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Get Back To The Start
(Please, Remember December II)

Quando eu acordei, fiquei desesperado. Se eu não tinha morrido, por que estava tudo tão escuro? Eu estava preso ao meu próprio túmulo? Acho que não, eu não me sentia sufocado. Eu estava prestes a começar a gritar por ajuda, eu me sentia completamente perdido.
Tentei me mover em meio ao ambiente negro como breu, eu estava começando a suar, embora não sentisse calor antes. Dei um passo. Nada.
Então, comecei a caminhar lentamente. Mais um pouco disso e eu ia gritar. Foi aí que bati com minha canela em uma coisa sólida e baixa, e caí por cima de alguém. Se for um cadáver, juro que vou gritar.
- Ai! - A pessoa protestou, me empurrando. Eu rolei, meio desnorteado. Então, uma luz se acendeu, eu olhei para a claridade, tentando descobrir de onde vinha. Um abajur. - ? , o que pensa que está fazendo? - Ele perguntou, eu o fitei, ainda mais perdido que antes.
- ? - Eu perguntei, perplexo. Era ele, exatamente como era há uns quarenta e tantos anos.
- É, . Qual é a pegadinha agora? Vai dormir, cara. Que saco! - Ele disse, me empurrando com força para fora da cama. Eu me desequilibrei e caí com as costas no chão. O baque da minha cabeça no piso foi alto.
- OUCH! - Eu protestei. Esperei um tempinho para me levantar, eu não tinha muita certeza de que estava bem. Minha cabeça latejava.
- Ei, cara. Você tá bem? Desculpe, eu exagerei. - tentava me ajudar, estendendo a mão para mim. Eu segurei a mão dele e me levantei. - Tudo bem? - Ele repetiu a pergunta, já que inicialmente eu parecia incapacitado de responder.
- Aham, tô bem... - Eu disse, com a voz meio esquisita.
- Agora, sério, , vai dormir. Essas suas brincadeirinhas não têm a menor graça. Eu parei de gritar, chorar e me borrar todo desde... - Ele fez uma pausa para tentar lembrar. - Bem, muito tempo.
- Muito tempo, né? Uau, parece que foi ontem. - Eu provoquei. Ele me empurrou de novo, dessa vez mais levemente, e se deitou na cama.
- Vai dormir! - Ele gritou e desligou o abajur.
Eu fui me arrastando de volta para onde me lembrava ser minha cama. Só agora a dor na canela e na cabeça começaram a me incomodar. Eu me deitei no colchão, mas não pude fechar os olhos. O que diabos estava acontecendo aqui? A última coisa que eu me lembrava era do rosto da , no hospital... antes da minha morte.
Eu toquei meu rosto lentamente. Minha pele era lisa como há muito tempo não era; o comprimento do meu cabelo era o mesmo da minha adolescência. Eu tinha voltado no tempo? Mas eu não me lembrava de um dia ter vivido isso. E mesmo assim... quais eram as chances de realmente ser possível voltar a ser adolescente?
Fiquei boa parte da madrugada pensando naquilo (N/A: não, não é naquilo. Pervs). Quando eu vi, eu tinha dormido. Abri os olhos e o quarto estava claro, a luz do Sol invadia o ambiente por entre as cortinas.
Levantei mecanicamente e fui em direção a porta. A confusão ainda nublava meus pensamentos. Eu conhecia a casa, era a mesma que morei em New Jersey.
Cheguei à cozinha, onde minha família se reunia para o café. Tudo bem, todo mundo parecia tão normal, eu não podia entrar na cozinha com essa cara de louco doentio que eu estava. Eu ia tentar agir normalmente, seja lá o que estiver acontecendo aqui.
- Hey, gente. Bom dia. – Eu saudei todos na cozinha enquanto me sentava à mesa.
- Bom dia, querido. - Minha mãe, uma das pessoas das quais eu mais sentia falta, respondeu. Eu reprimi o impulso de levantar e a abraçar forte. Agir normalmente.
- E aí, ... Qual a agenda para hoje? - Eu perguntei, como costumava perguntar toda manhã.
- Hm... sei lá, . - Ele respondeu, distraído, enquanto passava geléia em uma torrada.
- Como assim "sei lá"? Qual é o primeiro programa para hoje? - Eu perguntei de novo. Eu nunca vivi esse dia antes na minha vida, como ia conseguir lembrar qual era a agenda?
- , do que você tá falando? Hoje vai todo mundo ficar em casa, a não ser que você tenha planos. - Ele disse, me deixando ainda mais confuso.
