't stop thinking of
You…

A chuva continuava a cair do outro lado.
Os olhos do rapaz permaneciam parados, nas gotas incessantes que escorriam pela janela de sua sala, sozinho. Não era a primeira vez que se pegava pensando na garota que havia deixado para trás, muito menos em como queria voltar no tempo e tentar pensar em algum jeito diferente para fazer aquilo funcionar.
Mas ele não sabia. Ao menos conseguia pensar em uma forma de ter novamente consigo.
Se lembrou da despedida outra vez. Dos olhos brilhantes da garota e de como ela tinha aquele ar esperançoso, de que tudo iria dar certo como tinham planejado.
Fechou os olhos com força. queria que tudo fosse fácil.
Principalmente o fato de querer ligar para ela todas as noites como se fosse algo simples demais a ser feito. O que, realmente, não era.
Depois de tanto tempo, sabia que um telefonema poderia destruir tudo. Poderia deixar do jeito que ele havia visto quando partiu, ainda mais se ela tivesse se recuperado.
O que ele não duvidava, para ser sincero. E entenderia perfeitamente se aquilo tivesse acontecido com ela. Se ela tivesse encontrado outra pessoa e até mesmo, se não pensasse mais nele, como acontecia com o rapaz que pensava sempre nela.
Pressionou os lábios, sentindo a garganta arder.
queria ter feito tudo dar certo, mas infelizmente não dependia só dele. Nem mesmo se quisesse.
E aquilo doía cada vez mais.
Deixou que os dedos tocassem o aparelho celular jogado a seu lado, pensando na possibilidade de realmente ligar para ela naquela noite em específico para tentar explicar tudo. Será que o atenderia? Será que ela faria questão de fazer isso?
Tantos pensamentos rondavam sua mente que tudo o que queria era correr para os braços da garota, tentando esquecer tudo o que havia acontecido.

O que ele não sabia, nem mesmo fazia ideia, era que do outro lado do oceano, imersa em pensamentos e nas lembranças de tempos atrás, permanecia deitada em sua cama, olhando para a chuva que caía, da mesma forma que ele.
E desejando que aquela ligação fosse feita a qualquer momento, mesmo sabendo que aquilo não aconteceria.
Nunca mais.

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