28. Wrapped Around Tour Finger

Última atualização: 23/11/2015

Capítulo Único

O Caos andava pelas ruas.
Andava como se dançasse uma música lenta, andava com a maestria de sempre, com a perfeição de sempre. Por mais irônico que pudesse ser, o Caos era a perfeição. A guerra, a desordem, era toda planejada. Tudo ocorria conforme devia acontecer, era a perfeição.
Seu filho de uma puta, como você pode? — ouviu a voz dentro de sua cabeça e sorriu, mais um trabalho havia sido concluído.
Continuou a andar, procurando onde mais poderia se infiltrar, onde mais poderia causar a destruição. Porque era isso que o Caos fazia: ele destruía. Destruía amizades, namoros e até mesmo famílias. O Caos era avassalador, quase impossível de ser controlado.
Ouviu algumas vozes e se virou, encontrando dois casais adolescentes que tinham entre 16 e 19 anos. Se aproximou com um sorriso no rosto e se encostou em um muro que estava por ali, prestando atenção em cada pequeno gesto deles para poder colocar seu plano em ação.
Daniel. — Chaos sussurrou, de modo que permitia que sua voz entrasse na cabeça dele.
A Abby está tão linda, não é? Por que você está perdendo seu tempo com a Sophie?
Ela continuou sussurrando, enquanto Daniel pensava que era apenas seu subconsciente o deixando confuso.
Olhe para ela, veja o quão linda ela é!
E, finalmente, Daniel olhou para Abby, passando longos minutos a fitando e se perguntando se era o certo lagar Sophie para ficar com ela. Balançou a cabeça, não podia ficar com ela, era a garota de seu melhor amigo. Definitivamente não podia.
Mas ela é tão linda, uma garota espetacular...
Chaos sussurrou mais uma vez, e Daniel, pensando que era apenas coisa de sua cabeça, se permitiu analisar Abby, apenas para colocar em sua mente que amava Sophie.
Abby. — Chaos chamou o nome da garota, disposta a plantar a mesma ideia maluca na mente da mesma.
O Daniel está te olhando, você não percebeu? Ele é tão lindo, não é mesmo? Por que você está com o Henry?
Abby soltou o ar pela boca, um pouco surpresa por tal "pensamento". Olhou para Daniel, que estava a olhando de volta e deixou que um suspiro escapasse por seus lábios. Daniel era realmente muito bonito, será que ela devia tentar algo?
Claro que deve, vá em frente.
Abby nunca amou realmente Henry, ela estava com ele apenas para esquecer um amor passado e ele sabia disso. Ele tinha permitido que ela o usasse. Deu de ombros e sorriu de lado para Daniel, decidida que iria conseguir pelo menos um beijo dele.
Henry. — Chaos chamou, feliz da vida, seu plano estava começando a dar certo e, para completar, Henry já estava bêbado.
Olhe para a Abby, olhe para o Daniel. Eles estão se olhando, estão sorrindo um para o outro. Você não vê as segundas intenções, Henry? Seu melhor amigo quer roubar sua garota de você, faça alguma coisa.
Henry olhou para a cena, começando a ficar com raiva. Não era possível, não podia ser. Seu melhor amigo iria realmente fazer aquilo com ele? Ele seria realmente capaz?
Óbvio que ele é capaz, Henry. Mostre para ela que você é melhor que ele, mostre para ela que você é mais homem que ele.
Ela não precisou falar duas vezes, logo Henry ia até Daniel e o puxava pelo colarinho, aproximando o rosto dos dois e, logo em seguida, dando um soco no rosto dele.
— Quem você pensa que é para ficar olhando para a minha namorada, porra? — gritou, o empurrando contra o muro e voltando a socá-lo.
Não demorou muito para que Daniel começasse a se defender, devolvendo alguns socos e chutes. Sophie olhou para Abby, sem entender o que estava acontecendo.
— Hm, seu namorado queria ficar comigo — responde simplesmente, finalmente mostrando quem ela realmente era para sua "melhor amiga".
Não demorou muito para que Sophie fosse para cima de Abby. Chaos revirou os olhos, apesar de o trabalho ter ficado mais fácil, ela achava a sede dos jovens por brigas por conta de garotos - ou garotas - algo completamente ridículo.
Ao ver que o caos estava instalado ali, deu de ombros e saiu andando, se sentindo satisfeita por causar mais uma briga no mundo.
! — ouviu e se virou, encontrando Envy. — Tenho um trabalho para você, querida, do seu amado pai — a loira continuou de modo irônico, enquanto Chaos tentava guardar toda a sua frieza dentro de seu corpo.
Envy era um dos sete pecados capitais. Chaos estava em apenas um nível superior ao dela, então, tinha que tratá-la com, pelo menos, um pouco respeito e se odiava por isso.
— Primeiramente, para você meu nome é Chaos. — Começou em seu tom grosso, mas balançou a cabeça e ficou em silêncio por alguns minutos. — O que eu tenho que fazer, querida? — usou um tom de voz dócil que ambas sabiam que não combinava com ela.
— Casa 857 — foi apenas o que Envy disse, antes de sumir diante de seus olhos.
— Vadia — Chaos rosnou, recomeçando a andar em direção à casa indicada.
Parou na frente da mesma, a casa era simplesmente enorme, e rapidamente ela começou a entender o porquê que era seu trabalho “cuidar” da pessoa que ali morava. Sentia o cheiro da maconha e conseguia ouvir uma música que, provavelmente, estava no volume máximo em um fone de ouvido.
Pulou o muro com facilidade e logo caminhava em direção à janela mais próxima da casa, vendo pela mesma um garoto jogado no sofá. Os olhos dele estavam fechados, um baseado estava entre seus dedos e a música que tocava em seus fones era Boulevard Of Broken Dreams, conhecia bem aquela música.
Entrou na casa com facilidade e foi até o sofá onde o garoto estava, sentou-se na frente do sofá e inclinou a cabeça para o lado, analisando minuciosamente sua nova vítima. Depois de forçar um pouco, sorriu quando percebeu que ele finalmente tinha dado - inconscientemente - liberdade para que ela pudesse ouvir todos os seus pensamentos, todas as suas vontades, todas as suas lembranças.
Uma lembrança, em especial, lhe chamou a atenção. Ela conseguia sentir o que ele estava sentindo no momento, então tudo ficou apenas mais intenso.
Estava vendo a cena de fora, quase como se fosse em um filme. - descobriu o nome dele com facilidade - andava apressadamente até a casa de sua namorada, o coração dele batia acelerado e suas mãos suavam, era o momento pelo qual ele tinha esperado a vida inteira. Quando chegou na casa, pegou a chave reserva que tinha com ele e abriu a porta, arregalando os olhos ao ver sua namorada gemendo baixo enquanto estava no colo de seu melhor amigo. Naquele momento, seu coração já doía, já tinha se partido em milhares de pedaços. Encarou a caixinha com a aliança que segurava e a jogou em algum lugar, saiu dali em seguida, sentindo seus olhos começarem a queimar.
se permitiu analisar por mais alguns minutos, mas não por dentro, apenas por fora. Os cabelos dele caiam de qualquer jeito por sua testa, completamente bagunçados, seus traços estavam relaxados, mostrando que ele estava tranquilo com toda a sua vida - efeito da maconha, provavelmente. Ele era lindo.
Não demorou muito para que abrisse os olhos levemente avermelhados, olhando ao redor como se soubesse que estava sendo observado. Ele não podia ver , de qualquer modo.
Então, voltou a se fechar, voltou a permitir que Chaos consumisse seu corpo, deixou de se permitir sentir.
Chaos forçou a memória que tinha visto há pouco para que pudesse revivê-la, o resultado foi imediato. Ele travou o maxilar e cerrou os punhos, se sentando e começando a balançar a perna nervosamente.
. — Chaos sussurrou em seu ouvido.
Ela nunca te amou, ela apenas te iludiu. Ela sempre quis o seu melhor amigo, sempre foi ele, apenas ele.
Ele se levantou do sofá, caminhando apressado em direção à cozinha. Chaos logo o seguiu, sorrindo ao vê-lo pegar uma garrafa de vodca e tomá-la como se fosse água, cambaleando um pouco pela grande quantidade de bebida ingerida em pouco tempo.
— Por que você fez isso comigo? — ele gritou, quebrando a garrafa na parede e se permitindo chorar. — Eu te amava, porra! Por que você me machucou assim? — ele continuou gritando para o nada.
Porque ela não te amava. — Eu queria ser feliz com você, queria ter uma família com você, POR QUE VOCÊ ACABOU COM TUDO? — socou a parede com mais força.
assumiu o controle por um momento e virou o rosto, não queria ver aquela cena. se importava com as pessoas, Chaos não. era a parte humana dentro de seu corpo, Chaos era seu demônio, literalmente falando. Elas eram a mesma pessoa, porém agiam e pensavam de modos completamente diferentes.
Basta. ordenou e cambaleou um pouco, se sentando no sofá e abraçando o travesseiro como se sua vida dependesse daquilo. Estava fraco, arrasado. se aproximou e colocou a mão nos cabelos dele, fazendo um carinho fraco ali, mesmo sabendo que ele não ia sentir. — Só... fique tranquilo e durma. — Em poucos segundos, ele realmente dormiu.

