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Capítulo 1 - Ela ilumina meu mundo.


Ele olhava atentamente para a enorme janela de seu escritório. Realmente conseguira chegar ao cargo que ele sempre sonhou. Era um dos donos da maior empresa de Londres. O outro dono era Daniel, seu melhor amigo. Não que isso venha ao caso agora. Hoje faria quatro anos que se conheceram. Ele sorria ao mesmo tempo em que as lágrimas caíam sobre sua face.

Flashback on

10 de dezembro de 2006.

Ele estava sentado no banco de um parque qualquer em Londres. Abraçava os joelhos e sua cabeça estava apoiada nos mesmos. O mesmo chorava. Seria sempre assim? Sempre choraria por amor? Giovanna, sua ex-namorada, havia o traído com seu ex-melhor amigo, James Bourne. Ele havia perdido a noção de quanto tempo ficara ali, quando sentiu algo em seu ombro. A princípio pensou que fosse , sua melhor amiga, mas quando ele se virou, se deparou com uma moça completamente diferente. Era linda (não que não fosse; a moça era diferente), tinha olhos de um imenso e cabelos que caíam sobre os ombros. Por isso eram tão distintas: tinha cabelos e curtos e olhos . A moça sorriu.
- Desculpe incomodar, mas você viu um cachorro pass... – ela se interrompeu ao ver os olhos completamente inchados – Oh, me desculpe... Eu... Já... Vou indo.
Ele não sabia exatamente o que dizer, mas não queria que a garota fosse. Ela o fazia bem, o sorriso dela iluminava sua vida. Ele achava que o iluminava mais até do que Giovanna, sua antiga namorada.
- Não, não, fique... Você... Bem, é legal – ele tentou sorrir sem sucesso. – Por que você não se senta? – ela o fez e sorriu imensamente para ele.
Conversaram praticamente a tarde inteira. Ela havia feito com que ele conseguisse esquecer Giovanna por algumas horas.
Deram-se conta de que precisavam se despedir quando viram o sol se por. Trocaram telefones e combinaram de sair mais vezes. Ali, sem dúvidas, começava uma grande amizade, ou não.

Flashback off

Ele se voltou para o enorme espelho que havia na parede paralela à enorme janela e pôde ver seu rosto completamente banhado por lágrimas. Seus olhos completamente inchados e absurdamente brilhantes demonstravam o imenso amor que sentia pela sua eterna amada.


Capítulo 2 - E, finalmente, o estúdio de música.


O estava no estúdio que ele havia feito em sua casa com a menina dos seus sonhos. Eles haviam o construído juntos, enquanto eram amigos. “Amigos” até terminarem de construir o estúdio.

Flashback on

10 de Dezembro de 2007.
- Vamos, ! O piano chegou! – eles correram juntos para abrir o enorme portão da garagem, enquanto vários homens carregavam um piano até o interior da mesma. Os sorrisos em seus rostos estavam evidentemente estampados. Havia três meses que eles estavam construindo o estúdio; o estúdio que a menina dos olhos de cor insistira tanto para que ele construísse. Desde que ele declarou que era amante da música, ela não o deixou em paz, até que conseguiram o que viam hoje: o estúdio semi pronto na casa de . Ele morava sozinho e tinha um emprego bom, então, não demorou muito para que tudo ficasse do seu jeito.
Os entregadores foram embora e deixaram uma menina de olhos cor , um menino , com um brilho absurdamente grande no olhar, e um piano sozinhos.
Então, tudo começou: a arrumação era frenética, microfones, aparelhagens de som, mesas, o piano, computadores – um de e um de sua amiga, já que ele havia concordado que ela trabalharia com ele em suas produções – algumas guitarras, violões, suportes para instrumentos... Tudo ia de um lado a outro, enquanto os amigos procuravam o lugar certo para cada coisa.
olhava de um jeito diferente para a menina dos cabelos desde que eles se aproximaram. Havia exatamente um ano que eles haviam se conhecido no parque de Londres. Era hoje; ou ele tomaria coragem para dizer, ou ele não diria nunca mais. Seu coração estava a um milhão. Ele precisava dizer. Tomou coragem e...
- Princesa, preciso te dizer uma coisa – ele se sentou numa cadeira qualquer.
- Pode dizer, meu anjo – ela sentou numa cadeira à sua frente.
- , eu... Venho sentindo umas coisas diferentes nesses últimos seis meses. Eu não julgaria rápido demais; não tem tempo para o que eu sinto.
- Tem a ver com náuseas, ? Você está bem? – ingênua ... Cômico isso, mas ela se preocupava com , oras.
- Não, não tem nada a ver com náuseas, – ele sentiu vontade de rir. Como náuseas teria a ver com amor? – Tem a ver com amor – ele ficou parado por um tempo.
Ela sorriu enormemente.
- O que quer dizer com isso, ? – ele respirou fundo algumas centenas de vezes e decidiu falar.
- Estou apaixonado por você. Há seis meses que eu achava isso, mas só obtive confirmação agora.
O sorriso da menina à sua frente, que já estava demasiadamente grande para suas bochechas rosadas, conseguiram se estender por um pouco mais de seu rosto. Então ela correu para o abraço do sentado na cadeira à sua frente e assim, no estúdio de música, selaram os lábios. Selaram, na verdade, um amor que havia nascido ali.


