Everybody’s Gotta Learn Sometime III
estava sentado no sofá, olhando para televisão sem realmente enxergá-la, com um ânimo invejável – ironicamente falando – com uma dor de cabeça bastante incômoda por conta da noite anterior, ele havia bebido um pouco mais do que devia após ver a mulher que ele amava na companhia de outro homem, a imagem ainda o perturbava, tomou um remédio que ela deu a ele uma vez. Recordava o passado enquanto esperava aquela dorzinha chata passar. Seus momentos ao lado de , quando se conheceram há uns anos quando ela ainda era estagiária em um hospital para casos simples, havia cortado a testa num show e ela o atendeu, ele se apaixonou por aquele lindo par de olhos castanhos, insistira até que ela finalmente aceitou sair com ele, tinham uma boa relação, dois anos agradáveis juntos e então a traiu, não podia culpar a bebida, ele estava absolutamente lúcido, como esteve nos dois anos em que ela o fazia ficar longe das bebidas alcoólicas e do cigarro, foi o momento, ele não via há um bom tempo, estava em turnê, mas ele não devia ter se deixado seduzir por aquela mulher ruiva [N/A.: Nada contra as ruivas (y)], as demoradas ligações continuaram, mas seja lá como for, ficou sabendo. E de repente o futuro parecia já não sorrir mais para os dois, eles já haviam passado por maus bocados, mas nunca por uma traição. Era óbvio que eles tinham que ficar juntos, qualquer criança diria isso. Era só seguir o coração como nas obras dos grandes romancistas, nos filmes e livros. Mas não seguiu o seu. Por causa do medo. Medo de continuar o relacionamento e subir tão alto que qualquer escorregão significaria a morte. Então ela optou pela saída mais fácil e dolorosa para ambos. Terminou com pela internet. Um relacionamento moderno. Difícil fingir e ignorar. Impossível de esquecer. Ele não a procurou de imediato, foi difícil, mas ele só achou que era a hora quatro dias depois do término... Seus pensamentos foram interrompidos pelo seu celular, que vibrava freneticamente em cima da mesa. Pegou-o e viu que acabara de receber uma sms, estava sem o mínimo de vontade de ler, mas pensou que poderia ser algo importante, nunca se sabe. Uma mensagem dela?! Não, ele devia estar delirando. Seu coração batia violentamente e ele abriu. “Sinto sua falta.”. Só isso?! Bom, era o suficiente para fazê-lo enlouquecer com um interminável conflito interno.
Será que era mesmo para ele? Depois de longos doze minutos ele decidiu ir até a casa dela, não ia simplesmente ligar ou fingir que não recebera nada. Se trocou com uma imensa rapidez e quando se deu conta já estava na porta do prédio de , o porteiro já o conhecia, o deixou subir. Hesitou na hora de tocar a campainha, mas ainda assim o fez. A porta logo foi aberta pela garota com uma expressão de inconformismo e raiva.