Ela ficara a noite inteira ali, o observando. Ele sorria em alguns momentos, porém, em outros, seu rosto se contorcia em algo que parecia ser dor. Chaos estava adorando provocar alguns pesadelos, enquanto apenas tentava conter o demônio dentro de si. Não deu muito certo, afinal, Chaos tomava a maior parte de seu corpo, seus pensamentos.
Quando amanheceu, Chaos se levantou com um sorriso no rosto, tinha mais trabalho a fazer.
Caminhou em direção à faculdade que tinha ali por perto e adentrou na mesma. O resultado foi imediato, algumas flores que estavam espalhadas pelo campus murcharam e o tempo esfriou. Chaos sorriu, apreciando o poder que tinha. O poder de destruição.
se sentou encostada em uma das árvores que tinham por ali e fechou os olhos, esperando o horário em que as pessoas começariam a chegar. O tempo passou-se rapidamente, pois logo algumas pessoas adentravam no campo, falando alto, como se não fossem oito horas da manhã.
— ...e daí ele simplesmente veio para cima de mim, você acredita em mim, agora? — ela avistou Daniel falando com Sophie, provavelmente tentando convencê-la de que não tinha flertado com Abby.
Não se deu o trabalho de continuar com aquela história. Se Sophie voltasse com ele, o problema era inteiramente dela, Chaos já tinha arrumado confusão naquele meio e não gostava de insistir na mesma coisa.
E além do mais, tinham mais milhares de jeitos para que ela se divertisse por ali.
Ela era diferente da maioria dos demônios. Os outros tinham apenas o poder de tentar as pessoas, a maioria fazendo jogos psicológicos. Já ela era o caos, como seu nome já dizia. Ela não precisava se esforçar para provocar desespero ou tristeza, porque ela conseguia alcançar tal objetivo apenas passando por algumas pessoas.
Um exemplo era o que acontecia naquele exato momento: uma garota andava sorridente, indo em direção a um garoto que Chaos julgou como seu namorado. Porém, assim que ela passou por Chaos, ela simplesmente escorregou e caiu no chão e, para completar, sua calça havia rasgado. A garota arregalou os olhos, enquanto algumas pessoas riam e Chaos gargalhava.
A garota não foi a única que sofreu a presença de Chaos. Na verdade, a maioria da faculdade pode sentir, pois, quanto maior desespero ela causava, maior a extensão do seu poder ficava.
Mas, de repente, ela pareceu falhar. O Chaos parou de espalhar o desespero, parou de espalhar a angústia. Não foi por vontade própria, claro, ela sabia que alguma coisa tinha parado o seu efeito. Ela olhou ao redor, com o cenho franzido, e viu um entrar correndo no campus, passando por ela na velocidade da luz.
Quando ele foi embora, a angústia voltou a inundar o campus.
Chaos se levantou, sentindo a raiva dominar seu corpo, e seguiu o garoto. Quem ele pensava que era para deixar tudo tão calmo? Ela era uma Herdeira, um garoto estúpido não podia acabar com a imagem dela. Quem ele pensava que era?
Os demônios se classificavam em quatros grupos principais: Os Quatro Cavaleiros, Lúcifer, Os Herdeiros dos Cavaleiros, Os Sete Pecados Capitais e o resto eram apenas demônios não muito importantes.
Os Quatro Cavaleiros eram: Death, War, Conquest e Famine. Eles não eram realmente demônios, eram poderosos demais para serem classificados assim, mas eram quase isso; Lúcifer era o rei do inferno; os Sete Pecados estavam no segundo nível, digamos assim, de demônios com o maior poder de persuasão; e os Herdeiros dos Cavaleiros eram algo como uma mistura dos sete pecados e estavam no primeiro nível de demônios com o maior poder de persuasão e destruição: Existia Bitter, herdeira de Conquest; Wicked, herdeiro de War; Despair, herdeiro de Famine; e Chaos, herdeira de Death.
Sim, Chaos era herdeira de Death, o cavaleiro mais poderoso. E ela não ligava muito para isso, até agora. Era só nisso que ela pensava enquanto andava atrás de , ela era herdeira de Death, um garoto inútil não ia estragar toda a sua reputação, não mesmo.
— QUEM VOCÊ PENSA QUE É? — ela gritou, sua voz saiu como um rugido. Ele nem olhou para trás, não a ouvia. — Isso nunca aconteceu antes, seu garoto estúpido, como foi que você conseguiu? — parou de gritar, mas sua voz ainda estava alta. — QUEM VOCÊ PENSA QUE É? — gritou mais uma vez e, por um segundo, gelou ao vê-lo parar de correr.
Lentamente ele se virou em sua direção, e abriu um sorriso um tanto malicioso quando a analisou. Oh, céus, ele estava a analisando. Ele estava vendo-a. Ela só podia ser vista se quisesse, ela não tinha permitido isso. Mas isso apenas serviu para que seu ódio aumentasse.
— Olha, bonitinha, eu só não penso, como eu sei que sou . — Ele sorriu cinicamente. Ah, Chaos estava quase quebrando aquele rosto. — E posso saber qual o nome da louca que gritou comigo por, aparentemente, motivo nenhum?
Ela o fitou por alguns segundos, tentando simplesmente não matá-lo ali mesmo. Prendeu a respiração e virou de costas, saindo andando dali rapidamente. Diferente dele, nenhuma outra pessoa olhou em sua direção, como se não pudessem vê-la ali. Ela sorriu fraco, finalmente tinha voltado ao normal. Pelo menos por hora, enquanto ela estivesse longe de .

