Everybody’s Gotta Learn Sometime II

Fotos espalhadas; a bolsa que ela havia usado no dia anterior; um guarda-chuva preto (e um céu que, milagrosamente, nem ameaçava chover); um café sem açúcar; biscoitinhos doces; olhar vago... goles exagerados. E mãos no celular, dedos inquietos, que passavam nome por nome na agenda, mas sempre voltava e parava na letra , mais precisamente em , ficava olhando o registro do número dele, por muitas vezes tivera vontade de ligar, mas sempre que pensava melhor, acabava desistindo, ele não merecia nem um décimo do que ela estava sofrendo por ele. Hoje seria um dia difícil, sem dúvidas.
Era domingo, o único dia em que faltavam coisas para fazer; o único dia em que ela não conseguira trabalhar, o trabalho era uma ótima forma de ocupar a mente com os problemas de outras pessoas, ao invés dos seus, mas hoje não teria isso.
Sem trabalho, sem pessoas doentes para tratar, sem filminho para distração, sem empregada para puxar assunto... Pensou na sua vizinha, sua única amiga em Londres, nessa cidade estranha, nesse país estranho, era bem solidária nesses dias em que não pensar nele era praticamente impossível, mas ela havia ido para Itália, pensou em ligar para casa, para o Brasil, estava morrendo de saudades da sua família, ultimamente só têm se falado pela internet, sentia muita falta da voz acolhedora de sua mãe, queria ligar, mas era para outro país, no meio da manhã sairia muito caro, ela era recém-formada, o que ganhava dava apenas para sobreviver, não podia gastar tanto assim.
Seus olhos angustiados procuravam mais uma vez pelo número dele, e mais uma vez pensou no que ele havia lhe feito, ela tem feito de tudo para esquecê-lo, no dia anterior até tivera um encontro com um velho amigo... Mexia à toa no celular, nem se deu conta quando digitou uma sms “Eu sinto a sua falta”, sem pensar digitou o número dele, sem ao menos perceber, ela a enviou. Ficou olhando inconscientemente para o celular, que já estava com a luz apagada, até perceber o havia acabado de fazer. Teve vontade de chorar, de se bater, ficou com raiva de si mesma por ser tão burra, xingou-se mentalmente de várias obscenidades. Agora que já havia feito, bastava rezar, implorar por um milagre, que ele não usasse mais esse número ou qualquer coisa do tipo que o impedisse de ler a mensagem.

N/A: segunda parte da Everybody’s Gotta Learn Sometimes, não ta tããão boa, mas dá pra ler.. ;D
Na terceira, geraaall batendo nos seus favoritos à pedido da Julie!! (:

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