- O dia todo livre? Wow, isso é raro! Quando é o nosso próximo show, então? - Eu insisti. Todo mundo na mesa me encarou.
- Er... nunca? - respondeu, meio receoso.
- Nunca? - Eu repeti a pergunta.
- , qual o seu problema? Que história é essa de agenda e show? - Meu pai perguntou. Eu acho que estava começando a entender...
- Eu acho que ele bateu a cabeça com força demais ontem. - argumentou.
Então eu, e não somos famosos? Somos só adolescentes comuns... Será que aquilo tudo de rockstars foi só um surto da minha mente? Como poderia ter inventado a minha vida toda? Será que nunca existiu? ... eu tinha que saber se meus irmãos a conheciam... se ela era real ou foi só um sonho absurdamente real e longo.
- Então... acho que vou sair com a hoje. - Eu disse, só para saber se ela era uma amiga ou ainda era minha namorada.
- Namorada nova, ? - Minha mãe perguntou com um sorriso no rosto. Realmente tem algo estranho aqui... minha mãe e a mãe da são amigas desde sempre. Mas o que não era estranho nisso tudo, para começar?
- Quem é ela, cara? - perguntou, sem realmente estar interessado em saber.
Tudo confirmado, ninguém na minha família conhecia a , nossa amiga de infância! Isso definitivamente não era voltar no tempo.
- Hmm... é só uma garota que eu conheci outro dia. - Eu disfarcei. - Bem, vou me arrumar e encontrar com ela. - Eu disse, tentando manter meu álibi.
Eu me arrumei de uma forma simples, sentindo falta de muita coisa no meu guarda-roupa. Eu me sentia um pouco mal por nesse universo estranho, ou seja lá o que for isso, eu e meus irmãos não termos conseguido realizar nossos sonhos, mas me sentia pior ainda por não conhecer a . Como isso era possível? Eu a conhecia desde sempre, gostava dela desde sempre. E não saber se ela existia me deixava com um vazio imenso dentro de mim, como se eu também não existisse.
Eu caminhei pela familiar rua onde eu morei, quer dizer... moro. Não sabia bem onde estava indo, nem sabia se estava indo a algum lugar de fato ou só "saindo com a " como eu disse aos meus pais que ia fazer.
Então, eu parei. Meus olhos estavam presos naquela imagem na minha frente. Desviar o olhar seria uma perda imensa para mim, eu não podia nem sequer me permitir piscar.
Era a casa dela, exatamente como estava da última vez que estive aqui, sem tirar nem pôr. E eu estava plantado na calçada, mas me forcei a me mover. Ou isso era real, ou eu estava ficando louco.
Dei alguns passos, o gramado parecia real sob meus pés. Então, cheguei até a parede da casa e comecei a alisar a pintura. Era sólido, como devia ser. Fui correndo minhas mãos pela parede horizontalmente, sentindo a textura como se precisasse disso para sobreviver.
- Er... tem algum problema aí?
Eu fiquei estático ao ouvir essa voz. A voz. A voz dela. Não me movi, não precisava olhar para trás para saber que era ela, cada célula do meu corpo tinha certeza absoluta disso, eu sentia a presença dela.
- Ei, você aí. O que está fazendo? - Ela perguntou novamente, dessa vez mais de perto.
Eu tinha que responder, mas não tinha certeza se minha voz funcionaria.
- Er... nada. Eu só... gostei da cor da tinta, é muito bonita. - Eu disse, ainda sem me mover. Ela deu uma risadinha doce, isso me fez suspirar alto, ela deve ter ouvido.
- Ah, obrigada. Eu também gosto da cor. - Ela agradeceu, e eu podia sentir agora que ela estava bem ao meu lado. Eu tinha que me mexer e agir normalmente. Eu não a conheço, ela não me conhece. Sendo assim, não fazia o menor sentido eu estar chorando. Eu tentei controlar as lágrimas o máximo que eu pude antes de me virar.
- Eu... oi, eu sou o . - Eu disse, estendendo minha mão para ela. A expressão dela me surpreendeu, ela olhava fixamente para o meu rosto, os olhos completamente em foco e um pouco molhados demais, como se estivesse hipnotizada. - ?
- Ãã... - Ela murmurrou, saindo um pouco do transe. - Er... do que você me chamou?
- Hmm... . - Eu disse, não tendo escapatória. - Eu... ouvi falar de você. - Tentei justificar eu tê-la chamado pelo apelido quando ela nem tinha se apresentado.
- Jura? Eu não conheço muitas pessoas aqui, muito menos que me chamam assim...
