fic da reh
Por:Renata
Script: Mady
Beta: Pinki


Bloqueado


Estou aqui parado há quase meia hora na pracinha em frente à casa da . Ela me ligou desesperada e pediu que eu viesse em sua casa, mas não entendi porque ela disse para não entrar. Faz frio em Londres agora e ela deve não imaginar isso. Estou preocupado com ela. Há tempos que eu vejo o quanto ela sofre e não consegue parar de chorar. Eu e somos os melhores amigos há... Sei lá... Catorze anos? Ela sabe tudo sobre mim, sobre todas as garotas que eu já fiquei, todos os meus micos e até o recheio que eu mais gosto no bolo de fubá; Só não sabe que eu ainda sinto algo por ela. Na verdade, eu nunca esqueci a . Tudo culpa daquele maldito sete minutos no paraíso. Quer um conselho? Se não quiser se apaixonar pela sua melhor amiga, nunca a escolha para ir dentro de um armário. nunca me disse “eu te amo”, mas também nunca falou que não queria ficar comigo. Nossa história durou longos cinco meses, mas sempre tinha um imbecil para atrapalhar e quem desistiu fui eu. Sabe, nunca paramos para conversar sobre isso e acho que ela também não ligou muito. Afinal, uma menina bonita, simpática, inteligente como a tem todos os garotos que quiser na hora que quiser e isso sempre me incomodou. E agora com esse novo namorado idiota dela, ela só me vê como mais um bom amigo e não me conta mais nada! Até estranhei quando ela me ligou chorando muito e pedindo pra encontrar comigo na pracinha que por sinal ela não chega nunca. Será que ela terminou com aquele imbecil? Ora, , acorda! Ela ama aquele menino... não ama? É claro que deve amar, é só abrir a bolsa dela que tem um monte de bilhetes escrito “te amo minha linda”, “você é tudo pra mim” e a , bom, ela nunca mandou um desses pra esse menino... Não que eu saiba... Mas é claro que não mandou, ela teria me falado! Afinal, eu sou o melhor amigo dela, não sou? Para falar a verdade, não sei de mais nada. Só sei que, a cada dia que passa, meu coração aperta mais. Ela não sabe como dói vê-los se agarrando na última cadeira do cinema e eu simplesmente não poder fazer nada; Porque é capaz de ele me dar um soco no nariz. Beleza... Já vai fazer 40 minutos que to aqui. Já to sentindo meu traseiro doer e to começando a ficar com raiva. Sabe, não raiva de esperar, mas raiva do que o namorado, se é que aquilo pode ser chamado de namorado, da fez para ela ficar tão desesperada ao telefone. Porque é óbvio que deve ter sido alguma coisa que ele fez. Será que não vê que eu ainda gosto dela? Será que ela não vê que só eu; EU posso fazê-la feliz? Droga, tenho que aprender a falar baixo. Essa pracinha da eco. Vou ligar pra ... É, vou ver se ela sabe de alguma coisa afinal as duas são melhores amigas. Ótimo, só me falta ela não estar em casa também.
- Que é? – Uau, de mal humor. Perigo no ar.
- Erm, ?
- Quem é o louco que tá me enchendo o saco uma hora dessas? – , você é um amor de pessoa. Vou pedir umas aulinhas.
- Sou eu, ... – Juro, dude... A nervosa mete medo.
- Quem morreu, ? – Você, se não me tratar bem.
- Ninguém... – Claro que se eu falasse isso quem ia morrer era eu.
- Então será que eu posso voltar a dormir?! – Dormir? Meu Deus! Só agora me dei conta que era mais de meia noite. , meu amor, amanhã a gente tem aula! Mas é claro que ela não tá nem ai pra isso.
- Claro, só me diga uma coisa! – Ouvi bufar e fiz uma careta imaginando os petelecos que ela me daria se estivesse ali.
- Fala...
- Você sabe o que aconteceu com a ?
- Com a ? Ah, a ... Ela... – Pausa dramática. Odeio quando as pessoas fazem pausa dramática principalmente quando é sobre a . Ok, isso foi super gay. – Eu acho que você devia falar tudo pra , . Agora me deixa dormir? – Como assim falar tudo pra ? Sim, a sabia de toda a história e sempre, SEMPRE me incentivou pra falar tudo pra , mas é claro que eu nunca fiz isso.
