Cheguei a minha casa naquela noite com o intuito de ver Harry e no sofá da sala, adormecidos, mas, para o meu azar, a coisa foi bem diferente. Muito mais diferente do que eu queria.
- Amor? – perguntei assim que entrei no apartamento, indo para o sofá e deixando as coisas que eu carregava do trabalho lá. – Amor? Cheguei mais cedo hoje! – Eu disse, vendo que a porta do meu quarto estava fechada, Harry já devia estar dormindo; entrei no quarto de e lhe dei um beijo na testa. Ele dormia feito um anjo.
Fechei a porta do quarto de e segui na direção ao meu quarto e do Harry. Abri a porta e a cena naquela cama não podia ter sido pior.
Era Harry, dormindo com uma vadia loura deitada em seu peito, também adormecida. Os dois estavam despidos. Eu não sabia se eu gritava, se eu chorava, se eu ia embora, se eu os acordava, se eu falava mal... Eu estava sentindo tantas sensações, raiva, aversão, vontade imensa de chorar. Fora a dor que eu estava sentindo lá dentro. Eu fechei a porta com cuidado para não acordar os dois e fui até o telefone, ligando para o , marido da minha melhor amiga.
- ? – perguntei.
- ? Você está chorando? O que houve? – ele perguntava e bufou. – Foi o Harry, como sempre, não foi? O que ele fez dessa vez?
- Ele me traiu! – eu respondi simplesmente, sentindo um nó se formar na minha garganta e as lágrimas começarem a cair do meu rosto livremente.
- O QUE? Como assim? Ele está aí? – perguntou e eu soltei um soluço.
- Ele está lá, dormindo com a garota do lado dele, eu não sabia o que fazer então... Posso te pedir uma coisa? – perguntei e ele disse um ‘sim’, com um tom de voz chocado. – Posso passar uns dias na sua casa? É só até eu conseguir uma passagem para mim e para o para o Brasil.
- Você vai embora? Não! , pense melhor, ok? Por favor, imagine como o Harry iria ficar sem você! – dizia e eu senti vontade de dar riso cínico.
- Ele tem a vadia loura para se divertir, já que eu não sou competente o bastante para segurá-lo, mas sou a mãe do filho dele! – bufei, nervosa. – Venha me buscar junto com a , eu já estou arrumando a minha mala e a do ... – eu disse, bebendo um copo de água e indo para o quarto do .
- Tudo bem, eu vou, mas, olhe, pense bem, ok? Não faça besteira! Droga! Esse Harry é um idiota... Beijos, amo você! – ele disse e finalizou a ligação.
Peguei uma mala e comecei a colocar todas as coisas do lá, o necessário, como roupas, remédios, sapatos e o bichinho favorito dele, um alce chamado Cornélios.
Deixei a mala dele pronta, apenas com algumas blusas dele que faltava guardar e fechei a porta, fui até o meu quarto e respirei fundo. Era esse o momento, eu tinha que fazer alguma coisa.
- Harry? – perguntei. – HARRY! – eu gritei e ele e a garota acordaram assustados. – Quem é ela?
- Você é casado? – ela perguntou, abrindo a boca. Ele olhava de mim para ela, não sabendo o que fazer.
- , eu posso explicar! – ele disse e se levantou da cama, colocando uma boxer preta que estava jogada no chão. Quando o vi vindo na minha direção, parecia que alguém enfiava agulhas por todo o meu corpo.
- Eu vou embora! – a loura se levantou, colocando suas roupas e eu senti uma raiva enorme dentro de mim.
Deus, dê-me paciência porque se o senhor me der forças, eu mato alguém”, eu pensava.
- É melhor mesmo você ir embora! – eu disse para ela e Harry segurou meus ombros. – Não encoste-se a mim!
- Por favor, ! Me deixa explicar! – ele dizia enquanto a loura passava por nós e em segundos pude ouvir a porta do apartamento se fechando.
- Você não tem o que explicar, eu já vi tudo! – eu disse simplesmente e me soltei de seus braços, indo até o meu guarda-roupa e pegando uma mochila.
- O que vai fazer? – ele perguntou.
- Vou embora, junto com . – eu respondi.
- Para onde é que você vai? – ele perguntou debochado e eu me virei para olhá-lo.
- Qualquer lugar, desde que eu não tenha que acordar todos os dias e ver o seu rosto do meu lado! – eu disse e continuei a colocar as roupas dentro da mochila.
- Então é isso? Nem conversar nós vamos? – ele perguntou.
- Não temos o que conversar, afinal, eu terminei com você automaticamente há vinte minutos, quando eu entrei nesse apartamento, esperando ser recebida pelo meu filho e meu namorado, e entrei nesse quarto vendo o MEU namorado com uma vaca! – eu respondi.
- Não fala assim da Jenny! – ele a defendeu e eu escancarei a boca, segurando as lágrimas.
- Tchau, Harold! – eu disse, pegando a mochila e a colocando nas costas.
- Você não pode tirar nosso filho de mim! – ele disse.
- Claro que posso, desde o momento em que você faz isso comigo, eu posso tudo! – eu disse. – Só não tiro nosso filho de você definitivamente porque isso não deixaria feliz.
Entrei no quarto de e o acordei com beijinhos em todo o seu rosto, era tão gostoso ouvi-lo rindo; o peguei no colo enquanto Harry estava sentado no sofá, passando as mãos pelo cabelo, não sabendo o que fazer.
- Mamãe, onde é que a gente vai? – perguntou, já no meu colo, olhando as mochilas que eu carregava.
- A gente vai passar uns dias na casa da tia , querido, não é ótimo? – perguntei e senti mais lágrimas rolarem rosto abaixo.
- Mamãe, por que você está chorando? – perguntou, passando suas mãozinhas pelo meu rosto, secando as lágrimas.
- É que a mamãe está triste por ter que passar as férias na casa da tia , e o papai não poder ir junto! – eu disse.
- O papai não vai? – começou a fazer uma carinha de choro e eu coloquei o dedo indicador na boca, fazendo sinal de silêncio para que ele não começasse a chorar.
- Vai lá se despedir do seu pai, vai, querido! – eu disse, o colocando no chão e ele correu até a sala, fui logo atrás dele, vendo a despedida dos dois.
- E aí, campeão! – Harry o abraçou chorando. – Vou sentir sua falta, filho.
- Por que você não vai junto, papai? – perguntava, dando soluços de choro.
- Porque, bem, a mamãe precisa ficar um tempinho sozinha, para poder pensar, sabe? - Harry explicava uma coisa completamente diferente do que eu havia explicado, seria bom, deixaria confuso até que as coisas ficassem mais esclarecidas.
O interfone tocou e o porteiro disse que e estavam subindo.
- Quem era? – Harry perguntou com em seus braços.
- e , eles vieram nos buscar. – eu respondi simplesmente, sem olhar para ele, pegando as malas e levando para a porta.
- Mamãe, eu não quelo ir! – disse.
- Mas você vai, papai tem que ficar um pouco sozinho. – eu disse simplesmente e começou a fazer manha, ainda no colo de Harold.
- , por favor, você não pode fazer isso comigo. – Harry disse.
- Não fui eu quem quis assim! – eu disse o encarando. – Você mesmo acabou com tudo.
- Papai, você não gostá de ficá com a gente? É por isso que você não vai? – perguntou e Harry deu um beijo na testa dele.
- É claro que não, eu amo vocês! – ele disse olhando para mim e depois voltou a olhar . – Eu não saberia viver sem vocês, não dá! Eu amo cada momento com vocês.
- Você vai ir até a tia e no tio brincá comigo? – soluçava alto.
- Vou, eu prometo! – Harry disse, dando um beijo na testa de e ouvimos a campainha tocar. – Tchau, filho, obedece a sua mãe, eu amo vocês dois.
- Tchau, pai! – disse e eu segurei a sua mão, abri a porta e segurou as mochilas e eu peguei no colo enquanto entrava no apartamento e fechava a porta para conversar com Harry.
- não vai? – perguntei à que entrava no elevador.
- Não, ele vai conversar com o Harry, provavelmente dormir aí, , o que aconteceu? – ela perguntou e eu apontei para que estava chorando com a cabeça escondida no meu pescoço. – Em casa você me fala.