Ela não tinha muita escolha, afinal, Death havia mandado uma missão e ela tinha que cumpri-la. Infelizmente, sua missão era , e teria que ficar próxima dele de um jeito ou de outro. Mas isso não significava que tinha que ficar próxima o tempo todo. Ela era Chaos, não podia ficar perdendo tempo com um garoto inútil, então resolveu que iria ”cuidar“ dele apenas pela parte da noite, a escuridão e a frieza a deixavam tranquila, e teria que ter paciência para seu trabalho.
Por isso que, naquele exato momento, ela estava sentada na calçada em frente à casa dele, com um cigarro nas mãos, olhos fechados e a cabeça encostada no muro atrás de si, enquanto esperava que o garoto chegasse.
— Posso saber o que a garota louca que gritou comigo está fazendo aqui? — ouviu a voz de e grunhiu.
Chaos cerrou as mãos em punho, furando sua palma com suas unhas, e abriu os olhos, começando a sentir sua raiva voltar. Não era possível que ele realmente estivesse a vendo, não podia ser. Ele estava estragando tudo, estava acabando com todo o histórico dela, histórico de milhões de anos.
— Fumando, você é cego? — resolveu falar, ríspida.
— Você é grossa assim, sempre? — ele perguntou, achando graça daquilo tudo.
— Só com gente estúpida. — Chaos falou, revirando os olhos.
— E o que eu fiz? — finalmente perguntou o que queria.
— Nada que eu vá te contar. — Chaos rosnou. — Por que você simplesmente não entra na sua casa e vai dormir?
— Te vejo amanhã, na faculdade? — ele perguntou, abrindo o portão de sua casa. Chaos levantou o rosto e o fitou por alguns segundos, ele estava falando sério?
Quando abriu a boca para responder, recebeu um choque de realidade. Ela estava com sua vítima em suas mãos e estava praticamente a jogando longe. Ela só tinha que jogar com ele e ela ganharia.
— Sim, infelizmente. — Ela respondeu apenas para ele não achar a mudança de humor dela estranha, porém falou de um modo que demonstrava que ela já não sentia mais tanta raiva dele.
— Boa noite, então. — E ele fechou a porta.
Lust apareceu no mesmo segundo.
— Numa escala de 0 a 10, o quanto ele te perturbou? — foi a primeira coisa que ele perguntou, e Chaos logo percebeu que era , a parte humana de Lust, que estava dominando ali.
— Isso importa? — resmungou, acabando seu cigarro. — Ele consegue me ver, isso é estranho.
— Hm... na verdade, não é. — se sentou ao lado dela. — Mas isso é assunto pra outra hora, me mandaram aqui para ver como tudo estava, estão vigiando cada passo seu. — Ele avisou. Era o único amigo verdadeiro de no meio de todos aqueles demônios.
— Por quê? — ela perguntou, confusa.
— Por conta dele. — Apontou a casa de com a cabeça, mostrando que se referia a ele.
— Ele é só um garoto. — franziu o cenho, sem entender o que estava acontecendo.
a fitou por alguns segundos, como se ela fosse algo muito bizarro, então, abriu a boca para falar algo, mas logo a mesma se fechou e ele pegou um papel e uma caneta.
— Tome, aqui são umas instruções pra te ajudar nessa missão. — Ele disse, entregando o papel na mão dela e sumindo, em seguida.
“Estamos sendo vigiados. Depois falo com você. Tome cuidado!”
Ela respirou fundo e apoiou a cabeça na parede, querendo mandar todos os demônios voltarem para o inferno.