Capítulo 3 - Algodão doce branco? É neve.




andava sem rumo pelo parque onde se conheceram. Nunca deixaram de ir ali, nem enquanto eram amigos e muito menos quando começaram a namorar. Dessa vez, ele não estava sozinho como sempre fazia. Ele estava com , sua melhor amiga desde a época de escola. Ela que acompanhou toda a fase intitulada “” na vida de , e nunca o deixou de lado.
- , a gente podia comer algodão doce! – apontava para a carrocinha, tentando animar , mas, o que ela não sabia, era que para ele nenhum algodão doce faria mais sentido sem ela.
- Não, . Obrigado. Que tal um café?

Flashback on

25 de Fevereiro de 2008.

Era fim de tarde em Londres e apenas algumas luzes estavam acesas. Eles andavam alegremente pelo bosque, até a hora que cansaram. Era inverno e o parque estava todo coberto de branco. Sentaram-se no chão, em um canteiro qualquer, em frente a uma carrocinha de algodão doce. Ambos lado a lado. Ela apontava alegremente para a carrocinha, feito uma criança.
- , , quero algodão doce! Compra pra mim? – os olhos dela brilhavam, mas ele podia ver que estava aflita, que queria contar-lhe algo, e ele precisava saber o que era. Mas não pressionaria; ela contaria quando quisesse.
- Está bem, pequena. De que cor você quer? Pode ser branco? – ele falava como se falasse com uma criança de cinco anos.
- Não, né, ? Se eu quisesse algodão doce branco, poderia comer neve, porque é isso o que a neve é! Algodão doce branco. Quero o azul! – riu da namorada. Céus, quantos anos ela tinha? Não importava... Ele queria sempre e somente a ela.
Tirou a carteira do bolso e comprou dois, um azul e um verde. Sentou de volta ao lado dela e entregou-lhe o azul. Ela começou a comer e inocentemente, com uma voz calma e doce, proferiu algumas palavras (palavras que nunca esqueceria).
- Azul é uma cor linda. Quero que meu avião seja azul bem clarinho, quase branco, com alguns detalhes vermelhos. Seria lindo! - ela sorriu fraca e inocentemente, mas seus olhos já não brilhavam mais. Os olhos que antes tinham uma infantilidade sem tamanho, agora aparentavam angústia. já não entendia nada.
- Do que está falando, pequena? Avião? – ele já nem prestava mais atenção no algodão doce em suas mãos. Ela já não fazia o mesmo; falava, olhando fixamente o algodão doce azul em suas mãos.
- Creio eu que, quando uma pessoa morre, ela é levada de avião para outro país, um que os vivos não conhecem. Bom, eu conheço porque fui eu que inventei essa história, e eu estou viva de fato – ela riu fracamente.
- Que país, pequena? – ele se mostrava completamente interessado no assunto.
- Wonderland. Lá é lindo! Quando eu morrer, quero ir pra Wonderland num avião azul claro com detalhes vermelhos. Pode ser, ?!
- Claro que pode, princesa. Você pode tudo. Mas aonde quer chegar com o papo de morte? – ele estava preocupado.
- Não sei se você lembra, na semana passada, naquele dia em que não nos vimos... – ele assentiu e ela continuou – Fui ao médico e detectaram uma coisa – ela abaixou a cabeça. Lágrimas estavam prestes a cair.
- O que detectaram princesa? Conte-me! – ele estava preocupado; demais até para perceber os outros à volta deles.
- Detectaram um tumor atrás da minha cabeça, um pouco acima da nuca, e está se movimentando. Segundo o médico, ele vai atingir primeiro o cérebro, obviamente. Ou seja, quando ele atingir o cérebro, meus movimentos vão começar a atrofiar e aí o ele já não vai mais mandar comandos aos meus órgãos e membros. Logo, eu vou ter que ir pro hospital e ficar lá. Vou começar um tratamento, provavelmente quimioterapia. Sei lá eu por quanto tempo... Acho que até o avião vir me buscar – ela tentava sorrir. Por que ela tentava fazer isso? Por que tentava sorrir quando não conseguia? já não escondia as lágrimas. Deixou o algodão de lado e a abraçou fortemente.
- Isso não importa, nada realmente importa. Estarei com você e tudo vai dar certo, pequena. Não quero que pense no pior. Tudo vai dar certo. Eu juro.
Ela apenas o abraçou, não disse mais nada, e continuou, feito uma criança, a comer o algodão doce que ainda estavam em suas mãos