- Ah, desculpe. Você prefere ? - Eu perguntei, tentando fugir da enrolação que eu mesmo criei.
- Você andou levantando a minha ficha, ? O que mais você sabe sobre mim? - Ela perguntou, rindo.
- Que você tem olhos lindos, e o rosto mais perfeito que eu já vi. E que sua risada é encantadora... - Eu comecei a dizer, sem pensar no porquê. Ela voltou a me encarar como fez quando me apresentei. Agora que eu já estava falando demais mesmo, podia tentar desvendar um pouco disso tudo. - E você? O que sabe sobre mim?
- Er... que seu nome é ; você tem cabelo castanho; e é um dos garotos mais bonitos que eu já vi.
- Você não sabe nada sobre mim que não tenha descoberto agora? - Perguntei, um pouco decepcionado.
- Aí é que está a coisa estranha. Eu já sabia de tudo isso antes de você aparecer na minha frente. - Ela falou em um sussurro, meio nervosa. Eu pus minhas mãos nos ombros dela por impulso.
- Então, você sabe quem eu sou? - Perguntei, com uma esperança transparecendo em meus olhos.
- Não. - Ela disse. - E também não faço ideia do porquê de eu sonhar com você todas as noites desde o último Natal.
-Você sonha comigo? - Questionei, fascinado com tudo isso.
- Não... não. Esquece, eu não sei o que estou falando. Deixa pra lá. - Ela desviou, olhando para o lado e se afastando um pouco. Inconscientemente, tínhamos nos aproximado muito enquanto conversávamos.
- Não, ... por favor, continue. - Eu pedi, me aproximando dela de novo. Ela agora evitava olhar para mim, parecendo muito agoniada.
- Olha, , eu tenho que entrar agora. - Ela dizia, meio enrolada. - Foi legal te conhecer... - Ela continuou, andando devagar para a porta.
- , por favor, espere! A gente precisa conversar, precisamos desvendar isso! - Eu dizia, tentando detê-la, mas sendo cauteloso, pois ela parecia realmente assustada.
- Quem é você?! - Ela perguntou em tom alto. - O que você tem a ver comigo? Quer dizer... o que temos a ver um com o outro? - Ela me questionava, cada vez mais confusa.
- Eu não sei, . - Eu menti. Não podia atirar tudo para cima dela assim, do nada. Tinha que fingir que sabia tanto quanto ela. - Mas temos que descobrir isso, juntos. Você não quer saber o que está acontecendo aqui?
- Eu não sei se quero saber, . Eu estou com medo, isso é confuso.
- Do que você tem medo? - Eu perguntei, preocupado com ela.
- Eu não sei, ok? Eu não sei de nada! - Ela gritava agora, a expressão torturada.
- Fica calma, não precisa ter medo. Eu estou aqui, e vamos desvendar isso juntos. Temos que fazer isso, , eu sinto.
- Eu também sinto. - Ela sussurrou, agora mais relaxada.
- Eu estou aqui. - Eu sussurrei também, e agora estávamos próximos de novo, nossos corpos se tocando. Só faltava nossos braços estarem ao redor um do outro para que isso fosse um abraço.
- Sim, você está. - Ela concordou com um sorriso. - Então... quer entrar?
- Sério? - Perguntei, achando melhor conferir primeiro se ela estava só brincando.
- Sério. Se temos que conversar sobre todas essas coisas loucas, é melhor não ter ninguém ouvindo, certo?
- Certo. - Eu concordei.
Nós dois caminhamos um ao lado do outro até a porta da casa. Ela tinha as mãos dentro dos bolsos do casaco, ainda parecia insegura. É claro que eu sabia mais do que ela, afinal, eu me lembrava da nossa história toda (N/A: o é um bom personagem, ele leu o script da primeira fic, parabéns pra ele!). Mas eu também estava perdido no meio disso tudo, afinal, nós dois deveríamos estar mortos agora.
se sentou no sofá da sala e eu me sentei ao lado dela. Ela me observou curiosamente por um tempo.
- O que foi? - Eu perguntei, quando os minutos começaram a correr sem que ela desviasse o olhar.
- Ainda não consigo acreditar que você existe. Sempre achei que era apenas fruto da minha imaginação. Você deve achar que sou uma perturbada mental ou coisa assim, não é?
- Só se eu achar que sou um também. Sabe, ninguém me falou de você, eu sempre soube seu nome, e sempre soube que eu costumo te chamar de , embora nunca tenhamos nos falado. - Pelo menos, não nesse universo paralelo, acrescentei em pensamento.
- Nos meus sonhos você me chama de . - Ela disse, com um sorriso tímido.