Modificando alguns papéis e as memórias de algumas pessoas, Chaos conseguiu. Ela havia entrado na faculdade de , na mesma área que ele. E isso era o passo-chave para tudo o que aconteceria dali em diante.
Ela sorriu e foi até o corredor, esperando aparecer. O plano era simples: ela iria se aproximar dele, fazê-lo se apaixonar por ela, se envolver com ele e, como sua missão mandava: matá-lo.
Não era fácil. Ela teria que matá-lo por dentro, teria que deixá-lo tão mal que ele não aguentaria mais viver, acharia que o mundo não valia mais a pena. Todos os suicídios aconteciam por isso. Demônios enfiando coisas em suas cabeças, coisas que, às vezes, nunca estiveram lá.
Seres desprezíveis, ela sabia. E não estava nem aí.
Depois de alguns minutos, Chaos viu chegar, e notou no quanto bonito ele estava.
? — Chaos chamou e ele parou de andar, a observando por alguns segundos, calado.
— Vai me xingar? — ele perguntou, se aproximando dela.
— Não, me desculpe por aquilo, eu estava tendo um péssimo dia. — Ela mentiu, fingindo uma expressão triste.
— Ok... — ele disse, sem parecer acreditar. — Então, tudo bem. — Deu de ombros. — Posso saber seu nome, agora? — perguntou, sorrido minimamente de lado.
— Chaos respondeu rapidamente, abrindo um sorriso. —, mas costumam me chamar de Chaos.
— Chaos. — repetiu, querendo sorrir. — Tudo bem, , a gente se vê por aí. — E ele saiu.
riu, dessa vez ela realmente estava feliz. Quando um humano escolhia entre chamar o demônio pelo nome do lado humano ou nome original, ele estava, sem saber, escolhendo qual lado ia ser mais visível quando estivesse perto dele. O humano escolhia que personalidade preferia, mesmo sem saber quais eram as duas personalidades; a alma deles que escolhia, na verdade.
havia acabado de ganhar o maior controle de seu corpo enquanto estivesse nessa missão, e isso era maravilhoso.

— Então, quais bandas você gosta? — perguntou, ao se sentar ao lado de no campus.
— São tantas... mas gosto muito de AC/DC, Queen, Green Day... — ela sorriu fraco, sentindo Chaos entrar em desespero dentro de si.
— Não é que você tem bom gosto musical? — ele riu e cruzou os braços, iniciando uma longa conversa.

Um mês depois.

— O quê? — perguntou, confusa.
— Puta merda, garota, o trabalho que temos que fazer, preciso de você lá em casa às cinco horas. — explicou e Chaos revirou os olhos.
— Tudo bem, eu vou. — Resmungou, cruzando os braços e saindo do local.
e haviam se aproximado no mês que havia passado, até Chaos havia aprendido a conviver com ele, já não era tão mais rude como antes. havia esquecido totalmente o foco de tudo aquilo, mas Chaos sempre a forçava a lembrar.
O negócio era que não sabia como era ter uma vida como um humano, e ter aquela experiência era surreal. Ela havia permitido que todos a vissem e ela ganhara alguns amigos com isso, sendo o principal deles.
Quando ela completasse a missão, tudo aquilo estaria acabado, e ela não queria.
Já Chaos urrava de ódio toda vez que conversava animadamente com algum mortal, Chaos achava aquilo repulsivo. nem ligava.

— Você não vai sair! — falou pela milésima vez, Chaos revirou os olhos. — Desiste.
— Eu não quero dormir na sua casa. — Chaos bufou. — É só a porra de uma chuva, me dá licença?
— Você vai pegar um resfriado! — ele avisou e Chaos segurou o impulso de jogá-lo na parede.
— Única vez que vou dormir aqui, entendido? — ela perguntou, séria, e ele assentiu.