Flashback off

Entraram em uma Starbucks qualquer e pediram dois cappuccinos. sabia que havia deixado pra baixo; só não sabia direito o porquê.


Capítulo 4 - Tudo pode ser colorido, mesmo em um quarto branco.


As horas se passavam e nada dos olhos de se fecharem. Ele encarava o quarto, hoje branco, enquanto esperava o sono. Ele havia aderido o tom sem vida ao quarto pelo simples fato da cor trazer lembranças, mesmo que tristes, à sua mente. Certamente, não havia mais cores ali, nem que ele quisesse.

Flashback on

07 de Junho de 2008.

iria hoje, de novo, ao hospital St. Caddmus para levar algumas coisas ao quarto, branco e sem vida, de Bella. Ele sempre levava. Acreditava que tudo pode ser colorido, tudo pode ser alegre; é só lembrar-se de encontrar a alegria nos lugares certos.
Parou o carro diante de uma loja de brinquedos que havia no centro de Londres. Saiu do carro, caminhando com as mãos nos bolsos e olhando para o chão. Mal olhou para os lados, mas quando finalmente olhou, um senhor segurando uma rosa vermelha sorria. Ele trajava roupas aparentemente velhas, sapatos surrados e um chapéu coco. Seus cabelos estavam completamente bagunçados e saíam sob as laterais do chapéu. Seus olhos tinham um brilho extremo. achou completamente estranho, mas assentiu com a cabeça e seguiu em frente.
- Meu rapaz? – ele chamou com uma voz rouca. hesitou, mas atendeu ao senhor. Virou-se e foi em direção ao idoso que aparentava ter por volta de 65 anos.
- S-sim, senhor? – esperava parado. O senhor apenas estendeu a rosa que continha um bilhete no cabo, preso a um espinho.
- Não leia agora, garoto. Espere até chegar ao seu destino. Leia com quem realmente vale a pena. Entregue a ela – o senhor sorriu inocente.
tinha uma expressão perplexa. Ele queria que o senhor explicasse mais.
– Não posso te explicar, meu filho. Apenas sei. O brilho apaixonado não deixou seus olhos. Tudo pode ser colorido e alegre meu filho, acredite – o velho se virou e começou a andar meio cambaleante, deixando um garoto com um rosto ainda perplexo e sem explicações.
Ainda segurando a rosa, entrou na loja de brinquedos. Comprou alguns (muitos) balões coloridos e uma boneca rosa que trazia em seu peito uma mensagem com um singelo ‘Eu te amo’. Pagou tudo e voltou para o carro, ainda com a rosa na mão. Repousou a rosa no banco do passageiro e tomou caminho ao hospital.
Quando o chegou, deu graças aos céus por se deparar com uma adormecida. Daria tempo de ele deixar tudo como queria. Decoraria o quarto todo com os balões, e foi o que fez. Terminou, colocando a boneca no criado mudo que ficava ao lado da cama e se sentou na poltrona, esperando a menina acordar. não largava a rosa nem sequer um segundo.