- O que você sonha? - Perguntei. Eu precisava saber.
- Desista, . Não vou contar. Nunca.
- Por que não? Achei que estávamos juntos nessa coisa sobrenatural. Tem que me contar.
- Não vou contar. É muito constrangedor, você vai achar que eu viajo muito.
- É permitido para menores de 18 anos? Se for, então, conta.
- Ah, então esquece. Eu só tenho sonho pervertido com você. - Ela respondeu.
- Sério? - Eu perguntei, meio surpreso. Eu imaginava que os sonhos dela seriam uma espécie de Dejá Vu dos meus momentos com a , quer dizer, com ela. Mas talvez sejam os mesmos sonhos que a tinha quando estava viva. Será que ela tinha sonhos pervertidos comigo?
- Claro que não, ! Que ideia. - Ela revirou os olhos.
- Ah, sei lá, né. Você disse que era constrangedor, o que eu podia pensar?
- Ok, eu conto. Só pra você não ficar pensando que é coisa pior.
- Ótimo.
- Então, no meu primeiro sonho, no Natal passado... eu sonhei que estava numa ceia de Natal que não era na minha casa. E tinha você lá e mais alguns garotos, eu acho. Então, eu meio que ia conversar com você e a gente se declara do nada, e depois nos beijamos.
- E o resto da história é só para maiores de 18? - Perguntei, rompendo a seriedade do momento.
- É, pois é. - Ela respondeu, rindo e ficando um pouco vermelha.
- Não é constrangedor.
- Claro que não. Eu só acabo de contar a um estranho que sonho que estou beijando-o toda noite, só isso.
- Você não é a única que sonha com nós dois nos beijando. - Eu confessei, e era verdade. Eu tinha constantes sonhos assim.
Ela ficou mais vermelha depois disso, e encarou o chão.
- Eu estou assustada, . - Ela sussurrou, bem baixinho. - Quando você estava de costas para mim lá fora e se virou, eu percebi que você estava chorando. E fiquei mais assustada porque, no momento em que eu te vi alisando a parede, eu senti uma imensa vontade de chorar também, e te abraçar, mesmo que ainda nem tivesse visto seu rosto para associar ao garoto dos meus sonhos. Literalmente, o garoto dos meus sonhos.
Eu não disse nada, apenas levantei o rosto dela e depois a envolvi em meus braços. Eu também estava morrendo de vontade de abraçá-la. Logo eu contaria tudo que aconteceu para ela, embora ela fosse achar loucura.
- Ontem eu tive um sonho diferente. Um pesadelo, não sei. Tinha você, e eu me sentia perfeitamente bem. E depois tinha muito sangue, deixando minha visão avermelhada. E depois não tinha mais nada. Não me importei com o sangue, não me importei com o escuro, só o que me importava era que você não estava mais lá. Foi horrível. - Ela dizia, as lágrimas escorrendo.
- A culpa foi minha, . Mas, não se preocupe, nunca mais vou deixar isso acontecer. Nunca mais vou te perder de novo.
- Como assim? Nunca mais?
- Eu sei de mais coisas do que te contei, . Eu conheço você, e você me conhece, mas, por algum motivo, você não se lembra disso.
- Da onde você me conhece?
- É uma coisa louca, mas... somos amigos de infância... éramos, sei lá. E eu era um músico famoso, eu e meus irmãos. Os Jonas Brothers. E sempre gostei de você, e naquele Natal você confessou que gostava de mim e começamos a namorar. Só que eu fui um babaca completo com toda aquela fama, e eu não conseguia te dar o valor que você merecia. Então, brigamos e terminamos, e quando eu me arrependi, era tarde demais. Perdi você bem em frente aos meus olhos. - Eu disse, em um turbilhão de palavras, quase sem pegar fôlego.
- Eu... morri? - Ela perguntou, mais assustada agora.
- Sim. E a culpa foi minha. Eu sinto muito, . - Eu disse, com toda a sinceridade que pude.
- Mas... eu estou viva, não estou? - Ela questionou, confusa.
- Eu não sei, não sei mais o que é real. Eu também devia estar morto. Eu tive uma parada cardíaca 46 anos depois. Mas estou aqui agora, não sei como.
- , nosso... namoro terminou naquilo tudo só porque você era famoso? - Ela questionou, tentando entender aquilo tudo enquanto eu só fazia lamentar o passado.
- Porque eu não soube lidar com a fama e o amor, eu achei que eu não precisava de ninguém. Mas preciso de você.
