Autumn Leaves

Autora: Mary'ann
Beta-Reader: Abby


Enroscou os braços ao redor do próprio corpo na tentativa proteger-se contra o frio trazido pelas fortes rajadas de vento, que de tempos em tempos varriam o lugar impiedosamente. Mirou o relógio em seu pulso por alguns segundos, constatando que havia chegado extremamente adiantada. Ela e sua mania incorrigível de seguir à risca todos os horários de sua agenda diária. Ao fim de tanto esforço para manter tudo dentro do esperado, ao invés de ser pontual sempre chegava aos lugares antes de todos. Ele sempre detestava quando chegavam cedo demais aos compromissos. Suspirou profundamente, tentando espantar as memórias negativas que ameaçavam tomar conta de sua mente mais uma vez. Olhou a sua volta incerta quanto ao que fazer e aproximou-se de um daqueles inúmeros banquinhos distribuídos por toda a extensão do Hyde Park. Ponderou se sentaria ali ou não. A combinação de seu sobretudo branco com a espessa camada de sujeira do banco não lhe pareceu muito favorável. Optou por esperá-lo de pé.

Tudo estava tão quieto e estático naquela tarde, que se não fosse pelo vento carregando as inúmeras folhas amareladas ruidosamente pelo chão e o som das batidas de seu coração ansioso quase lhe sufocando, ela poderia dizer que aquele cenário fazia parte de uma pintura. Nem os pássaros e os esquilos, que costumavam transitar livremente por toda a extensão do parque, pareciam ter coragem de arriscarem-se a sair de suas tocas e ninhos e enfrentar o frio invernal que ameaçava pegar carona com o forte e imponente vento do outono.

Começou a bater um dos pés contra o chão impacientemente, arrependendo-se de tê-lo feito de imediato. O som oco e contínuo produzido pelo salto alto de seu sapato chocando-se contra o chão não fazia nada além de deixar-lhe ainda mais nervosa. Dois meses. Havia dois longos e dolorosos meses desde a última vez que se encontraram. Dois meses que não se sentia perdida naqueles hipnotizantes olhos , que não sentia seu maravilhoso e inconfundível perfume, que não podia desfrutar da confiança e aconchego que só os braços dele lhe traziam. Dois meses que lhe pareciam uma eternidade.

Mas, apesar do tempo, ela ainda conseguia sentir seu toque. Lembrava com uma exatidão perfeita de todos os seus traços, do carinho que tinham um pelo outro, da cumplicidade que dividiam.

Flashblack

Enterrou suas unhas nas costas dele ao que uma onda incontrolável de prazer invadiu seu corpo. continuava a mexer seu quadril contra o dela num ritmo acelerado, e os gemidos dos dois encheram o ambiente ao que eles atingiram o clímax em harmonia. Mais uma vez, estava maravilhada com a maneira que seu corpo reagia ao toque dele.

descansou a testa sobre dela, enquanto os dois reganhavam fôlego. Alguns segundos depois deixou o corpo cair para o lado, tomando em seus braços em seguida.

, o que nós somos?” ela perguntou após vários minutos em que os dois ficaram em silêncio, enquanto distraidamente traçava círculos com as pontas dos dedos sobre o peito nu do rapaz.

“Como assim o que nós somos?” arqueou uma sobrancelha e olhou de relance para ela antes de voltar a encarar o teto.

“A nossa relação, eu quero dizer...” levantou-se um pouco, apoiando seu peso em um dos cotovelos, de modo que pudesse o encarar. “Nós somos amigos com benefícios? Eu realmente não gosto desse termo!” disse soltando uma risadinha.

“Que tal... Sex buddies?” ele falou rindo, também apoiando-se num cotovelo.

“Isso é ainda pior!” deu mais uma risada.

“Nossa relação não precisa ter um nome.” disse após alguns segundos de silêncio.

o olhou receosa. Ela e se conheciam desde a infância, e sempre foram melhores amigos. Muitos chegaram a achar um tanto fora do normal a relação dos dois; um garoto lindo, descolado, engraçado, que nunca saia do lado da estudiosa introvertida com problemas respiratórios. Mas, mesmo com tantas diferenças, os dois nunca sequer pensaram em se separar. Passaram por todas as etapas da infância e adolescência juntos, e ao adentrarem a juventude descobriram que existia algo a mais naquela relação do que a amizade. Descobriram que dependiam um do outro de uma maneira que muitos julgariam doentia. E mais uma vez não deram ouvidos aos julgamentos e seguiram a diante. sempre fora o garotão, o relaxado, o desligado. Simplesmente deixava as coisas acontecerem sem muito planejamento. Já era o oposto. Tinha que ter tudo planejado, pensando e repensado, e a atual situação dos dois a deixava numa constante insegurança da qual ela não estava acostumada a lidar.