- Contar? Pirou, ? Ela tem o na... – Desligou. Ah como esses adolescentes são educados. Coloquei o telefone no bolso e me virei pra sair da pracinha. Tava com frio, com sono e se fosse importante, como parecia, a já teria chegado. Espera... O que é aquela coisa de moletom dos Beatles correndo em minha direção? Oh, meu Deus. É o MEU MOLETOM! Oh, meu Deus, de novo! É a ! Não sei explicar, mas ela correndo foi como se tudo estivesse em câmera lenta. Como se as arvores balançavam devagar e os cabelos dela subiam e desciam devagar enquanto eu simplesmente não conseguia sair do lugar. Eu vi um filme passar pela minha cabeça. O nosso jeito único de lanchar. Eu sempre pedia um dois duplo e a seis duplos e ainda pegava o meu sem pedir, que fique claro. Ainda estava hipnotizado com as lembranças quando senti um peso no meu pescoço. Sorri ao sentir o perfume intoxicante dela e, rapidamente, segurei-a pela cintura. Ela afundou sua cabeça do meu pescoço fazendo sua respiração ofegante bater na minha nuca. Uma carga elétrica passou pelo meu corpo misturado por uma sensação boa de tê-la por perto. Esperei a respiração dela acalmar, em sinal de que já tinha descansado e a coloquei no chão sentindo uma dor no meu braço. Olhei-a sorrindo enquanto ela tirava uma mecha do cabelo do rosto, e colocava atrás da orelha, e só assim pude ver que seus olhos estavam marejados e seu narizinho bastante vermelho.
- , por Deus, o que ouve? – Palmas, . Sua voz saiu de mulherzinha. Vi a dar um sorrisinho murcho, daqueles que ela só dá quando sente medo de me contar alguma coisa e fungar alto. Maldita pracinha que dá eco.
- Desculpa, . Eu demorei pra vir né? – Não me olha assim, ... Juro, dude. Se vocês vissem a carinha de cachorro que caiu na mudança que ela fez teriam a agarrado e levado pra casa. Mas é claro que eu não ia deixar.
- Ôh, pequena. Esquece vai. Agora me conta... O que ouve? – olhou pra baixo tentando esconder umas lágrimas que caiam no seu rosto. Senti uma pontada no meu estômago e levantei o rosto dela com o polegar fazendo-a me encarar nos olhos. Mas que diabos, ! Olha pra mim!
- Sabe o Jack? – EU DISSE QUE ERA ESSE DESGRAÇADO! Fechei os olhos e contei até mil para não explodir e fazer uma merda ali mesmo.
- Sei. O que ele fez dessa vez? – Mãe do céu, eu juro que tentei melhorar minha voz para ela não achar que eu estava com raiva, mas felizmente - ou infelizmente - ela me conhece muito.
- Agenteterminou. – zinha... Eu bem disse pra você fazer aulas no fonoaudiólogo para ler mais devagar na oitava série. Olhei-a com um olhar de “repete que eu sou a velha da praça?” e ela riu pelo nariz. Dude, odeio sentir arrepios interiores. - A gente terminou, . – Ok, eu juro que tentei não rir, mas a onda de felicidade que invadiu meu corpo foi demais. sorriu dessa vez abertamente e eu fechei a cara tentando parecer sério mesmo com vontade de sair pulando.
- E... Terminou por quê?
- Promete que não vai fazer nada? – me olhou mordendo o lábio inferior e mesmo que quisesse fazer alguma coisa não ia ter forças mais. Assenti de leve com a cabeça e ela continuou. – A gente brigou feio, . E só assim eu percebi que já estou cansada de sofrer e de chorar todo santo dia por ele. – fez uma careta engraçada e eu deixei escapulir uma risada, mas uma risada mais de alivio por ela ter descoberto isso logo.
- E posso saber qual foi o motivo da briga? – me olhou nos olhos, e nossa, não conseguiu encará-los. Sabe, é difícil não conseguir encarar uma pessoa nos olhos, principalmente eu.
- Você. – Para tudo e come queijo... A terminou com o namorado por minha causa? Meu Deus, chama o SAMU que eu vou desmaiar.
- Você... Quem...? – , se mata de novo. deu aquela risada que ela só dá quando se sente envergonhada e ao mesmo tempo diz “cara, você é um imbecil!” e pode ter certeza que ela quis dizer isso.
- Você, .
- Mas o que eu fiz dessa vez?! – Não, não estava claro que era por minha causa. Relevem pô! Esperei isso a vida toda.
- Ah, . Esquece... – ? Ela só me chama pelo sobrenome quando alguma coisa tá na minha cara e eu não percebo... Ai, meu Deus, acorda, ! ela tá indo embora!
- , espera... – Não perdi mais tempo e a segurei pelo braço. Era agora ou nunca. , obrigado pelo apoio.
- Que é, ? – ela estava chorando. Dude, a última vez que fiz minha pequena chorar, foi quando eu fingi que tinha me afogado na piscina e depois que eu a vi chorar daquele jeito prometi pra mim mesmo que nunca mais ia fazer isso, e não ia ser agora que eu ia quebrar essa promessa.