Não tem como não ficar mal após um término de namoro, ainda mais se ele durou bastante. Eu e Harry estávamos namorando há quatro anos, desde que nosso filho nasceu. Só que nosso namoro sempre teve altos e baixos e a coisa é que um sempre se vingava do outro, mas o que ele havia feito agora, tinha sido a gota da água. Essa sou eu, , chorando derrotada no sofá da casa de , vendo um filme violento que passava na televisão, comendo chocolate e mofando em plena segunda-feira.
- ... Já faz dois dias... – começava. – Vai ficar aí até quando?
- Até eu ficar gorda e entender o motivo dele ter me traído! – eu respondi.
Ouvi a risada de ecoar escada abaixo junto com a voz de , que estava fazendo alguma gracinha com ele.
- Bom dia, mamãe! – pulou do colo de , vindo me dar um beijo e um abraço.
- Hm, que ótimo dia! – eu disse e ele sorriu.
- Hey, mini-Harry! Vamos jogar futebol lá fora, vamos? – disse e saiu correndo porta afora junto com a criança que era .
- Ele está mesmo igual ao pai, não é? – perguntei à , quem sorriu de lado.
- Ele é um mini-Harry mesmo, até em algumas atitudes é igualzinho! Harry ensinou sarcasmo para ele? – perguntou e eu ri depois de dois dias chorando. – me contou que você pretende voltar ao Brasil... – ela disse e eu fechei a expressão. – Vai mesmo fazer isso?
- Eu não sei, eu estava pensando que não seria justo para o crescer longe do pai... – eu respondi.
- É! Seria ruim para o desenvolvimento dele... – dizia, olhando para o nada.
- Vou dormir um pouco. – eu me levantei, querendo acabar com o assunto e subi para o quarto onde eu e estávamos hospedados. Mudar para o Brasil estava fora dos meus planos, definitivamente.