- O que quer? – Ela perguntou com rispidez e ele mostrou a mensagem que havia recebido. – O que é isso?
- A mensagem que você me mandou. Não diga que não. – Ele disse.
- Foi um engano. – Ela disse friamente.
- Não, não foi. – Ele insistiu. – Posso entrar? – Ela hesitou, mas se afastou, abrindo caminho pro garoto, que entrou.
- Eu não consigo entender... – Ela começou a dizer, mas ele a interrompeu.
- O que?
- Como você tem coragem de aparecer aqui depois de tudo. – disse balançando a cabeça negativamente.
- Porque eu sinto sua falta também. – Ele disse se aproximando.
- Você é um idiota, . – disse empurrando-o.
- , nós não podíamos terminar assim, sabe, a gente se ama. – Ele insistiu.
- Oh, você me ama? Então por que fez aquilo? – Ela perguntou num tom irônico.
- , eu não sei, eu... eu já te pedi desculpas. Eu sei que não é o suficiente, mas como eu posso provar que eu mudei se você não me der uma chance? – Ele pergunta.
- Uma chance?! – Ela pergunta inconformada. – Tem certeza que você merece uma chance?!
- , por favor. – Ele pede se aproximando novamente dela num gesto involuntário e ela fecha o punho esquerdo e bate com o máximo de força que consegue nele, que cai no sofá, pega no nariz e, quando vê o sangue, geme. Ela leva as mãos à boca e sussurra um “Desculpe” inaudível, vai até a cozinha, pegou vários cubos de gelo e os enrolou em um pano.
- Toma. – Ela disse jogando-o em cima de , ainda com raiva.
- Dá pra esquecer o que aconteceu, ser um pouco prestativa e me ajudar aqui? – Ele pediu. – Acho que você quebrou meu nariz.
- Você não quebrou o nariz. – Ela disse pegando brusca e propositalmente no nariz dele, ele se segurou para não gritar.
- Caramba, , espero que você não trate seus pacientes assim.
- Oh, não se preocupe, é só com você mesmo. – Ela disse rudemente.
- , teve algo que eu não pude deixar de reparar... Quando eu disse que nós nos amávamos, você apenas contestou o fato de eu te amar, não disse nada sobre você não sentir algo por mim.
- Eu sinto sim, , eu te acho uma criatura desprezível.
- Eu posso até ser, mas sei que você não sente isso. Admita. – Ele disse e ela levantou, começou a andar de um lado para o outro pela sala. – Vai furar o chão.
- , eu... – Ela começou a dizer e pôs a mão direita na testa. – Eu não posso. Por favor, vá embora.
- Por quê? – Ele perguntou ficando de pé.
- Eu não posso simplesmente voltar com você depois de tudo que aconteceu, , eu não confio mais...
- Mas você quer. – Ele disse se aproximando mais dela.
- Por favor, , não... você tem que ir embora. – Ela pediu.
- Você não quer que eu vá. – Ele disse.
- vá embora antes que eu puxe o seu cérebro pelo nariz. – Ela disse mais firme, ele ergueu a sobrancelha esquerda e olhou para ela com uma expressão debochada. – Sério, , eu vou chamar a segurança se você não for embora agora.
- É isso que você quer? – Ele perguntou e ela afirmou com a cabeça, abrindo a porta. Ele suspirou. – Certo. Adeus.
ficou observando-o entrar no elevador com um olhar perdido. Pensou, era certo jogar fora a pessoa com quem passou os dois melhores anos de sua vida por puro orgulho? Era certo mandá-lo embora? Deixá-lo ir assim desse jeito? Não. Não depois de tudo que eles passaram juntos, depois de tudo que ele a fez sentir, das viagens, das intermináveis conversas ao telefone, momentos felizes e tristes também, de todos os planos, depois de todas as promessas de ficarem juntos para sempre. Ela não poderia deixá-lo sair assim, mesmo ela tendo-o mandado embora, sendo ela a culpada dele estar indo embora nesse exato momento. Ela tinha que fazer algo. Correu até o elevador, sem ao menos se importar com a porta do apartamento, que permanecia aberta. O elevador estava ocupado, ela apertava os botões desesperadamente até que desistiu e correu pelas escadas, não era tão longe, ela morava apenas no quarto andar, Dougie já devia estar razoavelmente longe, se já não tivesse ido embora, mas não custava tentar. Ele estava se despedindo do porteiro do prédio e começou a andar em direção ao portão.

- ! – gritou e ele olhou para trás. – Espera. – Ela estava ofegante da corrida pelas escadas, mas se pôs de pé e criou coragem para falar, já com lágrimas nos olhos. – Me desculpa. Por tudo. Vamos tentar de novo? Agora do jeito certo. Dessa vez eu que estou te pedindo uma chance. – Ele ficou a olhando, era como se ele ainda tivesse tentando absolver o que acabara de ouvir, abriu um sorriso que só ele sabia dar, um sorriso que não via desde quando terminaram há mais ou menos um mês.
- , nem precisava pedir. – Ele disse a beijou. Ali mesmo, na recepção do prédio em que ela morava.
Ficaram abraçados por alguns segundos após partirem o beijo, ambos sem acreditar no que estava acontecendo, estava feliz porque finalmente criara coragem para fazer o que estava com vontade há tempos e , bom, este estava com uma excessiva alegria que irradiava por todo seu corpo por ter a mulher que amava novamente em seus braços, prometeu a ele mesmo dar o melhor de si, não queria perdê-la em hipótese alguma. Não suportaria isso de novo, nem ela. Queriam ficar naquele abraço pelo resto dos tempos. Mas tiveram que desfazê-lo ao reparar que o porteiro os observava descaradamente com um sorriso no rosto. convidou para subir. Um convite tentador, ele não pôde e nem queria recusar. Passaram a dia inteiro juntos, aproveitando cada momento, não queriam se perder nunca mais, afinal, eles precisavam do amor um do outro como o brilho do sol.

N/A: ACABOOU!!! \o\ Espero que tenham gostado. Obrigada, Mika, por ter me dado um empurrãozinho pra terminar a EGLS. Obrigada, Julie, por ter me dado a idéia do nome do restaurante na primeira parte *_*, obrigada, Larys e Dani, por lerem a fic antes de todo mundo e dar opiniões \o\ Obrigada, Jana, por ter feito os scripts, sem você a fic nem teria sido publicada! E obrigada a todas vocês por terem lido. T___T Eu realmente espero que gostem. Beijos, até a próxima fic. :*

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