estava sentada na bancada da cozinha de , fumando sozinha. Eram, mais ou menos, duas horas da manhã, e ela não estava com a mínima vontade de dormir.
Não muito tempo depois, apareceu na cozinha, a olhando, confuso. levou o cigarro até os lábios e sugou lentamente o mesmo, prendendo a fumaça por alguns segundos e a soltando logo em seguida. Ela tinha um sorriso de lado no rosto.
a fitava, acompanhava com os olhos o cigarro e se demorava fitando a boca da garota. Mordeu levemente o lábio e se aproximou.
— O que te trás aqui, no meio da madrugada? — perguntou, apoiando o cotovelo na bancada.
— O vício. — Ela respondeu simplesmente, voltando a fazer o processo e soltando a fumaça novamente.
— Não acha que isso acaba com a sua saúde? — ele perguntou, encarando seus lábios descaradamente.
— Você parece gostar. — Ela falou, o sorriso ainda brincando em seus lábios.
— É que... — ele começou, mordendo o lábio mais uma vez. — Você fica muito sexy fumando, . — Confessou, abrindo um sorriso sacana em seguida e se perguntando onde tinha ido parar seu filtro.
— Hm, você acha? — ela perguntou, soltando um pouco de fumaça no rosto dele.
— Sim, toda vez que eu te vejo com esse maldito cigarro na boca, a minha vontade é de te jogar na parede e te foder tão forte que você ficaria rouca de tanto gritar. — Caminhou em direção a ela, tendo certeza de que tinha atingido a insanidade.
— E eu gritaria o que, exatamente, ? — ela perguntou, o sorriso ainda maior em seu rosto.
— Você pediria por mais, , você imploraria por mais. — Levou uma de suas mãos até a bochecha dela e, olhando no fundo de seus olhos, continuou. — Você gritaria meu nome, tão alto que você iria sentir sua garganta doer.
— E por que você não me faz gritar, ? — terminou o cigarro, o jogando no lixo que estava ali. — Eu quero ver se você é capaz. — Desafiou.
— Hm... — fechou os olhos e abriu um sorriso. — Eu vou te mostrar. — E, voltando a abrir os olhos, a empurrou contra a parede.
E então ele a beijou. Um beijo necessitado, intenso, violento. Uma das mãos de estava nos cabelos de , os puxando com força. Enquanto isso a outra mão arranhava com força sua nuca, tentando descontar tudo o que ela estava sentindo ali.
As mãos de , que estavam nos cabelos e na cintura da garota, desceram até sua bunda e apertaram a mesma com gosto. O garoto grunhiu entre o beijo e se forçou contra ela, fazendo-a gemer entre o beijo.
abriu um pouco as pernas, apenas para senti-lo um pouco mais. Eles partiram o beijo e não demorou muito para começar a beijar o pescoço da garota.
Ela entrelaçou suas pernas no quadril dele, enquanto ele ainda estava concentrado em seu pescoço, alternando entre beijos, chupões e mordidas no local. Com certeza ficariam fortes marcas ali.
o empurrou levemente pelo ombro, apenas para tirar sua camisa e logo o puxou para si novamente, o beijando mais uma vez. Ele a apertava tanto contra a parede que ela sentia que eles iriam se fundir a qualquer momento. Ele levou uma das mãos até os cabelos da garota e os puxou com força, grunhindo entre o beijo.
Ele nunca amou tanto estar pecando como naquele momento. Ele sentia o fogo do inferno os rodear, ele sentia o sangue correr queimando por suas veias. E aquela era a melhor sensação que ele poderia ter.
Ele partiu o beijo e segurou a regata da garota com as duas mãos, a puxando com força, o que fez com que a mesma se rasgasse. Ele soltou algo que parecia mais como um rosnado e começou a beijar o colo de , que puxou seus cabelos com mais força, o incentivando a continuar com os beijos.
— Gostosa. — soprou entre os beijos que distribuía pelo colo dela e levou suas mãos até as costas da garota, desabotoando o sutiã preto dela rapidamente e o jogando em qualquer lugar.
Lambeu levemente um de seus seios e levantou seu olhar, encarando a garota, que o encarava de volta. Os olhos dela estavam escuros, de um modo que ele nunca havia visto antes, eles transmitiam fogo, luxúria. Soprou o lugar que havia lambido, ainda sem tirar os olhos dos dela e a viu morder os lábios.
"Continue, por favor, continue" era o que os olhos dela pediam. Ou melhor, imploravam. Ele sorriu maliciosamente e atendeu seu pedido silencioso, levando sua boca até um de seus seios e o chupando fortemente. gemeu em resposta, empurrando o quadril para frente, querendo mais contato com ele. Ela precisava de mais contato.
chupava o seu seio com gosto, alternando entre algumas mordidas e lambidas. Em nenhum momento ele desviou o olhar do dela, precisava ver o quanto ela estava queimando, assim como ele. Levou uma de suas mãos até o outro seio da garota, o envolvendo com a mão e massageando o mesmo. Apenas para combinar tudo, ele começou a se pressionar contra ela. Se pressionava, mexia, voltava e repetia.
Os olhos dela estavam quase fechados e alguns gemidos baixos escapavam de seus lábios entreabertos, enquanto ela se forçava para sustentar o olhar.
Quando ela achou que não poderia ficar melhor, ele desceu sua mão livre até seu shorts, soltando um de seus seios para conseguir desabotoar o maldito jeans que a cobria. Largou o seio dela e voltou a distribuir beijos pelo pescoço da garota, ao mesmo tempo em que sua mão adentrava em seu shorts.
Levou a mão livre até a cintura de e a apertou com força, enquanto a outra chegou a calcinha incrivelmente molhada da garota.
— Toda molhadinha, só pra mim. — Soprou e começou a fazer movimentos circulares por cima da calcinha, gemeu. — Hm, você gosta disso, ? Não acha que tem como ficar melhor? — perguntou, ainda fazendo movimentos circulares, a garota gemeu baixo e assentiu com a cabeça. — Como? Assim? — continuou, empurrando a calcinha dela para o lado e começando a massagear o clitóris dela, ela soltou um gemido mais baixo. — Você é tão gostosa, , tão absurdamente deliciosa. — Espalhou a umidade da garota pela sua entrada. — Mal posso esperar para entrar em você, para sentir você ao meu redor, se apertando contra mim. — Mordeu o lóbulo da orelha dela. — Agora, vamos ver, assim... — e então escorregou dois dedos para dentro dela. — Droga, você é tão quente.
começou a rebolar inconscientemente nos dedos de , enquanto soltava alguns gemidos involuntários. Ele começou a fazer movimentos de vai e vem com os dedos, enquanto assistia as expressões de prazer dela. Se ele a achava linda antes, agora, ele já não sabia dizer o que ela era.
— Você quer mais que isso, ? — ele perguntou, soltando uma risada baixa e rouca. — Você quer me sentir dentro de você, hm? Quer que eu te faça ver estrelas, ? — ela assentiu rapidamente, mordendo o lábio com força e apertando os olhos. — Peça. — Disse, diminuindo os movimentos.
, por favor... — pediu, sua voz saindo baixa. Ela precisava dele. Naquele momento, ela precisou dele mais do que precisava do caos. — Por favor... — pediu novamente, rebolando mais uma vez.
Ele sorriu e se separou dela. abriu os olhos e rosnou, não acreditava que ele ia parar aquilo logo agora. Mas então, toda a raiva que ela estava começando a sentir se dissipou quando ela viu jogando seu próprio cinto em algum lugar e começar a desabotoar sua calça. Ele tirou sua carteira do bolso e pegou uma camisinha da mesma, abaixou completamente sua calça e sua boxer e as chutou para trás de qualquer modo. As mãos desesperadas do garoto puxaram o shorts dela para baixo e ele colocou a camisinha.
E então, ele voltou a se aproximar dela, a beijando ferozmente, sentindo todo o seu corpo queimar. Ela voltou a entrelaçar suas pernas no quadril dele e ele grunhiu quando sentiu a intimidade molhada de entrar em contato com seu membro duro.
Ele desceu a mão entre os dois e se ajeitou na entrada dela. A olhou nos olhos, e então, entrou inteiramente nela, soltando um gemido rouco e mordendo o lábio ao senti-la ao redor dele. gemeu, fechando os olhos com força.
— Porra, você é tão... quente, apertada... — ele murmurou e começou a se movimentar devagar. — Deliciosa. — Grunhiu.
... — ela gemeu seu nome e isso o fez se movimentar um pouco mais rápido. — Por favor... mais... — ela não conseguia formular uma frase, mas ele compreendeu o que ela queria dizer, e atendeu o pedido dela.
Ele aumentou os movimentos de vai e vem, estocando fundo e com força dentro dela, fazendo-a gemer alto. Ele também gemia, seus olhos estavam apertados e ele sentia que estava encostando no paraíso toda vez que chegava no fundo da garota.
estava com as mãos em suas costas, as arranhado com tanta força que sairia sangue em algum momento. Ele não se importava com isso, na verdade, isso só parecia o atiçar a ainda mais.
Eles poderiam ser confundidos facilmente com animais. A selvageria, os rosnados, a violência. Eles não queriam saber, eles estavam se estraçalhando, se devorando, e eles estavam adorando isso.
segurava os cabelos de com força, os puxando sem se importar se iria causar dor ou não. Ele sabia que ela gostava, e isso estava mais do que comprovado já que ela gemia alto. Ela gritava, como ele tinha dito que a faria gritar.
Em questão de alguns minutos, soltou um gemido mais alto, se contraindo contra e anunciando seu orgasmo. Mais alguns segundos e ele chegou no mesmo ponto que ela, soltando um gemido rouco em seu ouvido e apoiando sua cabeça no ombro dela.
— Acho que fiz a lição de casa direitinho. — falou, rindo baixo.
— Hmm, acho que não... — falou para irritar e eles se fitaram por longos segundos.
Antes de começarem um segundo round.