Acordei e ainda era dia, pude perceber pela claridade que emanava da janela aberta e eu escutava os gritinhos felizes de no andar de baixo. Harry devia ter chego.
Virei-me na cama e senti um peso sobre meus pés, olhei para baixo e vi um urso de pelúcia junto com um cartão branco. Mas não era um urso qualquer, era o urso que Harry havia me dado de presente de aniversário do nosso primeiro ano de namoro.
Peguei o urso que tinha o cheiro dele e o cartão, o abri.

I can't stop, I can't stop loving you
You're a dreamer and dreaming's what you do
I won't stop believing that this is the end, there must be another way.
'Cause I couldn't handle the thought of you going away”
Por favor, me desculpa. Eu sei que desculpas não são boas o bastante para você e também sei que você não perdoa traição, mas entenda que eu estou arrependido e esses dois dias sem você, sentindo a culpa aqui dentro, foram os mais terríveis e cruéis de toda a minha vida, não me deixa assim.
Eu amo você, .
Xxx Harry.

Eu lia o cartão e a letra de “Sorry’s Not Good Enough”, a mesma letra da música que a banda em que Harry é o baterista, a McFLY, tocou quando eu estava brava com ele. Olhava para o cartão e eu via as letras borrando pelo fato de que minhas lágrimas caíam sem parar nele, fazendo a caligrafia estranha de Harry ficar mais estranha ainda.
Levantei-me e desci, indo para a cozinha, passando reto por todos os presentes na sala, até mesmo meu filho, que logo me arrependi, por ele não ter culpa de nada.
- Mamãe! – veio correndo e se agarrou a minha perna. – Papai tá qui e ele me deu um calinho!
- É mesmo? Ele te deu um carrinho, meu amor? – perguntei e ele afirmou, sorrindo. – Pega lá pra mostrar pra mamãe!
- Tá! – ele disse e voltou correndo para a sala.
- ? – Harry perguntou da porta da cozinha e eu estava de costas para ele, tomando água de frente para a pia. – Podemos conversar?
- Acho que não temos o que conversar! – eu disse, me apoiando na pia.
- , eu errei e sinto muito por isso, mas todos nós cometemos erros, foi isso que nós dois fizemos... – ele disse, me ignorando.
- Foi isso o que você fez! – eu disse, respirando fundo.
- É claro! E ir embora levando meu filho junto é a melhor solução para se resolver um problema, não é? – Harry disse e eu me virei.
- O que você quer?
- Que você perdoe! – ele disse.
- O que você vai fazer depois disso? – perguntei.
- Tentar te conquistar de novo! – ele disse e meu coração acelerou.
- Não! – eu disse negando com a cabeça, já sentindo lágrimas se formarem e saí correndo para o quarto, deixando as pessoas que estavam na sala confusas.