“Eu vou te dizer o que nós somos...” ele disse ao perceber que a reação de não fora uma das melhores. “Nós somos melhores amigos, e eu sou a pessoa que mais te conhece nesse mundo!” falou confiante, enquanto se aproximava e dava um selinho carinhoso nela.

“O que te faz acreditar nisso?” questionou ainda aborrecida.

“Você que eu te prove?” ele falou enquanto se sentava e fechava os olhos.

, o que você está fazendo?” estava determinantemente conseguindo deixá-la mais irritada ainda. Por que ele não levava nada a sério?

“Shhh!” ele fez o som com a boca enquanto pressionava o indicador sobre os lábios da mulher. “Vamos ver... Aqui você tem uma pintinha. ”falou enquanto traçava seu lábio superior com a ponta do dedo.

“Era pra eu ficar impressionada por isso?” suspirou pesadamente enquanto tentava se levantar.

“Será que você pode esperar? Eu ainda não acabei!” segurou-a sobre a cama e gentilmente posicionou-se em cima dela, dividindo seu peso sobre os cotovelos para não machucá-la. “Aqui você tem uma manchinha de nascença…” disse pressionando a boca no ombro dela e beijando-o levemente.

Deixou suas mãos deslizaram lentamente pelos lados do corpo dela, provocando-a. prendeu o lábio inferior entre os dentes e o mordeu com força. Ele não precisava saber do efeito que tinha sobre ela. Não naquele momento.

“Aqui você tem uma cicatriz.” passou a mão pela barriga dela, pousando-a bem em cima de uma pequena cicatriz em seu quadril. “E aqui...”falou enquanto deslizava a mão pela virilha dela, fazendo-a sentir um calor conhecido subir por seu corpo, e pousava-a na parte interior de sua coxa. “Você tem três sardinhas, uma do lado da outra...”

arregalou os olhos. Não fazia idéia que a observava tanto assim. Sentiu as bochechas esquentarem e antes que pudesse pensar em mais alguma coisa ele voltou a falar.

“Agora você provavelmente está corando...” ele falou rindo levemente.

“Trapaceiro.”

“Não, eu não sou...” a satisfação de estar atingindo-a estava enchendo sua expressão. “Agora se nós continuarmos nossa expedição, temos uma pintinha aqui, atrás da sua perna direita, e uma engraçadinha bem aqui, bem na pontinha do seu dedo indicador. Subindo mais um pouquinho temos a minha segunda favorita...” beijou o pescoço dela no exato lugar em que havia uma pintinha. “E aqui, a minha favorita... Bem aqui... A sardinha solitária no seu seio esquerdo” ele disse, e após beijar-lhe brevemente sentou-se e finalmente abriu os olhos.

“Então, como eu me saí?”

estava atônita, completamente aturdida com o quão bem ele realmente a conhecia.

“Tão bem assim, é!?” disse em tom de brincadeira.

“Você está preparando isso há quanto tempo?” ela perguntou deixando com que um sorriso estampasse seu rosto.

“Há muito tempo, , muito tempo...” puxou-a para seus braços, acomodando-a em seu peito novamente.

Ficaram em silêncio somente por alguns segundos, até que voltou a falar.

“Por que eu não estou surpresa que a sua favorita é no meio peito?” riu levemente.

“Bem, você pode ficar surpresa, mas não é o seu peito que faz dela a minha favorita. Embora seja um peito muito sexy...” os dois riram ao seu breve comentário, e ele continuou. “Ela é a minha favorita porque que é a que fica mais perto do seu coração... Eu costumo pensar que essa sardinha sou eu, a pessoa que fica mais perto do seu coração”