— Você me assusta, às vezes. — disse, enquanto fitava o teto de seu quarto. ficou confusa e se sentou.
— Por quê?
— É que... — ele começou, desviando o olhar do dela. — Você é assustadoramente irresistível. — Ele disse e ela riu, abrindo a boca para falar. — Não, não, deixa eu terminar. — Ela se calou. — Você é assustadoramente linda, e assustadoramente incrível. — Ele engoliu em seco. — E eu estou assustadoramente apaixonado por você.
Silêncio.
olhou para .
Chaos assumiu o controle.
— Eu tenho que ir. — Ela disse simplesmente e se levantou, vestindo suas roupas.
— Mas... — ele começou a falar, se levantando também.
, eu tenho que ir. — Falou, grossa. quis chutar Chaos naquele momento.
a olhou, visivelmente magoado, e a deixou ir. olhou para baixo e saiu do quarto rapidamente, não querendo ter que olhar nos olhos dele.
Quando atingiu o jardim da casa dele, surgiu ao lado dela, andando rápido.
— Você o ama. — Foi a primeira coisa que o garoto disse, não respondeu, apenas continuou andando acompanhada por ele. — Todo demônio tem uma pessoa por quem se apaixonar, uma pessoa específica para cada um. A pessoa por quem você devia se apaixonar era ele. — Explicou. — O demônio pode escolher entre a mortalidade e seus poderes, isso está em suas mãos. — E parou de andar abruptamente, o olhando.
— Eu posso escolher? — perguntou, sentindo seu estômago embrulhar. Chaos rosnou.
— Pode, mas com você é mais complicado, você é uma herdeira. — resmungou. — Não vão querer te deixar ir. — Revirou os olhos. — Mas você pode tentar.
— Eu quero... mas, Chaos não quer. — resmungou. — Se eu for humana, ela morre.
— E se você não for humana, não poderá ficar com ele, é a regra básica dos demônios: você não pode se apaixonar por um mortal. Ele vai ser morto, provavelmente. — deu de ombros e arregalou os olhos. Não, não podia morrer.
— Não, eu quero ficar com ele! — ela disse, decidida. — Me dá sua mão, , vamos para o inferno. — Revirou os olhos e os fechou, os abrindo novamente apenas quando ouviu alguns gritos de dor.
Estava em casa.
— Olá, Chaos. — Envy passou por ela, com um sorriso enorme no rosto. Chaos e viraram uma pessoa só ao levantarem o dedo do meio.
e caminharam juntos, até o trono de Lúcifer, o rei do inferno. Pararam diante dele, esperando que a atenção do mesmo se voltasse para eles.
— Olá, Lúcifer. — disse, impaciente. Lúcifer a olhou e sorriu.
— Olá, Chaos. Olá, Lust. — Ele cumprimentou, sua voz absurdamente cortada e baixa. — O que trás meus dois demônios preferidos aqui? — perguntou, cruzando os braços.
— Hm... — disse, olhando ao redor. — Eu quero trocar minhas asas pela mortalidade. — E, ao dizer isso, Lúcifer gargalhou. Muito alto.
— Acho que não entendi direito. — Ele disse, ao se recuperar da crise. — Você não pode trocar suas asas, bonitinha.
— Claro que pode, todos os demônios podem. — interferiu, cruzando os braços. Lúcifer revirou os olhos e estalou os dedos, fazendo o garoto desmaiar.
— Lúcifer, eu quero trocar minhas asas. Por que eu não posso? — insistiu, quase batendo os pés.
— Você é uma herdeira, iríamos perder um demônio importante.
— Meus irmãos dão conta de tudo.
— Pare de insistir, não vou permitir. — Lúcifer rosnou.
— E se eu falar com os anjos? — desafiou, abrindo um sorriso perverso.
— Tente. Haverá guerra. — Lúcifer ameaçou.
— Haverá guerra. — Ela repetiu, sumindo dali, em seguida.