Dias se passaram e a cada um deles, quando Harry vinha visitar , ele deixava uma rosa vermelha na porta do meu quarto, junto com um cartão onde tinha trechos de músicas tristes, expressando quanta dor e arrependimento ele estava sentindo.
Acordei naquela noite e não estava na cama. Fui até o guarda-roupa e todas as minhas roupas haviam sumido, apenas um embrulho que estava em cima da cadeira, ao lado do guarda-roupa, o abri, revelando um vestido vermelho, lindo e com um decote um pouco exagerado, seu tecido era leve, qualquer movimento que eu fizesse, mesmo que hostil, parecia uma dança com os ventos. Deixei um bilhete cair e o peguei.

Por favor, não negue! Vista esse vestido, fique bem bonita e desça para nós dois jantarmos juntos xxx Harry”.

O que estava acontecendo? Era mesmo para eu vestir o vestido? E o ? Onde ele estava? E a e o ? Coloquei o vestido e soltei o cabelo, os deixando cair pelos meus ombros, fiz uma maquiagem simples e me avaliei, é, eu estava bonita. Desci, encontrando velas vermelhas e brancas acesas na escada e por toda a parte na sala, onde uma música suave tocava e uma iluminação ambiente estava posta.
- Harry? – chamei.
- Na cozinha! – ele gritou e eu fui até lá.
- O que é isso tudo? – perguntei, olhando para a mesa da cozinha que estava impecavelmente arrumada com velas e tudo que tinha direito. Olhei para Harry, quem usava um avental branco de cozinheira e estava de calça jeans, com a minha camisa preta favorita.
- Eu estive tentando me redimir com você a semana inteira, mas você não estava nem aí, então... Eu resolvi fazer um jantar romântico para você, com tudo o que você mais gosta! – ele disse e eu comecei a sentir o cheiro delicioso de lasanha vir do forno. – A propósito, você está maravilhosa.
- Obrigada! – sorri. - Mas cadê todo o mundo? – perguntei.
- e estão com em casa, vão passar a noite lá! – Harry disse.
- Toma cuidado para a vaca loura não aparecer por lá, vai que ela roube o da também! – eu disse e ele me olhou bravo.
- Você tem que estragar tudo, agora? – ele perguntou e eu suspirei.
- Desculpa, prometo não falar mais nada! – eu disse e ele sorriu de canto.

Conversamos o jantar inteiro sobre coisas aleatórias e eu o ajudei a lavar e guardar tudo. Estávamos no sofá da sala, ouvindo música e tomando vinho quando começou a tocar Bon Jovi.
- Eu gosto dessa música... – eu disse, pensando alto. - Aceita dançar comigo, mademoiselle? – ele perguntou, me fazendo rir e eu segurei em sua mão, colocando a taça de vinho na mesinha de centro da sala da casa de .
Dançamos a música um grudado no outro. Eu sentia o perfume dele, aquele que me intoxicava todos os dias e todas as noites, sentia falta do toque dele no meu corpo, de como ele sussurrava as coisas para mim, de como ele brincava comigo e confesso que naquele momento eu quis jogar tudo para o alto e me reconciliar com ele, afinal, se ele estava fazendo tudo isso é porque ele realmente me ama.

I should have seen it coming when the roses died [Eu deveria ter notado quando todas as rosas morreram]
Should have seen the end of summer in your eyes [Deveria ter visto o fim do verão em seus olhos]
I should have listened when you said good night [Eu deveria ter ouvido quando você disse boa noite]
You really meant good bye [Você realmente estava dando adeus]

Ele apertava a minha cintura enquanto nós estávamos girando pela sala da casa da , sem realmente dançar. Estávamos em um ritmo lento, mas que mesmo assim fazia meu vestido se agitar e parecer que estávamos indo contra o vento.

Baby ain't it funny how you never ever learn to fall [Baby, não é engraçado como nunca se aprende a cair]
You're really on your knees when you think you're standing tall [Você está realmente de joelhos quando pensa que está de pé]
But only fools are know-it-alls and I've played that fool for you [Mas sempre os tolos são os sabe-tudo e eu brinquei de tolo para você]

Eu sentia meu coração se alegrar a cada vez que sentia a sua respiração no topo da minha cabeça. Eu sentia meus músculos endurecerem ao redor do pescoço dele, nunca mais querendo sair dali, ele me fazia bem quando não estava fazendo a coisa errada.

I cried and cried every night [Eu chorei e chorei todas as noites]
Till I died for you baby [E houve noites que eu morri por você baby]
I tried and I tried to deny it that your love drove me crazy baby [Eu tentei e tentei negar que seu amor me deixou louco baby]

Ele cantava essa parte baixinho no meu ouvido, me fazendo sentir calafrios descerem e subirem por toda a extensão das minhas costas.