Fim do Flashback

Mais uma violenta rajada de vento passou por ela, despertando-a de seu rápido devaneio, e dessa vez não só jogando seus cabelos para trás como carregando seu cachecol para longe. Virou-se imediatamente na intenção de tentar recuperá-lo, mas tudo que conseguiu foi que seus cabelos voassem na direção contrária, indo para frente de seu rosto e deixando-a incapaz de enxergar um palmo a sua frente. Voltou a posicionar-se contra o vento e assim que prendeu os cabelos devidamente num coque, voltou a olhar para trás a fim de ver se ainda tinha chance de recuperar o cachecol. O que seu olhar encontrou foi bem mais do que um cachecol.

andava em sua direção com uma mão no bolso e a outra segurando um cachecol grená no ar, seu típico sorriso enviesado estampado no rosto. Ela sentiu o coração acelerar de uma forma quase inumana e o ar ser expulso de seus pulmões ao ver aquele sorriso. Passou as mãos já frias e molhadas de suor sobre o rosto a fim de controlar-se contra o impulso de correr até ele e jogar-se em seus braços. Era incrível que mesmo depois de tanto tempo que passaram juntos o efeito que ele tinha sobre ela ainda era o mesmo.

“Acho que isso é seu...” ele disse com sua voz aveludada enquanto rodeava a mulher. Num movimento sutil e gentil enroscou o cachecol em seu pescoço novamente.

“Obrigada.” respondeu sem muito saber como agir na frente dele. Tudo o que mais queria era pular em seu pescoço e selar seus lábios ao dele. Mas não faria isso. Nunca fora uma pessoa de impulsos, muito pelo contrário.

Olharam-se por alguns segundos, como se quisessem ter certeza de que nada havia mudado no tempo que ficaram separados. Então tomou o primeiro passo como sempre, tomando uma mão de na própria e começando a andar pelo parque aparentemente sem rumo. A mulher, por sua parte, não se sentia tão confiante assim. Mesmo com a grossa camada das luvas dos dois separando suas mãos, ela podia senti-lo perto de novo. Aquilo era quase mais do que poderia agüentar.

“Como vão as coisas no hospital?” ele perguntou sem saber ao certo a maneira certa de começar um diálogo com ela.

“Bem...” ela falou abrindo um sorrisinho e voltando o olhar para ele apenas por um instante. “Lembra da Alice? Teve alta na semana passada!” seu sorriso se alargou ao lembrar-se da menininha.

“Que bom!” disse parecendo realmente feliz ao ouvir a notícia. Apesar de tudo, sabia o quanto aquelas crianças significavam para .

“E em Los Angeles, deu tudo certo?” pensou que ter trazido mais uma vez aquela lembrança à tona, o motivo da sua partida, doeria. Mas não sentiu nada. Ele estava lá, havia voltado. Com ele ao seu lado sentia que não tinha nada a temer.

““Ah, sim... Deu tudo certo...” pela primeira vez ele pareceu hesitante na frente dela. “Conseguimos finalmente fechar o contrato com aquela empresa que vai terceirizar o nosso trabalho com os operários de obra. Fizemos um teste e a construção da casa nova do Julian, aquele meu secretário mexicano, foi apoiada pela empresa. O trabalho fica realmente mais fácil sem termos que lidar com os operários diretamente, um alívio!” sabia que quando ele começava a falar demais do trabalho era porque estava nervoso. Não era nem um pouco típico de ficar comentando coisas sobre a empresa, ele detestava tudo aquilo. Seu sonho era ser um Rockstar. À princípio achou aquilo estúpido, um sonho de menino. Mas depois, ao ver como ele amava a música, passou a simpatizar por seu sonho. Afinal, ela sabia que se houvesse alguma oportunidade ele seria um perfeito astro do rock.

“Hum...” ela apenas concordou com um murmúrio, já sabendo que ele não queria mais transcorrer sobre o assunto.

O vento continuava a soprar forte, mas os dois ainda caminhavam pelo parque de mãos dadas. Ficaram em silêncio por vários minutos. Hora pensando no que falar, hora desistindo e apenas aproveitando a companhia um do outro. suspirou profundamente, e olhou de relance para , que mantinha o olhar ao longe, sem prestar atenção nele.

“Eu senti a sua falta...” ele disse parando de andar e fazendo com que ela o olhasse.

mirou o chão sem saber o que dizer. Ouvir aquelas palavras era um alívio indescritível, mas ainda assim fora ele quem a deixara. Fora ele quem a abandonara sem aviso prévio, deixando-a tão despedaçada quando as fotos dos dois que ela rasgara em mil pedacinhos. Era ele quem devia falar.