— E como sei que posso confiar em você? — Gabriel, um anjo, perguntou, cruzando os braços. — Você é uma herdeira, não é muito fácil amar alguém fazendo o tipo de coisa que você faz.
— Você é irritante! — Chaos rosnou, não queria estar negociando para morrer, mas pelo menos ainda tinha a dignidade de gostar de brigar. — Se eu não amasse, eu não estaria aqui, você acha que eu quero o quê? Matar vocês?
— É exatamente o que eu acho.
— Você não está entendendo! — assumiu o controle. — Eu realmente o amo, muito. Eu quero ficar com ele, por favor, me ajude.
Gabriel a fitou por alguns segundos e, por fim, suspirou. Conseguia ver que ela estava falando a verdade.
— Os anjos vão te ajudar... Porém, você vai lutar do nosso lado. — Disse, cruzando os braços. — Não faz sentido lutar por você, se você não vai lutar conosco.
— Tudo bem, entendi. — Assentiu e já estava virando as costas quando Gabriel pigarreou. Ela o olhou e encontrou-o com uma das sobrancelhas arqueadas. — Obrigada. — Entendeu o que ele quis dizer e logo saiu dali, tinha uma coisa a fazer.

suspirou e olhou dormindo por uma última vez, deixando a carta que tinha escrito em cima do criado-mudo do garoto. Logo em seguida caminhou até ele, depositando um selinho nos lábios dele e pedindo a Deus para que pudesse voltar.
A vida era irônica.
Ela voltou a se afastar e logo se dirigiu ao campo de batalha. Realmente haveria guerra.