If the love that I got for you is gone [Se o amor que eu tinha por você se acabou]
If the river I've cried ain't that long [Se o rio que eu chorei por você não foi suficiente]
Then I'm wrong yeah I'm wrong [Então eu errei, sim eu errei]
This ain't a love song [Esta não é uma canção de amor]

- Essa música realmente tem um significado, não é? – eu perguntei e ele riu.
- Se eu disser que ela começou a tocar por acaso você vai acreditar? – ele perguntou e eu ri, encostando meu ouvido em seu peito e escutando o coração dele acelerado. – Vou perguntar uma coisa que pode acabar com a noite, mas ainda assim acho que vale a pena perguntar.
- Pergunte! – eu disse, rindo.
- Você ainda me ama? – ele perguntou e eu senti todo o sangue em minhas veias gelar. Demorei um pouco para responder e eu não sabia o porquê disso também, afinal, eu sempre o amaria e sempre vou amar. Era óbvio que sim.
- Apesar de todas as coisas que você fez, eu realmente amo você! – eu disse e o senti sorrir.
- Você me perdoa? – ele perguntou, sussurrando no meu ouvido, fazendo-me arrepiar.
- Sim! – eu disse e ele beijou a minha bochecha.
- Eu amo você! – ele disse e eu sorri.

Dormimos juntos naquela noite e pelo resto da semana, na nossa casa.

Eram seis horas da tarde de sexta-feira, era um dos shows da McFLY e Harry estava me apressando para eu terminar de me arrumar, já com no colo. Faltava passar um batom e eu estava pronta.
- Você está linda, perfeita! – Harry disse, me olhando de cima a baixo. Eu estava com uma blusa branca com o logo da banda escrito em letras pretas no centro da camiseta. No dia anterior eu havia cortado a camiseta para deixar meus ombros a mostra e eu obtive um ótimo resultado, estava com uma calça jeans básica e um All Star vermelho.
- Obrigada! – sorri.
- Eu vou ver o papai tocando tambor? – perguntou no colo de Harry, nos fazendo rir.
- É bateria, querido! – eu disse enquanto trancávamos o apartamento e íamos para o carro.
- Bateria! – disse um pouco enrolado para falar o ‘r’, mas conseguiu. Harry passou a manhã inteira com um sorriso maroto e misterioso no rosto e aquilo já estava me dando nos nervos, ele só ficava assim quando estava tramando alguma coisa e ele e ficaram de segredinhos a semana inteira! Chegamos ao local onde a McFLY iria se apresentar, os meninos foram se preparar no camarim enquanto eu, e observávamos a platéia, escondidas na lateral do palco.
- Tem bastante gente aqui hoje! – eu disse e começou a rir, sem motivo. Começou a gargalhar sem motivo algum! – , que foi?
- Nada, , nada! – ela disse, segurando o riso.
O show começou, nada de anormal aconteceu até dizer uma coisa no microfone que me fez suar frio e, com certeza, eu estava pálida.
- Queria convidar a para vir ao palco! – disse apontando para mim enquanto eu me recusava a entrar lá, mas me empurrou e eu fui em direção a ele. – Agora eu passo o posto para o Mr. Judd! – disse e Harry veio até o centro do palco, com um microfone na mão. Ele cumprimentou a platéia e deu sinal para que os meninos começassem a tocar algo. Eram os primeiros acordes de ‘Hero’. Meu Deus, o que ele estava fazendo?

Would you dance [Você dançaria]
If I asked you to dance? [Se eu te pedisse para dançar?]
Would you run [Você correria]
And never look back? [E não olharia para trás?]
Would you cry [Você choraria]
If you saw me cryin' [Se me visse chorando]
Would you save my soul tonight? [Você salvaria a minha alma está noite?]

Ele, com certeza, havia me reconquistado ali, cantando aquela música e me olhando como se eu fosse a única pessoa presente ali, como se eu fosse a garota mais especial da vida dele. Eu adorava a voz dele, ele ficava tão lindo cantando.

Would you tremble [Você tremeria]
If I touched your lips? [Se eu tocasse seus lábios?]
Would you laugh? [Você riria]
Oh please tell me this. [Oh, por favor, me diga isso]
Now would you die [Agora, você morreria]
For the one you love? [Pela pessoa que você ama?]
Hold me in your arms tonight. [Me abrace esta noite]

Eu não conseguia me controlar, não tinha mais controle sobre meus pés que avançavam sozinhos, indo na direção de Harry, mais perto dele. A essa altura, lágrimas estavam escorrendo pelo meu rosto e minhas mãos tremiam enquanto um sorriso enorme se formava em cada canto dos meus lábios, assim como no de Harry também.