“Olha pra mim.” falou num tom de voz quase inaudível, enquanto apoiava a mão do queixo dela e o levantava com delicadeza.

Ela começou a sentir os olhos arderem, dando sinal de que o choro estava vindo. Tentou controlar-se olhando para cima e sorvendo a maior quantidade de ar que podia para dentro dos pulmões, mas tudo foi em vão. Sua vista tornou-se turva e duas lágrimas escorreram de seus olhos, percorrendo sua bochecha rapidamente e morrendo em sua boca.

“Droga, ! Por que você tinha que ir embora?” ela falou com a voz embargada, soltando-se do enlaço do rapaz e virando-se na direção contrária a ele.

Escutou-o suspirar, e mesmo que não estivesse o olhando, sabia que estava passando as mãos pelos cabelos. Ele sempre fazia isso quando estava nervoso.

“Nós já discutimos isso, !” sua voz também estava instável, indicando que a qualquer momento ele podia explodir. “Eu precisava de um tempo... Um tempo para pensar sobre nós...”

“Pensar sobre nós?” a mulher disse num assobio fino, enquanto virava-se na direção dele novamente. As lágrimas agora desciam em cascata sobre seu rosto. “Eu não sabia que existia algum nós nessa relação!”

“É claro que existia! Existe ainda!” disse com o cenho contraído, enquanto olhava fixamente para os olhos dela. “, eu fui embora porque não agüentava mais ficar longe de você...”

Ela soltou uma risada sarcástica. “Isso faz muito sentindo!” disse revirando os olhos.

“Eu sei que pode parecer confuso, mas eu simplesmente não agüentava mais chegar aos nossos encontros e esperar até que você ligasse dizendo que não poderia ir porque tinha que ficar no hospital! Era como se eu fosse menos importante que aquelas crianças... Eu não consegui suportar a idéia de que alguma coisa fosse mais importante na sua vida do que eu!” passou as duas mãos sobre o rosto, tentando afastar a crescente vontade de chorar que o assolava.

... Você sabe que não é assim...” ela disse tomando as duas mãos do rapaz nas suas e tirando-as de seu rosto. Ele olhou para baixo embaraçado. Sentia-se envergonhado pelo que havia feito. Seus impulsos sempre estragando tudo o que tinha de melhor em sua vida. “A pessoa mais próxima do meu coração, lembra!?” ela disse enquanto um leve sorriso tomava o lugar do choro em seu rosto.

O rosto dele se iluminou ao escutar aquelas palavras.

“Como eu poderia esquecer?” ele perguntou enquanto levava um das mãos à bochecha dela e acariciava-a levemente. “A sardinha fica no seu peito sexy, isso não é uma coisa muito fácil de ser esquecida...” e o brincalhão estava de volta.

Os dois riram com a piadinha e assim que as risadas morreram se perderam um no olhar do outro.

“Eu sei que fui um idiota por ter partido assim, mas esses dois meses serviram para me mostrar muitas coisas. Me mostrar que sem a sua paranóia com o tempo eu me atraso para todos os compromissos, que sem o seu jeito mandão eu esqueço a toalha molhada em cima da cama e quanto vou deitar está tudo molhado, que eu preciso alimentar os cachorros para eles não morrerem de fome... Coitadinhos do Pingo e da Dalila, eu demorei um pouco para descobrir isso!” soltou uma risadinha antes de continuar. “Serviram pra me mostrar que eu não sou ninguém sem você, que você é parte de mim, da minha vida” ele disse enquanto enlaçava a cintura dela com a mão livre a trazia mais para perto de si. “Eu te amo, ...”

A respiração da menina estava pesada e descompassada. Aquelas palavras soavam como música para seus ouvidos, a melodia mais bonita que havia escutado por toda a sua vida. Ele também sentia falta dela. Também necessitava dela para viver. Não era só ela que precisava de suas piadas sem graça para se descontrair após um dia cansativo de trabalho, que precisava de sua irresponsabilidade para conseguir se desligar dos compromissos e aproveitar um fim de semana esparramada na cama não fazendo nada além de estar com ele. Os dois eram como duas peças de um quebra-cabeça, eram completamente diferentes, mas se completavam perfeitamente, de um modo que nenhuma outra peça faria.

