28. Run

Finalizada em: 20/09/2022

Capítulo Único


Quando se encontra o que você acredita ser o amor verdadeiro, é difícil virar as costas. É mais difícil ainda pensar em ficar longe, a sensação que invade o coração te faz sentir como se fosse faltar ar para respirar. Pode até parecer idiotice para alguns, mas só quem sente entende, e no meio de tudo que havia acontecido, eu só sabia segurar com força a última coisa que ele havia me dado. Um tipo de medalhão, com uma chave ao lado, e dentro uma foto nossa com um bilhete.
— Se você não esquecer isso, ele vai esquecer, e só você vai ficar sofrendo. — Mike me despertou, ele deveria mesmo estar dizendo aquilo? Digo, eles são melhores amigos. — Você só tem essa sensação, porque se permite ficar pensando nele, olhe ao redor, Emily! Há muito para viver e muitas pessoas para se apaixonar. — O loiro sorriu, me fazendo suspirar, a verdade é que todos os nossos amigos de repente decidiram dizer coisas desse tipo, e tentar me fazer enxergar algo que eu ainda não conseguia enxergar, e aquilo não fazia sentido algum para mim. Você abriu esse bilhete? Foi uma pergunta que minha mente me fez, eu apenas sorri para Mike e continuei caminhando para casa. Corri para o meu quarto e abri o colar, “irei esperar por você” e uns números, estavam escritos naquele papel idiota, e foi quando eu me dei conta, ele não estava me deixando ir.

Se eu não o conhecesse tão bem, jamais teria entendido que aqueles números eram uma coordenada, e um horário. Mas ou eu havia chegado cedo demais, ou ele havia desistido. Talvez Mike e Ayla estivessem certos, mas meu coração não se convencia disso, nunca, nem por um segundo.
— Sabia que você entenderia. — A voz de atravessou meu coração, como uma flecha, me fazendo dar um pulo, de susto.
— O que você quer? — Perguntei, com a voz trêmula.
— Você achou mesmo que eu te deixaria ir assim? Garota, eu te amo desde o primeiro momento que te vi, você não entendeu o que eu disse quando te entreguei isso? — Ele apontou para o colar que eu usava. — Não era para você fugir de mim, e sim comigo. — Eu não tinha reação, nós havíamos idealizado isso tantas vezes, que sequer imaginei que ele poderia estar falando sério.
, que diabos? Eu estou mais confusa do que antes. — Respondi, ainda com a voz trêmula e ele segurou minha mão.
— Me dá as chaves do carro, vamos embora dessa cidade, nem deveríamos estar aqui para começo de conversa! — Olhando em seus olhos, que eu não sabia se brilhavam de esperança ou de medo da minha resposta, eu entendi tudo. Um sorriso, foi a única reação que eu tive, antes de entregar as chaves do carro que compramos juntos.

As horas seguintes foram baseadas em, arrumar as coisas, certificar-se de dizer adeus para todos os importantes e dirigir para longe dali. Era estranho estar deixando tudo para trás, mas nós dois sempre tivemos a certeza de que aquele nunca foi o nosso lugar, e desde que todos se voltaram contra nós, isso ficou mais evidente. Não era como se eles quisessem o nosso bem, era como se eles sentissem felicidade em nos destruir, sempre foi assim.
— O que você pensou quando planejou tudo isso? — Perguntei, ele sorriu enquanto dirigia.
— Que era um tiro no escuro, não tinha como saber se você iria topar, mas eu precisava tentar! O que todos aqueles que dizem que são nossos amigos não sabiam, é que eu dirigiria para muito longe, se preciso, mas não te deixaria partir, nunca. — era sincero em suas palavras e eu sempre senti isso, desde que nos conhecemos, e seu olhar me transmitia uma confiança que ninguém nunca conseguiu transmitir.
— Eu realmente pensei que você deixaria eles nos separarem. — Suspirei aliviada. Queria pedir para ele prometer que nunca deixaria isso acontecer, todas as vezes que falávamos disso.
— Nunca, eu prometo. — Disse, como se pudesse ler meus pensamentos. Era engraçado, parecíamos que éramos fora da lei fugindo, mas éramos só duas pessoas que queriam viver juntos, e jamais poderíamos fazer isso morando ali, sabíamos disso desde que nos conhecemos, mas ficou mais intenso nos últimos meses.
— E para onde vamos? — Perguntei.
— Bom, nós podemos ir aonde nossos olhos podem nos levar, então, você pode escolher o destino. — A resposta dele me fez rir, ele falou como um sonhador. Mas eu entendia, finalmente podíamos ser ninguém, podíamos viver sem ninguém e fazer o que quiséssemos, acho que ele pensou a mesma coisa que eu, porque riu como uma criança. Eu poderia ter essa visão para sempre, nós dois em um carro, nada além do céu azul, e nós.
— Então, você já sabe a minha resposta. — Sorri, ele assentiu e aumentou o rádio, acompanhando a música.

Semanas depois…

Era incrível morar em uma cidade grande, trabalhar e ter a minha própria vida, não éramos mais a filha do prefeito e o filho do fazendeiro, éramos quem queríamos ser. Eu guardei o bilhete que ele me deu quando fugimos, e levo no meu bolso todos os dias. Só algumas semanas se passaram, mas a sensação é outra. Finalmente podemos viver a nossa própria vida sem interrupções e julgamentos, e pela primeira vez tivemos a certeza que nós sabíamos decidir melhor sobre a nossa vida do que os outros, porque em tão pouco tempo, havíamos começado o processo de nos tornar exatamente quem queríamos ser. A melhor decisão que eu poderia ter tomado, foi entrar naquele carro e ter vindo para New York. Finalmente, estávamos vivendo a vida que sempre quisemos.


Fim



Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado, vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!

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