- Nossa história acabou porque você preferiu assim... – balançou a cabeça com força e se virou em direção a saída da pracinha. Idiota! Bati na minha própria cabeça enquanto via chegar perto do meio fio. Algo dentro de mim despertou e algo com nexo (pelo menos eu acho) saiu da minha boca.
- Eu só quero estar contigo outra vez! – senti as lágrimas quentes nos meus olhos e eu não queria chorar, mas só de pensar que eu ia perdê-la de novo, meu coração já entrava em desespero. parou de andar e virou devagar ficando de frente pra mim. Meu coração pulsava que parecia que ia sair pelo umbigo e aquele olhar triste que tinha no rosto da minha menina fazia minhas pernas bambearem.
- Será que você não vê que ainda gosto de você, ? – Certifiquei que eu podia me aproximar e ela não tentar fazer nada contra, tipo me empurrar e sair correndo, mas ela apenas ficou parada com seus olhos em mim e as lágrimas caindo livre sobre seus rosto avermelhado.
- Eu... Eu pensei em mudar, em tentar parar de pensar,... – eu ia falando e me aproximando dela que mantinha os olhos em mim estudando cada movimento que eu fazia. Eu já não pensava muito bem no que saia da minha boca. – ...mas eu vi que não dá, – Passei uma mão de leve em seu rosto, massageado sua bochecha. Vi-a fechar os olhos e mais lagrimas caírem sobre seu rosto. - Nos meus sonhos... - Coloquei minha mão livre no outro lado da sua nuca e senti os cabelos dela se arrepiarem com meu toque. Sorri internamente e me aproximei devagar – Você sempre chega... - Agora ela abriu os olhos e me pareceu surpresa com minha proximidade, mesmo assim nada fez. – Pedindo pra ficar... – E não falei mais nada, apenas a beijei com todo o amor e desejo que eu estava guardando por muito tempo. Sorri comigo mesmo quando sua boca abriu cedendo passagem pra minha língua. Um vento frio passou e a puxei mais pra perto e suas mãos bagunçavam fervorosamente meu cabelo e as minhas passeavam por suas costas. Ficamos assim por longos e longos minutos até realmente o ar faltar. Desgrudei dela e encostei nossas testas. Ambos tínhamos sorrisos bobos no rosto e a boca de estava vermelha e tenho certeza que a minha estava assim também.
- , o que exatamente foi isso? – fechou os olhos suspirando e eu a olhava entorpecido com os gestos dela. Foi o beijo mais maravilhoso de toda minha vida. Sabe aquele beijo que todo mundo devia experimentar pelo menos uma vez?
- Um beijo, . – Respondi fechando os olhos também recebendo um tapa no braço. Como ela é amorosa, gente.
- Eu sei que foi um beijo, .
- Então? – Respondi ainda de olhos fechados. Minha coluna já estava dolorida de ficar abaixado, mas não queria sair daquela posição.
- Porque isso, ? – Abri os olhos e vi parada de braços cruzados na minha frente. Seu olhar estava um misto de ponto de interrogação e medo.
- A nossa história merece recomeçar. – Fui me aproximando de novo com um sorriso malicioso no rosto. Ela deve ter entendido porquê foi caminhando pra trás com um sorriso sapeca.
- E como você sabe? – Bem feito, ela tinha chegado na grade e não tinha pra onde ela ir. Parei na sua frente e cruzei os braços a olhando sério.
- , o tempo vai dizer, como o azul da cor do mar. – Deus, de onde eu tirei isso? Acho que a se perguntou a mesma coisa pela cara que ela fez pra mim. Poxa, tava tentando ser romântico, né?
- , você como poeta é um ótimo beijoqueiro. – deu uma risada gostosa e eu a puxei pela cintura dando outro beijo nela. Nada mais importava. Nem a hora, nem o lugar muito menos o eco da pracinha. Só queria aproveitar os momentos com ela, com a minha pequena. Tudo estava bem e nada estragaria isso. Nota mental: agradecer ao Jack e a por esse momento.

n/a: uau, primeira SongFic *-* nunca pensei que ia conseguir fazer uma, mas enfim, não tenho nada pra dizer e só agora percebi que passei a tarde toda aqui. Ah claro, a musica é do Catch Side, ok? Espero que gostem e bom, vou comer :D beijos :*
p.s: mady, é pra você (!)

n/b: Recebi essa fic no meu e-mail... Assim... Sem pré contato... Mas eu amei tanto, tanto, tanto! *_* Liiiiiinda, ok? Leiam e comentem, falou? Porque a fic é perfeira. Proud of being the beta, -q?

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