- Você não é famoso agora, certo? - Ela perguntou de novo, realmente parecia ocupada demais desvendando tudo para prestar atenção nas minhas desculpas e declarações.
- Não, não sou.
- Já parou para pensar que... talvez o destino ou "sei lá o quê" tenha nos dado uma segunda chance? Que não era para acabar como acabou, e que se algumas coisas fossem modificadas, poderíamos fazer tudo certo?
- É uma boa teoria. Talvez seja isso. Uma chance para corrigir meus erros... - Eu murmurrei, pensativo. Eu estava distraído quando a deslizou uma mão pelo meu rosto. Quando foquei nela, o seu rosto estava muito perto do meu.
- Não vamos nos perder dessa vez. - Ela sussurrou, a respiração tocando meu nariz e meus lábios.
- Não, não vamos. - Eu concordei e a puxei vagarosamente para mim.
Passei minhas mãos pelas costas dela e encostei nossos lábios suavemente. Não pude evitar soltar um suspiro quando senti a maciez dos lábios dela sobre os meus, era algo de que eu sentia tanta falta. Ela colocou uma mão na minha nuca, enquanto a outra permanecia pousada no meu rosto. Os dedos dela acariciavam lentamente a pele sensível da região do meu pescoço. Eu a apertei mais firmemente contra meu corpo e abri minha boca lentamente, junto à dela. Assim, aprofundamos o beijo, matando aos poucos aquela saudade de anos. E todo aquele sentimento de culpa ia deixando meu coração, dando espaço a algo bem mais poderoso. As mãos dela agora corriam pelos meus cabelos, e as minhas, a apertavam na cintura. Ela era minha de novo, e seria sempre.
Após um tempo imensurável naquele beijo que descarregou tantas emoções guardadas, nos separamos só o suficiente para romper o beijo. Eu segurei uma das mãos dela entre as minhas. Nunca mais a soltaria.
- Eu amo você, . - Ela disse para mim, sorrindo radiante.
- Eu também amo você, . Posso viver mil vezes de novo, mas isso nunca vai mudar.
Ela me abraçou de novo, e eu fechei os olhos para sentir melhor o calor da pele dela sobre a minha. Quando abri os olhos de novo, tudo tinha mudado.
Ela não estava mais em meus braços e eu já começava a me perguntar o que eu havia feito de errado dessa vez.
Mas, então, reconheci o lugar onde eu estava de pé, era a calçada em frente a casa da . Eu olhei para frente e lá estava ela, parada no meio da rua como... como... NÃO! Isso não ia acontecer de novo, ia? Eu teria frações de segundos para pensar no que fazer, mas seja lá o que fosse, eu não iria deixá-la ser atropelada de novo.
Então, ela me observou como fez da última vez que isso aconteceu, e aí... sorriu e correu na minha direção. Fiquei meio perdido com o movimento dela, mas logo ela estava me abraçando. Nesse momento exato, o carro passou na pista e se foi, enquanto e eu estávamos abraçados na calçada.
- Conseguimos, ! - Ela disse para mim, com a voz emocionada.
- É, conseguimos. - Eu concordei, ainda meio perdido.
- Nunca mais vamos esquecer de Dezembro. - Ela sussurrou com a cabeça deitada no meu ombro.
- E também nunca mais vamos precisar retornar ao início para nos lembrarmos. - Eu disse em tom baixo, depositando um pequeno beijo no pescoço dela. - Você sempre vai me levar de volta a Dezembro. - Eu concluí, mais ou menos contradizendo o que eu havia dito no início.
Depois uni nossos lábios e ficamos daquela forma, esperando que toda aquela saudade, desespero e intensidade se esvaísse aos poucos. Isso não aconteceu. Talvez nunca fosse acontecer.

Open your heart, yeah
Get back to the start


Fim.

N/A: olá, queridos *-*
aqui está a prometida continuação de "Please, Remember December"!
podem me chamar de perturbada mental e dizer que preciso de tratamento, porque eu sei que ficou a coisa mais louca EVER, mas fazer o que... é meu jeito de escrever fics, vocês vão ter que se acostumar.
e recentemente eu comecei a escrever uma outra, e cheguei a conclusão de que não consigo escrever nada normal, minhas fics sempre têm uma coisa totalmente louca no meio. Vai se chamar "Breathe for Tomorrow" e vai ser uma droga, mas a Mila Cullen disse que está perfeita e blablabla, então tá né.
e sobre "Get Back To The Start", ficou louca, mas acho que ficou boa (:
vocês é que vão me dizer. comentem *-*
bjs, amo vocês. tchau, guys. comentem comentem!


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