I can be your hero, baby. [Eu posso ser seu herói, baby]
I can kiss away the pain. [Posso te beijar e afastar a dor]
I will stand by you forever. [Eu estarei ao seu lado para sempre]
You can take my breath away. [Você me deixa sem ar]

Ele cantou e depois se agachou na minha frente, ainda segurando a minha mão e me dando o microfone para eu segurar enquanto ele tirava algo do bolso e pegava o microfone de volta. A melodia ainda tocava ao fundo, mas um pouco mais baixa agora e Harry me olhava com seus lindos olhos azuis, me hipnotizando.

- , você sabe que você sempre foi a única na minha vida, não sabe? – ele dizia no microfone enquanto olhava nos meus olhos e o silêncio se fez na platéia, ouvindo o que ele tinha para dizer. – Você sabe que apesar de todas as coisas, eu sempre te amei a cada segundo que nós passamos juntos e sabe que eu sempre vou te amar, porque, para mim, só existe você! – ele disse e abriu a mão, me entregando uma caixinha de veludo vermelha, a platéia começou a gritar enquanto eu não sabia se ria ou se chorava. Abri a caixinha que me revelou duas alianças douradas e uma delas com um delicado diamante incrustado.
- Harry, eu... – Comecei a chorar sorrindo, sem saber o que dizer e ele fez sinal de silêncio para mim enquanto voltava a falar no microfone.
- Deixe-me lhe oferecer o meu coração esta noite! – ele disse sorrindo. – , você sabe que independente do que você me responder hoje, eu sempre vou te amar, sempre vou fazer de tudo para te deixar feliz, para ver esse seu sorriso lindo no seu rosto todas as manhãs e poder te chamar de minha. – ele disse e eu comecei a rir, nervosa com tudo aquilo. – Por isso eu vou tomar vergonha na cara e te perguntar o que eu já devia ter perguntado há muito tempo! – ele disse e olhou para a platéia, voltando a olhar para mim de novo, sorrindo sapeca. – Você aceita se casar comigo? - Eu sabia o tempo todo o que ele iria me perguntar, mas, quando ele disse, o impacto foi maior do que eu imaginava. Eu comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo, de tanta felicidade. Ele me deu o microfone e eu respondi um ‘sim’ um tanto alterado e ele pegou a minha aliança, colocando ela no dedo da minha mão direita e eu fiz o mesmo com a dele, logo depois trocamos um longo beijo enquanto ouvíamos os assovios e os gritos de todas as fãs adolescentes que estavam na platéia. - Eu te amo! Eu te amo, eu te amo! Nunca mais ouse me deixar, ouviu? – Ele disse, me dando vários selinhos.
- Nunca mais, Harry! – Eu disse sorrindo e ele deu um beijo na minha testa.

Voltamos para casa com já adormecido em meu colo. Havíamos saído depois do show para comemorar o noivado junto com os meninos da banda e , que não se cabia de tanta felicidade por nós dois. Eu e Harry fomos juntos colocar em seu quarto, eu beijei a testa dele e Harry repetiu o gesto, logo depois me empurrando para o nosso quarto e fechando a porta.
- , me desculpe mais uma vez pelo... – eu o interrompi, com um selinho demorado.
- Eu amo você, Harold Judd! – eu sorri pela milésima vez naquela noite.
- Eu amo você, minha Judd! – ele disse, me dando beijos e me jogando na cama.
Naquela noite dormimos com uma convicção em mente: ela era minha; ele era meu. Oficialmente e para sempre.


Fim!



Nota da Autora: Oie gente. Bom, pra começar espero que vocês tenham gostado da shortfic né? É a minha primeira fiction e eu to radiante com tudo isso, minha amigas me forçaram literalmente a postar a shortfic no site. Obrigada pra quem teve a paciência de ler hihi. Eu to escrevendo a próxima, só que dessa vez vai ser uma fic mesmo então se preparem para o próximo desastre (ou não). Pra quem quiser me seguir no twitter: @lelismtz Bem, acho que é isso de qualquer forma valeu galere, beijos e beijos.

Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Obrigada, Thai.

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