Uma hora se passou quando ela finalmente acordou. Ele se levantou imediatamente com a rosa na mão e se sentou ao lado dela na cama. Fez carinho em sua face e lhe aplicou um beijo rápido nos lábios sem vida da menina. Ela estava pálida, já não havia mais cor em seu rosto. Seu cabelo já não brilhava e estava mais curto do que costumava ser. Agora, seu cabelo batia na altura do queixo.
- Olhe, querida, é pra você – sorriu enormemente e ela tentou fazer o mesmo, mas o máximo que obteve fora um sorriso fraco.
Ele colocou a rosa em sua mão, já que seus movimentos já estavam comprometidos; não completamente, mas estavam.
– Um senhor me deu na rua. Ele disse que eu teria de ler o bilhete com quem realmente importa. Acho que eu não leria com outra pessoa – ele sorriu tímido. Ela encostou-se ao travesseiro e o abraçou.
- Senti sua falta, . Vamos ler – sua voz estava falha, mas nem assim deixava de demonstrar entusiasmo.
sorriu e tirou o bilhete do cabo da flor. Desdobrou e leu em voz alta.
- “Nenhuma dificuldade supera o amor. Lembrem-se de que a felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais sombrias; é só você se lembrar de acender a luz. Vivam felizes” – ele terminou com lágrimas nos olhos e a menina já chorava. Ambos se olharam e deixaram as lágrimas caírem. segurava as mãos da menina juntamente com a flor.
Tempos depois, acordaram do transe.
- Viu o que eu fiz pra você, amor? E olhe: tem uma boneca – ele entregou a boneca à menina pálida a sua frente que sorriu.
- Vi, . Ficou tudo lindo demais. Obrigada, mesmo...! – Ela sorriu fraco e continuou contemplando o rosto de seu amado pelo resto do dia.

Flashback off

pegou no sono em seu travesseiro completamente encharcado pelas lágrimas. Ele sabia que ela queria que ele seguisse em frente e, se era a vontade da menina que ele mesmo chamava de "minha princesa", ele o faria. Faria até os últimos dias de sua vida.


Capítulo 5 - O avião, o bilhete e a luz.


A neve caía suavemente sobre o parque no centro de Londres (o mesmo em que haviam se conhecido). Olhou pro alto (era um fim de tarde), a fim de ver se a lua já havia aparecido. Conseguiu localizar o que queria, mas ao lembrar-se do fato ocorrido há um ano, queria que tivesse conseguido o que queria, e o que localizou foi o imenso vazio em seu peito. Nada mais fazia sentido desde a vez em que viu, o que na verdade, poderia não ver.

Flashback on

10 de Dezembro de 2008.