“Eu também te amo, .” Ela sussurrou antes de pressionar os lábios contra os dele. soltou um suspiro pesado, e num movimento gentil puxou o corpo da mulher mais para perto do seu. Um gemido escapou involuntariamente da garganta de ao que ela sentiu a língua quente do rapaz traçar seu lábio inferior, pedindo por entrada. Abriu a boca lentamente, levando a sua língua ao encontro da dele. Os dois sentiam como se estivessem se beijando pela primeira vez. Tudo parecia melhor do que qualquer coisa que já haviam experimentando por toda a vida. O que em parte era verdade. Estarem juntos sempre pareceu uma coisa normal, natural. Eles nunca haviam se dado conta do quanto se amavam até se separarem; talvez até já soubessem disso, mas nunca haviam posto em palavras como naquele momento.

Se os perguntassem por quanto tempo ficaram se beijando certamente não saberia responder. Haviam perdido-se um no outro durante aquele momento que poderia ser julgado mágico. afastou-se apenas alguns centímetros para recuperar o fôlego, o qual ele tomava dela com tanta facilidade, e aproveitou para finalizar o beijo, dando um selinho nela e se distanciando para que eles pudessem se olhar novamente.

“Aqui, eu tenho um presente...” ele disse soltando-a por alguns segundos, enquanto mexia nos bolsos e tirava uma caixinha de plástico de dentro dele.

observou a caixinha típica daquelas máquinas em que você colocava uma moedinha, gira e ganha um brinde.

“O que é isso, ?” ela perguntou com divertimento na voz, tentando imaginar o que vinha à frente.

“A razão que me fez voltar...” o rapaz falou enquanto lutava para abrir o recipiente.

“Eu pensei que eu fosse a razão por você ter voltado!” falou fingindo decepção.

“É claro que eu voltei por você! Mas essa coisinha aqui que me ajudou a lembrar do quanto eu tinha sido um idiota em primeiro lugar...” falou satisfeito, finalmente conseguindo abrir a caixinha e tirar dela o que quer que estivesse dentro.

lançou-lhe um olhar confuso, ainda tentando descobrir o que era aquilo. Percebendo isso, tomou sua mão direita nas dele e deslizou através de seu dedo anelar um anel daquele tipo que vêm em chicletes.

“Uau, ... É lindo!” ela disse sarcástica, com a confusão ainda evidente em sua expressão.

O rapaz riu antes de continuar a falar. “Eu tinha ganhado um troco em moedas, e não tinha aonde guardar... Então eu vi uma maquina dessas que a gente enfia a moedinha e ganha um brinde, e resolvi colocar a minha moeda ali!” riu ao escutar o começo da história. Só para participar de uma brincadeirinha estúpida dessas. “Quando eu ganhei esse anelzinho,” ele pegou a mão dela e acariciou o anel de plástico. “eu percebi que o motivo para eu ter me sentido tão inseguro era porque eu não tinha nenhuma garantia que você era realmente minha...” desviou o olhar do anel para o rosto dela. “Então o que é melhor para selar um compromisso do que um anel? Agora eu sei o que nós somos...” ele falou enquanto enlaçava-a pela cintura novamente.

“Ah é!?” ela disse ainda sentindo-se divertida e feliz pela história que ele acabara de contar. “E o que nós somos?”

“Namorados!” ele falou como se aquilo fosse uma grande descoberta.

“Isso não é muito original!” disse soltando uma risadinha.

“Você não quer ser minha namorada?” ele perguntou forjando decepção.

“É claro que quero!” ela falou enquanto lhe dava um selinho demorado. “Só disse que não era original...”

“Mas eu não quero ser original, eu quero ser seu namorado!” disse rindo, enquanto tomava-a pela mão e voltava a andar. “O que você quer fazer agora?” perguntou enquanto observava o parque com outros olhos. Agora tudo parecia mais alegre, mais vivo.

“Hum, que tal um chá?” sugeriu ao que mais uma corrente de ar gelada passou por eles.

“Um chá? Que coisa de velho, !”

“São cinco horas, e estamos em Londres, afinal!” ela disse.

“Não, um chá não...” pareceu pensar por alguns segundos. “Que tal irmos para a minha casa? Aposto que meu quarto é bem mais interessante do que uma casa de chá...”

“Seu pervertido!” ela falou dando um empurrão de brincadeira nele.

“Sua antiquada!” disse puxando-a de volta para si e voltando a andar tranquilamente pelo parque.




Fim



N/A Hey people, espero que vocês gostem!
Beijos e deixem um comentário dizendo o que acharam!
xoxo
Mary


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