Anjos de um lado, demônios do outro.
Todos os dois exércitos se fitavam, loucos para poderem matar um aos outros, loucos para lutar. se encontrava à frente do exército dos anjos, já que ela que conhecia os demônios como ninguém e estava disposta a passar instruções.
Logo surgiu ao lado dela, olhando de para os anjos, e dos anjos para os demônios.
— Vocês vão mesmo lutar? Porra, vão transar! — ele resmungou, revirando os olhos. — Vou lutar ao seu lado, garota, não me decepcione. — Ele disse apenas para que ela pudesse ouvir. Ela sorriu para ele e assentiu, enquanto ele já se dirigia em direção aos anjos.
Death, War, Conquest e Famine surgiram à frente dos demônios, todos os quatros sorrindo perversamente. Death fitou por alguns segundos e sussurrou, sabendo que ela iria ouvir e, consequentemente, Chaos também, que iria se irritar:
— Decepção. — E com isso, a batalha começou.
Não precisou de muito, na verdade, Chaos apenas deu um passo, disposta a dar um soco em qualquer um que visse pela frente. Mas apenas porque ela não podia socar a si mesma. Ela era a destruição e um garoto estúpido e sua parte humana haviam acabado com isso. Ela sentia a ira, o ódio tomar todo o seu corpo. Ela era a vergonha dos demônios. Ela era a vergonha para si mesma.
Um demônio se aproximou e a segurou pelo pescoço, ela rosnou e segurou a cabeça do desgraçado com as duas mãos, a movendo para o lado com força e quebrando o pescoço dele. Se abaixou ao ver que um outro demônio tentara dar um chute em seu rosto, e deu uma rasteira nele, enfiando, logo em seguida, uma espada, que os anjos usavam, em seu peito. Uma das únicas coisas capazes de matar um demônio.
— ATRÁS DE VOCÊ! — ouviu uma voz desconhecida gritar e se virou, com a espada erguida, cortando a cabeça de um outro demônio que planejava a pegar por trás.
Se tinha uma coisa que Chaos não suportava, era covardia.
Olhou para os lados, vendo vários corpos caídos no chão e os barulhos metálicos, misturados com gritos. Chaos viu Lust lutando com três demônios ao mesmo tempo, ele não estava dando conta. Derrubava um, se virava para se defender de outro e o que ele havia derrubado já se levantava. Chaos andou até ele e segurou um dos demônios pela gola da camisa, enfiando a espada no coração dele.
— Eu queria uma dessas! — Lust resmungou, quebrando os pescoços dos outros dois demônios. Aquilo não os matava, mas os deixava apagados por um bom tempo.
— Pede pra algum dos anjos. — Chaos deu de ombros, enquanto desviava de um soco e logo devolvia para o mesmo demônio que tinha tentado acertá-la.
— Eu não virei amigo dos anjos, Chaos, não vou trocar minhas asas, só estou lutando por você. — Lust explicou. — O está aqui pela , Lust está aqui por Chaos.
— Eles vão punir você... — parou de lutar, começando a apenas desviar, preocupada com o amigo.
— Eu não ligo, já fui muito punido naquele inferno. — Riu.
— Mas vai ser pior, , muito pior. — avisou.
— Bem, eles não podem me matar. — Ele piscou e ela balançou a cabeça, tendo certeza do quão teimoso ele era.
A batalha continuou por duas horas, e agora todos que haviam sobrevivido, estavam de pé, a maioria machucados, analisando tudo, querendo saber quem havia ganhado, afinal.
Quando terminou de analisar todo o campo, ela caiu de joelhos, sorrindo, e gritou. Haviam vencido, ela estava livre.
Depois de alguns minutos apreciando a vitória, se levantou e caminhou até os anjos, disposta a agradecê-los antes de pedir para que Lúcifer matasse Chaos. E então, tudo aconteceu em câmera lenta.
— CUIDADO! — gritou, correndo em direção a ela, mas então ela foi virada abruptamente e olhou nos olhos da morte, literalmente falando, já que Death estava em sua frente.
— Acho que você é muito, muito ridícula, . — Death disse, sorrindo de modo perverso. — Você já causou o caos por todo o mundo, você já arranjou confusões, brigas e todas as coisas ruins que podem existir nesse mundo. — Ele continuava falando, baixo. — Você não merece ser feliz, . Você destruiu relacionamentos, destruiu famílias, destruiu vidas... — fez uma longa pausa, levando sua mão até o pescoço dela. — E eu vou destruir a sua. — E dizendo isso, apertou mais um pouco o local, a jogando no chão, em seguida.
Estava morta, havia morrido nas mãos da Morte.
Os anjos avançaram mais uma vez, começando uma nova batalha. Os demônios haviam jogado sujo. Mas, eles eram demônios, afinal.

“Oi, , sou eu, . Eu queria te pedir desculpas por ter saído daquele jeito mais cedo, por favor, me desculpa. Eu estava confusa com tudo o que estava acontecendo e simplesmente fugi, sem querer enfrentar tudo isso.
É tudo o que eu ando fazendo ultimamente, sabe? Fugindo. Nem me reconheço mais.
Eu estou indo a um lugar importante agora, não sei se vou voltar, me desculpe, mas provavelmente irei. E acho que, se você quiser, poderemos ficar juntos.
Quero que você saiba que tudo o que eu vou fazer agora, é por você. Eu destruí minha identidade, mas eu já não ligo mais.
Eu quero que você saiba que eu amo você, e mesmo que você nunca mais me veja, não se esqueça de que eu sempre vou me lembrar de você.”

apertou a carta em suas mãos. Já haviam se passado dois meses, ela nunca voltou.
Ele olhou para baixo, era muito ridículo por ter acreditado em cada palavra escrita naquela carta. Era óbvio que ela havia enganado-o, e ele havia acreditado em tudo como um completo imbecil. Ele estava na palma da mão dela, sempre esteve, e isso era o que mais o irritava.
Ele estava irritado por amá-la, estava irritado porque ela havia o deixado, estava irritado por tudo. Ele era um estúpido, ela não merecia o amor dele.
Ele seria obrigado a esquecer.

Dois anos depois.

Abriu os olhos, sentindo os mesmos arderem e sentiu sua pele pinicar. Olhou ao redor, concluindo que estava em uma floresta e ficou completamente confusa. Que porra ela estava fazendo ali?
Uma garota morena surgiu em sua frente, com um sorriso de lado no rosto.
— Olá, . — Ela cumprimentou. — Eu sou Chaos, seja bem-vinda de volta à vida.
— O que...
— Eu estou brincando, você não morreu, Death não conseguiu te matar, algo a ver com uma ligação que ele tem com você, então ele apenas separou nossos corpos e isso nos causou sérios danos. — Chaos deu de ombros. — De qualquer jeito, você é humana, agora, pode ficar com seu amor. — Desdenhou, sumindo em seguida.
demorou alguns minutos para entender o que estava acontecendo e, quando finalmente compreendeu, se levantou e saiu correndo daquele local, não demorando muito até chegar em uma rua, e seguindo por ela até, finalmente, chegar no centro da cidade.
Caminhou até onde esperava que ainda fosse a casa de , sentia todo seu corpo doer e aquilo era novo para ela, já que nunca havia sentido aquilo.
Parou em frente a casa dele e tocou a campainha, mordendo o lábio levemente enquanto esperava alguém aparecer.
E ele apareceu, ficando extremamente confuso ao vê-la ali, depois de dois anos. Não podia ser real.
— Olá, .


Fim



Nota da autora: Sem nota.

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