andava agarrado ao seu casaco, abraçando o próprio corpo devido ao frio que fazia. Era dia 10 de dezembro. Fazia exatamente dois anos que se conheceram, ali naquele mesmo parque. Hoje ele estava sozinho, com ela apenas em pensamento e coração. Ela estava muito fraca e por isso ele já não sentia mais a ligação de mentes entre os dois. Ela ainda existia, só não estava intacta. Ele sentia que algo estava faltando. Naquela manhã, havia acordado diferente, estranho. Sentia algo errado.
E ali, caminhando pelo parque naquele fim de tarde, algo o impulsionou a olhar para o céu; talvez para procurar a lua que apareceria em alguns minutos. Procurou, procurou, mas nada encontrou. De repente, um barulho não muito alto atravessou os céus, juntamente com um avião de uma tonalidade de azul quase branco, com detalhes vermelhos nas asas. Então, o vazio enorme invadiu seu peito. Deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto e estremeceu com o contato da lágrima quente com o seu rosto gelado. Procurou o banco mais próximo, se sentou e então, com o rosto enterrado nas mãos, chorou como nunca antes. Porém, algo vibrou em seu bolso. Pegou o celular e viu o número do hospital. Já havia decorado o número, depois de tantas ligações recebidas de lá. Sentiu que aquela poderia ser a última, a última de todas. Hesitou um pouco, mas atendeu.
- Alô? – ele atendeu. Sua voz vacilante denunciava seu choro.
- Senhor ? – uma moça falava do outro lado da linha.
- Sim. Posso ajudar em algo? – não se sabe como o conseguiu segurar o choro por tanto tempo. Algo estava corroendo-o por dentro.
- Precisamos que venha até o hospital imediatamente. É sobre a paciente – ela fez uma pausa, provavelmente para checar o nome da paciente.
Um soco no estômago teria doído mais do que essa solicitação, deveras.
- Tudo bem, estarei aí em menos de três minutos. Ela está bem? Por favor, diga-me que sim – houve uma pausa. A mulher nada falou por aproximadamente dez segundos.
- Por favor, venha até aqui. O dr. McKinnon conversará com você. Até mais, senhor – a mulher desligou. Nada mais se ouviu do outro lado da linha.
não sabia o que fazer. Já não havia mais brilho em seu olhar. A única saída era ir até o hospital e esperar pelo melhor.
Correu até seu carro e dirigiu o mais rápido possível até o hospital St. Caddmus, no qual já havia estado tantas vezes.
Chegou e foi diretamente à recepção, completamente desnorteado. Solicitou o médico.
Ao chegar ao consultório do médico, a família toda de estava lá. teria de ser forte; ele sabia disso. Sra. estava com os olhos vermelhos. Ela havia chorado muito, deveras.
- Bom, agora que todos estão presentes, já posso informar a vocês que o caso de era completamente complicado...
O médico pausou ao ver a Sra. começar a chorar completamente descontrolada. A senhora era consolada pelo marido.
A sala branca só trazia uma atmosfera mais fria ao ambiente. estava sentado ao lado da irmã de . O médico, sentado atrás da grande mesa branca, prosseguiu.
- Quero que saibam que fizemos de tudo, tudo o possível. foi forte, muito forte, na verdade. Casos como o dela costumam durar de quatro a seis meses e o dela durou dez meses e quinze dias. Ela foi realmente forte, mas infelizmente, o tumor chegou ao ponto que comanda os batimentos cardíacos. Ele estava num estágio em que já não havia mais nada a fazer. Se retirássemos, certamente ela não resistiria. Dou-lhes os parabéns, senhor e senhora ; sua filha foi extremamente forte e corajosa. Meus pêsames a todos. E a você, , ela pediu que entrasse primeiro na sala. Ela disse algo sobre um avião e um bilhete. Por favor, queiram me acompanhar – rle foi saindo da sala, acompanhado pela família da menina.
estava em choque. As lágrimas caíam simultaneamente e ele nada fazia, não se movia. Não podia acreditar, não acreditaria até ver a sua menina. Então, ele decidiu confirmar.
Alcançou o médico até o quarto onde a menina permanecia antes de ser levada dali. Entrou no quarto, sendo acompanhado pelo Dr. McKinnon.
- Ela te amava muito, . É um garoto de sorte. Vou deixar que fiquem a sós – e se retirou do recinto.
Os balões que havia levado há três dias atrás ainda permaneciam no quarto, assim como a boneca entregue há seis meses atrás. Mesmo com tantas cores, tudo estava frio e sem cor. Nada mais tinha sentido.
Ele se aproximou da menina deitada na maca. Ele se sentou ao seu lado e, aos prantos, segurou sua mão, acariciando-a.
- Eu sei que ainda pode me ouvir, princesa. Eu sei que pode. Você é forte; sobreviva. Não faz sentido eu viver assim... Sem você – enquanto acariciava a mão da menina, sentiu algo na palma de sua mão. O bilhete. Pegou o bilhete com cuidado e abriu-o. O mesmo trazia uma mensagem, mas a letra não era da menina deitada ali ao seu lado. Talvez houvesse pedido à sua mãe ou irmã.

“TALVEZ NÃO CONSIGA EXPRESSAR EM PALAVRAS A MINHA GRATIDÃO E O MEU AMOR POR VOCÊ. TALVEZ QUANDO VOCÊ LER ESSE BILHETE, O AVIÃO JÁ TENHA VINDO ME BUSCAR. TALVEZ VOCÊ NÃO SAIBA O QUANTO EU TE AMEI. NA VERDADE, NEM EU SABIA, NEM SOUBE. EU ACABEI ME PERDENDO NA IMENSIDÃO DO AMOR QUE SENTI POR VOCÊ. NÃO HÁ MAIS PALAVRAS A SEREM DITAS, NÃO HÁ NADA QUE POSSAMOS FAZER. APENAS PEÇO QUE SIGA EM FRENTE E SEJA FORTE, ASSIM COMO EU FUI. APENAS PEÇO QUE SAIBA QUE MORRI AMANDO VOCÊ, MORRI PENSANDO NA LUZ DO SEU SORRISO. EU AINDA TE AMO, EU SEMPRE VOU TE AMAR; NEM MESMO A MORTE VAI TE TIRAR DE MIM. ATÉ WONDERLAND, TOM. ESPERO POR VOCÊ. ASSIM QUE PUDER, OLHAREI POR VOCÊ. LOGO, ESTAREMOS MAIS PERTO DO QUE IMAGINA. COM AMOR, .
P.S: APENAS UMA PESSOA PRÓXIMA AO PASSAGEIRO PODE VER O AVIÃO. ESPERO QUE VOCÊ O VEJA. EU ESTAREI LÁ, SORRINDO PARA VOCÊ”.

Ele não sabia onde havia espaço dentro de si para acumular tantas lágrimas. Deixou que elas lavassem seus olhos e apenas chorou ali, parado na frente dela, sem dar a mínima para o tempo, para o que estaria lá fora.
- Eu te amo, minha pequena. Amar-te-ei por toda a eternidade. Serei forte assim como você foi. Eu prometo – entre soluços, selou os lábios com o dela pela última vez. Guardou o bilhete no bolso e olhou através da janela.
O tempo estava frio; não havia sol. A noite havia caído e as estrelas eram as únicas fontes de luz naquele ambiente frio e escuro. Ele havia perdido a noção do tempo lá dentro. E então, olhando para a janela, avistou o avião novamente (o avião que antes havia parado na janela e buscado a alma de ). Uma luz se acendeu e se apagou rapidamente na direção de . Então ele reconheceu. Era a mesma luz, a luz que sempre se fazia presente no sorriso de , nos momentos de alegria que haviam vivido juntos. Nada o separaria dela. Nada mais. E nada mais faria sentido dali em diante também. Ele só sabia que seguiria em frente e faria tudo que ela lhe pedira. Ele agora vivia em função da menina estrela que um dia pertenceu a ele.
- Eu te amo.
Foi sua última palavra dita, olhando diretamente pra ela. Sua vida seria diferente. Diferente o bastante para satisfazer apenas a vontade da única garota que realmente importava.

Flashback off

Sentou-se no banco, assim como havia feito há um ano, ainda chorando. Passou os olhos pelo céu e viu o avião (o mesmo de um ano atrás). Ignorou, achando que era alucinação. Correu os olhos pelas árvores atrás de si e viu um vulto. Em seguida, a luz (a luz que tanto o iluminava). Quando a luz desapareceu, ela já não estava mais ali, mas um sorriso imensamente grande havia surgido no rosto pálido e triste de . Ele sabia que aquela não seria a primeira e última vez; seria a primeira de muitas.


Fim



Nota da autora: (A fic foi escrita por mim, apesar de ser alternativa. Ela é dedicada à Izabela Schmidt, uma grande amiga minha. Obrigada, Bels.
Espero que todos vocês tenham curtido a fic! *-* E obrigada à Ana, por ser uma beta tão gentil e paciente comigo. Bom, eu sou meio lerda! HSOIHAIOSHOAH. Não vem ao caso...
Valeu galera. Espero que tenham gostado!





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